domingo, 28 de fevereiro de 2010

Filmes que dão vergonha: SUPERGIRL (1984)


Nesse fim de semana eu resolvi rever o filme SUPERGIRL (1984), que comprei em DVD por uns trocos há tempos atrás.
Cara, por que eu me submeto a estes sofrimentos? Esse filme é ruim demais! Só pode ser pelo saudosismo, já que eu via esse filme quando criança nas costumeiras reprises do SBT. Mas tem coisas que merecem ser deixadas somente nas memórias da infância, aquela época doce e ingênua em que a pessoa consegue se divertir com as coisas sem exercitar qualquer juízo crítico mais apurado. Para quem não é incapaz para os atos da vida civil, gostar desse filme é muito, mas MUITO difícil.

Em síntese, a história do filme é a seguinte: Argo City é uma cidade kryptoniana de sobreviventes da destruição do planeta natal do Superman, onde vive a prima dele, Kara. Certo dia, batendo papo com um amigo, o cientista Zoltar, Kara descobre que ele pegou sem permissão o Omegahedron, uma esfera de poder que é a fonte de energia da cidade. Zoltar planeja devolver o artefato logo, mas Kara, brincando com os poderes do objeto, cria uma fissura na parede da cidade que faz o objeto ser arremessado no espaço sideral. Zoltar se compromete a ir atrás do objeto com sua nave, mas Kara rapidamente se enfia no veículo e sai atrás do Omegahedron por conta própria, seguindo a trajetória do artefato - que, É CLARO, cai na Terra! Puxa vida, mas que COINCIDÊNCIA, não é mesmo?!?


Por alguma razão inexplicável, Kara sabia que seu primo vivia aqui na Terra e, pelo jeito, sabia até que ele era um super-herói, pois já chega no nosso planeta vestida como uma versão feminina do Superman! E, já que ninguém se importa mesmo, o Omegahedron - vindo diretamente dos confins do espaço - vem a cair no potinho de maionese de uma maléfica feiticeira local de meia-idade chamada Selena, que estava fazendo um piquenique com seu mentor e amante, Nigel. Selena, que vive com uma amiga no interior do trem-fantasma de um parque de diversões abandonado (!), usa o poderoso artefato como um catalisador de suas bruxarias, e progressivamente se torna capaz de feitiços e invocações cada vez mais poderosos.


As dúvidas são tantas que não sei nem por onde começar, já que quase nada faz sentido nesse filme. A heroína Kara começa o filme na cidade kryptoniana de Argo City. Até aí tudo bem, está de acordo com o cânone das histórias em quadrinhos. Mas como é que ela sabe que seu primo Kal-El está na terra? E como é que ela vem para a Terra tão rápido? E como é que ela chegou aqui sabendo falar inglês, se já saiu adulta de Argo City? E da onde ela tirou a roupa quase idêntica a do Superman? Quem fez essa roupa pra ela? Será que ela pegou os filmes com Christopher Reeve em alguma locadora de Argo City e os assistiu em casa? E como é que ela faz para mudar a cor e o corte de seu cabelo toda vez que se disfarça de Linda Lee?

O resto da história do filme é um constrangimento sem igual, pois é basicamente uma disputa entre Supergirl e Selena por um sujeito musculoso que corta árvores sem camisa perto do internato no qual Supergirl está vivendo na Terra. Sério, o roteiro parece um devaneio romântico de uma adolescente de internato feminino: tirar o uniforme comportado de estudante, colocar uma mini-saia e uma blusa justinha, sair voando e disputar o amor de um bonitão com uma bruxa malvada e recalcada. Ai, meu SACO!

O filme é um spin-off da famosa cinessérie do Superman estrelada por Christopher Reeve, mas evidentemente foi um fracasso de bilheteria. Os produtores sonhavam com uma participação especial de Reeve como Superman, o que certamente daria um belo fôlego para essa joça de filme, mas o saudoso e eterno Superman sabiamente pulou fora dessa canoa furada. O único ator que conseguiram trazer foi Marc McClure, aquele bicho-da-goiaba que interpretava o Jimmy Olsen nos filmes do Superman, que aparece aqui reprisando seu papel de "foca" do Planeta Diário.

Apesar do resultado do filme ser um constrangimento generalizado, há alguns poucos aspectos positivos. Peter O'Toole está ótimo (e carismático, como sempre) na pele do tresloucado cientista kryptoniano Zoltar. A veterana Faye Dunaway tira o melhor possível de sua personagem lamentável e Helen Slater - além de personificar um verdadeiro sonho erótico nerd com aquela roupinha - tem o mérito de ter conseguido apresentar uma interpretação forte e convincente (a atriz chegou a ser indicada para o prêmio Saturn Award por sua atuação). 
 
Embora estas poucas qualidades tenham preservado o filme no coração dos fãs da mitologia do Superman, o melhor é deixar Supergirl como uma memória nebulosa da infância distante, de onde o filme parecerá infinitamente mais significativo do que realmente é.
.
.
.

Após 497 reprises no SBT entre os anos 80 e começo dos 90, as autoridades mundiais se reuniram e decidiram banir o filme SUPERGIRL para a Zona Fantasma!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

JET BOARDER


Esse aqui é um game freeware nacional, desenvolvido por Leandro Correia, que merece ser conferido. Ele lembra um daqueles saudosos games de MSX tipo Antarctic Adventure da Konami, mas com o detalhe de que é jogado com uma única tecla! O jogador mantém a barra de espaços (pode ser também o botão do mouse) apertada para se mover para direita e solta a tecla para ir para esquerda. Além de tornar o game acessível para pessoas com certas deficiências físicas, essa mecânica deixou o game muito mais interessante e inovador do que seria com comandos tradicionais.


Divertido, desafiante e inteligente, Jet Boarder merece uma conferida. Você pode baixar o game no site http://www.caiman.us/scripts/fw/f1902.html ou no site do próprio autor http://www.leandrocorreia.com/jetboarder.htm. Além de divertido e gratuito, Jet Boader ainda é prático: tem apenas 2.9 Megabytes e não requer instalação no HD. Uma boa opção para carregar na pen-drive!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

RETROSPECTIVA SPEKTRO PARTE III - Spektro nº 6


Dando continuidade à nossa retrospectiva de SPEKTRO, a clássica revista de terror nacional do final dos anos 70 e começo dos anos 80, é hora de dar uma espiada na edição nº 6, lançada em julho de 1978.

A revista abre com "A Máscara da Morte Rubra", quadrinização de Manoel Ferreira para o clássico conto de Edgar Allan Poe. Assim como as contribuições anteriores do desenhista para Spektro, essa história já tinha sido publicada nos anos 60 na antiga revista "Clássicos de Terror". Embora curta, a história ficou ótima e mais uma vez o trabalho de Ferreira se destaca pela atmosfera sombria e lúgubre criada por seu traço peculiar.

"Flor Prometida" mostra um mal-humorado e bem sucedido senhor que maltrata reiteradamente uma velha senhora que deseja lhe dar uma flor. É uma curta história ilustrada por Shimamoto, sem diálogos, e que se sustenta tão somente no excelente trabalho visual dele. Fazendo jus ao popular ditado, aqui as imagens valem por mil palavras. Excelente.

