quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O Caveira resenha: JOBS (2013)



Ah, Steve Jobs! O homem que foi um dos pioneiros da revolução do microcomputador pessoal nos anos 1970 e 1980! O criador daquela que é provavelmente a mais emblemática empresa de tecnologia de todos os tempos. O sujeito que, depois de dez anos nos bastidores, voltou à cena, tirou a Apple do vermelho e a transformou novamente numa empresa líder. O pai espiritual do Apple II, do Mac, do iPod, do iPhone e do iPad. Como seria possível fazer um filme medíocre tendo como personagem um sujeito desses?

Bom, o pior é que o diretor Joshua Michael Stern conseguiu!
 
Jobs é muito, muito decepcionante! Curiosamente, aquilo que mais deixou todo mundo em dúvida quando o filme estava sendo produzido (a saber: a escolha do limitadíssimo Ashton Kutcher para o papel principal) acabou se mostrando uma surpresa positiva. A atuação de Kutcher não é nada digno de indicação ao Oscar, mas ele encarna Jobs com competência. 

 
O problema é que o filme deixa a desejar em todo o resto, com um andamento completamente perdido e uma narrativa sem direção que sai do nada para lugar algum. O filme se limita a fazer um recorte de alguns momentos chave da vida de Jobs e contar a história dele dos primeiros dias da Apple até o seu afastamento da empresa, no final dos anos 1980. 


Toda a vida de Jobs nos anos 1990 e 2000, incluindo o seu retorno à Apple e a "ressurreição" da empresa (uma das maiores reviravoltas da história do capitalismo), está praticamente ausente da narrativa do filme. Não, não dá para entender. E mesmo a parte da vida de Jobs na qual o filme se concentra com mais atenção é mostrada de forma muito inferior ao que se viu no filme Pirates of Silicon Valley (1999), que dá de dez a zero em Jobs. 


É irônico que a breve e insípida história do fundador do Facebook tenha rendido um dos melhores filmes dos últimos anos (The Social Network), ao passo que a história de Jobs na indústria de tecnologia - mil vezes mais extraordinária - tenha sido transformada em um filminho tão esquecível, que mais parece uma burocrática produção feita para a televisão.

Merece uma conferida, mas mantenha suas expectativas num patamar reduzido.
 

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