quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O CAVEIRA RECOMENDA: GAROTOS PODRES - COM A CORDA TODA (1997)

Só agora, uma semana depois, fui ouvir o outro CD que comprei na Jam junto com o do Inocentes (já resenhado em post anterior do blog).

A Garotos Podres é uma das bandas mais icônicas do punk rock brasileiro, surgida em 1982 e tendo lançado seu primeiro álbum em 1985. O som da banda é marcado pela irreverência, pela crítica ácida e pelas letras politizadas. Não deve ser à toa que a banda tem um som inteligente, já que o inconfundível vocalista Mao é Doutor em História pela USP.

Eu curto o som dos Garotos Podres há bastante tempo, mas não tinha nenhum álbum dos caras, só umas músicas esparsas em mp3. Então optei por esse "Com a Corda Toda", lançado em 1997, que me pareceu ser uma espécie de coletânea da banda.


Mas eu estava enganado. O álbum não é exatamente uma coletânea. Das treze faixas, sete são músicas novas. Dessas, a mais divulgada possivelmente foi "Mancha", que eu já tinha ouvido por aí. De resto, a banda apresenta quatro regravações de sons "crássicos" do grupo - "Garoto Podre", "Anarkia Oi!", "Papai Noel Velho Batuta" e "Subúrbio Operário", uma mais legal que a outra. Essas faixas clássicas aí dispensam comentários para qualquer pessoa que conheça um mínimo de punk nacional, pois são sons mais do que célebres dessa cena ("Papai Noel Velho Batuta" foi inclusive coverizada nos anos 90 pelo Ratos de Porão no antológico álbum "Feijoada Acidente").

O disco ainda apresenta duas versões do Garotos Podres para músicas de bandas estrangeiras: "Skinhead Girl" (da banda jamaicana Symarip) e "Expulsos do Bar" (da banda portuguesa Mata-Ratos). As duas são legais, mas a melhor é sem dúvida a primeira, que ficou excelente.

Destaque para o encarte, simples mas eficiente, que apresenta todas as letras não apenas em português como também "traduzidas" para o inglês, certamente visando facilitar a divulgação da banda fora do Brasil.

A produção do álbum ficou por conta de Clemente, do Inocentes, mais uma vez mostrando a união e o bom entrosamento dos ícones da cena punk nacional entre si.

"Com a Corda Toda" é uma excelente pedida para conhecer o som do Garotos Podres, já que o álbum apresenta, num pacote só, sons conhecidos e clássicos do grupo junto com uma série de sons novos legais. O Caveira recomenda!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

HALO 3

No último fim de semana, atravessei a madrugada jogando HALO 3 no Xbox 360 e virei o jogo. Mais um notável feito nerd para o meu orgulhoso currículo.

HALO 3 é muito bom! Além de ser um dos melhores e mais divertidos games multiplayer que já conheci na vida, a campanha single player é sensacional, com vários momentos que beiram o cinematográfico. O bom e velho Master Chief pilota os mais variados veículos durante o jogo, enfrenta de aliens baixinhos a gigantescos tanques de guerra em forma de caranguejo e a ação come solta de várias formas diferentes, com todo tipo de arma e com uma quantidade absurda de inimigos levando bala ao longo do jogo.


A história do jogo não é exatamente simples. Como faz anos que joguei o primeiro Halo (e como nunca joguei Halo 2), confesso que tive um pouco de dificuldade para acompanhar a história. Mas é mais ou menos o seguinte (cuidado com os spoilers, hein?):

No século XXVI, a humanidade desenvolveu a capacidade de viajar mais rápido que a luz, o que possibilitou a colonização de diversos planetas. No entanto, após algumas décadas, os humanos se defrontam com os Covenant, uma aliança de raças alienígenas hostis. Uma guerra interplanetária irrompe entre os humanos e os Covenant, que destroem diversas colônias humanas através do "glassing" (um poderoso disparo de plasma que transforma a superfície do planeta atacado em vidro). Felizmente, a Terra continuava desconhecida pelos Covenant, o que veio a mudar com os eventos narrados em Halo 2.


Halo 3 começa com o protagonista Master Chief voltando à Terra, que está sendo atacada com força total pelos Covenant, com a maioria da resistência humana tendo já sido esmagada. Os Covenant estão seguindo um líder religioso conhecido como o High Prophet of Truth, e o objetivo dos inimigos é ativar um artefato alienígena ancestral descoberto na África. Este artefato foi construído por uma antiga civilização alienígena já desaparecida - os Forerunners. Esta é a mesma civilização que construiu os Halos, que são imensos mundos artificiais em forma de anéis, espalhados pela galáxia.


Os Covenant pretendem ativar o artefato para poderem ter acessos aos Halos e impedir o avanço de uma praga alienígena conhecida como Flood, que é basicamente um raça de parasitas que se alimenta de todo tipo de vida senciente que encontra. O problema é que todos estes antigos artefatos dos Forerunners foram construídos precisamente como uma "solução final" contra os Flood, na medida em que, quando ativados, destroem toda a vida existente na galáxia.


Apesar de toda a luta de Chief e da resistência humana, os Covenant liderados pelo Prophet conseguem ativar o artefato alienígena, que abre um imenso portal pelo qual as forças Covenant adentram. Esse portal leva a um ponto distante do universo, fora da Via-Láctea, no qual os Forerunner construíram uma imensa estrutura conhecida como The Ark. Desse local, é possível ativar todos os Halos existentes, o que é exatamente o plano do Prophet.



Após controlar a ameaça de uma nave Flood que caiu na Terra, uma aliança entre os humanos e uma facção dos Covenant contrária aos planos do Prophet decide que a única alternativa é entrar pelo portal e derrotar o Prophet antes que os Halos sejam ativados.

Quando Chief está perto de impedir Prophet, o líder dos Flood - uma monstruosa entidade denominada Gravemind - propõe uma trégua com os heróis para que Prophet seja detido. Mas assim que Prophet é derrotado, Gravemind trai Chief e o Árbitro (o aliado Covenant do protagonista) e atira novamente suas hordas de floods contra eles.


Sabendo que The Ark está construindo um novo Halo para substituir aquele que foi destruído no final do primeiro jogo, Master Chief decide acionar apenas este artefato isoladamente, o que destruirá todos os flood nas proximidades sem colocar em risco a vida de todos na galáxia. Para isso, ele precisa resgatar sua aliada, a inteligência artificial Cortana, que possui o código de ativação do Halo.