"A Trágica Sina de Lindaura" é sobre uma repórter que vai para o sertão de Pernambuco para investigar homicídios que estão sendo cometidos por um serial killer apelidado localmente de "Papafigo", em virtude de seu hábito de comer o fígado de suas vítimas. Criada pela dupla Ataíde Braz e Roberto Kussumoto (responsável pela boa "Semente do Mal" na edição anterior), a história tem uma trama bastante previsível e não apresenta maiores surpresas, mas se destaca pelos desenhos excelentes, alternando momentos de estilo sombrio e realista com outros típicos do folclore nordestino, com linhas simples e sem tons intermediários entre o preto e o branco. Digno de nota.

Nas edições anteriores, Spektro havia conclamado seus leitores a enviarem "casos verídicos" sobrenaturais para a revista, para serem quadrinizados pelos seus colaboradores. Shimamoto se encarrega de ilustrar esse primeiro "caso verídico", sem título, sobre uma velha senhora metida com bruxaria em Minas Gerais. Embora os desenhos sejam ótimos, a história não tem pé nem cabeça, se desenvolve de maneira confusa e falha tanto como "relato" quanto como "conto". 
Watson Portela faz sua estréia em Spektro com "O Começo ...", sobre um camponês que é atraído para o meio da floresta à noite por um estranho vulto. A trama é fraca demais e não convence, mas a história é salva pelas ótimas ilustrações.

"O Segredo dos Mortos-Vivos" é a primeira das cinco histórias americanas desta edição, e é narrada pelo Doutor Morte, personagem do qual já falamos na primeira parte da nossa Retrospectiva Spektro. A trama é sobre um vigia de cemitério que, na verdade, é um cientista que pesquisa um soro capaz de trazer os mortos de volta à vida. Mais uma vez, o assustador Dr. Morte entrega aos leitores um conto de primeira qualidade, tanto na trama quanto nos desenhos. Ótima história!

A segunda história estrangeira é "O Segundo Eu", que mostra um cientista às voltas com uma experiência de clonagem, e é narrada pelo patético sucessor "bunda mole" do Dr. Morte, o insípido e artificial Doutor Mistério. A história é péssima, certamente o ponto mais baixo desta edição de Spektro, com desenhos horríveis, trama inexistente, narrativa tediosa e conteúdo "comportado" - os típicos defeitos característicos do material do Dr. Mistério, esse triste fruto da censura moral dos EUA na época.

A terceira "enlatada", "O Saqueador de Túmulos do Ganges", é outra história americana que não convence, e mostra um ladrão de sepulturas às voltas com um castigo demoníaco por seus pecados. A história é chata e meio aborrecida, embora não tão ruim quanto a anterior. "Casamento Cigano" não se sai muito melhor, e é uma história confusa sobre um rapaz que foge de um orfanato para reviver um episódio macabro ocorrido há dez anos atrás. A quinta e última história importada desta edição é "As Coisinhas", burocrática e excessivamente previsível. Tirando o ótimo conto do Dr. Morte, o resto do material americano desta edição de Spektro não justifica sua existência.

R.F Luccheti ataca com a sensacional "Um Cadáver sob Encomenda". Seduzido pelo show de uma belíssima dançarina exótica chamada Lulu, vinda de Paris, o sinistro Dr. Kessel não mede esforços para tê-la para si. O final é surpreendente, na melhor tradição do humor negro irônico das HQs da clássica "Tales From the Crypt" americana, e os desenhos do ilustrador Sampa são um espetáculo à parte.

"Os Desaparecimentos Misteriosos" é uma história que vale mais pelo traço peculiar e quase cartunesco da desenhista Mariza do que pela trama em si, que gira em torno de um editor picareta de uma revista de terror, que revira sebos em busca de material desconhecido para plagiar em sua publicação. A história é narrada por duas personagens novas de perfil cômico, Lili e Fifi, que são bruxas e irmãs siamesas.

"Sentença para um Carrasco", de Flávio Colin, conta com os tradicionais ótimos desenhos do mesmo, mas a trama é muito rápida e superficial e não diz a que veio.

A seção "Clássicos do Terror" traz um pequeno artigo sobre o escritor Ambrose Bierce e transcreve um conto do mesmo, "A Janela Entaipada".

R.F Luccheti aparece de novo para garantir outro ponto alto da edição, "Atrás da Porta", ilustrada pelo excelente Nico Rosso. Na trama, um velho ricaço morre e deixa uma legião de herdeiros ávidos para botar as mãos em seu dinheiro. No entanto, o testamento do velho dispõe que os herdeiros deverão passar a noite em sua mansão para poderem pleitear a herança, e existe um cômodo fechado na mansão que guarda um misterioso segredo. O final é meio apelativo, mas não deixa de ser engraçado, e a atmosfera criada pelos desenhos é excepcional. Já a história seguinte, "Contrato Macabro", de Basílio de Almeida, é clichê e muito sem graça.

Um dos momentos mais sem pé nem cabeça desta sexta edição de Spektro é a inclusão de uma história italiana chamada "Os Sinos de Belsen". Trata-se de uma suposta homenagem ao cineasta Alfred Hitchcock publicada numa série dedicada ao mestre do suspense na Itália. Curiosamente, no entanto, a história não lembra nem de longe qualquer coisa já feita por Hitchcock, sendo basicamente um conto de horror sobrenatural bem chinfrim e desprovido de clímax. A matéria que Spektro apresenta sobre o cineasta, no entanto, é muito boa, incluindo até a filmografia do mesmo. Numa época muito anterior à internet, essas fontes de informações eram de valor inestimável para os fãs do cinema de suspense e terror.

A sexta edição de Spektro se encerra com a excelente "O Fantasma do Barba-Azul". Shimamoto, aqui, acertou em tudo: trama, atmosfera, desenhos, tudo perfeito. A trama mostra uma bela vigarista que pretende dar o golpe do baú em um velho ricaço. No entanto, a vilã ignora que o seu pretendente é um fantasma que já teve várias esposas em vida e que é obcecado por dar a elas um tratamento "especial".

Saldo final: Spektro nº 6 deu "de relho" na edição anterior, e são muitos os bons momentos. O ponto negativo fica basicamente por conta das histórias americanas que, exceto pela ótima contribuição do Dr. Morte, parecem até terem sido escolhidas a dedo para fazerem feio na comparação com as histórias nacionais. O timão de colaboradores da Spektro já mostrava aqui uma competência invejável. Destaque, ainda, para a magnífica capa de Ofeliano, cujo conceito lembra o pôster do filme A Nightmare on Elm Street II - Freddy's Revenge. Detalhe: o filme saiu em 1985, sete anos depois desta edição de Spektro.

     
Confira as partes anteriores da Retrospectiva Spektro nos seguintes links:

PARTE 1 - http://caveirascrypt.blogspot.com/2010/02/spektro-era-de-ouro-do-quadrinho-de.html

PARTE 2 - http://caveirascrypt.blogspot.com/2010/02/spektro-n-5.html

sábado, 20 de fevereiro de 2010

MAIDEN HEAVEN - A TRIBUTE TO IRON MAIDEN (2008)


Em julho de 2008, a tradicional revista britânica de rock Kerrang! presenteou seus leitores com uma cópia grátis de um tributo ao Iron Maiden organizado pela revista. Apesar de já existir mais de meia dúzia de tributos ao Maiden por aí desde o final dos anos 90, Maiden Heaven se destaca por conter alguns dos mais interessantes covers da "besta" que já se viu.

