segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Compras, presentes & nerdices em geral

Uau, já estamos em 29 de dezembro, contando as horas para o Reveillón! Tá mais do que na hora de eu dar uma atualizada nesse negócio.

Bom, estou tirando umas "mini-férias" desde o dia 22 e vou nesse ritmo até o próximo dia 06 de janeiro. Não deu pra ir pra praia, acabei não me programando pra isso, mas quem se importa? A cidade vazia do jeito que está fica uma maravilha - exceto, é claro, pelo problema de eventualmente pretender ir num restaurante e dar de cara com ele fechado. Claro, o mar e as moças de biquini têm seu valor. Mas estou tão contente por ter uns dias totalmente livres para ler, ouvir música, ver filmes, dormir e jogar uns games que acabo não ligando.

No mais, sabem como é: no fim do ano, além de dar presentes, a gente começa a ganhar presentes ou a se dar alguns presentinhos. No final de novembro, comprei um notebook novo, um Compaq Presario C770BR, com processador Intel Core 2 Duo, 120gb de HD, 2 gigas de RAM, uma bela tela de 15 polegadas e saída para S-Video (o que vem a calhar para ver na minha TV da sala filmes e séries baixados da Internet).
Ótima maquininha, mas não para games de última geração, apesar das boas configurações. É que, como na maioria dos notebooks, a placa de vídeo dele é onboard, e simplesmente não tem como competir com a Geforce do meu PC doméstico, que roda com perfeição CRYSIS, GEARS OF WAR, BIOSHOCK e similares. Fui rodar o AGE OF EMPIRES III (que ganhei da Suzan de Natal) no notebook e, embora o jogo rode bem, a qualidade visual nem se compara com o que se vê quando rodo o game no meu PC "de mesa". Não tem graça jogar um game com visual "simplificado" tendo uma máquina que roda ele 100%, portanto meu notebook vai acabar ficando mesmo com os games não tão novos - e com os emuladores, é claro! Com a saída S-Video, dá pra jogar na TV praticamente toda a história dos videogames da segunda à quinta geração (ou, dito de outro modo, de 1978 a 1999).


Além do AGE III, ganhei da Suzan também o novo RED ALERT 3. Ainda nem instalei, porque AGE III e o COMMAND & CONQUER 3 estão roubando meu tempo no momento. Mas não vai demorar para eu me "grudar" nele, pois sou fã da série Red Alert há quase dez anos.

Falando em "nerdices", embora meu Game Boy Advance esteja basicamente aposentado desde que comprei o PSP no meio deste ano, comprei no Mercado Livre um cartucho EZ Flash IV pro GBA. Funciona de forma semelhante ao Flash Card que eu já utilizava no portátil desde 2004, mas a diferença é a capacidade de armazenamento. Enquanto que meu cartucho Flash antigo suportava 16 megabytes (o que equivale a dois ou três games médios de GBA), esse novo tem memória de 2 GIGAbytes, o que equivale a uns trezentos games médios de GBA. No momento, estou com mais de 200 jogos gravados no cartucho, o que seria uma coisa inacreditável há alguns anos atrás, praticamente andar com um console portátil acompanhado de virtualmente tudo de mais legal que foi lançado para ele durante seus anos de vida. O Flash IV só não é perfeito porque sua compatibilidade não é tão boa quanto a do meu Flash card antigo. Até o momento, já detectei mais de dez games incompatíveis com o novo cartucho. Mas, com centenas de outros funcionando legal, não dá nem pra reclamar.

Outro negócio bacana que comprei foi o livro ESCAPE FROM NEW YORK. É um troço raro pra caramba, que só consegui graças ao iniguilável site Estante Virtual, que rastreia buscas em centenas de sebos e lojas credenciadas. O livro é uma novelização - que só saiu nos EUA - de um dos meus filmes prediletos de todos os tempos, conhecido por aqui como FUGA DE NOVA YORK. Pelo pouco que li sobre o livro na Wikipedia, parece que ele até aprofunda um pouco a história em relação ao filme, com partes do roteiro que acabaram "cortadas". Fazia algum tempo que eu sabia da existência desse livrinho, mas jamais achei que iria conseguir botar minhas mãos nele. Palmas pro Estante Virtual! Ah, a capa do livro que aparece aí na foto pelo jeito é de outra edição do livro, porque a capa da edição que consegui é diferente e mais legal, mostrando Snake de costas olhando para uma rua sombria da cidade-prisão.

Ainda sobre livros, estou lendo os ótimos UMA BREVE HISTÓRIA DO MUNDO, de Geoffrey Blainey, e o TRILOGIA SUJA DE HAVANA, do Pedro Juan Gutiérrez. Esse último eu já tinha curiosidade de ler desde 2001, quando li uma interessante entrevista que o autor deu para a revista Playboy. Mas, pelo que pude ver, foi só esse ano que o livro veio a ser finalmente publicado aqui no Brasil.

No mais, o Natal foi ótimo - minha mãe fez uma ceia maravilhosa, e pra variar comi como um estivador - e esses últimos dias do ano estão sendo um ótimo descando, apesar do calorão que já começa a colocar as garras de fora. Até aproveitei para mandar a Mógui pra pet shop para ser tosada, para a coitadinha passar menos calor. Ela ficou um sarro, parece agora mais uma exotic short hair do que uma persa himalaia hehehe. Mas, aparentemente, ela gostou de ter seu "casaquinho" tirado para o verão.

Após a virada do ano, é claro, postarei a Tradicional Mensagem de Ano-Novo da Cripta do Caveira hehehe.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Cyndi Lauper em Porto Alegre!

SURREAL. Essa talvez seja a melhor palavra para definir o que foi ver Cyndi Lauper ao vivo no Teatro do Bourbon Country de Porto Alegre no último dia 19/11. Mais do que mera nostalgia ou moda retrô, ver a musa pop dos anos 80 com a mesmíssima voz de vinte e cinco anos atrás (e com um visual inacreditável para seus 55 anos de idade) foi mais do que um "revival": foi como se subitamente todos tivessem sido transportados para 1987 e estivessem assistindo a um show da cantora no auge de sua popularidade.

O show já começou bem com o antigo hit Change Of Heart. Depois vieram duas faixas do mais recente álbum de Cyndi ("Bring Ya to the Brink"), Set Your Heart e Grab a Hold.

A alegria de conferir Lauper de pertinho e o assombro de conferir como a cantora parece ser dez ou quinze anos mais jovem do que é deu lugar a euforia nos primeiros acordes da clássica When You Were Mine tocada em versão bem rock n'roll, inclusive com Cyndi tocando guitarra base. Neste mesmo esquema, a banda emenda outro hit famoso, She Bop. A essa altura, se o show tivesse terminado aí, já teria valido o ingresso.

A sonoridade bem rock que deu o tom na maior parte do show cedeu espaço por alguns instantes para a execução de mais dois sons novos de Lauper, Echo e Into The Nightlife, que flertam com dance music e contaram com um som mais "sintetizado" por parte da banda. Por mais que esse tipo de som não faça o meu estilo, impossível não deixar de tirar o chapéu para a voz sempre perfeita da cantora.

Essa parte mais "pista de dança" do show foi bastante breve, dando lugar a uma sequência quase infartante de hits incríveis, começando com All Through The Night e culminando na espetacular I Drove All Night, na qual Cyndi mostrou porque foi e continua sendo a melhor vocalista pop das últimas três décadas. Sua performance foi de levantar os mortos.

O resto do show foi basicamente uma euforia continuada - simplesmente um clássico absoluto do pop oitentista atrás do outro: Money Changes Everything, Time After Time, o hino Girls Just Wanna Have Fun e a climática True Colors (que chegou a ser coverizada por Phil Collins, com um resultado incomparavelmente inferior ao original).


Cabe destacar que, mesmo estando há uma década e meia sem estourar grandes hits no topo das paradas como fazia no passado, o público de Cyndi se reciclou bastante, até em virtude dos hits antigos, que estão permanentemente sendo descobertos por novos fãs. Quem achou que a platéia estaria cheia de gente de 30 a 50 anos quebrou a cara, pois era grande a quantidade de jovens que sequer eram nascidos na época do auge de Lauper.

Uma coisa impressionante no show da capital gaúcha é que o público das primeiras fileiras levou cartazes e berrou pedidos desde o começo do show, e como resultado a banda tocou um número impressionante de músicas que não estavam no setlist original. Entre elas, Shine e Rain on Me (loucamente solicitadas o tempo todo pela galera da frente), a bacana e pouco conhecida Sisters of Avalon, Fearless, I'm Gonna Be Strong (que é praticamente um solo de vocal de Cyndi e deixou novamente todo mundo com o queixo no chão diante da performance inacreditável da cantora) e, finalmente, a clássica The Goonies 'R' Good Enough, música tema do filme "Goonies", um dos mais queridos filmes dos anos 80. Muitos dos presentes, na faixa dos trinta anos ou mais, voltaram a ser crianças e cantaram a música a plenos pulmões.