Após ativar o anel, Chief, Cortana e o Árbitro fogem do raio de destruição do artefato numa fragata chamada Forward Unto Dawn, mas apenas a metade frontal da nave (onde está o Árbitro) consegue atravessar o portal de volta à Terra. Com isso, Cortana e Master Chief são dados como mortos, e um memorial é erguido a todos os que lutarem e pereceram lutando contra os Covenant e o Flood.

No entanto, após os créditos finais, a parte traseira da Forward Unto Dawn é mostrada à deriva no espaço. Cortana emite uma mensagem de socorro, mas alerta que podem se passar anos antes que algum resgate apareça. Master Chief então se coloca em sono criogênico, pedindo para ser acordado quando Cortana precisar dela.


Enfim, uma verdadeira space-opera nerd. Quer coisa melhor do que isso?

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Caveira Recomenda: INOCENTES - O Barulho dos Inocentes.

Hoje dei uma passada na JAM Sons Raros aqui em Nóia City e comprei dois CDs de bandas que são verdadeiras lendas do punk rock nacional. Um é do Inocentes, outro dos Garotos Podres.

Nem ouvi o segundo ainda, portanto vou comentar só sobre o do Inocentes, uma banda que eu tinha curiosidade de ouvir há tempos mas da qual não tinha nenhum material.

Os caras são verdadeiros pioneiros do punk no Brasil, com a banda tendo sido formada em 1981. O álbum que comprei é "O Barulho dos Inocentes", lançado em 2000. É um disco com a banda tocando só sons de outras bandas, quase todas aqui do país.

Claro que o principal motivo que me levou a comprar o CD foi a presença de um cover de "Nos Braços da Vampira", uma das minhas músicas favoritas dos Zumbis do Espaço. Mas tem vários outros sons legais nesse álbum, como o excelente cover de "Sandina", dos Replicantes. "Franzino Costela" é outra faixa legal, mas não sei de que banda é.

Outro som antológico é "O Verme", dos Garotos Podres, que já foi coverizada também pelos Zumbis do Espaço. Aliás, a letra dessa música é Zumbis puro, até parece uma música escrita por eles. Essa versão do Inocentes ficou show de bola também.

Mas não dá pra dizer que a banda acertou em tudo. O cover "aportuguesado" de "I Wanna Be Your Boyfriend", dos Ramones, ficou constrangedor. Ficou com cara de Bidê ou Balde. Taí uma faixa que seria completamente dispensável no álbum.

Outro som que vale a pena ser conferido por qualquer fã do estilo é "Restos de Nada". Essa aí não é exatamente um cover, pois foi escrita pelo próprio Clemente do Inocentes, na época em que ele era da banda Restos de Nada - que, até onde eu sei, é hoje considerada a primeiríssima banda punk do Brasil.

Pelo que pesquisei em rápidas googladas aqui e ali, a faixa "Desequilíbrio" é cover de uma banda de mesmo nome, que uns ex-companheiros de Clemente na Restos de Nada formaram nos anos 80 depois do fim da banda.

"Quanto Vale a Liberdade" é talvez a faixa mais esquisita do álbum. Parece até um som do Ira, inclusive com uns violinos comendo solto. Aparentemente, a música é um cover do Cólera, outro grande nome da cena punk de São Paulo dos anos 80.

"Periferia" é uma composição de ninguém menos que Jão, guitarrista e membro fundador do Ratos de Porão, a mais clássica banda punk nacional.

Uma coisa que achei uma merda é que o encarte só contém as letras e o nome dos autores das faixas coverizadas, mas sem referência ao nome das bandas que originalmente escreveram e gravaram esses sons. Tem algumas músicas muito legais no CD que eu simplesmente não faço idéia de quais bandas são, como "Sujos e Bêbados" e "Inimizade".

O Barulho dos Inocentes, além do nome bem sacado, é uma ótima pedida não apenas para conhecer a sonoridade do Inocentes como, também, uma boa forma de conhecer um pouco mais do punk rock nacional dos anos 80, uma cena que produziu muito material de qualidade e de grande autenticidade e honestidade artística.

O Caveira recomenda!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

RELEMBRANDO AS VELHAS FITAS DE VIDEOCLIPES

A segunda metade dos anos 90 era uma terra estranha. Naqueles antigos tempos pré-You Tube, eu costumava acompanhar a programação da MTV e, quando passava um clipe legal, gravava ele em VHS no videocassete para poder assistir depois quando quisesse. Entre 1997 e 2000, enchi seis fitas VHS com material do tipo, o que equivale a mais de trinta horas de clipes, documentários sobre bandas, shows, etc.
Para lembrar desses tempos distantes e longínquos, separei abaixo links de alguns dos vídeos que faziam a minha alegria naquela época.


MISFITS - AMERICAN PSYCHO: divertidíssimo vídeo de uma das minhas bandas prediletas de todos os tempos.




THE WALLFLOWERS - HEROES: videoclip "cool" e superproduzido, com música da trilha do blockbuster Godzilla.





SUPERTRAMP - THE LOGICAL SONG: uma das melhores letras de todos os tempos?




SLAYER - SEASONS IN THE ABYSS: a primeira vez que ví esse vídeo foi num episódio de Beavis and Butt Head. Os personagens adoravam esse clipe, que é legal pra caramba mesmo.




JUDAS PRIEST - LOCKED IN: a música é muito legal e o vídeo é bobo como só os anos 80 souberam ser.




MOTORHEAD - BORN TO RAISE HELL: da trilha do filme "Airheads". Imperdível.




METALLICA - TURN THE PAGE: um dos melhores videoclipes que já vi na vida, sem dúvida.




SAXON - PRINCESS OF THE NIGHT: Grande som de uma das minhas bandas favoritas da New Wave of British Heavy Metal.





E aqui vão mais alguns links para outros videoclipes memoráveis que desfilaram pelas minhas antigas fitas VHS:


MARILYN MANSON - SWEET DREAMS: http://www.youtube.com/watch?v=Pdf1Q5__uvg

METALLICA - WHISKEY IN THE JAR: http://www.youtube.com/watch?v=7oKLq1JD3vU

COAL CHAMBER - LOCO: http://www.youtube.com/watch?v=YLOYw_y0B9k

ROB ZOMBIE - DRAGULA: http://www.youtube.com/watch?v=N1MQW5e6KcE&feature=fvst

RAMONES - POISON HEART: http://www.youtube.com/watch?v=SCFMBk8rGy0&feature=fvst

PAGE & PLANT - MOST HIGH: http://www.youtube.com/watch?v=yvGZzAUtILc

MISFITS - DIG UP HER BONES: http://www.youtube.com/watch?v=Wp0OUnQiMW8&feature=fvst

IRON MAIDEN - FROM HERE TO ETERNITY: http://www.youtube.com/watch?v=BwGuR711cwM

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

1981 - NASCE EU E O IBM-PC

Hoje li na Wikipedia que em agosto de 1981, um mês antes de eu nascer, foi lançado o IBM PC, o pai do "padrão PC compatível" que hoje domina o mundo.