O álbum começa com o pé direito, com a excelente banda Black Tide apresentando uma empolgante leitura para a jurássica Prowler, uma das mais antigas músicas do Maiden! Muito bom.

A segunda faixa é, evidentemente, o grande destaque do álbum: Remember Tomorrow executada por ninguém menos do que os caras do METALLICA! É sempre um prazer ver um gigante do heavy metal coverizando outro, e o resultado aqui é muito bom, com arranjos que mantém a fidelidade da música do Maiden porém com a inconfundível sonoridade/agressividade do Metallica nos vocais e no instrumental. Não é todo dia que se vê James Hetfield interpretando Paul Di'Anno. Imperdível!

O Avenged Sevenfold ataca com Flash of The Blade, original do álbum Powerslave. O instrumental é bem fiel ao original, embora os vocais claramente fiquem devendo um pouco na comparação com o trabalho original de Bruce Dickinson (o que se percebe principalmente no refrão).

A faixa seguinte é a clássica Two Minutes to Midnight, coverizada pelo Glamour of the Kill. Os caras mudaram bastante a métrica da música, e os vocais meio "emocore" não parecem muito apropriados. O resultado final não é de todo ruim e não chega a destruir a música original, mas fica muito longe daquela sonoridada empolgante do clássico do Maiden. Chatinha e pouco convincente.

The Trooper, outra das músicas mais memoráveis do Iron Maiden, aparece nesse álbum num cover de Coheed and Cambria. O instrumental surpreende, já de cara, pela ABSURDA fidelidade à faixa original. O vocal, embora bem distinto do de Dickinson, segura bem (apesar do timbre um pouco irritante). No geral, um cover bastante burocrático e dispensável.

O Devildriver se aventura com Wasted Years, do álbum Somewhere in Time. Tentar meramente replicar essa música seria pedir pra quebrar a cara, e a banda sabiamente optou por um arranjo bem diferente, com vocais distorcidos de thrash/death metal e instrumental um pouco modificado (porém muito caprichado, principalmente no solo). Ficou interessante ver o melódico refrão original nessa versão agressiva, "rasgada" e gutural.

Já estava demorando pra surgir um cover HORRÍVEL no disco, e quem cumpre essa previsível sina é o Sign, que simplesmente assassina Run to The Hills. Os caras visivelmente queriam fazer uma interpretação tão inovadora e diferente da original quanto possível, mas parecem não ter se dado conta de que o resultado foi um roquinho chatíssimo, arrastado e meio afrescalhado. Tentaram botar uns backing vocals guturais antes do refrão, mas o estrago já estava feito. O delírio dos sujeitos é tão grande que eles se dão ao luxo de criar novas partes para a música, aparentemente pretendendo "ampliá-la", e isso depois de já terem se mostrado incompetentes até mesmo para simplesmente reproduzir as partes originais da música. Caramba, que cover pavoroso! Faça um favor para si mesmo e simplesmente pule essa faixa quando ouvir o álbum!

Felizmente, o choque com a horrível faixa anterior é logo abrandado pela maravilhosa versão de To Tame a Land, executada com imenso talento e conhecimento de causa pelos mestres do Dream Theater. Apesar do arranjo bem fiel ao original, os vocais excelentes de LaBrie e o instrumental elaborado dão uma nova roupagem para essa excelente (e por vezes esquecida) pérola do álbum Piece of Mind. Um dos grandes destaques do álbum! Só mesmo um monstro como James LaBrie para conseguir reproduzir os vocais soberbos dessa música.

Parecia impossível que alguma banda conseguisse se sair pior nesse tributo do que o Sign, mas o Madina Lake conseguiu, apresentando a versão de Caught Somewhere in Time mais desastrada, desencontrada e sem pé nem cabeça que a imaginação pode conceber. Se os caras queriam impressionar o ouvinte, conseguiram. Mas pelas razões erradas.

Falhar em covers das complexas e longas "suítes" do Maiden é até compreensível, mas o Gallows consegue a façanha de fazer feio num rockão simples e direto como Wrathchild, dá pra acreditar? Quase parece um jam casual feita por uma banda punk no estúdio, durante um intervalo de gravação. É mesmo muita cara de pau oferecer uma MERDA dessas para entrar num CD do lado de pesos-pesados como Metallica e Dream Theater!

O Fightstar não deixa a peteca cair e aparece com um excelente cover da clássica Fear of the Dark, com um pouco mais de peso do que a original e com vocais menos melódicos. O resultado é bastante competente e merece uma conferida.

No começo, não levei fé de que o Machine Head fosse apresentar uma boa versão para Halloweed Be Thy Name. Apesar de ser ótima banda, o estilo do Machine Head pouco ou nada tem a ver com essa faixa longa e melódica do Maiden. Mas quebrei a cara! A banda de Robb Flynn entrega uma das melhores faixas desse tributo, com um instrumental absolutamente fantástico e uma interpretação dos vocais que faz jus a este velho hino do Maiden. Confesso que esse cover me pegou de surpresa! O Machine Head realmente matou a pau com esse cover.

O Trivium é uma banda de qualidade mais do que comprovada, portanto não chega a ser uma surpresa que o cover da faixa Iron Maiden feito pelos caras seja simplesmente um arregaço. A música ficou fiel ao original e, ao mesmo tempo, ganhou uma dose reforçada de brutalidade. Excelente!

O Year Long Disaster faz uma versão de Running Free extremamente fiel ao original, tanto no instrumental quanto nos vocais. A faixa peca um pouco pelo excesso de semelhança com a sonoridade do Maiden, mas a banda foi competente ao conseguir reproduzir com qualidade o feeling dos vocais de Paul Di'Anno.

Não é à toa que colocaram o Ghostlines no fim do álbum. O cover de Brave New World dos caras é uma vergonha de tão ruim! Imagine o vocalista do Creed fazendo uma balada com violão e piano e você terá uma idéia da sonoridade horrorosa desse cover "palha" e constrangedor. Transformar a música do Maiden numa balada acústica já seria uma má ideia, mas adicionar vocais cheios de cacoetes de cantor meloso pós-grunge é somar o insulto à injúria. O jeito que esse cara canta é capaz de levar um fã do Iron Maiden ao suicídio! Esse cover é um caso de polícia, não dá pra entender como é que a Kerrang! deixou esse horror entrar no álbum.

Concluindo, Maiden Heaven é um álbum cuja audição é indispensável para os fãs do Iron Maiden. No entanto, é preciso ter em mente que o disco é BASTANTE irregular, como aliás é natural em tributos desse gênero. Apesar dos pontos baixos, as performances de Metallica, Dream Theater, Trivium, Machine Head e Black Tide são imperdíveis.

Outrora saudável, esse fã do Maiden foi parar no hospício depois de ouvir a versão de "Brave New World" do Ghostlines!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

JENNIFER'S BODY


Acabei de ver JENNIFER'S BODY, lançado por aqui como "Garota Infernal", e o filme é muito melhor do que eu esperava. Apesar do roteiro ser de autoria da aclamada Diablo Cody (que fez sucesso mundial com o filme Juno, de 2007), eu pensava que a produção era só uma desculpa para capitalizar em cima da sexualidade de Megan Fox, mas eu estava enganado. Embora apimentado com alguma sensualidade aqui e ali, o filme é basicamente uma comédia splatter com um pé no cinema de horror, embora insuficientemente assustador para ser rotulado como filme "de terror".