Ver Cyndi Lauper ao vivo, com a eterna voz de adolescente, é o reencontro definitivo da "geração 80s" com o seu rosto mais marcante. E constatar que a cantora continua no auge de seus dons vocais, bela e cheia de vitalidade é uma satisfação sem igual para essa já mencionada turma, na qual evidentemente se inclui o autor dessas linhas.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

REM em Porto Alegre! Grande banda, grande show!

Ainda me recordo como me tornei fã do REM. Em algum período entre 1996 e 1997, eu estava revendo, em VHS, o filme INDEPENDENCE DAY, que na época era um recente blockbuster hollywoodiano. O filme tinha uma historinha ridícula até dizer chega, mais furada que cueca de mendigo, mas era divertido e se destacava pelos efeitos visuais impressionantes para a época.

Bom, acontece que logo no começo do filme, quando uns cientistas estão matando tempo jogando mini-golfe num telescópio, pouco antes de detectarem os primeiros sinais das naves alienígenas, eis que a música de fundo que os personagens estão ouvindo me pareceu bastante interessante, além de irônica, pois dizia claramente "it's the end of the world as we know it", o que em síntese é um resumo do roteiro do filme.

Sanei minha curiosidade dando uma olhada nos créditos finais do filme, e vi que a música se chamava precisamente "It's the End of the World as We Know It (And I Feel Fine)", tocada por uma banda que nunca tinha chamado minha atenção: REM.

Fui em algumas lojas de discos, mas nunca conseguia descobrir de qual disco essa música era (lembrem-se que o ano era 1996 ou 1997, eu ainda nem tinha Internet em casa!). Até que um dia eu achei o álbum, numa locadora de discos (céus, isso ainda existe?) de Porto Alegre chamada CD Express. O álbum era "Document", lançado em 1987. Aluguei o CD e gravei ele inteiro numa fita K7 em casa (pensando nisso hoje em dia, parece que faz cem anos, e não apenas dez). E até hoje "Document" é o meu álbum favorito do REM.

Curti muito o álbum, tanto que "The One I Love", clássico da banda presente nesse álbum, foi a primeira música que aprendi a tocar no violão quando eu estava aprendendo meus primeiros acordes, mais ou menos nessa mesma época. E, como é natural, em seguida acabei caindo no álbum mais comercialmente bem sucedido do grupo, "Out of Time".

Depois, no último ano do segundo grau na escola, lembro de ter curtido a música "Daysleeper", então um lançamento do disco mais recente dos caras até então, "Up" de 1998. E curti muito também o "Reveal" de 2001, sendo que posteriormente vim a conhecer melhor outros álbuns mais antigos, especialmente o excelente "Automatic for the People", de 1992.

Bom, mas disco vai e disco vem, a verdade é que sou fã do REM há mais de dez anos. Diante disso, não pude perder o show dos caras, que surpreendentemente resolveram dar as caras em Porto Alegre, e o fizeram num show sensacional.

O setlist foi muito bom e muito generoso, com nada menos do que 25 (sim, VINTE E CINCO) músicas em duas horas de show. Numa época em que muito artistinha "teen" por aí faz shows de uma hora ou um pouco mais, é sempre bacana ver uma banda de veteranos tocando ao vivo por duas horas a fio. Todas as "confirmadas" deram as caras, incluindo as clássicas "Drive", "The One I Love", "Everybody Hurts" e "Losing My Religion", passando por músicas mais recentes mas que já se tornaram clássicos também, como "Imitation of Life" (de 2001) e incluindo as músicas que abrem o excelente último álbum dos caras, "Accelerate". Desse álbum, os caras abriram com a ótima "Living Well is the Best Revenge" e depois tocaram ainda "Man Sized Wreath", "Hollow Man" e "Supernatural Superserious".

Para minha alegria, o álbum "Document" foi bem lembrado, inclusive com a presença inesperada de "Disturbance at the Heron House" (jamais esperaria ouvir essa faixa ao vivo), além da minha preferência pessoal "It's the End of the World as We Know It" e da já referida "The One I Love".

"Man on the Moon" foi a música que fechou o show. É uma das minhas músicas favoritas da banda e confesso que, naquela altura, eu já estava com medo de que não iriam tocá-la.

Algumas pessoas reclamaram do som. Confesso que, quando entrei no estádio, ainda estava tocando a banda de abertura Nenhum de Nós, e o som dos caras estava excelente. Quando o REM entrou, o som estava nitidamente pior do que o da banda de abertura, inquestionavelmente mal regulado mesmo. Mas entre a segunda e terceira música tive a impressão de que os problemas estavam resolvidos, e o som estava muito bom de onde eu estava, sentadão lá na arquibancada no fundo.

Ainda sobre a banda, não dá pra deixar de observar que Michael Stipe é um assombro ao vivo. O careca magrelo tem uma voz fenomenal e se vê que ele não recorre a nenhum recurso especial em estúdio, pois sua performance não fica devendo nada para o que se ouve nos discos.

E cabe registrar a alegria da banda - formada por Democratas de longa data - com a eleição de Barack Obama para a presidência dos EUA. Stipe falou várias vezes de seu contentamento, e de que aquele era o primeiro show que estavam fazendo após a confirmação da notícia. Imagens de Obama apareceram nos telões também. Um fã levou para o show um cartaz com os dizeres "We Are Obama Too", e Stipe pediu, no meio do show, pro cara alcançar o cartaz para ele, que o exibiu de cima do palco para todo mundo. Memorável.

O show foi bastante calmo, ainda mais para um sujeito como eu, acostumado com o público de shows de heavy metal. Achei até que o pessoal conhecia pouco do som da banda, reservando uma resposta mais visceral apenas nos hits tremendamente conhecidos, como "Imitation of Life" e outros som mais antigos. De qualquer forma, a alegria era geral e a escolha do estádio do São José se provou boa, pois o local é realmente bom para shows, com acesso fácil e tranquilo, sendo provável que venha a receber mais bandas no futuro próximo.

O REM é uma das melhores bandas de rock da atualidade. Eu descobri isso há mais de dez anos, era verdade naquela época e continua sendo agora, em 2008, fato que este histórico show de Porto Alegre só veio a confirmar.

domingo, 2 de novembro de 2008

RECAPITULANDO 2008

Tá certo que acabamos de entrar em novembro e que, portanto, é cedo para retrospectivas e coisas do tipo. Mas com a mudança do fotolog antigo pro atual blog, metade do meu ano de 2008 ficou no site antigo, e resolvi trazer todos os posts de 2008 de lá pra cá, pra deixar a coisa um pouco mais organizada e até pra já ir rememorando as coisas mais legais do semestre passado ...

MEMÓRIAS ESPARSAS DE UM ANO QUE NÃO EXISTIU ...

(publicado originalmente em 08/01/2008)

É só agora, em 08 de janeiro de 2008, que tardiamente apresento a minha tradicional mensagem de fim de ano do blog (já é quase tão consagrada quanto a Missa do Galo e o Especial de Fim de Ano do Roberto Carlos).

Desde fins de fevereiro de 2007, estive vinculado ao curso de dois semestres da Escola Superior da Magistratura da AJURIS, em Porto Alegre. Foram 5 horas/aula todas as noites, de segunda à sexta, e mais 5 horas/aula em sábado de manhã. O curso todo representa 1000 horas/aula. Estive nesse ritmo, quase que ininterruptamente, ao longo de onze meses.

Somado ao meu trabalho, esse curso fez o ano de 2007 ser virtualmente inexistente para mim.

Mal tenho memórias do ano que passou. Asseguro que foi um choque olhar no calendário e ver que estávamos em dezembro. Lembro de algumas coisas, aqui e ali, ocorridas em janeiro, outras em abril, algumas em julho e setembro. Acho que vivi em condição análoga a de um zumbi na maior parte deste ano.

Comprei alguns videogames antigos para a minha coleção de velharias. Todos estes aparelhos, velhos ou novos, basicamente não fizeram outra coisa senão pegar pó no meu apartamento. Praticamente não saí com meus amigos, não tive tempo livre com a Suzan também. Baixei muita música, mas ouvi pouco. Pelo menos mantive viva minha querida banda de rock, a Doutor Phibes.

Mas o aninho fumeta finalmente acabou. E 2008 vai ser muito melhor, isso é um compromisso que eu imponho para mim mesmo.

Não me arrependo de ter optado por este 2007 alienante-estafante-estressante-esgotante. Sou partidário da filosofia "no pain, no gain". Mas confesso que não teria aguentado nem mais um mês naquele ritmo.

Ano que vem pretendo continuar estudando diariamente de três a quatro horas por dia. Mas em casa, sem ficar duas horas e meia por dia na estrada. Não me entendam mal, meu problema não é com o "estudar", mas sim com o "estar ausente da própria vida em caráter permanente".