Ou seja, nasci no mesmo ano em que surgiu o microcomputador como o conhecemos hoje.

Quando olho pra essa fotinho do "pioneiro", me sinto com cem anos...


Só quem viveu nos anos 80 pode lembrar o misto de fascínio, mistério e excitação que um MICROCOMPUTADOR despertava. Comprar um era como entrar para uma gangue, uma irmandade, uma ordem secreta nerd.

Quem poderia imaginar que, duas décadas depois, qualquer pessoa da classe C pra cima, de qualquer perfil, viveria cercada por computadores em casa e no trabalho ...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Chat no site da Zero Hora sobre a crise no Piratini


Participei de um chat, agora à tarde, com a Rosane de Oliveira da Zero Hora. O tema era a atual crise política do RS e ela fez algumas considerações bem interessantes, que reproduzo abaixo.

Um resumo do chat pode ser lido em
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Pol%EDtica&newsID=a2608221.xml

Aliás, observo que a pergunta que formulei ("A RBS já teve acesso ao conteúdo da ação?") foi um dos trechos selecionados para essa matéria.

"A fraude do Detran, segundo operou a Operação Rodin, começou no governo de Germano Rigotto, mas veio á tona com a troca de fundações, no início do governo Teda, e a briga entre as pessoas que se beneficiavam do esquema". "O pedido de impeachment que tramita na Assembleia foi arquivado pelo ex-presidente Alceu Moreira, mas o PSOL recorreu. O sucesso dele vai depender do conteúdo do material que o MPF levantou e que está sob sigilo". "Não creio que tenha sido violado o princípio da presunção da inocência. Ninguém está dizendo que as nove pessoas citadas são culpadas: isso, a Justiça dirá depois de analisar as provas. A sociedade tem o direito de saber quando uma pessoa pública é acusada de alguma coisa. De nossa parte, na imprensa, queremos dar amplo espaço á defesa, mas para isso precisamos saber quais são as acusações. Reafirmo: não me parece correto dizer que alguém foi denunciado e não dizer o que há contra essa pessoa. Por isso, espero que a juíza Simone derrube o sigilo e todos possamos avaliar a qualidade das provas para concluir se a ação é procedente ou não".

" (...) acho que a CPI agora está atrasada. Vai chover no molhado. De qualquer forma, é bom que tudo seja esclarecido. Como o PMDB aderiu, já são 31 assinaturas a favor da CPI". "A base aliada assinou a CPI porque agora essas assinaturas são irrelevantes. As que importavam eram as 19. Quem assina agora está querendo pegar carona. Claro que se quase todos assinarem, a CPI ganha mais legitimidade".


"Estamos diante da mais grave crise política do Estado, mas eu sinto falta de saber quais são as acusações que pesam contra cada um dos citados na ação de improbidade. Estamos navegando no escuro. Minha impressão é de que os procuradores não tomariam atitude tão drástica se não tivessem encontrado elementos suficientes para embasar a ação. Espero que não demore a cair esse sigilo".


"Concordo que agora a CPI perde importância, porque o MPF já fez a denúncia. A oposição, porém, entende que é preciso investigar outros fatos e outras pessoas".


"Hoje no Gaúcha Atualidade eu tentei obter da governadora o compromisso de tornar as denúncias públicas assim que ela for notificada, já que reclamou da forma como o MPF anunciou a ação de improbidade sem dizer o que pesa contra cada um dos nove. Ela disse que vai agir no limite da lei, mas não estou segura de que vai liberar as informações. Minha expectativa é de que a juíza libere".



"Eu continuo sentindo falta de informações sobre o conteúdo da ação e as provas. Não me incomodei com a linguagem do procurador Adriano Raldi por dizer que os réus não terão moleza. Ora, o homem não disse um palavrão: falou em português. Por que um procurador só pode falar juridiquês?"



"Ainda estamos ouvindo as fontes para saber o uqe vai acontecer, mas acho muito sintomático o PMDB assinar a CPI. Parece uma forma de forçar a saída do governo. A base aliada nunca foi muito sólida e, antes deste episódio, já havia descontentamento. Acho a situação preocupante em matéria de governabilidade".



"Não acho que tenha sifo estardalhaço do MPF. Nós vínhamos cobrando deles uma manifestação oficial que não diexasse dúvidas sobre a procedência das denúncias feitas pela deputada Luciana Genro e eles mantiveram meses de silêncio. O que anunciaram ontem é muito concreto, mas acho que não se justifica o silêncio em relação ao conteúdo da ação. A entrevista foi frustrante, porque tudo o que a gente perguntava eles não respondiam, invocando o sigilo legal".


"Infelizmente, a RBS não teve, ainda, atendido seu pedido de acesso ao conteúdo da ação. Esperamos que a juíza Simone derrube o sigilo ainda hoje para que possamos ter uma avaliação mais clara. Enquanto não conhecermos o conteúdo da ação e as provas que a embasam, fica difícil fazer uma avaliação definitiva".



"A reeleição da governadora é muito difícil, porque ela teria pouco tempo _ pouco mais de um ano _ para recuperar a credibilidade e todas as pesquisas mostram uma avaliação muito negativa. Claro que as pesquisas de hoje podem mudar até outubro do ano que vem, mas no caso dela o terreno a ser recuperado é muito extenso. Além disso, ela terá de enfrentar no mínimo dois partidos muito bem aparelhados, o PT e o PMDB".


"Não concordo com a expressão "circo político". Acredito na seriedade do Ministério Público Federal, mas insisto, mesmo correndo o risco de vocês me acharem cansativa: é preciso saber o que encontraram contra cada uma das pessoas citadas na ação".


"O Ministério Público federal é uma instituição com autonomia. Os procuradores não estão subordinados ao ministro Tarso Genro. Não vamos começar a ver chifre em cabeça de cavalo".


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Até onde vai a burrice humana?