Na trama, Jennifer (Megan Fox) é a gostosona do colégio, e tem como melhor amiga a tímida "Needy" (Amanda Seyfried, que rouba o filme com sua performance). Ambas moram numa pequena cidade interiorana e, certa note, Jennifer convence Needy a ir num bar bagaceiro para ver o show de uma banda de rock melosa chamada Low Shoulder. Um estranho incêndio destrói o local e a banda leva Jennifer embora, deixando Needy desconcertada. Quando Jennifer reaparece, sua amiga logo percebe que algo de muito errado aconteceu com ela, e uma série de assassinatos brutais de rapazes da escola começam.


O filme não foi bem de bilheteria nos EUA, embora tenha se pago nos lucros mundiais (custou 16 milhões de dólares e arrecadou 33 milhões internacionalmente). Uma parte da crítica também pegou pesado com o filme, acusando-o basicamente de ser "pouco engraçado para uma comédia e pouco assustador para um filme de terror".

Sinceramente, me parece que a crítica não procede. O filme não tem nenhuma pretensão de ser genuinamente assustador, mas sim de misturar humor negro, cenas splatter e conflitos de relacionamento entre adolescentes, e tudo isso funciona como um relógio em Jennifer's Body. O filme entra mais ou menos no mesmo nicho do que o recente Drag Me To Hell, de Sam Raimi, embora naturalmente menos assustador e sem a genialidade característica do célebre criador da série Evil Dead.

Divertido, engraçado, com bom ritmo e agradavelmente sádico, Jennifer's Body vale uma conferida.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

SONIC RUSH ADVENTURE (Nintendo DS)


De uns anos pra cá, o velho Sonic da Sega anda se saindo melhor em videogames portáteis do que nos consoles "grandes". Enquanto que na geração Playstation-2 o ouriço azul não protagonizou nenhum game realmente digno de nota, no Game Boy Advance a Sega emplacou a excelente trilogia Sonic Advance. Em 2005, esta série deu um "salto" para o DS com o bom Sonic Rush, seguido em 2007 por este Sonic Rush Adventure.

Em Sonic Rush Adventure, o porco-espinho e seu amigo Tails são tragados por uma espécie de vórtice dimensional e vão parar numa pequena ilha tropical, habitada por uma garota-esquilo chamada Marine. O objetivo do game é fazer com que os heróis possam voltar pra casa, sendo que para isso precisam enfrentar um vilão chamado Capitão Whisker, uma espécie de pirata robô. 


Sonic começa na pequena ilha de Marine, mas logo de cara já conta com um jet-ski para acessar as outras ilhas do arquipélago. O legal de Sonic Rush Adventure é que as fases de jet-ski são em 3D, lembrando um game de Nintendo 64, enquanto que as fases nas ilhas são de ação lateral 2D, no estilo clássico da série Sonic. As lutas com "chefões" de fase, por sua vez, misturam jogabilidade e gráficos 2D com 3D. Essa mistura de técnicas e estilos dá uma variedade excelente ao jogo. Outra coisa legal é que as fases possuem ótimo design, permitindo que Sonic as atravesse de forma alucinantemente rápida, e ainda por cima utilizam as duas telas do DS (Sonic por vezes sai de uma e sobe/desce para a outra). Bem legal.


Os aspectos negativos ficam por conta das conversações com os personagens secundários, que tornam o game desnecessariamente infantil. O esquema de precisar usar o mapa para acessar as ilhas e todo o esquema "adventure" do jogo não chegam a ser ruins, mas o jogo seria muito melhor se fosse totalmente linear, apenas alternando fases de jet-ski com fases de ação lateral.

Outro ponto negativo é que, apesar do excelente design de fases, elas acabam não permitindo muita exploração ou combate com inimigos, sendo tão rápidas que praticamente só servem para correr desenfreadamente, ao contrário do que se via na clássica trilogia original do Mega Drive, onde as fases alternavam rapidez com desafios diversos.


Apesar destes detalhes, dificilmente quem curte os games clássicos do Sonic não irá aprovar Sonic Rush Adventure, que faz jus ao legado do ícone da Sega - o que é mais do que se pode dizer da imensa maioria de games estrelados pelo personagem nos últimos seis ou sete anos.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

HORROR SHOW - uma revista que deixou saudades

No verão de 1997, eu estava passando uns dias na casa de praia de um amigo e, dando uma espiada numa banca, esbarro com uma revista que eu nunca tinha visto antes, chamada HORROR SHOW, com um vampirão na capa.



É claro que comprei o negócio na hora, pois já era um fanático por arte de horror naqueles tempos. A medida em que eu lia a revista, ficava babando: horror italiano, Stephen King, Contos da Cripta, vampiros, Alien, Christopher Lee, Vampirella, Psicose, horror no heavy metal ... parecia não existir uma coisa legal sobre terror que a revista não abordasse! Naqueles tempos em que o acesso à internet ainda era eventual e em que a rede não tinha a riqueza de fontes de informação que tem hoje, uma revista inteira voltada exclusivamente para arte de horror era, para mim, um verdadeiro tesouro!

Lembro com carinho desta primeira edição porque foi através dela que eu ouvi falar pela primeira vez do insano musical The Rocky Horror Picture Show, hoje um dos meus filmes prediletos. Foi também por causa da notícia sobre o lançamento do livro Spaguetti Nightmares que eu comecei a ir atrás de filmes de horror italianos de pesos-pesados como Dario Argento e Mario Bava.


O número 2 da revista também foi legal, trazendo na capa o então recente filme Marte Ataca. A revista trazia uma ótima matéria sobre a Kripta, publicação nacional de quadrinhos de terror dos anos 70, cujo material vinha das revistas americanas Creepy e Eerie. A revista ainda me deixou babando pelo livro O Corredor da Morte, de Stephen King, que eu leria depois e que até hoje considero um dos melhores de King.


A Horror Show nº 3 trazia na capa a gostosíssima Julie Strain, Garota do Ano da Playboy americana em 1993 e estrela de dezenas de filmes trash de terror. Também tinha uma matéria legal sobre games de computador com temática de horror, comentando alguns sucessos da época como Hell, Phantasmagoria e Shivers. A matéria sobre arte de horror em capas de discos de heavy metal apresentava algumas ilustrações inesquecíveis de álbuns do Entombed, Morgoth, Celtic Frost e Autopsy.


Infelizmente, o mercado editoral brasileiro mostrou não ter espaço para uma publicação desse tipo. Mesmo com a redução de preço a partir do número 3, a quarta edição de Horror Show foi a última da revista. Entre os destaques desse número derradeiro, está uma entrevista excelente com o roteirista R.F Luccheti (já citado várias vezes nos meus posts sobre a revista Spektro aqui na Cripta) e uma matéria sobre o célebre ator Peter Cushing, falecido em 1994. Apesar de alguns bons momentos, a revista simplesmente já não apresentava o mesmo vigor e qualidade do primeiro número, talvez já como reflexo da extinção iminente da publicação.

