terça-feira, 26 de maio de 2009

ÁLBUM DA SEMANA: HEART - HEART (1985)


Ali por volta de 2004 (um ano a mais, um ano a menos, não me lembro bem), descubri o som do Vanilla Ninja - um trio de garotas lindas da Estônia fazendo um pop rock com sonoridade bem oitentista. Uma das primeiras coisas que pensei, na época, foi "nossa, como elas imitam o Roxette". Percebam que pensei isso como um elogio, pois sou um fã de longa data da dupla sueca.

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Sim, sim, o Caveira é fã de Roxette! Qual é o problema, pô?!? VAI ENCARAR?!?

Ahnn, OK, desculpe-me!

Bom, há umas duas semanas descobri o som de uma outra banda famosa dos anos 80, liderada por duas irmãs americanas chamadas Ann e Nancy Wilson: o HEART. O choque, pra mim, foi constatar que eu estava errado. O Vanilla Ninja não imitou o Roxette: ambos imitaram o Heart!

Não me entenda mal, ainda acho o Roxette muito melhor do que qualquer concorrência no estilo. Mas as semelhanças são inegáveis, com o agravante do pioneirismo do Heart, que já fazia sucesso no final dos anos 70, enquanto que o Roxette só apareceu para o mundo em 1986.

Se você tiver alguma dúvida sobre a influência do Heart no Roxette, faça o seguinte teste: ouça a faixa "What About Love" do álbum "Heart" do Heart e depois ouça "Listen to Your Heart" do álbum "Look Sharp" do Roxette. É, eu sei: impressionante, não?

Esse álbum "Heart" foi lançado numa época em que o Heart estava numa espécie de "comeback", depois de uma primeira fase de sucesso entre 1975 e 1982. Ao contrário de trabalhos anteriores de pegada mais Rock, nesse álbum a banda se atira de cabeça num hard pop radiofônico, pegajoso e facílimo de ouvir. Tudo com linhas vocais caprichadas e melodiosas em meio a composições bem sacadas, com aquele acento pop característico da época e virtualmente impossível de reproduzir fielmente nos dias atuais.

O álbum abre com a faixa mais "porradinha", a frenética "If Looks Could Kill", e segue por várias músicas legais ao longo das 10 faixas, das quais destaco as ótimas "Shell Shock", a baladona proto-Roxette "What About Love", "The Wolf", "All Eyes", "Never" e "Nothing' at All".

"Heart" entrou no Billboard 200 em 1985 e chegou na 1ª posição. Um grande álbum de uma década no qual o pop era marcado por muitos sons de qualidade.

O Heart (a banda, não o disco) ficou na posição 57 na lista dos "100 Maiores Artistas do Hard Rock" do canal VH1 americano, mas o álbum "Heart" - por mais legal que seja - não é propriamente o mais representativo do lado hard rock do grupo.

Para quem curte o rock/pop radiofônico dos anos 80, esse álbum é simplesmente necessário.

O Caveira recomenda.


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Hey, chega, pare de rir!!!! Qual é o problema de gostar de Roxette?!? Me deixe em paz, ahhhhhhh!!!!

sábado, 16 de maio de 2009

ÁLBUM DA SEMANA: NIGHTWISH - DARK PASSION PLAY (2007)

O Nightwish é uma banda que se mostrou matadora desde os primeiros álbuns, no final dos anos 90, tendo gravado ótimos álbums como Angels Falls First (1997) e Oceanborn (1998). Mas quando conflitos internos eclodiram e a festejada vocalista Tarja Turunen deixou a banda, o futuro do Nightwish parecia seriamente comprometido. Substituir Tarja parecia uma tarefa virtualmente impossível, dado o talento e a voz invejável da cantora. Por isso, quando a banda anunciou sua nova vocalista Anette Olzon e um novo álbum, todo mundo - inclusive eu - estava com o pé atrás. Parecia certo que a banda não consegueria manter a qualidade dos lançamentos anteriores.

Por isso mesmo, Dark Passion Play, lançado em 2007, foi uma porrada na cara de todo mundo, tendo deixado crítica e público boquiabertos. O álbum não apenas mantém a tradicional qualidade do som do Nightwish como é muito melhor do que qualquer coisa do que a banda havia lançado nos últimos cinco anos. É um trabalho muito acima da média, com várias músicas excelentes, pesado e elaborado, e que realmente não deixa margem para críticas.

O primeiro single do álbum foi a faixa "Eva", mas o por quê eu não sei - há músicas muito melhores. "Amaranth" é simplesmente viciante, conseguindo ser pesada, melódica e "pegajosa" ao mesmo tempo. "Bye Bye Beautiful" é outra faixa marcante, uma das mais pesadas do disco.