O vídeo acima vem fazendo sucesso no Youtube, mostrando um suposto expert que denuncia que a nova gripe H1N1 teria sido inventada em laboratório para gerar lucros monstruosos para as empresas e laboratórios envolvidos.

É uma pena que o pessoal que divulgue esse tipo de asneira não se dê o trabalho de pesquisar um pouco sobre a identidade do "expert" em questão, o Dr. Leonard Horowitz.

Em resumo, desde 1994 Horowitz vive de escrever livros sobre teorias conspiratórias ligadas à saúde pública. Em 1996, ele escreveu um livro acusando o governo dos EUA de ter inventado a AIDS e o vírus Ebola em laboratório. Contrário a vacinações, Horowitz tem também como temas recorrentes a adoção de terapias new age, numerologia e profecias apocalípticas. Aparentemente, o próprio Horowitz já assumiu seu papel de popstar do conspiracionismo, já que foi palestrante da convenção americana Conspiracy Con por três vezes.

Entre os fãs de Horowitz, está o governo do Irã, que já manifestou desconfiança quanto a campanhas de vacinação com base nas teorias conspiratórias do sujeito.

Enfim, é uma pena que um assunto tão sério seja explorado por um babaca desses. E é igualmente lamentável que tanta gente impressionável saia por aí dando publicidade para esse tipo de lixo.

Mais sobre a vida do Dr. Horowitz pode ser encontrado em:

http://en.wikipedia.org/wiki/Leonard_Horowitz

O Caveira Recomenda ...




Green Jelly, com a música Three Little Pigs.

Hilário, vale à pena conferir!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

NINTENDO DS + XBOX 360 = :)

Em momento notavelmente NERD da minha vida, na semana passada adquiri dois novos videogames no impressionante espaço de 48 horas. O primeiro foi um Nintendo DS, o segundo foi um Xbox 360 novinho com HD de 60 Gigas.

O que dizer sobre isso? EBAAAAAAAAAAAAA!!! :P

Por enquanto, estou com três games no Xbox 360: Grid, Gears of War 2 e Ghostbusters.

GRID é um game de corrida muito animal da Codemasters, lançado em 2007. Só que é difícil pra CARAMBA, certamente um dos games mais ralados do estilo que já conheci. O jogo não perdoa, se cometer uma cagadinha de nada numa corrida você estará ralado. E o carro vai se demolindo à cada batida e ficando cada vez mais imprestável. E os adversários são uns bandidos que te fazem de gato e sapato, prensando seu carro contra os muros, dando fechadas, entre outros comportamentos que beiram a marginalidade.


GHOSTBUSTERS é talvez o game que eu aguardava com mais ansiedade este ano. O roteiro foi escrito por Harold Ramis e Dan Akroyd (que interpretavam respectivamente Egon e Ray nos filmes) e TODO o elenco original dubla as vozes dos personagens. O jogo se passa em 1991 e é uma espécie de "terceiro filme" dos Caça-Fantasmas. Enfim, pra quem é fã dos caras como eu, o game é uma festa, cheio de referências aos filmes e interações divertidas entre os personagens. Como jogo, Ghostbusters não é nada do outro mundo. É divertido e bem executado, mas sem nada de muito especial. Mas para pessoas como eu, fãs de longa data dos filmes, é simplesmente IMPERDÍVEL. É a melhor coisa feita dentro da franquia "Ghostbusters" desde o desenho animado do final dos anos 80 e começo dos 90.



Por fim, o que dizer de GEARS OF WAR 2? O primeiro game já era animalesco, e esse é ainda melhor, cheio de situações intensas, inimigos gigantescos que surgem do nada e ação frenética que faz o jogador ter vontade de sair berrando. Gráficos do além, hordas de inimigos, bala comendo solta, cenários espetaculares, andamento cinematográfico ... nem tem como descrever, só jogando para conferir.



Já no DS, uma das coisas que mais joguei é um game recente chamado OVERLORD MINIONS, bem divertido. O lance é o seguinte: o jogador é uma espécie de lorde das trevas, num mundo medieval, e comanda uma horda de goblins cômicos e meio pirados, usando-os para completar missões contra inimigos que ameaçam as terras dominadas pelo maléfico lorde interpretado pelo jogador. O jogo é uma espécie de mistura de puzzle com aventura, sendo que cada goblin tem poderes, habilidades e fraquezas específicas, e precisam ser comandados para trabalhar em conjunto para superar os desafios e inimigos de cada fase. Todos os comandos, incluindo movimentação e ataque, são feitos com a caneta stylus, na tela inferior do DS, o que torna a jogabilidade bastante ágil e dinâmica. Um joguinho relativamente simples, mas muito legal.



Outro título que me chamou a atenção no DS é BROKEN SWORD - THE DIRECTOR'S CUT. O jogo é um remake do clássico adventure de mesmo nome lançado para PC no já distante ano de 1996. O detalhe dessa "versão do Diretor" é que ela inclui algumas partes da história que não existiam no original, principalmente no começo do jogo, com a história abrindo de uma forma completamente diferente da versão original. Esses acréscimos dão maior profundidade para alguns fatos que eram abordados apenas como "pano de fundo" na primeira versão, dando mais background para a coadjuvante Nico, que nesta versão do jogo começa como protagonista. Os gráficos desse Broken Sword do DS são muito legais, com desenhos feitos pelo ilustrador da célebre HQ Watchmen, e os cenários são bem caprichados. A interação, toda feita com a caneta stylus, também ficou bem interessante. O estilo do jogo é aquela coisa antiga dos "adventures", tipo "apontar e clicar", e pode parecer estranho e burocrático para jogadores mais novos. Mas é uma boa pedida para o pessoal que, como eu, cresceu jogando adventures como The Secret of Monkey Island, Sam & Max, Indiana Jones and the Fate of Atlantis, Maniac Mansion, Day of the Tentacle e semelhantes.



Enfim ... haja tempo para dar conta de tantos games legais!

domingo, 19 de julho de 2009

ÁLBUM DA SEMANA: LADY GAGA - THE FAME (2009)


Que o Todo Poderoso Deus do Rock e do Metal me perdoe, mas o álbum da semana aqui da Cripta é uma coisa pop até dizer chega: o "debut" da comentadíssima Lady Gaga.

A falação em cima dessa garota é uma coisa de doido. Mal apareceu pro mundo e já foi capa da Rolling Stone nos EUA e aqui, já foi chamada de "nova Madonna", a toda semana é fotografada vestindo alguma coisa bizarra e por aí vai. Mas afora todo esse barulho, há algum mérito no som da guria? Buenas, a resposta é: SIM, porra, e como!

