quarta-feira, 26 de outubro de 2011

COMEMORANDO O HALLOWEEN


E aí, corpos e almas, como estão as festividades de vocês para o mês mais horrorífico do ano?

Eu comecei o Mês das Bruxas bem: na madrugada do dia 01 de outubro, revi (pela primeira vez em mais de 15 anos!) o filme NECRONOMICON, de 1993. Vi esse filme na casa de um primo quando eu era adolescente e, na época, achei o filme bastante aterrorizante. Olhando hoje, ele não chega a ser propriamente "assustador", mas é muito legal e não tem como negar que a última das três histórias narradas no filme (um segmento dirigido por Brian Yuzna, um veterano do gênero) é bem sinistra - além de asquerosa pra caramba, com uma violência gráfica de regurgitar o jantar!


O destaque absoluto do filme, é claro, vai para a trama que se desenrola em meio às três histórias longas, e cujo personagem principal é ninguém menos do que o célebre escritor H.P Lovecraft (o inventor do fictício livro maldito Necronomicon), aqui interpretado pelo impagável Jeffrey Combs, que tem um lugar cativo no coração dos fãs de cinema de horror desde que interpretou o protagonista Dr. Herbert West no clássico oitentista Re-Animator (que tinha como produtor Brian Yuzna, que veio posteriormente a dirigir a sequência Bride of Re-Animator).


Se dependesse da minha vontade eu teria preenchido o mês inteiro com uma maratona incessante de filmes de terror, mas - como estou às voltas com a finalização da minha dissertação de mestrado - precisei ser um pouco econômico. Então prossegui minha comemoração halloweeniana na semanas seguintes com PHANTASM (1979), um filme que foi bastante elogiado e influente em sua época e que hoje encontra-se bastante esquecido pelos fãs de terror. O filme é divertidíssimo e é impossível não gostar do vilão "Tall Man". Recomendo.

 
Para encerrar, não dá pra perder a edição deste ano da maratona Monster Madness do site Cinemassacre. O responsável pelos vídeos é ninguém menos do que James Rolfe, que ficou mundialmente famoso interpretando o já célebre Angry Videogame Nerd. Todos os anos, em outubro, James faz uma maratona ao longo de todo o mês com reviews de filmes de terror, sempre em torno de algum eixo temático específico. Este ano, a Monster Madness é dedicada à séries de filmes que tiveram muitas sequências, e James está cobrindo as cinesséries completas de Frankenstein, Dracula, A Nightmare on Elm Street e Halloween. Novos reviews estão saindo todos os dias até 31 de outubro. Para quem curte filmes de terror e está com o inglês em dia, é imperdível!



Ah, e pros nerds que gostam de games antigos, não deixem de acompanhar as comemorações de Halloween também lá no Cemetery Games!

"Boooooooooooooooy!!!!!!"

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Músicas que gostarímos de ouvir: "SAD BUT SUPERSTITIOUS" (Stevie Wonder with Metallica)

Na boa, isso ficou DEMAIS! Deveria ser incluído na discografia oficial de ambos os artistas!   :)



Loucademia de Hard Rock Setentista

Se você ainda tinha alguma dúvida de que o inesquecível Sargento Larvelle Jones (da série Loucademia de Polícia) é um gênio, confira o vídeo abaixo. Só o que tenho a dizer é: UAU!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Homenageando STEVE JOBS (1955-2011)



Pois é: o genial Steve Jobs nos deixou na semana passada. Muita gente – principalmente entre o pessoal mais jovem – acha que o grande legado do cara foram as desejadas bugigangas que ele inventou na última década, como o Ipod, o Iphone e o Ipad. Ledo engano!

Na verdade, a grande contribuição de Jobs para a revolução do mundo como o conhecemos hoje foi a popularização do microcomputador pessoal. Ele fez isso de duas maneiras: primeiro, criando em 1977 o Apple II, um dos primeiros microcomputadores e o primeiro a experimentar grande sucesso comercial. Segundo, apresentando ao mundo, nos anos 80, o primeiro sistema operacional gráfico (o que depois foi copiado na cara dura pela Microsoft). Jobs intuiu, com toda a razão, que a disseminação dos microcomputadores passaria pela necessária implementação de uma interface mais amigável com o usuário, ao contrário dos sistemas operacionais existentes até então, que eram operados tão somente por comandos de texto na tela.