Horror Show foi uma grande iniciativa da Editora Escala e é realmente uma pena que não tenha dado certo no difícil mercado brasileiro, inóspito para publicações do gênero. Para os fãs de terror como eu, foi uma breve porém grata surpresa. Anos mais tarde, algo semelhante aconteceria com a interessante (porém igualmente breve) revista Cine Monstro, mas isso já é assunto para outra hora.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Literatura da Cripta: INVASORES DE CORPOS


(Postado originalmente no antigo endereço da Cripta em 06/01/2005)
Degustei nos últimos dias o clássico da literatura de horror OS INVASORES DE CORPOS, de Jack Finney
O doutor Miles e a bela Becky (habitantes de uma pequena cidade do interior da Califórnia chamada Mill Valley) vêm suas vidas se transformarem num pesadelo do dia para a noite quando percebem que a população inteira parece estar sendo substituída por clones desprovidos de emoções humanas
Além de ser uma ótima história de terror (e com excelente narrativa), é impossível não traçar um paralelo entre o horror fictício da história (escrita em 1955) e o medo que os americanos tinham do Império Soviético do outro lado do mundo, marcado por um regime uniformizante e castrador das individualidades da população. O medo que os personagems têm de se tornarem clones de origem vegetal-alienígena parece análogo ao medo de ter sua cidade invadida por comunistas, silenciando tudo e todos e instaurando o império do Partido Onipresente. 
Vale destacar que alguns filmes foram feitos com base nesta obra, mas o único que eu vi é um do começo dos anos 90, estrelado pela Gabriele Anwar (que até dá um belo caldo, eu não culpo os invasores por quererem invadir o corpo dela).

SPEKTRO nº 5


Dando continuidade à nossa retrospectiva sobre a mais memorável revista de quadrinhos de horror brasileira de todos os tempos, vamos analisar mais um número de SPEKTRO. As edições de números 1 a 4 já foram comentadas no post anterior, então agora é hora de falarmos da Spektro nº 5, lançada em março de 1978.

De cara, a revista inovava por ser a primeira Spektro "temática": o Especial dos Vampiros. Todas as 11 histórias eram sobre vampiros, o mesmo valendo também para o conto escrito O Convidado de Drácula, bem como para as outras seções da revista, como as matérias sobre cinema e a seção de piadas "Humor Negro".

Outro destaque dessa edição é que apenas três histórias eram de origem americana. Pela primeira vez, a maior parte do material de Spektro era de produção nacional, o que representava uma notável mudança num pequeno espaço de tempo, já que a revista estava apenas no quinto número e tinha começado publicando só material vindo dos EUA.

O Especial dos Vampiros abre com a história Nos Domínios de Drácula, de Nico Rosso. Meio sem graça, acaba sendo redimida pela história que fecha a edição, Drácula Volta a Atacar. Como "arco" de histórias, acabou ficando interessante (a segunda parte é muito melhor do que a primeira). Essas histórias foram originalmente publicadas nos anos 60 em algumas boas revistas de terror nacionais pré-Spektro, como "Seleções de Terror".

Vampiro, de Shimamoto, é alardeada no editorial da revista como sendo a melhor história da edição e a melhor já escrita por Shimamoto. Um exagero, sem dúvida. Embora seja interessante a abordagem metalinguística do "assassino moldado pela violência da ficção pop que acaba vítima de um ícone dessa mesma ficção pop", a curta duração da história compromete a atmosfera que o autor tenta construir e acaba neutralizando o impacto da inusitada reviravolta. O resultado acabou ficando um pouco acelerado demais, e próximo demais do bobo e ingênuo.

O Pesadelo Espetacular, uma das três histórias "gringas" deste número, é simplesmente péssima e absurdamente previsível e enfadonha. O então estreante Reinaldo Cardoso Simões apresenta O Banquete, que é bastante bobinha e não convence com sua reviravolta final exageradamente forçada.

Semente do Mal, dividida em duas partes, é de autoria de Ataíde Braz e Roberto Kussumoto. É uma das melhores histórias desta edição, cheia de elementos interessantes, embora pudesse ter sido mais interessante se tivesse um andamento mais dinâmico e confiasse mais nos desenhos e menos nos textos, utilizados aqui em excesso. Na trama, um demoníaco vampiro italiano se refugia numa pequena cidade do interior do Brasil e acaba despertando a paixão de uma mulher solitária, que depois vem a descobrir a horrível verdade por trás de seu amado.

O material importado não fez bonito nesta edição. A Vila do Vampiro, outra história americana, é mais um exemplo de HQ excessivamente previsível, aborrecida e "enlatada". A terceira e última história gringa, O Amuleto do Terror, não se sai muito melhor, e "chupa" em excesso elementos do clássico "Dracula" de Bram Stoker.

O Tradutor de Hebraico, de R.F Luccheti, é outro bom momento desta edição. Ela tem uma cruel e irônica reviravolta final que remete ao estilo das clássicas histórias da Tales From the Crypt americana.

Flávio Colin rouba a cena com Um Vampiro é Nosso Rei. Trata-se de mais uma história já então antiga, publicada originalmente no início dos anos 60, mas que se sai bem em todos os aspectos: andamento, narrativa, atmosfera, reviravolta final, tudo é perfeito. Uma das melhores histórias desta Spektro, sem dúvida.

Numa avaliação geral, essa Spektro nº5 está longe de representar o melhor da revista. A ideia de fazer uma edição somente com histórias de vampiros, que num primeiro momento parece legal, aparentemente limitou a diversidade criativa típica da revista, resultando num excesso de histórias burocráticas e previsíveis. O ponto baixo da edição são mesmo as histórias americanas, que além de comparecerem em número reduzido ainda ficam muito abaixo da média das publicadas em edições anteriores. Ainda assim, os bons momentos de Colin, Luccheti e Rosso fazem com que o saldo final seja positivo.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O CAVEIRA INDICA: Dragão Banguela


O http://dragaobanguela.blogspot.com/ é um blog obrigatório para o pessoal que cresceu jogando RPG nos anos 90. Lá você encontra para download várias coisas legais, como antigos exemplares scaneados da revista Dragão Brasil (chamada Dragon nos primeiros números), lançada por volta de 1995 e que foi a primeira grande publicação nacional exclusivamente voltada para RPGs (a revista é publicada até hoje). 

Tem também notícias, matéria sobre RPGs em videogame, downloads de livros de RPGs variados e mais um monte de coisas interessantes. Não percam!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

SPEKTRO - uma retrospectiva da Era de Ouro dos quadrinhos de horror nacionais (Parte 1)


Para um blog chamado A Cripta do Caveira que tem o slogan "humor, horror, nerdice & rock n' roll", temos falado pouco de filmes, revistas e livros de horror por aqui, não acham? Para compensar essa falha inadmissível, vamos relembrar a melhor publicação de quadrinhos de terror já produzida aqui no Brasil: SPEKTRO, da finada Editora Vecchi.

A primeira edição da revista foi publicada há nada menos do que 33 anos atrás, em janeiro de 1977. Inicialmente, o nome da revista era As Histórias Sobrenaturais do Dr. Spektro. Logo na introdução, os editores apresentavam o Dr. Adam Spektro como sendo um estudioso do oculto e do sobrenatural, e esclareciam que aquela revista seria o começo da Coleção Eureka Terror, e que a intenção posteriormente era de publicar histórias não só do Dr. Spektro como também de outros personagens.