Embora a lenda diga que a cantora ganhou seu apelido por causa da clássica música do Queen "Radio Gaga", não existe quase nada de rock no som de Lady Gaga. Esse álbum de estréia dela, "The Fame", é puro pop contemporâneo, recheado de batidas eletrônicas e ritmos feitos sob medida para pistas de dança.

Mas há algo de diferente aqui, que dá a esse trabalho uma cara bem diferente do que se vê por aí sendo feito por artistas como Britney Spears, Christina Aguilera, Jennifer Lopez e semelhantes. Lady Gaga parece ter a intenção de misturar o pop/dance contemporâneo e dos anos 90 com o pop radiofônico dos anos 80, com aquela atitude "festiva" e "pra cima", o que resulta num som bem mais irreverente e divertido do que a média do pop contemporâneo, que geralmente se resume a choradeiras e gemedeiras arrastadas gravadas por cima de uma base drum n'bass paupérrima.

"The Fame" abre com Just Dance, o dance mais legal e arrasa-quarteirão que eu já ouvi na vida. Até eu - que sou uma mistura de Múmia com Monstro de Frankenstein, - poderia vir a me arriscar numa pista de dança se esse troço tocasse (se tivesse ingerido umas duas ou três cervejas antes, certamente ajudaria).

Na sequência vem Lovegame, mais previsível e menos interessante. A terceira faixa é Paparazzi, uma das melhores música do álbum, mais pop e menos dançante, provando que Gaga realmente tem seus méritos como vocalista. A música é grudentíssima, melodiosa e realmente interessante.

Beautiful Dirty Reach é outro momento dance do álbum sem maiores atrativos. Eh Eh (Nothing Else I Can Say) novamente deixa o dance de lado, sendo uma faixa bem pop radiofônico, e é mais uma demonstração de como a Lady Gaga faz um pop grudento sem cair na chatice arrastada que caracteriza a maior parte do que atualmente se ouve nesse estilo.

Poker Face é outra faixa totalmente dance do álbum, e provavelmente é a melhor música com esse perfil depois da faixa de abertura. Embora o clipe da música seja bastante chato (caracterizado pela mesmice e pelos clichês típicos desse lamentável lixo que é o pop dos dias atuais) é preciso reconhecer que a música em si é bem legal, grudenta até dizer chega. É mais uma música com a qual Lady Gaga coloca a concorrência no bolso.

A faixa seguinte é The Fame, que dá nome do álbum. Aqui, novamente, há uma alternância de estilo, saindo novamente o dance de cena pra dar lugar a um pop radiofônico bem embalado, acentuado por uns acordes incidentais de guitarra aqui e ali.

Money Honey é outro hit de pista de dança, divertida e contagiante, primando pela melodia.

Again Again é uma das surpresas do álbum, sendo basicamente uma baladona pop, bem voltada para os vocais, nada parecido com as várias faixas dançantes e eletrônicas do disco. Um dos destaques do álbum, sem dúvida, e provavelmente mais um som de Lady Gaga destinado a ganhar as rádios num futuro muito próximo.

Boys Boys Boys tem uns teclados oitentistas e um refrão bobo que remete ao pop daquela época, mas o resultado final é legal. Brown Eyes, por sua vez, é uma faixa meio chatinha e parada, um pouco murrinha, sem o bom andamento de "Again Again".

O álbum fecha com a surpreendente Summerboy, o único flerte de Lady Gaga com o Rock em todo álbum, e feito de forma extremamente competente. Aqui mais uma vez Gaga mostra um pouco de versatilidade e a faixa contribui para a diversidade do álbum, mostrando que a cantora também convence quando acompanhada por umas boas frases de guitarra. Sem dúvida, uma das melhores músicas do álbum, um pop-rock de primeira. Se essa faixa não ganhar as rádios, será um tremendo desperdício.

"The Fame" é, basicamente, um apanhado de 12 faixas de dance/pop. O que um fã incondicional de Rock como eu pode ter gostado no som da Lady Gaga, confesso, é um mistério até pra mim. Pode ter sido uma decorrência da morte do Michael Jackson, já que nas últimas três semanas eu venho ouvindo o pop do Mestre de forma recorrente e meus ouvidos podem ter ficado suscetíveis a outros sons do estilo. Pode ser por causa que Lady Gaga é uma tremenda gostosa, dona de uns pernões e de um conjunto coxas/bunda digno de uma latina. Mas o mais provável é que seja simplesmente agradável conferir um grande sucesso do pop internacional que contenha um pouco de diversão, irreverência e identidade, o que ao meu ver é muito mais do que se pode dizer das Britneys, Timberlakes, Aguileras, Lopez e assemelhados. Aliás, já é um mérito digno de nota o simples fato de a cantora dispensar completamente aqueles insuportáveis flertes "forçados" com o Rap, que infelizmente viraram uma espécie de item obrigatório no pop atual.

Enfim, Lady Gaga não é rock. Mas o Caveira recomenda - e que o Deus do Rock e do Metal possa me perdoar por esse deslize. :)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O DIA EM QUE A MÚSICA MORREU

A notícia da morte do Michael Jackson foi um choque pra mim. Na noite em que a notícia correu o mundo, parei para ouvir uma duas horas das melhores músicas dele, para ver se isso me ajudava a fazer "cair a ficha". Claro, todo mundo sabe que a carreira do cara estava virtualmente terminada, que ele vivia como um eremita e que os seus "anos de ouro" já tinham acabado há uns bons quinze ou dezesseis anos. Mas quando um sujeito desses deixa o mundo, não dá pra deixar de ficar perplexo. A morte de Jackson incomoda e entristece por tantas razões que eu não saberia definir uma mais importante. Em parte, é porque sabemos agora com certeza que jamais veremos outro show grandioso, outro videoclip inovador e mágico e nem ouviremos outro álbum arrasa-quarteirão. Em parte, é porque nos atordoa ver que a fama e fortuna sem precedentes do artista não só não lhe garantiu uma vida longa como, aparentemente, nem sequer uma vida feliz. E, em parte, é porque sentimos que a morte dele leva junto uma parte de nós e de nosso passado, aquele tempo em que todos babavam vendo os revolucionários vídeos de Jackson na TV, imitando o Moonwalk e cantarolando Billie Jean. Michael Jackson é o primeira músico do qual lembro de ter gostado na vida, ainda na primeira infância. Billie Jean foi provavelmente o primeiro hit na minha cabeça. E eu jamais tive qualquer interesse em dança, exceto pelas iniguiláveis coreografias de Jackson, uma mais contagiante do que a outra. Cresci numa época em que um novo clipe de Michael Jackson era um evento, exibido pelo Fantástico no fim do programa para um público curioso e ansioso. Uma época em que um jogo de videogame sem outros atrativos dignos de nota virava sensação pelo simples fato de trazer Jackson como protagonista. A figura de Jackson compartilhava daquela mesma aura de mistério e magia que o mágico David Copperfield tinha, qualquer coisa nova que se anunciava a respeito deles era motivo de fascínio. Qualquer coisa que Jackson fazia era a vanguarda encarnada, a moda do momento, a onda a seguir. Não surgiu uma figura minimamente comparável no cenário musical nas últimas duas décadas, e talvez nunca mais surja. MJ, caso você não saiba, você era esquisitão pra caramba. Mas nós amamos você e o seu trabalho. E pode ter certeza de que para sempre a história irá reconhecer o seu gênio e lembrar os seus feitos. Aonde quer que você esteja, que esteja em paz!

