quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O Caveira resenha: O MANIPULADOR, de John Grisham (2012)



"O Manipulador" (The Racketeer, 2012) é o 10º livro de John Grisham que leio desde que me tornei fã da obra dele, em 1999, por intermédio do ótimo "O Advogado". 

Grisham, como quem conhece sua obra sabe, não faz literatura com grande profundidade e trabalha quase sempre dentro de uma certa fórmula padronizada. O autor também não é um grande desenvolvedor de personagens. Mas não pense que é por nada que Grisham reina absoluto na área dos thrillers jurídicos há mais de vinte anos (tendo jogado para escanteio o precursor Scott Turow). O autor é incrivelmente talentoso para contar histórias num ritmo hipnotizante, com uma narrativa ágil e que mantém o leitor preso página após página. É literatura "fast food" de entretenimento, ninguém discute. Mas é da melhor qualidade.

Sem dar maiores spoilers, o livro conta a história de Malcolm Bannister, um ex-advogado afro-americano que ingenuamente se meteu com um cliente sujo e acabou indo parar na cadeia. Mas o seu drama pessoal está com os dias contados quando os Estados Unidos são surpreendidos pelo incomum assassinato de um juiz federal. O FBI começa a fazer de tudo para encontrar o assassino, e Bannister é a única pessoa que sabe a identidade do criminoso. Como o esperto ex-advogado sabe disso? Quem é o assassino? O que Bannister realmente quer para revelar a verdade? Bem ... leia e descubra! :)

Apesar de o livro ser bem recente, já estão em andamento planos para um filme baseado na obra. Até o momento, comenta-se que Denzel Washington seria o favorito para viver Malcolm Bannister no cinema. Particularmente, acho que a história daria um excelente filme! Vamos aguardar ...

Não vou dar nenhum spoiler do livro, mas fica a dica.

O Caveira resenha: JOBS (2013)



Ah, Steve Jobs! O homem que foi um dos pioneiros da revolução do microcomputador pessoal nos anos 1970 e 1980! O criador daquela que é provavelmente a mais emblemática empresa de tecnologia de todos os tempos. O sujeito que, depois de dez anos nos bastidores, voltou à cena, tirou a Apple do vermelho e a transformou novamente numa empresa líder. O pai espiritual do Apple II, do Mac, do iPod, do iPhone e do iPad. Como seria possível fazer um filme medíocre tendo como personagem um sujeito desses?

Bom, o pior é que o diretor Joshua Michael Stern conseguiu!
 
Jobs é muito, muito decepcionante! Curiosamente, aquilo que mais deixou todo mundo em dúvida quando o filme estava sendo produzido (a saber: a escolha do limitadíssimo Ashton Kutcher para o papel principal) acabou se mostrando uma surpresa positiva. A atuação de Kutcher não é nada digno de indicação ao Oscar, mas ele encarna Jobs com competência. 

 
O problema é que o filme deixa a desejar em todo o resto, com um andamento completamente perdido e uma narrativa sem direção que sai do nada para lugar algum. O filme se limita a fazer um recorte de alguns momentos chave da vida de Jobs e contar a história dele dos primeiros dias da Apple até o seu afastamento da empresa, no final dos anos 1980. 


Toda a vida de Jobs nos anos 1990 e 2000, incluindo o seu retorno à Apple e a "ressurreição" da empresa (uma das maiores reviravoltas da história do capitalismo), está praticamente ausente da narrativa do filme. Não, não dá para entender. E mesmo a parte da vida de Jobs na qual o filme se concentra com mais atenção é mostrada de forma muito inferior ao que se viu no filme Pirates of Silicon Valley (1999), que dá de dez a zero em Jobs. 


É irônico que a breve e insípida história do fundador do Facebook tenha rendido um dos melhores filmes dos últimos anos (The Social Network), ao passo que a história de Jobs na indústria de tecnologia - mil vezes mais extraordinária - tenha sido transformada em um filminho tão esquecível, que mais parece uma burocrática produção feita para a televisão.

Merece uma conferida, mas mantenha suas expectativas num patamar reduzido.