Meus planos para o novo ano que está começando: muito estudo e muito trabalho. Mas com a Suzan, com amigos, com videogames, com filmes, com livros que não sejam necessariamente de Direito, com cerveja, jantando num horário normal, podendo assistir o Jornal Nacional quando der vontade, com alguns passeios aqui e ali, com um pouco de praia. Nenhuma pretensão muito bizarra, como podem ver. Acho que, em termos de necessidades básicas, estou dentro da normalidade dos símios superiores.

Eu preciso começar a fazer algum exercício, também, e perder uns quilos. Mas isso já é outra história.

Para quem porventura venha a ler essas linhas: espero que você, como eu, já tenha se dado conta de que nós só somos imortais por um tempo limitado, como diria o Rush.

Um 2008 de muita felicidade para todos - como sempre, de preferência, comigo aí incluso.

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THE OFFICE

(publicado em 30/01/2008)

Na semana passada a Suzan apareceu em casa com um DVD de The Office, série da qual já tinha ouvido falar bem mas ainda não conhecia.

Resultado: virei fã de uma série de TV pela primeira vez desde LOST em 2006 e pela segunda vez desde SMALLVILLE (da qual mais tarde eu enchi o saco) no já longínquo ano 2000.

Eu geralmente não tenho saco pra séries de TV, e não gosto daquelas sitcoms de situações forçadas na quais os personagens são grotescamente malucos e às voltas com situações exageradamente bizarras no estilo "oh, ha ha, como eu sou pinel!". Mas THE OFFICE tem um raro equilíbrio entre humor eficiente, situações constrangedoras porém verossímeis, criatividade e sensibilidade. Os ótimos roteiros e gags aparecem protagonizados por personagens que lidam com as mais típicas agruras e conflitos humanos, sendo radicalmente diferentes entre si mas perfeitamente dentro da média das pessoas que caminham por nossas cidades. Para completar, há um perfeito equilíbrio entre humor e um pouco de drama, o que só serve para deixar os personagens ainda mais tridimensionais e palpáveis.

Além de todas estas qualidades, é preciso acrescentar ainda o talento inquestionável de todos os atores, especialmente do protagonista Steve Carell - na pele do diretor regional da empresa em que todos trabalham - além de John Krasinski (ótimo como o "tirador de sarro" Jim), Jenna Fischer como Pam e Rainn Wilson como Dwight, o cara mais chato do escritório, um nerd puxa-saco, autoritário e ultracompetitivo - porém indiscutivelmente bem intencionado.

Enfim, não é por nada que eu assisti todos os dezoito episódios da segunda temporada de The Office em DVD no espaço de apenas uma semana.

Ah, e a música-tema, além disso, logo não sai mais da cabeça ...
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O QUE EU FIZ NO FERIADÃO DE CARNAVAL

(Publicado em 06/02/2008)

- Assisti a primeira temporada de THE OFFICE em DVD (e mais metade da terceira);

- Vi dois filmes novos (em DVD, ídem). Um muito bom ("O Último Rei da Escócia") e um muito chato ("Maria Antonieta");

- Comprei cinco cartuchos de Mega Drive de uma locadora aqui de Novo Hamburgo: Clayfighters, The Simpsons - Bart's Nightmare, Star Trek the New Generation, Sonic Spinball e Shadow of the Beast. Nenhum megaclássico, é verdade, mas sendo todos originais com caixinha a R$ 5,00 (sim, cinco reais) cada um, não posso negar que foi uma vantajosa adição de velharias para a minha coleção de consoles antigos;

- Dormi na rede, na sacada, durante uma baita chuva (só de lembrar fico com sono ...);

- Comi bolinhos de chuva deliciosos feitos pela Suzan;

- Dei uma passeada no Iguatemi e no Bourbon Country em POA e comprei a nova edição (com nada menos do que 3 DVDs!) do Blade Runner, meu filme favorito de todos os tempos (evidente que, tão logo cheguei em casa, me atirei no sofá pra ver a nova Final Cut do diretor Ridley Scott);

- Tracei um churrasquinho em Dois Irmãos;

- Comi uma quantidade não recomendada de congelados de preparo instantâneo ao longo de todo o feriado;

- Dormi em todas as oportunidades que tive de fazê-lo;

- Fiquei deliciosamente atirado em casa como se fosse um pano de cobrir sofá;

- Obtive sucesso em não ter um ataque epiléptico aguentando as batucadas e gritarias de desfiles de escolas de samba há uma quadra do meu apartamento, durante toda a noite e madrugada adentro!
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E COMEÇOU A 4ª TEMPORADA DE LOST

(Publicado em 11/02/2008)

Em fevereiro de 2006 eu estava passando um fim de semana em Torres com a Suzan. Na nossa última noite de praia, vendo televisão no hotel, colocamos na Globo e estava passando uma coisa que parecia um filme ruim de sobreviventes numa ilha.

Começamos a olhar um pouco aquele negócio, na falta de coisa melhor, e com o passar dos minutos fomos vendo que a historinha era interessante. E as atuações eram bacanas. E que rolava um mistério do caramba. E aí caiu a ficha: "ah, isso aí deve ser o tal do LOST! Andam falando bem desse troço, ganhou até um Emmy ou coisa parecida!".

Sim, era LOST. A Globo estava exibindo toda a primeira temporada, "corrida", todas as noites de segunda à sexta, com um episódio por dia. E estávamos assistindo ao episódio piloto.

Assistimos avidamente a primeira temporada na Globo, dublada e com comerciais, ao longo de três semanas. Pouco depois, a segunda temporada começou a ser exibida por aqui no canal AXN. E daí nós já éramos Lostmaníacos de carteirinha.

Desde o começo da segunda temporada, desistimos de esperar uma semana pelos episódios no AXN e passamos a baixar os episódios na Internet, tão logo passavam nos EUA. Nesse ritmo vimos a segunda temporada e, em 2007, a terceira - que foi meio decepcionante no começo mas logo "entrou nos eixos".

Agora no final de janeiro começou a 4ª temporada nos EUA. Já vi os dois primeiros episódios, e o mistério está cada vez maior. Aparentemente, o mundo foi levado a crer que o avião Oceanic 815 caiu no mar e que todos os passageiros morreram. Um aparente grupo de resgate chega à ilha mas logo fica claro que eles não estão ali exatamente para resgatar ninguém. E loucuras fantasmagóricas continuam rolando solta na sinistra cabana de Jacob, o personagem mais enigmático da série ao meu ver.

LOST estava agendando para ter mais 3 temporadas (4ª, 5ª e 6ª) com 16 episódios cada. Mas a atual greve dos roteiristas em Hollywood "trancou" a produção de episódios, e é possível que esta temporada termine tão somente com os 8 episódios já gravados (talvez mais dois ou quatro, se a greve terminar logo). Ainda assim, os produtores da série garantem que até 2010 nós finalmente saberemos o que diabos acontece naquela ilha do capeta.

Eu acho bom explicarem todas estas tretas direitinho, tintim por tintim. Senão eu vou pros EUA e mato o J.J Abrams!!
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SOMEWHERE BACK IN TIME TOUR: um sonho realizado.

(Publicado em 04/03/2008)

Amanhã à noite verei o IRON MAIDEN em Porto Alegre, no Gigantinho.

Evidentemente, estou contando as horas! Afinal, sou um fã inveterado da banda há nada menos do que quatorze anos, desde o já longínquo ano de 1994. Outra hora eu conto aqui no blog como virei fã dessa verdadeira instituição do rock pesado.

Já tive a oportunidade de ver o Maiden anteriormente há quase dez anos atrás, em dezembro de 1998, em Curitiba, quando os caras estavam na tour do álbum Virtual XI.
Foi um baita show e um dos Grandes Momentos da Minha Adolescência, mas não dá pra comparar aquele momento da banda com o atual. O vocalista da banda naqueles tempos era o Blaze Bayley, que simplesmente não tinha os predicados necessários para segurar os clássicos da banda ao vivo com a necessária qualidade, embora naquela noite tenha feito um show irrepreensível, que inclusive foi transmitido ao vivo, na íntegra, pela MTV na época.

Apesar destas limitações, Blaze jamais mereceu toda a achincalhação e críticas que recebeu enquanto esteve na banda, na medida em que estas não se deram por ele ser um vocalista "ruim", mas sim porque estava sendo comparado com Bruce Dickinson, uma das melhores vozes da história do heavy metal.

Bom, mas além de Bruce de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído, a formação do show de amanhã difere daquela que vi há dez anos também devido à presença de Adrian Smith, guitarrista da formação clássica da banda nos anos 80 e que, assim como Bruce, esteve ausente da banda na maior parte da década de 90. Adoro o estilo de cantar, compor e tocar de Smith, e pra mim certamente será incrível ver o cara ao vivo desossando com o "Maidão".