terça-feira, 23 de junho de 2009

QUEM DIRIA: TELEVISÃO COM UM POUCO DE VISÃO!

Nunca fui um grande fã de TV em geral, mas confesso que nunca gostei de tantas séries televisivas quanto hoje em dia. Estou realmente convencido que atualmente a média de qualidade desse tipo de programa é muito superior ao que se via em outros tempos.

Da minha infância, lembro basicamente apenas da SUPER MÁQUINA e do ESQUADRÃO CLASSE A. O resto do que eu assistia eram desenhos animados ou enlatados nipônicos de super-heróis lutando contra godzillas de borracha.



Confesso que eu achava MIAMI VICE interessante também, mas eu era muito pequeno pra ver esse tipo de coisa. É, eu sei, é difícil de acreditar, mas um dia Miami Vice foi considerado um programa violento. Hoje em dia, qualquer criança vê coisas muito mais fortes jogando GTA no videogame ...

Na minha adolescência, três séries da TV aberta me fisgaram:

* os CONTOS DA CRIPTA (Tales From the Crypt), que eram exibidos semanalmente pela Band ali pela metade dos anos 90 e chegaram aqui no Brasil também nas locadoras, em VHS;

* ANOS INCRÍVEIS, que também era exibida pela Band (se bem me lembro);


* MARRIED WITH CHILDREN (que eu realmente não lembro como era chamada por aqui).

Embora eu curtisse ver as últimas duas sempre que possível, a única que eu era FÃ de verdade era, naturalmente, dos saudosos CONTOS DA CRIPTA.

Já pelo final dos anos 90, ali por volta de 1997, eu fui fisgado pelos ARQUIVOS-X (The X-Files), indiscutivelmente a melhor série de TV dos anos 90. Essa série se destacava na medida em que criou o seu próprio universo, gerando uma complexa mitologia própria que ia além de episódios semanais independentes um do outro. Era mais ou menos aquilo que Star Trek havia feito muitos anos antes.

Com o fim dos ARQUIVOS-X, no começo dessa década, por algum tempo não encontrei nada que valesse à pena ver. SMALLVILLE estava começando, e era interessante, mas logo se tornou exagerado e aborrecido para o meu gosto (embora eu saiba que sou voto vencido nessa questão, dado o sucesso do programa, no ar até hoje).

Então, em 2006 foi apresentado ao LOST. U-A-U! A melhor série dessa primeira década do século XX, é óbvio.

Em 2008 passei a acompanhar três séries de humor imperdíveis, todas "bombando" atualmente na televisão americana. A primeira foi TWO AND A HALF MEN, que hoje é uma das séries de maior audiência nos EUA. Depois foi THE OFFICE, para a qual já dediquei um post na Cripta há algum tempo. E, mais recentemente, virei fã de carteirinha da divertidíssima THE BIG BANG THEORY.

Com isso, pela primeira vez na vida, estou curtindo QUATRO séries de TV ao mesmo tempo. Até eu estou surpreso. Nada mal para um cara que não é chegado em televisão. E isso que tenho consciência de que não dou atenção para algumas séries que estão fazendo muito sucesso nos últimos anos, como 24 HORAS, PRISON BREAK, FRINGE e HEROES.

Realmente, parece que a televisão americana hoje concentra mentes melhores e mais criativas do que o cinema hollywoodiano, que nos últimos tempos anda vivendo de continuações, super heróis e de remakes desnecessários.

sábado, 13 de junho de 2009

Post hiper-atrasado: review do show do DEEP PURPLE

Só agora, mais de três meses depois, é que finalmente estou colocando no blog um post sobre o show do DEEP PURPLE no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre, que ocorreu em 02 de março deste ano.

Essa foi a terceira vez que tive a oportunidade de ver a banda na capital gaúcha desde 2003, e novamente foi incrível ver de perto a vitalidade dessas lendas da história do Rock - Ian Gillan, Roger Glover e Ian Paice - acompanhados do tecladista Don Airey (na banda desde 2002) e do excepcional guitarrista Steve Morse, que já conta com mais de quinze anos no Purple.

O setlist foi um arraso, como já seria de se esperar, contando com as clássicas "Pictures of Home", "Into the Fire", "Strange Kind of Woman", "Space Truckin", "Highway Star", "Perfect Strangers", "Hush", "Smoke on the Water" e "Black Night", só pra citar as mais confirmadas e tradicionais. Dos últimos dois álbuns da banda (os excelentes "Bananas" e "Rapture of the Deep"), rolou "Wrong Man" (música que eu particularmente adoro), a bela instrumental "Contact Lost" e, incompreensivelmente, "Things I Never Said". Digo "incompreensivelmente" porque essa faixa é virtualmente desconhecida, na medida em que só foi lançada como bonus track do "Rapture of the Deep" no Japão. Seria mais legal terem escolhido alguma outra das várias músicas boas desses discos. No entanto, a escolha talvez se justifique pelo fato de que "Things I Never Said" é, de fato, uma música excelente.

Falando em obscuridades, a banda tirou uma do fundo do baú: a música "Wring That Neck". Essa faixa é do álbum "The Book of Taliesyn", de 1968 (!), e é tão velha, mas tão velha, que naquela época o vocalista do Deep Purple ainda nem era Ian Gillan, mas sim Rod Evans.