"The Islander" é uma balada acústica que parece uma mistura de Emerson, Lake and Palmer com Blind Guardian, simplesmente excelente. E, é claro, não dá para falar dos destaques do álbum sem comentar "The Poet and the Pendulum", baseada no conto de Edgar Alan Poe, empolgante ao longo de todos os seus quase 14 minutos de duração. A faixa começa furiosa, com orquestrações épicas e muito peso, e segue até o fim sem perder o fôlego.

A instrumental "Last of the Wilds", por sua vez, parece algo que a Lorenna McKennit faria se virasse metaleira de repente. É ouvir a faixa e curtir de primeira, instintivamente. É o tipo de música que dura quase seis minutos e o ouvinte quase não se dá conta de que não há vocais, tamanha sua qualidade.

A produção e o peso do álbum são um show à parte, e a qualidade das composições deixa evidente que a banda estava precisando de uma renovação criativa. Dark Passion Play, nesse sentido, surgiu como uma verdadeira brisa de ar fresco na discografia do Nightwish.

Claro que a maior dúvida de todo mundo, quando do lançamento do álbum, era: Anette Olzon dá conta do recado? A resposta é: sim, e como! A moça canta pra caralho e sua voz é linda, com um timbre melódico porém mais "rocker" do que a voz de sua antecessora. Sua voz é também mais suave e bem menos "operística" do que a vocalista original.

Tarja, no fim das contas, é uma cantora mais impressionante e de maior técnica, dona de uma voz poderosa e "classuda". Olzon faz bonito, mas com um direcionamento diferente. Claro que ao vivo a coisa é diferente, só vendo um show da banda pra saber se Anette é capaz de executar bem as músicas antigas. Substituir Tarja é uma tarefa das mais difíceis. Mas Dark Passion Play prova que a nova vocalista se adequou perfeitamente ao estilo do grupo e, além disso, possibilitou uma renovação criativa no som do grupo. A meu ver, isso veio em boa hora, pois nada é mais comum do que uma banda que executa algum subgênero do heavy metal cair numa mesmice após alguns álbuns (o exemplo da excelente banda italiana Rhapsody of Fire é o primeiro que me vem à mente).

Dark Passion Play é foda. Pode ouvir sem medo, o Caveira recomenda.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

CRYSIS


13 de maio de 2009. Hoje, finalmente, cheguei ao fim do game CRYSIS, lançado para PC em 2007.

Acabar esse game era quase uma questão de honra pra mim. Afinal de contas, as especificações técnicas do Crysis serviram como base para as configurações que escolhi para o meu último computador.

Sou um fã dos games tipo first person shooter desde Wolfenstein 3D e Doom (ou seja, há mais de quinze anos). Mas desde 2005 eu vinha jogando menos no PC e dando prioridade para o meu Playstation 2. Nesse meio tempo, uma nova geração de consoles foi lançada, o Play2 foi ficando velho e o meu PC mais ainda. Mas foi quando eu vi as fotos e os reviews de Crysis é que decidi: "tá na hora de um computador novo e que seja capaz de rodar essa belezinha". Em fevereiro de 2008, assim, comprei meu novo PC, e o primeiro game que comprei para usufruir da nova máquina foi, é claro, Crysis.


Crysis fez todo mundo babar com seus gráficos inacreditáveis, e nos últimos dois anos não surgiu nada muito mais impressionante em termos de visual. Nem me lembro quanto tempo fazia que um game de PC não me impressionava tanto em relação aos gráficos. Pode ser que eu não me entusiasmava tanto diante do visual de um game de PC desde o primeiro Quake, em 1996.

Apesar das qualidades inegáveis, nem tudo são flores no Crysis. Agora que joguei ele do começo ao fim, posso dizer com certeza que as primeiras fases do jogo são não apenas as mais bonitas e caprichadas como também as mais divertidas. Quando você chega ali pelo último terço do game, rola uma sucessão de partes chatíssimas, e o número de bugs também aumenta exponencialmente. A pior idéia de todo o game é a fase na qual o protagonista entra dentro da nave alienígena, flutuando num ambiente sem gravidade, onde tudo se parece e não se sabe pra onde se deve ir. Se a idéia foi adicionar realismo e tensão, não funcionou. O resultado foi chatice e frustração.


A última fase do game, então, tem tantos bugs que chega a doer fisicamente no jogador. Chega um momento em que há uma profusão tão enorme de inimigos na tela que fez o jogo começar a rodar insuportavelmente lento, me obrigando a reduzir a resolução e colocar todas as configurações de vídeo em "medium", apesar de eu ter jogado do começo até ali sempre na resolução mais alta e com a maioria das configurações em "high". Mas isso foi o de menos. Teve uma hora em que, estando no porta-aviões, fui me abaixar e o protagonista simplesmente "caiu" atravessando o chão e indo parar num nível inferior do navio. Inacreditável!