Pra finalizar, mais um detalhe: a tour que vi em 1998 era calcada nas músicas do álbum mais recente da banda até então, Virtual XI. A tour atual, SOMEWHERE BACK IN TIME TOUR, não está aqui para promover nenhum álbum de estúdio, mas sim para homenagear a fase oitentista da banda. Em outras palavras, o setlist é calcado no clássico LIVE AFTER DEATH, o mais célebre registro ao vivo da banda (e também o álbum que me transformou num fã de Iron Maiden). Enfim, o show será um verdadeiro best of da mais grandiosa fase da banda.

De fato, a vida tem seus momentos especiais.

UP THE IRONS!
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MARÇO E ABRIL EM REVISTA

(Publicado em 11/04/2008)

Bom, desde a véspera do show do Iron Maiden eu não escrevo mais no blog. Estive bastante ocupado com uma série de coisas, então vou fazer uma versão resumida do que rolou no último mês:

* o show do IRON estava mesmo espetacular, como já era de se esperar. Bruce Dickinson canta que é um assombro, a banda mostra no palco um vigor impressionante (principalmente se levarmos em conta que os músicos são um bando de cinquentões) e o setlist era simplesmente um sonho realizado, tendo como "espinha dorsal" as músicas do clássico álbum LIVE AFTER DEATH. Só não foi um show perfeito porque a Opinião Produtora, num gesto escandoloso de desrespeito aos presentes, superlotou o Gigantinho com pelo menos 3000 pessoas a mais do que o lugar comportaria. Resultado: um número incrível de pessoas passando mal, muito empurra empurra, multidões tendo que sair sem ver o show e muita dificuldade pra conseguir ver a apresentação numa boa. E isso pra não falar dos inúmeros furtos de celulares. Uma vergonha. Até o próprio MAIDEN, logo depois da primeira música, percebeu que o lugar esteva indecentemente lotado (e que era um forno fechado), sendo que Bruce "solicitou" ao público que cuidassem com as pessoas ao lado caso estas passassem mal. É foda. Muita gente andou se organizando até no sentido de processar a produtora pela forma absurda como produziu esse show. Fora estes incovenientes, foi naturalmente um show antológico!

* Troquei meu PC. Resolvi investir numa máquina apta a rodar os últimos lançamentos em games e, para tanto, montei as configurações do computador com base na configuração recomendada para rodar o game CRYSIS, que atualmente representa a vanguarda tecnológica em termos de gráficos e consumo de recursos do computador. No momento estou jogando CRYSIS e GEARS OF WAR (não resisti e comprei os dois) em 1280x1024 com visual de botar um XBOX 360 no chinelo e não quero mais nada da vida.

* Por fim, temos um novo membro na nossa família: minha gatinha MORGANA, que entrou nas nossas vidas no último dia 13 de março. Quatro semaninhas se passaram e eu já sou completamente bobo por esse bichinho.

* De resto, a vida continua mais ou menos na mesma ... trabalhando, estudando. É nóis na fita.

Voltarei a atualizar este meu pequeno e solitário diário eletrônico com mais frequência (assim espero, pelo menos).


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MISFITS EM PORTO ALEGRE (18/05/2008)

(Publicado em 20/05/2008)

E eis que o Misfits volta a Porto Alegre como trio, pela terceira vez (a outra foi em 2003). E o que se viu é que Only & Cia arregaçaram as mangas para calar a boca dos críticos de plantão de uma vez por todas.

Primeira diferença: a consistência do setlist e da formação. No lugar daquele circo festivo que envolvia Marky e pérolas dos Ramones, o Misfits voltou a prezar pela sua identidade e conta com Robo, um dos antigos bateristas da banda, novamente no comando das baquetas. Dez Cadena continua não sendo um Doyle no aspecto visual, e investe menos numa sonoridade característica de guitarra do que Doyle fazia. Ainda assim, seu visual morto-vivo e precisão na maior parte das músicas mostram que ele se integrou decentemente no Misfits do século XXI.

Mas a grande surpresa do Misfits atual é mesmo o bom e velho Jerry Only. Meus amigos, vocês não têm idéia de como esse sujeito melhorou nos vocais! Sua performance esgoelada, desafinada e sem fôlego de 2001 foi substituída por uma atuação irretocável, precisa e que manteve o nível do histórico da banda ao vivo. Digo para vocês, com absoluta certeza, que Only está cantando muito melhor do que Myke Hideous, o vocalista temporário que veio para o Brasil com banda na tour do álbum American Psycho em 1998. Only executou duas dezenas de clássicos do Misfits com a mais absoluta perfeição, não deixando nada a desejar a qualquer registro ao vivo da banda em qualquer época. Foi de tirar o chapéu. O baixista já tinha exibido um bom potencial como cantor no bom álbum Project 1950, mas todo mundo sabe que em estúdio é muito fácil fazer bonito. O desafio real para um vocalista é encarar uma performance ao vivo, e jerry Only - do alto de seus 47 anos de idade - cumpriu a tarefa com louvor.

O setlist do show foi uma diversão à parte. O célebre tema do clássico de horror Halloween começa a tocar anunciando a banda, e um minuto depois o trio entra em cena desossando sua música de mesmo nome, uma de suas músicas mais antigas. Na sequência, diversas pérolas do Misfits "fase Danzig", executadas furiosamente na maior velocidade possível, com destaque para hinos do horror punk como "20 Eyes", "Hybrid Moments", "Horror Hotel", "Hollywood Babylon", "Attitude", "Earth A.D", "Angelfuck" e a maravilhosa "Some Kinda Hate", que fez todo mundo pular e cantar ensandecidamente.

A parte do setlist dedicadas às velharias clássicas dá lugar ao som dos primeiros acordes de "The Abominable Dr.Phibes", seguida de "American Psycho", "Walk Among Us" , "From Hell They Came" e da sensacional "Dig Up Her Bones", que é indiscutivelmente a mais clássica música do Misfits dos anos 90. A euforia com a qual esses sons do álbum American Psycho de 1997 foram recebidas pelo público presente mostra que a banda tem o mérito inegável de ter reciclado o seu público. Que o diga o público presente, constituído majoritariamente pela garotada de 15 a 18 anos. A maioria dos presentes neste show do último dia 18/05 certamente era recém saída do jardim de infância quando eu vi o Misfits pela primeira vez ao vivo em 1998 - e a banda já era velha naquela época!

Depois dos sons do American Psycho, a banda emendou algumas músicas do álbum seguinte, Famous Monsters: "Kong at the Gates", "Forbidden Zone", "Crawling Eye" e "Helena". Muita gente contava com a presença da popular baladinha-terror "Saturday Night", mas essa infelizmente ficou de fora do setlist. Por fim, a banda ainda apresentou mais alguns clássicos da fase Danzig, incluindo a célebre e famosa "Last Caress" (amplamente coverizada ao vivo e em estúdio pelo Metallica, dentre outras bandas) e "Die Die my Darling" (outro tema que ganhou notoriedade por causa do cover feito pelo Metallica).

Ao longo do show, foram tocadas ainda duas ou três músicas da Black Flag (antiga banda punk da qual participaram Dez Cadena e Robo), com destaque absoluto para a divertidíssima "Rise Above".

O show de Porto Alegre lavou a alma dos fãs do Misfits. Foi uma oportunidade admirável, quase sem paralelos, de testemunhar ao vivo a performance de alguns dos últimos representantes do legítimo punk rock de primeira geração. São poucos os autÊnticos pioneiros do gênero que continuam vivos e na ativa. Esta foi a quarta vez que eu vi Only & Cia ao vivo em dez anos, e estou aguardando ansiosamente não só por um novo álbum de inéditas da banda, mas também pela oportunidade de ouvir esses clássicos do horror ao vivo pela quinta vez. Afinal de contas, WE ARE THE FIEND CLUB!
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PAULEIRAS DO CAVEIRA

(Publicado em 16/06/2008)



Baixei uma cacetada de coisas legais nas últimas semanas:

* LUCIFUGE (1990) e HOW THE GODS KILL (1992), ambos do DANZIG.

* THE ULTRA VIOLENCE (1987), ACT II (1990) e KILLING SEASON (2008), do DEATH ANGEL.

* THE FORMATION OF DAMNATION, o novo álbum do TESTAMENT!

* CHRIST ILLUSION (2006) do SLAYER.

* EDUCATED HORSES (2006) e ZOMBIE LIVE (2007) do ROB ZOMBIE.

* BAT OUT OF HELL III (2006) do MEATLOAF.

* GORGEOUS FRANKENSTEIN (2007), da banda de mesmo nome.

Ainda tenho muito o que ouvir do novo disco do Testament, mas já deu pra ver que está demolidor. Cada vez gosto mais desses caras, uma das melhores bandas Thrash da história sem sombra de dúvida!

Apesar de eu amar profundamente o trabalho do MISFITS da era-Danzig, nunca fui muito fã da carreira solo do cara. Mas esses álbuns mais antigos são bem legais, com vários sons que merecem uma boa conferida.