Em algumas histórias, o Dr. Spektro era um dos personagens da trama. Em outras, ele era meramente o narrador. O curioso é que essa edição nacional omitia completamente as fontes do material original, que era todo trazido dos EUA. Apenas os nomes dos autores (Don Glunt e Jesse Santos) eram mencionados. Mas a origem do Dr. Spektro é a seguinte: seu nome original é Dr. Spektor, e ele apareceu pela primeira vez em julho de 1972 na edição nº5 da revista norte-americana Mystery Comics Digest. No ano seguinte, o personagem ganhou sua própria revista - The Occult Files of Doctor Spektor - que teve 25 edições entre 1973 e 1982.
Voltando à edição nacional, é preciso reconhecer que a revista, de cara, já era um marco dos quadrinhos de horror brasileiros. Esse primeiro número contava com nada menos do que 196 páginas e 15 histórias, um verdadeiro deleite para os fãs de horror.

O número 2, de agosto de 1977, já apresentava o nome da revista como sendo Spektro (com o subtítulo Histórias Sobrenaturais na parte superior da capa), aposentando o título original. A revista inovava também por apresentar pequenas reportagens sobre literatura de horror e matérias sobre desenhistas do estilo. O editoral explicava que a revista teria uma periodicidade mais regular e que passaria a contar não só com histórias do Dr. Spektro como também com contos de dois outros "doutores": o Dr. Morte e o Dr. Mistério.


O editorial desta segunda edição também fazia o favor de esclarecer a origem desses personagens, e uma pesquisa na internet mostra que os editores explicaram tudo direitinho mesmo: o Dr. Morte (Doctor Death no original) era o narrador das histórias em quadrinhos da revista americana This Magazine is Haunted, cuja primeira circulação foi de 1951 a 1953. Esses quadrinhos só não eram mais pioneiros porque já vinham na esteira do grande sucesso da EC Comics, Tales From the Crypt. O Dr. Morte era um sujeito sinistro de aparência cadavérica, cujo rosto parecia parcialmente um esqueleto, e vestia trajes elegantes em estilo vitoriano. Como outras publicações similares da época, This Magazine is Haunted foi prejudicada pelo moralismo vigente nos EUA na época, que resultou inclusive num "Código de Ética" aprovado pelo legislativo americano e que literalmente varreu do mapa essas revistas "subversivas". Entre 1954 e 1958, a publicação voltou mais "light", tendo o insosso Doctor Haunt como substituto do Doctor Death. Uma versão mais bundona do Dr. Morte, o Doctor Haunt era precisamente o Dr. Mistério que apareceu a partir do número 2 de Spektro.
O número 3 de Spektro, de outubro de 1977, já começava a apresentar a fórmula clássica da revista, pois introduzia quatro histórias nacionais, criadas pelos talentosos Flávio Colin e Julio Shimamoto. No entanto, essas histórias ainda eram reprises de material publicado em revistas nacionais entre o final dos anos 50 e começo dos 60. É, muito antes de Spektro já haviam revistas de quadrinhos de terror no Brasil. Apesar de apresentarem eventualmente bom material nacional, frequentemente essas várias publicações pré-Spektro constituiam-se basicamente de "catadões" de material norte-americano (publicado muitas vezes em traduções de qualidade duvidosa e por vezes até mesmo sem permissão das editoras estrangeiras), sem o volume de conteúdo que caracterizou Spektro desde os primeiros números.
O nº 4 de Spektro, de janeiro de 1978, é a minha edição favorita até hoje. Foi o primeiro exemplar de Spektro com o qual tive contato, no começo dos anos 90. A revista, aqui, já era de uma qualidade sem precedentes: apresentava material nacional de Shimamoto, Colin, R.F Lucchetti, Nico Rosso e recuperava histórias antigas de Manoel Ferreira. Esse último aproveitava para exibir uma pequena contribuição original para Spektro, uma adaptação ilustrada do conto "O Tesouro", de Eça de Queiroz. Apesar de curta, a história ficou sinistríssima, com desenhos magistrais. Ainda nesta edição, O Dr. Morte narra aquela que, para mim, é uma das mais sinistras e memoráveis histórias já publicadas na revista, "A Tapeçaria de Tolchime", como uma atmosfera e qualidade de traço que remetem para aquele padrão de qualidade sensacional das antigas Tales From The Crypt.
  
Por enquanto é isso, pessoal. Aguardem a continuação da nossa retrospectiva Spektro para mais boas memórias sobre este grande e velho orgulho dos quadrinhos de terror brasileiros.


(com agradecimentos ao excelente site http://www.nostalgiadoterror.com/ pelas imagens das capas de Spektro!)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

MOMENTO ANOS 80

Olá, amiguinhos! Aqui quem fala é o DON JOHNSON, o assessor da Cripta para Assuntos Oitentistas. Estou dando um tempo na minha atividade como policial em Miami para sugerir pra vocês alguns vídeos "muito massa" da década de ouro da música pop: os Anos 80. Vocês lembram, aquela época em que eu bombava na TV usando terno branco e sapatos sem meia! 

Bom, vamos ao Momento Anos 80 de hoje ...



Esse video de TAKE ON ME, do A-HA, é de choramingar. É tanto oitentismo que só falta a emoção escorrer pela tela! O clipe transpira anos 80 por todos os poros.




E, pra babar mais um pouco no pop fodástico do A-HA, aqui vai um vídeo dos caras no Brasil, em 1989, tocando a maravilhosa I'VE BEEN LOSING YOU ...




E, já que você agora se encontra sob o domínio de violenta emoção oitentista, pire na batata de vez com o popíssimo hit HEART LIKE A WHEEL, da banda HUMAN LEAGUE:





Mas não é pra chorar, hein, velharada dos anos 80? Não adianta engolir a dentadura, os bons tempos não voltarão!  :)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

FUDÊNCIO E A LENDA DO CEMITÉRIO DA ESCOLA


Não sou um grande fã do desenho do Fudêncio na MTV, mas nunca vou me esquecer do dia em que assisti pela primeira vez, pois dei a sorte de pegar justamente o meu episódio favorito até hoje, o da LENDA DO CEMITÉRIO DA ESCOLA!

No final de 2005, eu estava em Maringá (PR), viajando a serviço, e quando caio na cama do hotel de noite olhando MTV, dou de cara com essa loucurada: um narrador fanho, Joey Ramone falando sobre uma lenda de um cemitério, crianças sumindo da escola, relâmpagos e trovões ... mal dava pra entender que porra estava acontecendo, mas o troço era hilário! Depois disso, vi vários outros episódios do desenho, mas para o meu gosto nenhum jamais chegou perto desse em termos de atmosfera e humor insano e eficiente.

Não importa se você é fã assíduo de Fudêncio ou não: esse episódio do CEMITÉRIO DA ESCOLA é imperdível!

Não deixem de ver, "malditos jovens do reggae"!

Parte 1



Parte 2

PSP

(Postado originalmente no endereço antigo da Cripta em 25/06/2008)






Como eu tenho sido um verdadeiro vagabundo para manter o blog em dia, não coloquei aqui várias coisas que fiz nos últimos dois meses. Então vamos a uma das mais legais: comprei um PSP no começo de maio.

Cara, não dá pra acreditar nesse bichinho. É praticamente um Playstation 2 portátil! Os gráficos dos jogos parecem com aquilo que se via de mais sofisticado nos consoles "grandes" ali por volta de 2003 e 2004. É simplesmente incrível jogar games tão visualmente impressionantes num aparelho de 300 gramas que pode ser jogado em qualquer lugar.


