A
ideia básica do terror "Muck" (2015), primeiro filme do diretor Steve
Wolsh, até que é interessante: um "slasher movie" que começa com uma
história pela metade, com um grupo de amigos já em sérios apuros e
esfarrapados, em busca de socorro e que acabam se deparando com uma
situação ainda pior ao longo da trama - tudo isso desembocando em um
final abrupto e inconclusivo.
Aparentemente, a ideia de Wolsh é fazer uma trilogia, sendo que este primeiro filme seria "o meio" da história, cujo começo e conclusão só serão devidamente esclarecidos nos filmes posteriores. Excêntrico, talvez, mas até aí tudo bem. O problema é que todas as boas intenções se perdem com a trama ridícula, as atuações sofríveis e os diálogos risíveis.
Aparentemente, a ideia de Wolsh é fazer uma trilogia, sendo que este primeiro filme seria "o meio" da história, cujo começo e conclusão só serão devidamente esclarecidos nos filmes posteriores. Excêntrico, talvez, mas até aí tudo bem. O problema é que todas as boas intenções se perdem com a trama ridícula, as atuações sofríveis e os diálogos risíveis.
A canastrice é tão generalizada que se torna virtualmente impossível identificar se Wolsh quis mesmo fazer
um filme de terror ou apenas uma paródia de filmes de terror. O resultado
final ficou num meio-termo: é um terror ruim e uma comédia ruim. Depois
de ver "Muck" até o fim, fiquei com a impressão de que Wolsh quis criar
uma espécie de "cult movie" meio Robert Rodriguez, meio Tarantino. Se a
ideia era essa, então - ó meu bom Deus - se trata de um sério caso de
muita pretensão para pouco talento.
Mas o que torna o filme excessivamente bobo é, sem dúvida, a nudez gratuita de quase todo o elenco feminino. Por favor, não me entendam mal: não se trata de moralismo da minha parte. Tampouco desconheço o fato de que uma certa dose de erotismo sempre esteve ligada à arte de horror, desde muito antes do surgimento do cinema. O problema é que, em "Muck", a proliferação gratuita de seios e bundas é, além de forçada, simplesmente elevada à condição de coisa mais importante do filme ao longo de toda a "trama".
Mas o que torna o filme excessivamente bobo é, sem dúvida, a nudez gratuita de quase todo o elenco feminino. Por favor, não me entendam mal: não se trata de moralismo da minha parte. Tampouco desconheço o fato de que uma certa dose de erotismo sempre esteve ligada à arte de horror, desde muito antes do surgimento do cinema. O problema é que, em "Muck", a proliferação gratuita de seios e bundas é, além de forçada, simplesmente elevada à condição de coisa mais importante do filme ao longo de toda a "trama".
A obsessão de
Wolsh com as cenas de nudez desvinculadas da narrativa faz surgir a
dúvida: por que ele não dirigiu um "soft porn" ao invés de um filme de
terror? O espectador fica com a impressão de que o filme foi dirigido
por um menino pré-adolescente em combustão hormonal, do tipo que nunca viu uma
mulher nua na vida. É constrangedor e patético - mais ou menos o que se esperaria de um
filme de terror dirigido por Beavis e Butt-Head.
Se a intenção era fazer
um terror carregado de erotismo, então novamente o resultado denuncia a
falta de maturidade dos realizadores. Erotismo e nudez gratuita são
duas coisas completamente diferentes. O clássico do horror "The Hunger"
("Fome de Viver", de 1983) é dez mil vezes mais erótico do que "Muck". A
diferença, aqui, é entre erotismo e onanismo.
Pontos positivos: alguns poucos momentos de humor que efetivamente funcionam; as cenas de luta bem dirigidas; o uso de efeitos práticos no lugar de computação gráfica fajuta; a qualidade de imagem e fotografia e a presença no elenco do ídolo Kane Hodder (amado pelos fãs de filmes de terror por ter interpretado Jason quatro vezes no cinema).
Vale à pena ver? Depende. Se você não é fã do gênero, passe longe. Se é fã, ainda assim só recomendo em caso de falta de opção melhor. Agora, se você curte o gênero e está reunido com uma turma de amigos bebendo cerveja a noite inteira, este é o tipo de filme ideal para ver de galera e rolar de tanto rir com os momentos de humor involuntário da produção. Para quem estiver disposto a deixar o senso crítico de lado por um par de horas, no conjunto "Muck" até oferece um pouquinho de entretenimento barato e diversão - mas não muito.
Pontos positivos: alguns poucos momentos de humor que efetivamente funcionam; as cenas de luta bem dirigidas; o uso de efeitos práticos no lugar de computação gráfica fajuta; a qualidade de imagem e fotografia e a presença no elenco do ídolo Kane Hodder (amado pelos fãs de filmes de terror por ter interpretado Jason quatro vezes no cinema).
Vale à pena ver? Depende. Se você não é fã do gênero, passe longe. Se é fã, ainda assim só recomendo em caso de falta de opção melhor. Agora, se você curte o gênero e está reunido com uma turma de amigos bebendo cerveja a noite inteira, este é o tipo de filme ideal para ver de galera e rolar de tanto rir com os momentos de humor involuntário da produção. Para quem estiver disposto a deixar o senso crítico de lado por um par de horas, no conjunto "Muck" até oferece um pouquinho de entretenimento barato e diversão - mas não muito.