O Apple II abriu as portas para uma série de grandes e clássicos microcomputadores que vieram depois, como os britânicos ZX Spectrum (1982) e Amstrad CPC (1984), o também americano Commodore 64 (1982), o japonês MSX (1983) e, é claro, o IBM-PC (1981), o padrão que é o avô direto de todos os PCs rodando Windows que nós hoje temos em casa. Ah, e acho que não preciso nem dizer que, se não fosse pelos microcomputadores, nós evidentemente não teríamos consoles de videogame (que nada mais são do que microcomputadores dedicados) em nossos lares.

Jobs foi um dos pioneiros na insana tarefa de convencer as pessoas que elas deveriam ter microcomputadores em suas casas e que estas máquinas poderiam fazer muito para facilitar nossas vidas e torná-las mais legais, o que soava como uma loucura no final dos anos 70.

Naqueles tempos, “computador” era o tipo da coisa associada com grandes empresas, com fábricas e com processamento de dados comerciais. Sugerir que as pessoas deveriam ter computadores em casa e em pequenas atividades profissionais era mais ou menos como sugerir que as pessoas colocassem esteiras de produção ou maquinário pesado dentro de suas residências. Mas o visionário da Apple acreditou na sua visão e … adivinha quem estava certo?

Para homenagear o genial fundador da Apple, aqui vão alguns vídeos muito legais. Este primeiro é um maravilhoso, inspirado, sincero e choramingante discurso de Jobs, proferido há alguns anos atrás numa cerimônia de formatura na Universidade de Stanford. Não pense duas vezes: veja do começo ao fim. É bom demais!



Em seguida, temos esse inacreditável registro de um show promocional da Apple, comandado por Jobs e que tem entre os participantes um jovem nerd franzino chamado ... Bill Gates! E não é que o futuro arqui-concorrente da Apple morre pela boca e admite expressamente que o Macintosh é a máquina mais maravilhosa que ele já viu na vida até então?



Para encerrar, esse incrível vídeo de uma das exibições de lançamento do Macintosh, com o mundo pela primeira vez testemunhando um microcomputador dotado de sistema operacional gráfico. Perto disso, o lançamento do Ipad foi tão surpreendente quanto um teatrinho de velhas esclerosadas num asilo!



Ipod, Iphone, Ipad … todas essas coisas podem ser muito legais. Mas o que realmente devemos agradecer a Steve Jobs, para sempre, é pelo seu empenho em nos convencer de que não poderíamos continuar vivendo sem microcomputadores à nossa volta. Muito, muito obrigado por ter percebido isso, Steve! Você, com toda certeza, fez com que as nossas vidas fossem muito mais legais e divertidas.

                            Jobs lançando o revolucionário Macintosh em 1984.

BOTINADA!

 
Em 2006, foi lançado o documentário BOTINADA - A ORIGEM DO PUNK NO BRASIL, dirigido pelo ex-VJ da MTV Gastão Moreira. É um filme imperdível para quem quer entender como se deu o surgimento das primeiras bandas punks nacionais, bem como os motivos pelos quais o então nascente movimento se transformou em fumaça nos anos 80. Se você gosta de punk rock e nunca ouviu falar de bandas como Cólera, Olho Seco, AI-5, Restos de Nada e Condutores de Cadáveres, esse documentário é para você!
 
O melhor de tudo é que você pode ver o filme inteiro, de graça, no endereço abaixo. 

De nada! :)

http://video.google.com/videoplay?docid=8410263449371817356

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Caveira analisa: MISFITS - THE DEVIL'S RAIN (2011)


Hoje é o lançamento norte-americano de The Devil's Rain, o primeiro álbum de estúdio de músicas novas e originais do Misfits desde 1999! Como fanático pela banda que sou, é claro que eu não poderia deixar de ouvir o novo álbum em primeira mão, embora as circunstâncias já me levassem a não esperar nenhuma nova obra-prima da banda, hoje severamente desfalcada e descaracterizada em relação a épocas anteriores. Mas vamos ao novo disco!

A abertura do álbum (com "The Devil's Rain" e "Vivid Red") é legal mas não impressiona muito, ficando bem abaixo da média geral das músicas dos álbuns do Misfits da fase Graves. Os fãs do Misfits vão suspirar de saudades das dobradinhas "Abominable Dr.Phibes/American Psycho" e "Kong at the Gates/Forbidden Zone", que abriam os dois últimos álbuns de estúdio da banda ...

Na sequência vem um dos melhores momentos do álbum, com as boas "Land of the Dead", "The Black Hole" e "Twilight of the Dead". O problema é que duas dessas três faixas já haviam sido lançadas pela banda anteriormente (embora tenham sido regravadas para este novo álbum), então fica aquela impressão de que o melhor deste novo lançamento já não soa mais como novidade.