O DEATH ANGEL foi uma descoberta nova pra mim. Estava lendo a última ROADIE CREW, de bobeira, e vi os caras do Testament citando a banda numa entrevista. Fui baixar material dos caras e descobri que, apesar de um ser um fã de Thrash Metal, não conhecia nada desse belo exemplar do estilo. Vou ouvir muito essa merda aí, com certeza! O material mais novo dos caras parece bem foda, e o antigo é bem na linha Metallica dos tempos do Kill'em All. Prato cheio pro tio aqui!

Ouvi pouco do resto, de modo que por hora vou me abster de maiores opiniões.

Ah, baixei também um catadão recente, lançado em 2007, chamado THE LOST TRACKS OF DANZIG. Mas não ouvi nada desse troço ainda.

Tudo muito bom, tudo muito bonito, mas é claro que a grande notícia dos últimos dias foi a divulgação do nome do novo álbum do METALLICA, que se chamará DEATH MAGNETIC! Mas AH título foda, hein? Esse disco tá com jeito de que vai matar a pau! Ouvi uns 20 segundos de uma música num videozinho oficial liberado pela banda e já deu pra sentir que o material novo promete! O difícil vai ser aguentar no osso até setembro para ouví-lo ...

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MAIS PODREIRAS DO CAVEIRA

(Publicado em 09/07/2008)

Não dei conta de ouvir 25% dos últimos álbuns que eu tinha baixado recentemente e, nas últimas duas semanas, baixei mais uma porrada de coisas porradas:

* DEATH - Scream Bloody Gore

* CANDLEMASS - Epicus Doomicus Metallicus (já fazia mais de dez anos que eu tinha curiosidade de ouvir esse troço, muito bom!)

* DEICIDE - Legion

* EMPEROR - Anthems to the Welkin at Dusk (contém a minha música black metal favorita, a "modesta" e "despretensiosa" The Loss and Curse of Reverence.

* MORBID ANGEL - Altars of Madness (Chapel of Ghouls é muito foda!)

* CANNIBAL CORPSE - Tomb of the Mutilated; Butchered at Birth e Kill. Não sou um grande fã de death metal (meu negócio é mais thrash), mas como todo mundo paga um pau federal pro Tomb of the Mutilated, resolvi dar uma conferida. Se bem que, para quem é fã de arte de horror, o Cannibal vale só pelas letras e pelas capas obscenamente cruéis.
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A CRIPTA DO CAVEIRA MUDOU DE ENDEREÇO!!!

(Publicado em 29/07/2008)


Atenção para o novo endereço da CRIPTA, pessoal:

http://caveirascrypt.blogspot.com/

Salvem em seus bookmarks.

Não haverá mais atualizações neste endereço do Fotolog.

O novo blog está bem mais legal, portanto, confiram!
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Buenas, e disso aí emenda com o primeiro post aqui já no novo endereço. Agora os posts de 2008 pelo menos estão todos aqui no mesmo blog, diminuindo a confusão das minhas memórias de uma passado recente e salvando a cronologia da coisa toda, o que é muito importante para virginianos loucos, obssessivo-compulsivos, metódicos e insones como o autor destas linhas ...

Fazendo test drive no NINTENDO DS

Estou há três semanas aqui com o DS, videogame portátil da Nintendo, que me foi emprestado pelo Marcelo - que por sua vez pegou emprestado meu PSP. Um verdadeiro escambo de consoles, portanto hehehe.

Na comparação com o PSP, o DS apresenta games menos complexos do ponto de vista audiovisual. O console apresenta gráficos que são uma espécie de mistura entre Nintendo 64 e Playstation-1. Mas o grande barato é o fato de ter duas telas - que nem aqueles minigames "game and watch" que a Nintendo vendia nos anos 80. E a tela inferior é sensível ao toque, adicionando algumas inovações bem bacanas em certos jogos.

Acho que o título que mais joguei foi NEW SUPER MARIO BROS. Joguei este até terminá-lo. Pelas minhas contas, ele é o primeiro game do Mario no estilo 2D clássico desde Super Mario Land 2, lançado em 1992 (!) para o Game Boy. O jogo presta escancarada homenagem aos clássicos games Super Mario Bros e Super Mario Bros 3 do NES, dos quais tira praticamente toda a sua jogabilidade, design de fases, mapas e concepção de chefes e sub-chefes de fase. E tudo isso em side-scrolling lateral, mas com os personagens construídos em modelos 3D, resultando num visual ao mesmo tempo clássico e inovador, muito mais dinâmico, colorido e vivo do que os games das décadas passadas. É o tipo de game que já nasce um clássico. A Nintendo sempre capricha imensamente nos games da série Mario, e dessa vez não foi exceção.


Tanto quanto o New Super Mario, o outro game que me fisgou completamente foi CONTRA 4. Eu sou um fã alucinado da série "Contra" desde que joguei pela primeira vez SUPER CONTRA do NES, o que imagino que tenha sido entre 1992 e 1994. É uma das melhores e mais legais séries de games de ação e tiroteio "side scrolling" da História, mas a verdade é que a série já não contava com nenhum grande lançamento seminal pelo menos desde Contra - The Hardcorps, lançado para o Mega Drive em 1994.

Agora, DEZESSEIS ANOS depois do Contra III - The Alien Wars, finalmente sai a continuação direta daquele clássico do Super Nes. E o jogo ARREBENTA, é legal demais! Gráficos 2D caprichadíssimos, ação rápida, fases e inimigos super criativos e muitas homenagens aos games anteriores da série - além de um uso dinâmico e legal das duas telas - resultam num CONTRA que faz jus ao nome e que é capaz de levar os jogadores da velha guarda às lágrimas! QUE JOGÃO de ação! Vale à pena ter um DS só pra jogar CONTRA 4 ...


Outro game do DS que curti muito foi o CALL OF DUTY 4. Antes de conhecer esta versão, eu era meio cético sobre adaptar um game animalesco do PC/Xbox-360/Playstation 3 para o modesto hardware do DS. Mas o resultado ficou muito legal, e tudo por causa da ótima jogabilidade. O visual é de game de PsOne, mas o que mata a pau é o lance de controlar a visão do personagem com a caneta stylus, na tela inferior do aparelho. Isso dá uma sensibilidade comparável ao uso do mouse em games do estilo para PC, o que é notável quando se trata de um portátil, pois normalmente games de tiro em primeira pessoa para portáteis sofrem sérios problemas de jogabilidade. Ótimo título, realmente uma conversão única e inteligente.

Me impressionei também com o Ninja Gaiden - Dragon Sword. Esse é MUITO criativo: é pra jogar com o DS de lado, como se fosse um livro, e toda a ação se desenrola na tela inferior, usando-se a caneta stylus para mover o personagem e para fazer todos os ataques. O resultado é uma jogabilidade dinâmica e única. E o jogo ainda tem gráficos muito bons, comparáveis ao que de melhor se viu no PsOne, e cujo visual fica ainda melhor graças às telinhas pequenas do console. Um jogaço, que deveria inspirar mais títulos semelhantes para o DS.


Outro game que curti foi o DEMENTIUM - THE WARD. O jogo é uma espécie de Silent Hill, no qual você controla, com visão em primeira pessoa, um sujeito que aparentemente estava internado num hospício que, subitamente, vira um pesadelo, sendo tomado por aparições bizarras, zumbis e criaturas diabólicas variadas. O visual é um pouco pobre, com cenários repetitivos, que lembram os gráficos de games de PC por volta de 1995. Mas a ambientação, o uso das armas, da lanterna e a possibilidade de anotar pistas num bloco de notas com a sua própria letra, com o uso da caneta stylus, realmente tornam a experiência interessante.


Joguei vários outros games legais, como MARIO KART DS, BROTHERS IN ARMS, RESIDENT EVIL - DEADLY SILENCE (remake do Resident Evil original do PsOne) e por aí vai. A conclusão é que o DS realmente é legal pra caramba e merece todo o sucesso que está fazendo pelo mundo afora ...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

BOTANDO AS NOVIDADES EM DIA

Credo, fiquei mais de um mês sem postar no blog! Simplesmente não vi setembro passar, mas que coisa de louco! Bom, naturalmente teria um monte de coisas pra comentar sobre esse buraco negro de seis semanas nos textos do site, mas vou indo conforme vou me lembrando das últimas...

