sábado, 16 de maio de 2009

ÁLBUM DA SEMANA: NIGHTWISH - DARK PASSION PLAY (2007)

O Nightwish é uma banda que se mostrou matadora desde os primeiros álbuns, no final dos anos 90, tendo gravado ótimos álbums como Angels Falls First (1997) e Oceanborn (1998). Mas quando conflitos internos eclodiram e a festejada vocalista Tarja Turunen deixou a banda, o futuro do Nightwish parecia seriamente comprometido. Substituir Tarja parecia uma tarefa virtualmente impossível, dado o talento e a voz invejável da cantora. Por isso, quando a banda anunciou sua nova vocalista Anette Olzon e um novo álbum, todo mundo - inclusive eu - estava com o pé atrás. Parecia certo que a banda não consegueria manter a qualidade dos lançamentos anteriores.

Por isso mesmo, Dark Passion Play, lançado em 2007, foi uma porrada na cara de todo mundo, tendo deixado crítica e público boquiabertos. O álbum não apenas mantém a tradicional qualidade do som do Nightwish como é muito melhor do que qualquer coisa do que a banda havia lançado nos últimos cinco anos. É um trabalho muito acima da média, com várias músicas excelentes, pesado e elaborado, e que realmente não deixa margem para críticas.

O primeiro single do álbum foi a faixa "Eva", mas o por quê eu não sei - há músicas muito melhores. "Amaranth" é simplesmente viciante, conseguindo ser pesada, melódica e "pegajosa" ao mesmo tempo. "Bye Bye Beautiful" é outra faixa marcante, uma das mais pesadas do disco.

"The Islander" é uma balada acústica que parece uma mistura de Emerson, Lake and Palmer com Blind Guardian, simplesmente excelente. E, é claro, não dá para falar dos destaques do álbum sem comentar "The Poet and the Pendulum", baseada no conto de Edgar Alan Poe, empolgante ao longo de todos os seus quase 14 minutos de duração. A faixa começa furiosa, com orquestrações épicas e muito peso, e segue até o fim sem perder o fôlego.

A instrumental "Last of the Wilds", por sua vez, parece algo que a Lorenna McKennit faria se virasse metaleira de repente. É ouvir a faixa e curtir de primeira, instintivamente. É o tipo de música que dura quase seis minutos e o ouvinte quase não se dá conta de que não há vocais, tamanha sua qualidade.

A produção e o peso do álbum são um show à parte, e a qualidade das composições deixa evidente que a banda estava precisando de uma renovação criativa. Dark Passion Play, nesse sentido, surgiu como uma verdadeira brisa de ar fresco na discografia do Nightwish.

Claro que a maior dúvida de todo mundo, quando do lançamento do álbum, era: Anette Olzon dá conta do recado? A resposta é: sim, e como! A moça canta pra caralho e sua voz é linda, com um timbre melódico porém mais "rocker" do que a voz de sua antecessora. Sua voz é também mais suave e bem menos "operística" do que a vocalista original.

Tarja, no fim das contas, é uma cantora mais impressionante e de maior técnica, dona de uma voz poderosa e "classuda". Olzon faz bonito, mas com um direcionamento diferente. Claro que ao vivo a coisa é diferente, só vendo um show da banda pra saber se Anette é capaz de executar bem as músicas antigas. Substituir Tarja é uma tarefa das mais difíceis. Mas Dark Passion Play prova que a nova vocalista se adequou perfeitamente ao estilo do grupo e, além disso, possibilitou uma renovação criativa no som do grupo. A meu ver, isso veio em boa hora, pois nada é mais comum do que uma banda que executa algum subgênero do heavy metal cair numa mesmice após alguns álbuns (o exemplo da excelente banda italiana Rhapsody of Fire é o primeiro que me vem à mente).

Dark Passion Play é foda. Pode ouvir sem medo, o Caveira recomenda.

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