sábado, 30 de janeiro de 2010

METALLICA - RESENHA DO SHOW DE PORTO ALEGRE!


 

Levou quase 11 anos para que a maior banda de heavy metal do planeta voltasse a tocar na capital gaúcha, mas a espera valeu. O Metallica fez um show histórico, trazendo toda a sua produção de palco, telões e fogos de artifício, coroando tudo isso com um setlist capaz de infartar qualquer fã de longa data da banda. O resultado foi um show ainda mais incrível do que o de 1999 (que, aliás, foi sensacional, ao contrário do que alguns desinformados andam comentando por aí, inclusive na suposta mídia "especializada").

A entrada do Metallica no palco estava prevista para as 21h30min, e a banda entrou com míseros quinze minutos de atraso. Antes disso, a já tradicionalíssima abertura com os telões exibindo cenas do filme de faroeste The Good, the Bad, The Ugly ao som de Enio Morricone (a banda costuma abrir shows desse jeito há quase vinte anos).

E na sequência entra o Metallica já emendando de cara a velha e clássica Creeping Death. Essa abertura de show foi uma das mais infartantes que se pode imaginar, pois foi seguida de For Whom the Bell Tolls e Ride the Lightning. Sim, nada menos do que três clássicos do álbum Ride the Lighting de 1984, tocados um atrás do outro já de cara. Coisa para fazer qualquer fã de thrash metal cuspir o coração pela boca!



Os fãs mais informados já sabiam que haveria uma música do álbum Reload (1997) no repertório. A dúvida era se seria Fuel ou The Memory Remains. Para Porto Alegre, o Metallica reservou a segunda. Da mesma forma como ocorreu no show de 1999, foi uma grande satisfação para mim ver quase trinta mil pessoas cantando a plenos pulmões essa que foi uma música extremamente criticada da banda na época, saída da fase heavy-rock mais radiofônica que o grupo adotou na segunda metade dos anos 90 (e que até hoje é frequentemente pichada por fãs mais radicais, apesar do imenso sucesso de crítica, público e vendas dos álbuns Load e Reload).

Fiquei surpreso quando a banda começou as primeiras notas de Fade to Black. Com essa, a banda tocou nada menos do que quatro músicas do Ride the Lightning ao longo do show, o que representa nada menos do que metade do álbum! Meu Deus, que começo de show matador!

Após essas cinco primeiras músicas, a banda apresentou um bloco de faixas do mais recente álbum, Death Magnetic (2008). That Was Just Your Life e The End of the Line foram muito bem recebidas, mas aparentemente a que mais agradou a multidão de fãs foi The Day That Never Comes, o primeiro single do álbum.

Depois dessa trinca de músicas novas, Hetfield faz a clássica pergunta "Do you want Heavy? Metallica gives you Heavy, baby!", e quem já viu o DVD Cunning Stunts sabe que se trata da deixa para o hit Sad But True, do folclórico "álbum preto". A execução dessa faixa não deixou dúvidas de que, apesar da imensa quantidade de fãs da banda ali presentes, a maioria é entusiasta mesmo do black album, de longe o disco mais bem sucedido comercialmente do Metallica até hoje.

Hetfield pergunta para a platéia se o pessoal têm o novo álbum Death Magnetic, se gostaram dele e qual outra música gostariam de ouvir desse disco. De cara, eu berrei "My Apocalypse!!!", mas já sabendo que essa faixa não está rolando nos shows da atual turnê. A executada foi a empolgante Cyanide, um dos sons de mais fácil assimilação do novo álbum, e que funciona muito bem ao vivo.


Apesar da empolgação com as músicas novas, o melhor estava reservado para a parte final do show. Uma série de explosões, chamas e barulhos de guerra ao fundo anunciavam a clássica One, do álbum And Justice for All (1988), faixa que gerou o primeiro videoclipe da história da banda e representou seu primeiro hit nas rádios. E em seguida, veio Master of Puppets e Battery. Juro: nem sei como sobrevivi para escrever essas linhas! Eu já estava dolorido e cansado de berrar a essas alturas, mas durante Master of Puppets pulei e urrei a letra inteira como se não houvesse amanhã. Os caras do Metallica realmente pareciam determinados a matar os fãs do coração.