Bom, primeiro o álbum novo do METALLICA, que aliás era o assunto do último post. Bom, em uma palavra: FODA. Muito foda. O álbum é bom demais, e merece a babação de ovo que está recebendo da mídia internacional. É um exagero dizer que "a banda voltou ao thrash metal", como alguns grandes veículos de mídia noticiaram. Até há alguns momentos de thrash metal no álbum, mas é só numa faixa e outra. No geral, é um baita disco de heavy metal, bem trabalhado, com músicas longas e intrincadas, cheias de variações de tempo, ritmo e feeling. É agressivo e pesado sem ser forçadamente "malvadinho", como era o caso do lamentável St. Anger (2003), de longe o pior disco da carreira do Metallica. Em Death Magnetic, o que se ouve são faixas complexas, do tipo que se precisa ouvir quatro ou cinco vezes pra começar a "guardar" na cabeça. Eu arriscaria dizer que esse trabalho até tem um pé no Prog Metal, mas é bom nem comentar porque certamente alguns chatos puristas de rótulos me xingariam por dizer isso.
Andei ouvindo outras coisas também, como o novo álbum do REVOLUTION RENAISSANCE, nova banda do Timo Tolkki, a mente por trás do célebre Stratovarius. Ao que parece, após um monte de idas e vindas, o Stratovarius realmente foi pro saco mesmo. E o Timo se apressou em logo apresentar o "debut" de sua nova banda, intitulado New Era.

Eu fui ouvir esse troço mais por curiosidade mesmo, porque achei que seria uma mesmice tediosa e burocrática. Fiquei surpreso em constatar, ao contrário, que esse álbum é muito melhor do que o material dos últimos anos do Stratovarius. O disco é muito bom mesmo, no nível dos trabalhos do Stratovarius do final dos anos 90, e bem mais legal do que o material que a banda lançou na última meia dúzia de anos. Tá certo que é preciso fazer a ressalva de que o disco é CHEIO de participações especiais de gente fodona como o Michael Kiske (vocalista da fase clássica oitentista do Helloween) e outros, o que obviamente adiciona uma qualidade extra ao trabalho. Vamos ver se o projeto Revolution Renaissance engrena, mas o fato é que começou muito bem!

Outro bom lançamento foi o novo álbum do GLEEN HUGHES, o popular "voice of rock". O cara tá véio mais continua matando a pau, sendo a um só tempo um compositor de mão cheia e um vocalista invejável (além de detonar no baixo). O novo álbum se chama First Underground Nuclear Kitchen e, só pelas iniciais do título, já dá pra ter uma idéia de que o funk come solto. Mas por favor, né, eu estou falando de FUNK de verdade, que é um estilo musical bem conhecido e musicalmente válido, e não da aberração homônima que faz sucesso nas periferias do Rio de Janeiro. Por favor, pessoal, não confundam funda com bunda!

Buenas, o negócio é que o álbum é um show de soul e funk e, pra deixar a coisa com mais groove ainda, o grande Gleen chamou pra tocar bateria ninguém menos que o batera do Red Hot Chilli Peppers. Bom, né, não vou nem perder tempo ressaltando como o álbum tá ótimo porque, diante das circunstâncias, isso SE PRESUME automaticamente.

Outra novidade foi o "debut" da LAUREN HARRIS, "Calm Before the Storm". A Lauren, pra quem não sabe, é filha do Steve Harris, baixista, membro fundador, principal compositor e "chefão" do IRON MAIDEN (todo mundo de joelhos, agora). Aliás, a moça chamou o daddy Stevão pra tocar baixo em algumas faixas, e naturalmente o baixo nessas músicas está humilhantemente melhor do que nas outras, quando é tocado pelo cara da banda da Lauren (que eu não lembro o nome e, aliás, nem deveria lembrar mesmo, porque se trata de um ilustre desconhecido). Bom, mas o que interessa é que o álbum não tem NADA A VER com Iron Maiden, nem com heavy metal. Basicamente, é um hard rock com uma pitada POP beeeeem acentuada, com um quê de "por favor, toque isso no rádio". O disco tem várias faixas bem legais, material grudentinho mesmo, do tipo que se sai cantando o refrão já logo depois de ouvir metade da música pela primeira vez.

Apesar da boa produção e dos bons momentos, o álbum peca por não ter nenhuma faixa REALMENTE forte, que pudesse sustentar o disco nas paradas de algum país. É bom, mas com poucos momentos acima da média. E mostra Lauren como uma vocalista simplesmente "OK", sem absolutamente nada de especial. A Hayley Williams do PARAMORE, por exemplo, dá de dez a zero nela. Aliás, a comparação é boa: a banda da Lauren Harris é basicamente um Paramore um pouco menos adolescente mas bem menos eficiente. Que ninguém me entenda mal, não tô descendo o cacete na Lauren, porque eu acho o Paramore bom pra caramba. Mas é mais ou menos isso aí mesmo. Resta esperar um segundo álbum mais forte.

Andei ouvindo um pouco de GENESIS também, principalmente o We Can't Dance, de 1991. Muito bacana mesmo.

E que ninguém venha me encher o saco falando de Peter Gabriel! Eu sei que tem gente que acha que não existe Genesis sem Peter Gabriel, que o resto feito depois que ele saiu da banda é só merda pop, bla-bla-blá. Não quero nem saber, já ouvi Genesis com o Gabriel e o que eu gosto MESMO é de Genesis com Phil Collins no vocal.

Phil Collins mata a pau, o cara é A VOZ dos anos 80. Como baterista, ele é um dos melhores vocalistas do rock, na minha singela opinião. Ah, as ameaças de morte vindas de fãs do Peter Gabriel podem ser remetidas aqui pro blog via fax ou por sinais de fumaça ...

Putz, falei de música pra caramba. Bom, esse primeiro post back from the dead vai ficando por aqui. O próximo já vem na sequência ...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Death Magnetic: o fim da espera!

São quase três e meia da manhã de 05 de setembro e eu estou terminando de baixar o novo álbum do METALLICA, "Death Magnetic", cujo lançamento mundial oficial será só daqui há uma semana, em 12 de setembro.

Adorei o que já ouvi do álbum e estou me ROENDO para ouvir todas as músicas! Considerando a hora, acho que hoje não vai mais dar. Mas de amanhã não passa!

Puta satisfação em ver a minha banda predileta de todos os tempos MATANDO A PAU novamente!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

31 de agosto de 2008: Grêmio 2 x Vasco 1

Fui no grandioso Estádio Olímpico ontem (domingo 31/08/08) ver Grêmio X Vasco.

O jogo foi ótimo, e o placar de 2x1 pro Grêmio saiu até barato pro Vasco, que teve só duas ou três oportunidades de gol no jogo inteiro e mesmo assim conseguiu marcar um, enquanto que o Grêmio dominou inteiramente o jogo nos dois tempos.

A arbitragem foi meio foda. Um jogador do Vasco praticamente DEMOLIU o Perea num lance que merecia pelo menos cartão amarelo e o árbitro não marcou nem sequer falta! Até os comentaristas da Guaíba reclamaram desse lance depois. Teve um gol do Grêmio anulado, também, e na hora não parecia haver impedimento, mas de qualquer forma pelo que vi a arbitragem acertou nessa hora.

A torcida é um espetáculo à parte, mostrando que é de longe a melhor e mais fiel do RS e uma das mais fortes do país.

Tá certo que ainda faltam 15 rodadas pro fim do Brasileirão, mas já dá pra começar a sonhar - com a devida humildade - com a taça!

E dá-lhe, timão!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

IV FANTASPOA


Nos dias 9 e 10 de agosto, fui nas sessões do IV Fantaspoa, o festival de cinema fantástico de Porto Alegre, que é uma das minhas atrações culturais favoritas destas bandas e que rolou entre 29 de julho e 10 de agosto. Minha vontade, naturalmente, era de ter assistido tudo o que foi exibidido ao longo do festival, mas o tempo infelizmente só me permitiu ver seis filmes. Mesmo assim, considerando que no ano passado eu só vi dois, não posso me queixar!


O Fantaspoa desse ano privilegiou filmes independentes, recentes e desconhecidos, em detrimento de velhos clássicos (obscuros ou não) do cinema de horror, que davam o tom em anos anteriores. Por um lado, esse direcionamento torna o festival mais interessante do ponto de vista cultural, proporcionando aos fãs do gêneros o contato com obras que dificilmente seriam conferidas de outro modo. No entanto, acho que seria legal manter-se pelo menos um pequeno espaço para filmes clássicos, para serem introduzidos a quem ainda não os viu, valendo à pena serem conferidos novamente por quem já viu.

Infelizmente não consegui ver o filme considerado o melhor do festival, HOGFATHER. Então vou me limitar a comentar os filmes que eu vi. Vou começar resenhando os três primeiros que vi, e num post futuro comentarei os outros três.


- THE MURDER GAME
(EUA, 2006. Direção: Robert Harari)

Sinopse: um grupo de adolescentes tem por hábito divertir-se com um jogo de simulação de assassinatos, no qual um dos participantes é escolhido para ser um serial-killer. Funciona mais ou menos como um RPG live-action. Apesar da inocência da brincadeira, os amigos não conseguem mais realizá-la na casa de nenhum deles, pois todos os seus pais vêem o jogo com
maus olhos. Decepcionados e aborrecidos, os colegiais resolvem esconder-se num depósito para jogar durante a madrugada, após o lugar ser fechado. A idéia funciona perfeitamente e a diversão começa, até que alguns jogadores começam a morrer de verdade.