Eu naturalmente estou feliz como pinto no lixo com o PSP, porque sempre fui um fã de videogames portáteis. Nos idos dos anos 80, eu me empolgava com minigames (aqueles com uma tela de fundo fixa e desenhos pré-definidos, que iam dos mais caros aos que eram vendidos em camelôs). Em 1991, ganhei um minigame da Tec Toy (os então famosos "Série Master") com o jogo Golden Axe e quase pirei na batata com aquilo. No ano seguinte, quase infartei ao ter meus primeiros contatos com o célebre Game Boy da Nintendo (lançado em 1989). Eu jogava Super Mario Land e Tetris naquela horrenda telinha monocromática sem luz e quase babava de emoção.

Em 1993, então, foi o ápice do meu delírio com portáteis, quando comprei um Game Gear, da Sega. Caraca, aquilo era TUDO de bom na época: tela colorida, com luz própria, games com qualidade de Master System, entrada para fones de ouvido ... que arraso. E no ano seguinte ganhei o Master Gear Adaptor, que permitia usar os cartuchos do Master System no Game Gear, o que transformava o G.G literalmente num Master portátil!

Depois de ter vendido meu Game Gear em 1996, só fui voltar a ter um novo videogame portátil oito anos depois, em 2004, quando comprei um Game Boy Advance. Mas aquela telinha sem luz do aparelho era um pé no saco, então eu resolvi desembolsar um pouco mais e, no mesmo ano, comprei um Game Boy Advance SP, o modelo redesenhado com uma excelente tela com backlight. Joguei muitas horas de excelentes games no GBA SP ao longo de quatro anos, e acho que ele é um dos melhores portáteis de todos os tempos, sem pensar duas vezes.

E eis que minha longa relação com portáteis chega ao PSP, essa pequena maravilha! O primeiro game que tratei de debulhar foi o espetacular GOD OF WAR - CHAINS OF OLYMPUS. O joguinho é maravilhoso, com gráficos sensacionais e bem sanguinolento, na melhor tradição da série. Só não é melhor porque é muito curto, terminei ele jogando algo em torno de cinco horas.

No momento, estou jogando BURNOUT REVENGE, KILLZONE LIBERATION e CRISIS CORE - FINAL FANTASY VII. Não tem nem o que dizer, é um melhor que o outro. Aliás, sobre Crisis Core, agora a pouco eu vi um CG do jogo que quase me fez babar. É uma cena mostrando um combate simulado entre Sephiroth e seus amigos Angeal e Genesis, e é uma sequência de alguns minutos que parece saída de um épico hollywoodiano - e com uma qualidade visual que remonta ao filme Advent Children. Fiquei de boca aberta! Juro que é simplesmente uma das sequências em CG mais impressionantes que já vi na minha vida. Só vendo Crisis Core para entender COMO é bom!


Se não fosse o bastante os jogos fantásticos do PSP, o desgraçadinho ainda emula com perfeição Nintendo 8-bits, Master System, Game Gear, Game Boy clássico, Game Boy Color, Mega Drive e Super Nes - e olha que estou falando só dos emuladores que já testei com grande sucesso. Entre outras plataformas que ainda não experimentei emular, estão Neo Geo, PC Engine, Game Boy Advance e arcades da Capcom (placas CPS-1 e CPS-2).

Enfim, esse portátil é uma verdadeira ignorância de tão bom!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

GAMMA RAY - LAND OF THE FREE II (2008)

(Postado originalmente no endereço antigo da Cripta em 16/04/2008)

Três coisas importantes podem ser ditas sobre Land of the Free II, o mais recente álbum do Gamma Ray, lançado em 2007.

Primeiro: é possivelmente o melhor lançamento da banda desde o excelente Powerplant, de 1999. O álbum é repleto de ótimas músicas, excelentes vocais e ótimo instrumental, sendo que não só vem ao agrado dos fãs de longa data como também é um ótimo disco para conhecer o trabalho do Gamma Ray.

Segundo: Kai Hansen deveria "lavar a boca", pois na época em que o Helloween anunciou que iria lançar uma continuação dos célebres álbuns oitentistas "Keeper of the Seven Keys", ele malhou os caras, dizendo que não achava certo fazer aquilo, que as bandas não devem viver do passado, etc. E agora ele vem e lança uma continuação do Land of the Free, um dos álbuns mais aclamados do Gamma Ray. Coincidência? Hmmmm, acho que não!

Terceiro e último: apesar desse álbum ser ótimo e divertido, o ouvinte deve ficar avisado de que ele contém a maior quantidade de partes vocais e instrumentais "chupadas" do Iron Maiden que já se viu nesse mundo! A coisa é tão saliente que rolam até vídeos no Youtube (http://www.youtube.com/watch?v=rnvmGvY-Qsw) fazendo indagações sobre estas escancaradas "influências" do Gamma Ray.

Aí vai um breve resumo das músicas que achei mais interessantes do álbum:

A primeira música, "Into the Storm", é um heavy rápido e com melodias vocais bem marcantes. É uma faixa curta, sem maiores mudanças de clima ou instrumentais complexos, pesadinha mas ao mesmo tempo suficientemente "grudenta" como uma boa faixa de abertura costuma ser. Já está rolando um bom vídeo dessa música, que pode ser conferido em http://www.youtube.com/watch?v=vNtgf5U-9PE&feature=related

"Real World" é um metalzão "embalado" e empolgante, cujo instrumental parece saído de uma música do Joe Satriani misturada com o feeling da clássica "I Want Out" do Helloween e que tem uma letra estilo "filosofia realista/materialista". Uma das melhores do álbum, sem dúvida;

"Leaving Hell" é uma música bem legal, mas com algumas partes que eu achei constrangedoramente "inspiradas" em "Road to Hell", música do bem sucedido álbum "Accident of Birth" de Bruce Dickinson, lançado em 1996. A estrutura e linha vocal do refrão são idênticos! Mas como essa linha do refrão da música de Bruce já tinha sido claramente roubada de um trecho instrumental de "I Want Out" do Helloween (antiga banda de Kai Hansen do Gamma Ray), então está "tudo em casa" hehehehe.

"To Mother Earth" é uma típica faixa Power Metal arrasa quarteirão (parecidíssima com Eagle Fly Free do Helloween), com a bateria comendo solta no fundo. A música tem ótimas linhas vocais, melodias e partes instrumentais diferenciadas e bacanas, conseguindo ser bem sucedida em não cair na tradicional mesmice aborrecida para a qual esse estilo de som às vezes descamba.

"Empress" tem uma letra vampiresca legal e climão de hard rock, bem legal;

"When the World", como todo fã de heavy metal do mundo já notou, tem uma abertura simplesmente roubada da música "Flash of the Blade" do clássico álbum Powerslave do Iron Maiden. Aliás, a maior parte da estrutura de When the World lembra por demais a velha faixa do Maiden. Que Kai Hansen bebe até não poder mais na fonte do Iron Maiden, todo mundo sabe. Mas essa música ficou quase um cover estilizado de "Flash of the Blade". Desnecessário dizer que, nestes termos, é evidentemente uma música legal. E sabe o que é pior? Outra parte da música é descaradamente copiada de "The Longest Day", música do mais recente álbum do .... (surpresa!) Iron Maiden!