Falando em Gillan, o vocalista foi seguramente o ponto mais controverso dos shows realizados aqui no país este ano. Ao contrário das performances de 2003 e 2006, dessa vez a performance de Gillan foi irregular e bastante falha. O fato é de fácil compreensão, pois o vocalista estava visivelmente doente, tossindo com frequência e indo para o fundo do palco sempre que podia para descansar um pouco.

Pelo que foi divulgado, Gillan estava com uma infecção pulmonar. Considerando tais fatores, a perfomance dele foi surpreendentemente competente. Mas é claro que não faltaram críticas de detratores acusando o vocalista de "estar acabado", "estar muito velho", etc. Com o devido respeito, não consigo entender o argumento desse pessoal. É verdade que Gillan está com 63 anos, mas se a voz dele estava perfeita em 2003 e em 2006, não é exagero achar que "a idade levou embora a voz do cara" nos últimos três anos? Se é pra falar de idade, não custa lembrar que Gillan já era "velhinho" quando matou a pau nos shows em Porto Alegre em 2003 e em 2006. Portanto, ficou mais do que óbvio de que o problema do vocalista nos shows deste ano foi a saúde mesmo. De qualquer forma, é mil vezes melhor ver o Deep Purple com Gillan não estando nos seus 100% do que se os shows eventualmente fossem cancelados.

Para completar, o show proporcionou uma alegria extra para o Caveira que vos fala: levei o meu LP original do "In Rock" (um dos meus álbuns favoritos da banda) no show, e o exibi para os músicos ao longo da apresentação tanto quanto pude. Depois, através de uma simpática moça da equipe do grupo, consegui os autógrafos de Gillan, Glover e Paice no LP - que agora está devidamente enquadrado e emoldurado numa parede do meu apartamento, como uma verdadeira relíquia do Rock.

Em poucas palavras: Deep Purple é muito, muito, mas MUITO bom. É parte da Santíssima Trindade que, integrada também pelo Led Zeppelin e pelo Black Sabbath, criaram o hard rock e o heavy metal e abriram o caminho para tudo o que se fez depois nesses estilos e seus subgêneros. E, além do mais, não é qualquer banda que pode se gabar de ter QUARENTA anos de CARREIRA!

Da minha parte, espero que esses caras continuem na ativa até os oitenta anos ...

terça-feira, 26 de maio de 2009

ÁLBUM DA SEMANA: HEART - HEART (1985)


Ali por volta de 2004 (um ano a mais, um ano a menos, não me lembro bem), descubri o som do Vanilla Ninja - um trio de garotas lindas da Estônia fazendo um pop rock com sonoridade bem oitentista. Uma das primeiras coisas que pensei, na época, foi "nossa, como elas imitam o Roxette". Percebam que pensei isso como um elogio, pois sou um fã de longa data da dupla sueca.

....

Sim, sim, o Caveira é fã de Roxette! Qual é o problema, pô?!? VAI ENCARAR?!?

Ahnn, OK, desculpe-me!

Bom, há umas duas semanas descobri o som de uma outra banda famosa dos anos 80, liderada por duas irmãs americanas chamadas Ann e Nancy Wilson: o HEART. O choque, pra mim, foi constatar que eu estava errado. O Vanilla Ninja não imitou o Roxette: ambos imitaram o Heart!

Não me entenda mal, ainda acho o Roxette muito melhor do que qualquer concorrência no estilo. Mas as semelhanças são inegáveis, com o agravante do pioneirismo do Heart, que já fazia sucesso no final dos anos 70, enquanto que o Roxette só apareceu para o mundo em 1986.

Se você tiver alguma dúvida sobre a influência do Heart no Roxette, faça o seguinte teste: ouça a faixa "What About Love" do álbum "Heart" do Heart e depois ouça "Listen to Your Heart" do álbum "Look Sharp" do Roxette. É, eu sei: impressionante, não?

Esse álbum "Heart" foi lançado numa época em que o Heart estava numa espécie de "comeback", depois de uma primeira fase de sucesso entre 1975 e 1982. Ao contrário de trabalhos anteriores de pegada mais Rock, nesse álbum a banda se atira de cabeça num hard pop radiofônico, pegajoso e facílimo de ouvir. Tudo com linhas vocais caprichadas e melodiosas em meio a composições bem sacadas, com aquele acento pop característico da época e virtualmente impossível de reproduzir fielmente nos dias atuais.

O álbum abre com a faixa mais "porradinha", a frenética "If Looks Could Kill", e segue por várias músicas legais ao longo das 10 faixas, das quais destaco as ótimas "Shell Shock", a baladona proto-Roxette "What About Love", "The Wolf", "All Eyes", "Never" e "Nothing' at All".

"Heart" entrou no Billboard 200 em 1985 e chegou na 1ª posição. Um grande álbum de uma década no qual o pop era marcado por muitos sons de qualidade.

O Heart (a banda, não o disco) ficou na posição 57 na lista dos "100 Maiores Artistas do Hard Rock" do canal VH1 americano, mas o álbum "Heart" - por mais legal que seja - não é propriamente o mais representativo do lado hard rock do grupo.

Para quem curte o rock/pop radiofônico dos anos 80, esse álbum é simplesmente necessário.

O Caveira recomenda.


...

Hey, chega, pare de rir!!!! Qual é o problema de gostar de Roxette?!? Me deixe em paz, ahhhhhhh!!!!

sábado, 16 de maio de 2009

ÁLBUM DA SEMANA: NIGHTWISH - DARK PASSION PLAY (2007)

O Nightwish é uma banda que se mostrou matadora desde os primeiros álbuns, no final dos anos 90, tendo gravado ótimos álbums como Angels Falls First (1997) e Oceanborn (1998). Mas quando conflitos internos eclodiram e a festejada vocalista Tarja Turunen deixou a banda, o futuro do Nightwish parecia seriamente comprometido. Substituir Tarja parecia uma tarefa virtualmente impossível, dado o talento e a voz invejável da cantora. Por isso, quando a banda anunciou sua nova vocalista Anette Olzon e um novo álbum, todo mundo - inclusive eu - estava com o pé atrás. Parecia certo que a banda não consegueria manter a qualidade dos lançamentos anteriores.

Por isso mesmo, Dark Passion Play, lançado em 2007, foi uma porrada na cara de todo mundo, tendo deixado crítica e público boquiabertos. O álbum não apenas mantém a tradicional qualidade do som do Nightwish como é muito melhor do que qualquer coisa do que a banda havia lançado nos últimos cinco anos. É um trabalho muito acima da média, com várias músicas excelentes, pesado e elaborado, e que realmente não deixa margem para críticas.