Comentários: realmente gostei da premissa do filme, é um ponto de partida interessante e a história começa bem engrenada. A química entre os atores principais é boa também. Apesar dessas qualidades, o que compromete The Murder Game é a aparente inexperiência dos envolvidos na produção, bem como o visível baixo orçamento. Isso se reflete nas interpretações
irregulares, na fotografia "pobre" e no roteiro que acaba "saindo dos trilhos" e caindo numa mesmice forçada ao visivelmente prestar homenagem à escola de terror noventista inaugurada pela trilogia Pânico (Scream) de Wes Craven. Uma produção mais sombria, direta e claustrofóbica, menos preocupada com "reviravoltas" e adolescentismos forçados, poderia ter rendido um filme espetacular. Ainda assim, The Murder Game é melhor do que a maior parte dos lançamentos do gênero no mercado de DVDs, e merecia ser lançado para vídeo. Vale uma conferida. NOTA: 6,0.



- END OF THE LINE
(Canadá, 2006. Direção: Maurice Devereaux)

Sinopse: uma jovem médica estressada vive um pesadelo quando, ao pegar o metrô para a casa à noite, é atacada por um grupo de fanáticos religiosos homicidas. Ela e os outros passageiros sobreviventes formam um pequeno grupo de fugitivos, que lutam para salvar suas vidas correndo pelos túneis subterrâneos do trem enquanto lentamente descobrem que algo de muito errado está acontecendo em todo o mundo.

Comentários: este é simplesmente um dos melhores filmes de horror dos últimos tempos, e é revoltante que obras dessa qualidade não estejam em circuito normal de exibição em todos os cinemas ou, no mínimo, disponível em DVD por aqui. O filme é soberbo, perfeitamente executado e absolutamente assustador. Seja pelo clima opressivo, pela produção profissionalíssima, pela qualidade dos atores ou pelo andamento perfeito da ótima história, praticamente não sobra o que criticar no filme. Um fã de horror, como eu, pode passar anos e anos sem conseguir ver um filme tão bom do gênero. O filme segue a escola Dawn of the Dead de Romero, mas com invejável personalidade e autenticidade. Opressivo, empolgante, divertido e genuinamente assustador. Muito apropriadamente, foi descrito como um filme que “derrete o espectador na poltrona do início ao perturbador final” pela crítica do Festival de Toronto. Me perdoe, mas tenho pena de você que não apareceu lá no Fantaspoa, pois só Deus sabe como você fará para ver esse filme agora. Mas acredite: você DEVE vê-lo!

Vencedor de prêmios em Austin 2007 (Júri Visão Inovadora ao Diretor), Montreal Fantasia 2007 (Segundo Melhor Filme das Américas e Europa), Toronto 2006 (Seleção oficial) e Festival Dead by Dawn Escócia 2007 (Prêmio da Audiência Melhor Filme). NOTA: 9,0.



- JENNIFER'S SHADOW
(EUA/Argentina, 2004. Direção: Daniel de la Vega e Pablo Parés)

Sinopse: a jovem Jennifer viaja a Buenos Aires para tratar de uma mansão que herdou por conta do falecimento de uma tia. No local, reencontra sua sinistra avó. Durante sua estada na sinistra mansão, Jennifer descobrirá o terrível segredo por trás da doença que liquidou sua família.

Comentários: Jennifer's Shadow presta um visível tributo ao cinema de horror do final dos anos sessenta até início dos oitenta. Visual "grão-fino", atuações "posudas", andamento arrastado e um toque suave do sobrenatural sobre os conflitos emocionais dos personagens são os atributos que indicam as fontes inspiradoras do filme. Durante sua exibição, logo me veio à mente dois exemplares do gênero: o clássico Bebê de Rosemary (1968) e o menos conhecido (porém sensacional) The Changeling (A Troca, de 1980), estrelado por George C. Scott. No entanto, apesar da produção irrepreensível e da excelente participação da veterana Faye Dunaway, o filme simplesmente não é tão bom, nem tão surpreendente, basicamente carecendo de um clímax mais eficiente. Mas não deixa de ser interessante ver um filme recente apresentar essa estética "antiquada". NOTA: 7,0.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Novidades da Doutor Phibes

- A banda toca no próximo dia 15 de agosto no Pop Cult, em Novo Hamburgo. Além das músicas próprias, vai rolar um monte de covers do The Who e algumas coisinhas do Jefferson Airplane e Ramones.

- A Phibes tem um novo site no ar, que contará com o maior acervo de músicas da banda na Internet (já tem todas as gravações de estúdio e, em breve, terá algumas faixas ao vivo disponíveis): http://www.purevolume.com/doutorphibes


Clique na imagem para aumentá-la.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Rambo - a série em revista!



Bom, eu acho que sou o único "filhote dos anos 80" que, até poucos dias atrás, NUNCA tinha visto NENHUM filme do RAMBO - o herói de ação oitentista por excelência.

Para compensar esse grave desvio de formação cultural, no último fim de semana eu e a Suzy fizemos uma verdadeira loucura: assistimos a todos os QUATRO filmes da série Rambo em dois dias (três deles em sequência!).

E vamos às conclusões!!!


FIRST BLOOD (hoje chamado informalmente de "Rambo") - 1982

SINOPSE: John Rambo - um ex-combatente da Guerra do Vietnã, extremamente habilidoso - é um andarilho que está de passagem por uma pequena cidade do interior dos EUA. Seu visual desagrada o chefe de polícia local, um barrigudo murrinha que começa a implicar com o forasteiro até o ponto de injustamente prendê-lo, iniciando uma imprevisível guerra contra um "vagabundo" que os fatos irão mostrar que vale por um exército.
COMENTÁRIOS: Eu já tinha visto pedaços deste filme na TV e nunca entendia porque o Rambo estava numa cidade matando policiais. Bom, agora eu entendi. Aprendi bastante sobre esse filme nos extras contidos no DVD, e ele não era nada do que eu pensava quando via cenas esparsas na TV. Não se trata de um filme de guerra propriamente dito, mas sim a história de um ex-veterano do Vietnam e as consequências psicológicas que a guerra lhe deixou. É baseado num livro de mesmo nome.

É um filme com boa dose de ação, sem dúvida, e tem várias boas cenas, mas rola mais destruição de patrimônio do que mortes propriamente ditas (pelos meus cálculos, morre uma única pessoa no filme todo). É interessante, diferente e - embora essencialmente uma película de ação - é certamente o exemplar mais inteligente da série. Surpreendentemente bom. Observo, ainda, que a obra tem o mérito de ser provavelmente o primeiro filme a tratar (ainda que superficialmente) do que viria a ser chamado de Síndrome de Stress Pós-Traumático, uma doença que só veio a ganhar notoriedade nos anos 90, após o fim da primeira Guerra do Golfo.

CONTAGEM DE CORPOS: uma única pessoa morre nesse filme, indiretamente por culpa do Rambo, mas diretamente por conta de sua própria imprudência e loucura.


RAMBO - FIRST BLOOD PART II (conhecido por aqui como "Rambo II - A Missão") - 1985

SINOPSE: Rambo está quebrando rochas na prisão, depois dos fatos do primeiro filme. O Coronel Trautman vai visitá-lo e lhe oferece uma missão no interior das florestas vietnamitas. O Congresso americando desconfia da existência de prisioneiros de guerra remanescentes do conflito no Vietnã, e Rambo será enviado numa missão de um homem só para documentar a existência ou não de reféns. Mas é claro que o virtuoso Rambo não se contentará em ser um mero fotógrafo do sofrimento alheio, e além disso ele descobrirá que nem todo mundo no Exército está interessado em ver a verdade revelada. Mas chega de trololó porque tá na hora de bala comer!

COMENTÁRIOS: O pano de fundo literário do primeiro filme foi pro espaço, "First Blood" virou um mero subtítulo e o Rambo foi transformado em algo análogo a um super-herói de história em quadrinhos. O resultado é um dos melhores filmes de ação dos anos 80, talvez o melhor. Esse é o filme que efetivamente cria o Rambo como ícone da cultura popular, com o cabelo levemente comprido, bandana vermelha na cabeça, sem camisa e lança-mísseis em punho.


O filme é irretocável: tem um enredo amarradinho, excelente andamento e direção, muito clima e uma porção de cenas de ação sensacionais, com a forçação de barra elevada à enésima potência e o couro comendo solto. Tem Rambo saltando de cachoeira, detonando um helicóptero com uma bazuca, dizimando uma base inimiga no comando de outro helicóptero, se embrenhando em florestas, emboscando inimigos na selva e por aí vai. Chega mesmo a ser difícil pensar em outro filme do gênero tão bem realizado quanto este.

Exceto para quem eventualmente odeie filmes de ação, esse aqui é imperdível.