Mas é "Opportunity" a faixa que simplesmente "chuta o balde" em termos de plágio. A música tem um longo pedaço de solo de baixo com vocal que é simplesmente uma cópia, nota por nota, de parte da célebre "Rime of the Ancient Mariner" do Iron. É tão igual que não dá pra deixar de conter o riso.

Enfim, fãs de heavy em geral não podem perder Land of the Free II, que é um excelente álbum, apesar de por vezes causar um sentimento de (como diria o Iron Maiden) ... DEJA VU!

THE PUPPET MASTER II

(Postado originalmente no endereço antigo da Cripta em 31/01/2008)

Meu pai tá com um gravador de DVD (desses substitutos do velho videocassete, não os drives de computador) em casa desde o fim do ano passado, e agora estou aproveitando para passar pra DVD algumas velhas fitas VHS que eu tinha. 

Comecei com THE PUPPET MASTER II, um filme de terror que eu comprei num saldão de locadora em um supermercado em Dois Irmãos em 2001 (por uns trocos) e ATÉ HOJE ainda não tinha visto! Acabei vendo "em DVD" hehehe, devidamente já convertido. Agora vou fazer isso com outras coisas do meu pequeno acervo, que inclui mais uns filmes de terror, uns vídeos de bandas e umas gravações caseiras, como o show do Iron Maiden em Curitiba em 1998 (no qual eu fui) e que foi transmitido na íntegra pela MTV na época.

Não tenho muito o que falar do Puppet Master II. Um bom filminho de terror, até. Os bonecos são bacanas, até assustadores. O clima é legal, no geral, apesar dos assassinatos bobos. Achei bacana o comecinho do filme, no qual os bonecos (se movendo em stop motion bizarro) entram num cemitério e ressuscitam seu criador com uma poção

Divertido - nada mal para um filme que eu levei seis anos e meio para finalmente ver. Mas fiquei profundamente espantado de descobrir que essa série já conta com inacreditáveis OITO filmes. Um exagero, na minha singela opinião.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

ROBOMAN (ou "como não fazer um clone barato de Robocop!")

(Postado originalmente no endereço antigo da Cripta em 18/06/2008)


Acabei de ver uma pérola que comprei na Livraria Cultura do Bourbon Country, no último fim de semana: ROBOMAN!
É um filméco de ação/aventura dos anos 80, do tipo que ninguém conhece (que bom para essas pessoas). Eu particularmente lembro dele porque, quando era pequeno, pedi pro meu pai trazer alguma coisa da locadora (lá nos áureos tempos em que o videocassete era uma excitante novidade dentro de casa) e ele me trouxe esse filme, porque tinha jeito de ser parecido com o clássico ROBOCOP, um dos filmes favoritos da minha infância.

Apesar de o forçado nome ROBOMAN ter sido inventado aqui no Brasil (o título original do filme é THE VINDICATOR), não há dúvida que os produtores quiseram mesmo fazer uma imitação barata de Robocop. O resultado é de rolar de rir!


Na trama, um cientista que trabalha num complexo de desenvolvimento de tecnologias espaciais é vítima de uma conspiração de seus superiores, que simulam um acidente nas dependências da empresa para matar o protagonista. Curiosamente, esses mesmos salafrários resolvem ressuscitar o cara, dando a ele um corpo robótico virtualmente indestrutível e um mecanismo raivoso de auto-defesa que faz a criatura sair matando violentamente quem quer que enconste nele.

A criatura, recobrando a consciência, foge do laboratório e entra em contato com sua esposa para tentar desvendar as circunstâncias da sua "morte". Em virtude disso, os cientistas "do mal" colocam um grupo de mercenários liderados pela Pam Grier (coitada!) à caça do Robocop-cover. E tá feita a merda.


Alguns "méritos" da obra: história sem pé nem cabeça; interpretações constrangedoras; trilha sonora ridícula, que tenta emular Jean Michel Jarre e Vangelis mas resvala em músicas incidentais totalmente inapropriadas para as cenas respectivas; trajes espaciais risíveis.

Enfim, recomendo. Dá pra rir e se divertir muito com essa obra-prima do cinema cara-de-pau!


Dez perguntas que não querem calar sobre ROBOMAN:

1 - Qual foi a intenção dos produtores ao plagiar uma cena inteira do clássico ROBOCOP, colocando o ridículo ROBOMAN para pegar um inimigo através da parede, puxá-lo e então arremessá-lo pela janela, igualzinho ao que ROBOCOP faz com o sequestrador da prefeitura no filme original? Será que os produtores de ROBOMAN queriam ser processados por plágio?

2 - Por que o caminhão que leva o Roboman capturado EXPLODE completamente ao bater numa cerca de madeira? É verdade que o veículo cai de um barranco, mas se vê nitidamente que o caminhão explode completamente muito antes de sequer começar a cair, tão logo encosta na cerquinha!

3 - Se os cientistas vilões sabiam que o Roboman iria manter sua consciência intacta, porque resolveram reviver um cara que eles assassinaram? E por que o fariam, ainda, colocando o cara num corpo robótico indestrutível? A idéia de que a criatura iria acordar querendo vingança não ocorreu a ninguém?

4 - Por que cientistas que desenvolvem tecnologias para exploração espacial estariam envolvidos numa pesquisa para controlar a violência de criaturas através de comando remoto? Eles pretendiam enviar um robô pra Marte pra sair no soco com algum alien?

5 - Por que os caçadores de recompensa assassinam a jovem prostituta que não testemunhou absolutamente nada do crime que os mercenários estavam tentando "faxinar"?

6 - Por que o Roboman, que tem maxilar de cadáver e o cérebro exposto debaixo da tampa de metal, tem a região toda em volta dos olhos perfeitamente intacta, como se nunca tivesse sofrido um arranhão? Foi pra facilitar a fantasia do ator? Não dava pra terem pensado num figurino um pouco mais convincente?

7 - Como é que a esposa do Roboman consegue aceitar, em 4 segundos, o fato de que seu marido morto está vivo e se comunicando com ela remotamente através de um sintetizador de voz?

8 - Se o Roboman é um brilhante cientista, como ele pode ser tão burro a ponto de levar o filme inteiro pra perceber que o seu "amigo" gordinho é um traíra? O fato desse gordinho ter, no começo do filme, dito que ia "buscar um café" e ter sumido, deixando o protagonista sozinho para morrer no local do acidente, não faria qualquer pessoa medianamente inteligente suspeitar dele?

9 - Se a força descomunal do Roboman advém do fato de ele ter um corpo robótico, então como é que o vilão do filme consegue sair no pau com o Roboman, ficando com a mesma força dele, apenas por estar vestindo um traje espacial? O traje espacial dá superforça por si só? Mas, se é assim, como Roboman mantém sua superforça após seu traje espacial ser totalmente incinerado, ainda na primeira metade do filme??? Será que ninguém leu o roteiro dessa porra antes de filmar??

10 - Último e mais importante: porra, QUE FIM LEVOU O ROBOMAN? O filme simplesmente termina mostrando que o protagonista é lembrado como um herói da ciência, sem dar a menor pista se Roboman fugiu para as montanhas, se foi vendido como sucata, se optou pelo suicídio ou se foi transformado numa cafeteira!