domingo, 28 de fevereiro de 2010

Filmes que dão vergonha: SUPERGIRL (1984)


Nesse fim de semana eu resolvi rever o filme SUPERGIRL (1984), que comprei em DVD por uns trocos há tempos atrás.
Cara, por que eu me submeto a estes sofrimentos? Esse filme é ruim demais! Só pode ser pelo saudosismo, já que eu via esse filme quando criança nas costumeiras reprises do SBT. Mas tem coisas que merecem ser deixadas somente nas memórias da infância, aquela época doce e ingênua em que a pessoa consegue se divertir com as coisas sem exercitar qualquer juízo crítico mais apurado. Para quem não é incapaz para os atos da vida civil, gostar desse filme é muito, mas MUITO difícil.

Em síntese, a história do filme é a seguinte: Argo City é uma cidade kryptoniana de sobreviventes da destruição do planeta natal do Superman, onde vive a prima dele, Kara. Certo dia, batendo papo com um amigo, o cientista Zoltar, Kara descobre que ele pegou sem permissão o Omegahedron, uma esfera de poder que é a fonte de energia da cidade. Zoltar planeja devolver o artefato logo, mas Kara, brincando com os poderes do objeto, cria uma fissura na parede da cidade que faz o objeto ser arremessado no espaço sideral. Zoltar se compromete a ir atrás do objeto com sua nave, mas Kara rapidamente se enfia no veículo e sai atrás do Omegahedron por conta própria, seguindo a trajetória do artefato - que, É CLARO, cai na Terra! Puxa vida, mas que COINCIDÊNCIA, não é mesmo?!?


Por alguma razão inexplicável, Kara sabia que seu primo vivia aqui na Terra e, pelo jeito, sabia até que ele era um super-herói, pois já chega no nosso planeta vestida como uma versão feminina do Superman! E, já que ninguém se importa mesmo, o Omegahedron - vindo diretamente dos confins do espaço - vem a cair no potinho de maionese de uma maléfica feiticeira local de meia-idade chamada Selena, que estava fazendo um piquenique com seu mentor e amante, Nigel. Selena, que vive com uma amiga no interior do trem-fantasma de um parque de diversões abandonado (!), usa o poderoso artefato como um catalisador de suas bruxarias, e progressivamente se torna capaz de feitiços e invocações cada vez mais poderosos.


As dúvidas são tantas que não sei nem por onde começar, já que quase nada faz sentido nesse filme. A heroína Kara começa o filme na cidade kryptoniana de Argo City. Até aí tudo bem, está de acordo com o cânone das histórias em quadrinhos. Mas como é que ela sabe que seu primo Kal-El está na terra? E como é que ela vem para a Terra tão rápido? E como é que ela chegou aqui sabendo falar inglês, se já saiu adulta de Argo City? E da onde ela tirou a roupa quase idêntica a do Superman? Quem fez essa roupa pra ela? Será que ela pegou os filmes com Christopher Reeve em alguma locadora de Argo City e os assistiu em casa? E como é que ela faz para mudar a cor e o corte de seu cabelo toda vez que se disfarça de Linda Lee?

O resto da história do filme é um constrangimento sem igual, pois é basicamente uma disputa entre Supergirl e Selena por um sujeito musculoso que corta árvores sem camisa perto do internato no qual Supergirl está vivendo na Terra. Sério, o roteiro parece um devaneio romântico de uma adolescente de internato feminino: tirar o uniforme comportado de estudante, colocar uma mini-saia e uma blusa justinha, sair voando e disputar o amor de um bonitão com uma bruxa malvada e recalcada. Ai, meu SACO!

O filme é um spin-off da famosa cinessérie do Superman estrelada por Christopher Reeve, mas evidentemente foi um fracasso de bilheteria. Os produtores sonhavam com uma participação especial de Reeve como Superman, o que certamente daria um belo fôlego para essa joça de filme, mas o saudoso e eterno Superman sabiamente pulou fora dessa canoa furada. O único ator que conseguiram trazer foi Marc McClure, aquele bicho-da-goiaba que interpretava o Jimmy Olsen nos filmes do Superman, que aparece aqui reprisando seu papel de "foca" do Planeta Diário.

Apesar do resultado do filme ser um constrangimento generalizado, há alguns poucos aspectos positivos. Peter O'Toole está ótimo (e carismático, como sempre) na pele do tresloucado cientista kryptoniano Zoltar. A veterana Faye Dunaway tira o melhor possível de sua personagem lamentável e Helen Slater - além de personificar um verdadeiro sonho erótico nerd com aquela roupinha - tem o mérito de ter conseguido apresentar uma interpretação forte e convincente (a atriz chegou a ser indicada para o prêmio Saturn Award por sua atuação). 
 
Embora estas poucas qualidades tenham preservado o filme no coração dos fãs da mitologia do Superman, o melhor é deixar Supergirl como uma memória nebulosa da infância distante, de onde o filme parecerá infinitamente mais significativo do que realmente é.
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Após 497 reprises no SBT entre os anos 80 e começo dos 90, as autoridades mundiais se reuniram e decidiram banir o filme SUPERGIRL para a Zona Fantasma!

2 comentários:

Anônimo disse...

Menos. Trilha sonora ótima. Melhores cenas de voo do cinema(melhor que essa coisa digital de hoje em dia e com toda o charme que só uma mulher voando teria). Melhor versão feminina de um personagem de quadrinhos(Helen Slater é imbatível).Tem coisa que estraga(o babaquinha musculoso e a bruxa chata), mas se pensar direito, fizeram algo parecido no primeiro filme do Thor(que é o babaquinha musculoso e a Supergirl ao mesmo tempo com direito a artefato, no caso do martelo) perdido na terra.Aliás, essa história de artefato depois desse filme foi usado a exaustão(no filme do He-Man, no filme do Thor, nos Vingadores, no filme do Fantasma, etc).

Oliver Jones disse...


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