Depois, o álbum escorrega feio com duas faixas incompreensivelmente aborrecidas e dispensáveis, "Curse of the Mummy's Hand" (talvez a coisa mais burocrática e "sem sal" já gravada pela banda em seus mais de 30 anos de história, apesar do caprichado solo de guitarra que tenta salvar a música) e "Cold in Hell". É um material que não merecia ver a luz do dia nem como sobra de estúdio, nem como faixa bônus, nem como download gratuito de presente para os fãs. Até as mais obscuras sobras de estúdio da fase Graves são bem melhores do que essas duas músicas.

Quando o ouvinte já começa a suar de preocupação, o álbum dá uma leve melhorada com "Unexplained", com mais um solo de guitarra de Cadena.

Surpreendentemente, "Dark Shadows" - com vocais de Dez Cadena - é uma das melhores músicas do álbum, apesar de ter quase quatro minutos de duração (uma eternidade para os padrões da banda). A mesma longa duração (3:38) aparece nas faixas seguinte, a mediana "Father" e a interessante "Jack the Ripper".

"Monkey's Paw" foi escrita por Jerry Only em parceria com Daniel Rey. Coincidência ou não, parece mais uma música dos Ramones do que do Misfits. Mas, justiça seja feita, é uma música legal e se destaca no conjunto do novo álbum.

Talvez a influência de Rey não tenha sido assim tão significativa, pois a faixa seguinte, "Where Do They Go?", soa AINDA MAIS como Ramones do que a anterior. Mesmo deixando no ar alguma saudade da sonoridade clássica do Misfits, o certo é que essa é tranquilamente uma das músicas mais legais de The Devil's Rain.

"Sleepwalkin" é uma espécie de rockão meio arrastado, mas interessante. Não parece Misfits, mas é legal. A faixa final, "Death Ray", é de longe a mais rápida e nervosa de todas, e parece quase uma confissão de que o novo álbum é calmo e lento demais para os padrões da banda.

Concluindo: The Devil's Rain é bom ou é ruim? Analisado em si mesmo, sem comparações, o lançamento é legal e se mostra um sólido álbum de punk rock. Mas sofre de um GRAVE problema, que é a sensação geral de desorientação do fã de longa data. Isso porque o material não soa nem como o Misfits clássico, nem como o Misfits dos anos 90 - e isso não é nada, nada bom!

O mundo inteiro - de bandas que vendem milhões de álbuns às bandas punk de garagem ao redor do globo -  rende homenagens ao som e ao estilo que consagrou o Misfits, mas aparentemente Jerry Only & Cia estão mais preocupados em tentar "reinventar" a banda. Conseguem? Claro que não. O resultado ainda é Misfits - só que desprovido da inspiração e da energia que consagraram o nome da banda. Falta gritaria e caos nas músicas, coisas que sempre foram marca registrada das composições do Misfits. Pior: falta velocidade! As novas faixas são polidas, comportadas, "pasteurizadas". Samplers com efeitos "sinistros" e vozes de monstrinho aparecem aqui e ali, no lugar dos antigos backings anárquicos e microfonias.

Instrumentalmente, a banda está muito bem. Jerry Only está cantando melhor do que jamais se poderia esperar que ele conseguisse, o novo baterista Eric "Chupacabra" Arce cumpre seu papel numa boa e Dez Cadena visivelmente se puxa para mostrar serviço na guitarra, apresentando ao longo do álbum alguns dos solos mais elaborados da discografia da banda.

The Devil's Rain não é de forma nenhuma "ruim" e até conta com algumas faixas bem legais, mas é seguramente o material mais inexpressivo, pouco inspirado e dispensável da discografia da banda. Quem achava que Michale Graves e Doyle iriam fazer falta estava coberto de razão. Por mais que se queira defender a atual formação do Misfits, dificilmente alguém teria a audácia de negar que o álbum Punk Rock is Dead, lançado por Graves em 2005, é muito melhor (e muito mais fiel à sonoridade do Misfits) do que este novo The Devil's Rain.

Fica a minha sugestão: se você é fã de longa data do Misfits, não deixe de ouvir o novo álbum. Mas faça isso com a mente muito, muito aberta. Não espere a genialidade criativa da fase Danzig, nem a energia contagiante e frenética da fase Graves. Agora, se você ainda é novato e conhece pouco da discografia da banda, passe longe de The Devil's Rain. Vá correndo ouvir os discos Walk Among Us e Static Age, e depois se divirta com American Psycho e Famous Monsters. Deixe para ouvir The Devil's Rain no futuro, quando - e se - sobrar um tempo.