Apesar disso, os fãs cujo conhecimento da discografia da banda é mais restrita ao black album não ficaram na mão: o setlist básico do show terminou com a dobradinha Nothing Else Matters e Enter Sandman, deixando todo mundo feliz como pinto no lixo. Até os fãs mais comedidos e menos headbangers pularam, berraram e se sacodiram com essa última.

Foi engraçado, ao final de Nothing Else Matters, ver a imagem no telão principal focada na palheta de James Hetfield. Ele lentamente exibe cada um dos lados da palheta estilizada, com o logo da banda e a imagem da capa do álbum Death Magnetic, e depois levanta o dedo do meio para a platéia, rapidamente ocultando o gesto com a outra mão. A brincadeira faz todo mundo cair na risada até que a graça vira euforia com o começo das primeiras notas de Enter Sandman.

Quem estava acompanhando os setlist dos shows anteriores da turnê sabia que o bis teria três músicas, mas ninguém sabia quais seriam. Normalmente, uma delas é um cover, e a escolhida pela banda para Porto Alegre foi Die, Die My Darling, música do The Misfits coverizada pelo Metallica no álbum duplo Garage Inc (1998). Nem todo mundo parecia familiarizado com esse som, mas eu não poderia ter ficado mais feliz (a menos, é claro, que a banda tivesse optado pelo hino Last Caress, também do Misfis).

Na sequência, uma surpresa: Phantom Lord, uma das grandes músicas do álbum de estréia do Metallica, o lendário Kill'em All (1983). Fiquei de boca aberta, pois por essa eu não esperava! NUNCA na minha vida eu poderia imaginar que veria o Metallica tocando essa música ao vivo. A única palavra na qual posso pensar é "inacreditável".

Como já era previsto, a "saideira" foi Seek and Destroy, também do Kill'em All. A música arrancou as últimas energias da platéia, que cantou e berrou tanto quanto pôde.


Perto do final do show, Hetfield repetiu uma gafe que disse anteriormente: que aquele era "o primeiro" show do Metallica em Porto Alegre, aparentemente esquecendo-se do show de 1999 no Jóquei Club. Kirk Hammet, nessa hora, fez um "dois" com os dedos, sinalizando que pelo menos ele estava ciente de que era na verdade o segundo show da banda na capital gaúcha. No final do show, Lars Ulrich brincou ao microfone: "sou só eu que acho que nós já tocamos em Porto Alegre onze anos atrás?". A cara de Hetfield demonstrava um misto de constrangimento e perplexidade. Hilário.

O show terminou com os quatro músicas enchendo um sujeito do staff da banda de tortas na cara. Hetfield apresentou ele como sendo "o Presidente do Metallica", e puxou um Parabéns Pra Você acompanhado de toda a platéia presente. Depois disso, rápidas saudações ao microfone, algumas palhetas e baquetas distribuídas aos fãs e a banda sai do palco, deixando todos os presentes com a certeza de que tinham testemunhado o que provavelmente foi o mais incrível, grandioso e bem produzido show já feito em Porto Alegre.

Agora, só nos resta esperar que a banda retorne para esses lados antes do ano 2021 ...

Confira mais fotos do show em:


SETLIST DO SHOW 

Creeping Death
For Whom The Bell Tolls
Ride The Lightning
The Memory Remains
Fade To Black
That Was Just Your Life
The End Of The Line
The Day That Never Comes
Sad But True
Cyanide
One
Master Of Puppets
Battery
Nothing Else Matters
Enter Sandman


BIS

Die, Die My Darling
Phantom Lord
Seek and Destroy


PS - tenho mais alguns comentários a fazer sobre o show, mais especificamente sobre o local escolhido (Parque Condor) e sobre a banda de abertura (Hibria). Aguardem para as próximas horas, corpos e almas!

Um comentário:

Ronnie Brow disse...

METALLICA,A MAIOR BANDA DO UNIVERSO NUNCA DECEPCIONA !!!!!!!!!