O pior de todos os bugs, no entanto, foi com o canhão nuclear - indispensável para derrotar o último inimigo do jogo. A arma simplesmente não funcionava como deveria. Achei que estava ficando louco e entrei no Google para procurar alguma explicação. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que o mesmo acontecia para muitas pessoas. Trata-se simplesmente de um bug arbitrário do game. Resultado: tive que escolher um "save game" anterior e jogar novamente a última parte da última fase, para pegar novamente o canhão e encarar novamente o chefão final, dessa vez contornando o bug surgido anteriormente.

Mas não se enganem, estou sendo megacrítico mas o jogo é realmente MUITO bom. Os bugs do jogo, bem como a existência de algumas fases "pé no saco", não conseguem tirar o brilho dos lindos cenários tropicais, da vegetação e água tão reais que parecem que vão sair do monitor a qualquer momento, da trama interessante, do andamento cinematográfico do jogo, dos vários recursos da "nano suit" (roupa especial do personagem), dos tiroteios com jipes e lanchas, do design aterrorizantes dos aliens, etc.

Estou pronto para comprar, agora, a continuação CRYSIS WARHEAD, lançada em 2008. E que venham mais games da série para serem debulhados!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

ÁLBUM DA SEMANA: BRUCE DICKINSON - SKUNKWORKS (1996)

Nos anos em que Bruce Dickinson esteve afastado do Iron Maiden (1994-1999), o cara lançou dois álbuns de heavy metal sensacionais que todo mundo ouviu e que, sobre vários aspectos, serviram de ensaio para seu retorno ao Iron: Accident of Birth (1997) e Chemical Wedding (1998). Acompanhado do guitarrista Adrian Smith (que voltaria ao Maiden em 1999 junto com Bruce) e do competente guitarrista e produtor Roy Z, esses álbuns exibiam heavy metal de qualidade, bem próximos ao estilo do Iron mas com mais peso e agressividade. Ao contrário do primeiro lançamento solo de Bruce após sua saída do Maiden (o controverso Balls to Picasso, de 1994), esses dois álbuns se tornaram um sucesso de crítica e público.

Mas, no meio dessa trajetória de Dickinson fora do Maiden, existe um disco muito bom que pouca gente ouviu. Um álbum que lançava uma nova banda projeto do vocalista, e que sumiu sem fazer muito barulho: o Skunkworks.

Eu tomei conhecimento desse álbum na época em que foi lançado, quando eu tinha uns quinze anos. Cheguei a ouvir algumas faixas posteriormente, como "Space Race" e, principalmente, "Inertia", cujo videoclip passava eventualmente nos programas de heavy metal da MTV (é, um dia já existiu programa de heavy metal na MTV brasileira, dá pra acreditar?).

Uma rápida audição deste álbum deixa evidente a intenção de Bruce à época. Em meados dos anos 90, o heavy metal tradicional estava em acentuado declínio. Bandas como o Iron Maiden e Judas Priest enfrentavam uma baixa em popularidade e vendas, o Metallica abraçou um rock pesado "alternativo", bandas mais pesadas foram parar no underground e as rádios e a MTV estavam tomadas pela moda do "grunge", o pós-punk nascido em Seattle e que tinha Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains como grandes nomes. Dickinson resolve, então, tentar uma abordagem diferente: um hard rock com frases de guitarra mais simples, pesado mas afastado da sonoridade e da velocidade características do heavy metal, e deixando de lado os solos de guitarra. A idéia pode ser criticada como "comercial", mas o resultado é um dos álbuns mais diferentes da carreira de Bruce.

Longe de ser um disco de "grunge", Skunkworks apresenta um hard rock (não confundir com "hair metal", como muita gente faz) de qualidade, construído sobre instrumentais simples mas com muita pegada, boa produção e linhas vocais excelentes. A lírica típica do heavy metal - horror, morte, dragões, guerreiros, etc - fica de lado e Bruce se aventura em temas mais sentimentais e até políticos, como a crítica à corrida armamentista que se vê na letra de "Space Race".

A abertura do álbum é matadora: começa com a ótima "Space Race", uma espécie de balada heavy viajante, passa pela rápida e pegajosa "Back From the Edge" e chega na excelente "Inertia", o primeiro single/videoclip do álbum. Embora o resto do disco não mantenha esse nível tão alto, as faixas seguintes reservam várias boas surpresas, com destaque para "Solar Confinement", uma das melhores faixas do álbum.

Ao total, são 13 faixas nas quais é possível ouvir um Bruce Dickinson diferente do "Deus do Metal" que todos conhecem. É claro que a voz de Bruce, perfeita para o heavy metal, dá às músicas um acento que torna impossível confundí-las com algo muito distante do hard/heavy rock. Mesmo assim, o estilo lírico e instrumental das composições torna o trabalho diferente e interessante, um álbum muito mais regular e consistente do que Balls to Picasso, por exemplo.

O Caveira recomenda.

sábado, 2 de maio de 2009

High Scores

Meu high-score do dia: 2.985 pontos no PAC-MAN do Atari.

Não é muita coisa. Acho que consigo fazer melhor, vou tentar bater esse recorde num futuro próximo.