CONTAGEM DE CORPOS: 69 mortos, 58 pelo Rambo em pessoa.



RAMBO III - 1988

SINOPSE: Rambo exilou-se num mosteiro budista na Tailândia. Para variar, seu sossego é interrompido pelo Coronel Trautman, que lhe oferece uma nova missão no Afeganistão invadido pelas tropas soviéticas. Rambo recusa a missão, dizendo que não aguenta mais guerras, e então seu amigo Trautman vai pessoalmente pro Afeganistão e, é claro, termina capturado pelos soviéticos. Ao saber que seu Coronel queridão é refém, Rambo abandona os budistas e vai pro Afeganistão, onde se unirá aos guerrilheiros Mujahideen e promoverá uma guerra particular para salvar Trautman.


COMENTÁRIOS: Em termos de nomes, essa deve ser a sequência de filmes mais irregular de todos os tempos! "Rambo III"? Não deveria ser "Rambo II"? Ou "First Blood Part III"? Ou, pra ser super formalista, "Rambo II - First Blood Part III"? Bom, mas é o terceiro filme da série e então a gente dá um desconto.

Bom, em primeiro lugar, vamos falar um pouco do roteiro desse filme. Sem rodeios, é uma porcaria. Basicamente, repetiram a história do segundo filme, colocando o Coronel Trautman no lugar dos reféns americanos e o deserto do Afeganistão no lugar das florestas vietnamitas.

Enfim, é só uma desculpa para vermos o personagem novamente metralhando meio mundo, explodindo instalações inimigas e empilhando cadáveres. E, nestes quesitos, o filme funciona muito bem, sendo amplamente considerado na época como o filme mais violento já feito. Não tem o clima, o charme e a profusão de grandes momentos que se vê em Rambo II, mas no geral é um bom filme de ação. O destaque vai para a excelente fotografia do filme, cheia de ótimas tomadas cenográficas de desertos e montanhas, bem como para o relacionamento do protagonista com o povo afegão, ao qual os créditos finais dedicam o filme.


CURIOSIDADE HISTÓRICA: Rambo III se tornou um filme meio que "evitado" depois dos atentados terroristas de setembro de 2001 nos EUA, pois parte daqueles Mujahideen anti-soviétivos que eram amigões do Rambo no filme (e aplaudidos nos anos 80 por pessoas como o ex-presidente americano Ronald Reagan) se converteram, na vida real, em alguns dos terroristas anti-EUA mais procurados do mundo, incluindo o próprio Osama Bin Laden em pessoa, que lutou contra a invasão soviética no Afeganistão nos anos 80.Não custa lembrar que os próprios americanos vieram a invadir o Afeganistão em 2002, sendo apoiados por parte dos afegãos e combatidos pelos fiéis ao regime Talibã.

Mas, enfim, são ironias da Históra e evidentemente não cabe fazer críticas deste quilate em cima de um filme "raso" de ação que não tem outra pretensão senão mostrar um monte de explosões, rajadas de metralhadoras, helicópteros e gente levando tiro. Além disso, nem todo Mujahideen afegão se tornou inimigo dos EUA, basta lembrar de um dos mais famosos, o lendário herói nacional do Afeganistão Ahmad Shah Massoud.

CONTAGEM DE CORPOS: 132 mortos, 78 pelo Rambo.


RAMBO (chamado por aqui de Rambo IV) - 2008

SINOPSE: Vinte anos se passaram e Rambo está vivendo isolado na Tailândia, como um verdadeiro eremita, quase virado num índio do Pantanal. Um grupo de missionários busca a ajuda dele para que os leve de barco rio acima até a fronteira do país vizinho, Myanmar (chamado no filme ainda pelo nome antigo e hoje não mais reconhecido, "Burma", "Birmânia" em português). Os missionários querem levar atendimento médico, remédios e apoio espiritual para os camponeses do país, vítimas de perseguição e limpeza étnica por parte do autoritário e violentíssimo governo militar do país. Rambo, sempre de saco cheio de guerras, recusa a ajuda. Duas semanas depois, é procurado por uma padre que o informa que os missionários não retornaram de Myanmar. Ou seja, para que fique bem claro, eles viraram REFÉNS APRISIONADOS NA SELVA. Como se sabe, Rambo sempre se converte em uma máquina de matar no instante em que ouve a palavra REFÉNS. Rambo é solicitado apenas para levar rio acima um grupo de mercenários contratados para resgatar os missionários. Mas, como se sabe, Rambo só obedece ordens se elas forem proferidas pelo Coronel Trautman, e ele não está no filme dessa vez.

Enfim, Rambo se atravessa no trabalho dos mercenários, se mostra mil vezes mais eficiente do que todos eles somados, resgata os missionários e transforma um terço do exército de Myanmar em lasanha.


COMENTÁRIOS: "Rambo"?? Como assim, "Rambo"? "Rambo" não é o nome oficial do segundo filme e o nome extra-oficial do primeiro? Como é que o QUARTO filme da série pode se chamar "Rambo" de novo? Isso é uma continuação ou um remake? Puta que o pariu, tchê, mas que CONFUSÃO! Olha que coisa absurda essa sequência de filmes:

1 - First Blood
2 - Rambo - First Blood Part II
3 - Rambo III
4 - Rambo

Dá pra entender uma coisa dessas? Até se entende o nome "Rambo III", era meio impróprio mas vá lá, era mesmo o terceiro filme da série. Mas o mínimo que podiam ter feito era manter essa mesma linha de raciocínio e batizar o quarto filme de "Rambo IV", e não de "Rambo"!

Olha que coisa ridícula: agora, se alguém fala "eu vi Rambo", ele pode estar se referindo ao primeiro filme, ao segundo filme ou ao quarto filme! O primeiro é tradicionalmente chamado Rambo e o segundo e o quarto filmes são OFICIALMENTE chamados "Rambo".

Ahhhh, que estupidez! Dá vontade de pegar esses caras e RATÁTÁTÁTÁTÁTÁ!!!!!


Bom, mas vamos à análise do filme.

Roteiro: não tem. Sério, dessa vez fizeram um Rambo sem roteiro at all. O Stallone simplesmente queria mostrar o Rambo metendo bala nos milicos de Myanmar e, na falta de um motivo, meteu uns reféns no meio da selva DE NOVO! Tipo assim, uma coisa INÉDITA na série, entende? Como não existe nenhum refém americano em Myanmar e o Coronel Trautman estava véio demais pra mais um filme, atocharam um grupinho estúpido de missionários.


O roteiro do filme não vale nada e os diálogos são abomináveis, mas felizmente são bem escassos. Ah, isso quer dizer que o filme é ruim? Não, porque ele tem duas qualidades. Primeiro: a absoluta falta de história é compensada por um bocado de CONTEXTO. A idéia de colocar Rambo em meio a um problema de geopolítica real enche o filme de estofo moral e heroísmo, fazendo o espectador torcer loucamente pelo acéfalo protagonista. Tanto isso é verdade que esse filme virou uma verdadeira bandeira entre os rebeldes do oprimido povo Karen de Myanmar, que adotaram até o bordão de Rambo no filme - "live for nothing, die for something" - que aliás é disparado a melhor fala do filme inteiro.

Segundo: o filme não é exatamente rico em cenas de AÇÃO, mas compensa com uma quantidade alucinante de cenas de VIOLÊNCIA e tiroteio. Não se vê Stallone fazendo tantas loucuras como fazia em Rambo II - A Missão. Mas, em termos de tiroteio e violência plástica, esse é de longe o Rambo mais sanguinolento de todos. E não é só isso: este é provavelmente o FILME mais violento de todos os tempos! Dificilmente você verá maior quantidade de pessoas explodindo, membros voando pelos ares, camponeses sendo fuzilados, cabeças sendo abertas à bala e sangue jorrando do que neste filme. Não é só "violento", é um ABSURDO mesmo. Mais sangue do que isso, só filmando o interior de uma artéria. A quantidade de gente morta nesse filme é uma coisa de louco, bota a carreira inteira do Jason de Sexta-Feira 13 no chinelo.


Portanto, o filme é salvo pelo contexto da trama, que mistura muitos elementos de realidade, mais ou menos como Rambo III, bem como pela surpreendente boa forma de Stallone (incorporando Rambo novamente, do alto de seus inacreditáveis SESSENTA ANOS de idade!) e, principalmente, pela insuperável e impressionante violência visual.

Enfim, "Rambo IV" é um "comeback" direto, objetivo e realmente impressionante, no final das contas.

Mas é claro que, como todo mundo notou, nesse último filme o Rambo nunca tira a camisa. Ou ele perdeu o gosto por andar semi-nu, ou é o Stallone que não tá mais em idade de sair de peitinhos de fora pelo mato.

CONTAGEM DE CORPOS: 236 mortos (sim, é isso aí mesmo, DUZENTOS E TRINTA E SEIS MORTOS!!!), 83 deles mortos pelo Rambo.