O primeiro single do álbum foi a faixa "Eva", mas o por quê eu não sei - há músicas muito melhores. "Amaranth" é simplesmente viciante, conseguindo ser pesada, melódica e "pegajosa" ao mesmo tempo. "Bye Bye Beautiful" é outra faixa marcante, uma das mais pesadas do disco.

"The Islander" é uma balada acústica que parece uma mistura de Emerson, Lake and Palmer com Blind Guardian, simplesmente excelente. E, é claro, não dá para falar dos destaques do álbum sem comentar "The Poet and the Pendulum", baseada no conto de Edgar Alan Poe, empolgante ao longo de todos os seus quase 14 minutos de duração. A faixa começa furiosa, com orquestrações épicas e muito peso, e segue até o fim sem perder o fôlego.

A instrumental "Last of the Wilds", por sua vez, parece algo que a Lorenna McKennit faria se virasse metaleira de repente. É ouvir a faixa e curtir de primeira, instintivamente. É o tipo de música que dura quase seis minutos e o ouvinte quase não se dá conta de que não há vocais, tamanha sua qualidade.

A produção e o peso do álbum são um show à parte, e a qualidade das composições deixa evidente que a banda estava precisando de uma renovação criativa. Dark Passion Play, nesse sentido, surgiu como uma verdadeira brisa de ar fresco na discografia do Nightwish.

Claro que a maior dúvida de todo mundo, quando do lançamento do álbum, era: Anette Olzon dá conta do recado? A resposta é: sim, e como! A moça canta pra caralho e sua voz é linda, com um timbre melódico porém mais "rocker" do que a voz de sua antecessora. Sua voz é também mais suave e bem menos "operística" do que a vocalista original.

Tarja, no fim das contas, é uma cantora mais impressionante e de maior técnica, dona de uma voz poderosa e "classuda". Olzon faz bonito, mas com um direcionamento diferente. Claro que ao vivo a coisa é diferente, só vendo um show da banda pra saber se Anette é capaz de executar bem as músicas antigas. Substituir Tarja é uma tarefa das mais difíceis. Mas Dark Passion Play prova que a nova vocalista se adequou perfeitamente ao estilo do grupo e, além disso, possibilitou uma renovação criativa no som do grupo. A meu ver, isso veio em boa hora, pois nada é mais comum do que uma banda que executa algum subgênero do heavy metal cair numa mesmice após alguns álbuns (o exemplo da excelente banda italiana Rhapsody of Fire é o primeiro que me vem à mente).

Dark Passion Play é foda. Pode ouvir sem medo, o Caveira recomenda.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

CRYSIS


13 de maio de 2009. Hoje, finalmente, cheguei ao fim do game CRYSIS, lançado para PC em 2007.

Acabar esse game era quase uma questão de honra pra mim. Afinal de contas, as especificações técnicas do Crysis serviram como base para as configurações que escolhi para o meu último computador.

Sou um fã dos games tipo first person shooter desde Wolfenstein 3D e Doom (ou seja, há mais de quinze anos). Mas desde 2005 eu vinha jogando menos no PC e dando prioridade para o meu Playstation 2. Nesse meio tempo, uma nova geração de consoles foi lançada, o Play2 foi ficando velho e o meu PC mais ainda. Mas foi quando eu vi as fotos e os reviews de Crysis é que decidi: "tá na hora de um computador novo e que seja capaz de rodar essa belezinha". Em fevereiro de 2008, assim, comprei meu novo PC, e o primeiro game que comprei para usufruir da nova máquina foi, é claro, Crysis.


Crysis fez todo mundo babar com seus gráficos inacreditáveis, e nos últimos dois anos não surgiu nada muito mais impressionante em termos de visual. Nem me lembro quanto tempo fazia que um game de PC não me impressionava tanto em relação aos gráficos. Pode ser que eu não me entusiasmava tanto diante do visual de um game de PC desde o primeiro Quake, em 1996.

Apesar das qualidades inegáveis, nem tudo são flores no Crysis. Agora que joguei ele do começo ao fim, posso dizer com certeza que as primeiras fases do jogo são não apenas as mais bonitas e caprichadas como também as mais divertidas. Quando você chega ali pelo último terço do game, rola uma sucessão de partes chatíssimas, e o número de bugs também aumenta exponencialmente. A pior idéia de todo o game é a fase na qual o protagonista entra dentro da nave alienígena, flutuando num ambiente sem gravidade, onde tudo se parece e não se sabe pra onde se deve ir. Se a idéia foi adicionar realismo e tensão, não funcionou. O resultado foi chatice e frustração.


A última fase do game, então, tem tantos bugs que chega a doer fisicamente no jogador. Chega um momento em que há uma profusão tão enorme de inimigos na tela que fez o jogo começar a rodar insuportavelmente lento, me obrigando a reduzir a resolução e colocar todas as configurações de vídeo em "medium", apesar de eu ter jogado do começo até ali sempre na resolução mais alta e com a maioria das configurações em "high". Mas isso foi o de menos. Teve uma hora em que, estando no porta-aviões, fui me abaixar e o protagonista simplesmente "caiu" atravessando o chão e indo parar num nível inferior do navio. Inacreditável!

O pior de todos os bugs, no entanto, foi com o canhão nuclear - indispensável para derrotar o último inimigo do jogo. A arma simplesmente não funcionava como deveria. Achei que estava ficando louco e entrei no Google para procurar alguma explicação. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que o mesmo acontecia para muitas pessoas. Trata-se simplesmente de um bug arbitrário do game. Resultado: tive que escolher um "save game" anterior e jogar novamente a última parte da última fase, para pegar novamente o canhão e encarar novamente o chefão final, dessa vez contornando o bug surgido anteriormente.

Mas não se enganem, estou sendo megacrítico mas o jogo é realmente MUITO bom. Os bugs do jogo, bem como a existência de algumas fases "pé no saco", não conseguem tirar o brilho dos lindos cenários tropicais, da vegetação e água tão reais que parecem que vão sair do monitor a qualquer momento, da trama interessante, do andamento cinematográfico do jogo, dos vários recursos da "nano suit" (roupa especial do personagem), dos tiroteios com jipes e lanchas, do design aterrorizantes dos aliens, etc.

Estou pronto para comprar, agora, a continuação CRYSIS WARHEAD, lançada em 2008. E que venham mais games da série para serem debulhados!