quarta-feira, 1 de julho de 2009

O DIA EM QUE A MÚSICA MORREU

A notícia da morte do Michael Jackson foi um choque pra mim. Na noite em que a notícia correu o mundo, parei para ouvir uma duas horas das melhores músicas dele, para ver se isso me ajudava a fazer "cair a ficha". Claro, todo mundo sabe que a carreira do cara estava virtualmente terminada, que ele vivia como um eremita e que os seus "anos de ouro" já tinham acabado há uns bons quinze ou dezesseis anos. Mas quando um sujeito desses deixa o mundo, não dá pra deixar de ficar perplexo. A morte de Jackson incomoda e entristece por tantas razões que eu não saberia definir uma mais importante. Em parte, é porque sabemos agora com certeza que jamais veremos outro show grandioso, outro videoclip inovador e mágico e nem ouviremos outro álbum arrasa-quarteirão. Em parte, é porque nos atordoa ver que a fama e fortuna sem precedentes do artista não só não lhe garantiu uma vida longa como, aparentemente, nem sequer uma vida feliz. E, em parte, é porque sentimos que a morte dele leva junto uma parte de nós e de nosso passado, aquele tempo em que todos babavam vendo os revolucionários vídeos de Jackson na TV, imitando o Moonwalk e cantarolando Billie Jean. Michael Jackson é o primeira músico do qual lembro de ter gostado na vida, ainda na primeira infância. Billie Jean foi provavelmente o primeiro hit na minha cabeça. E eu jamais tive qualquer interesse em dança, exceto pelas iniguiláveis coreografias de Jackson, uma mais contagiante do que a outra. Cresci numa época em que um novo clipe de Michael Jackson era um evento, exibido pelo Fantástico no fim do programa para um público curioso e ansioso. Uma época em que um jogo de videogame sem outros atrativos dignos de nota virava sensação pelo simples fato de trazer Jackson como protagonista. A figura de Jackson compartilhava daquela mesma aura de mistério e magia que o mágico David Copperfield tinha, qualquer coisa nova que se anunciava a respeito deles era motivo de fascínio. Qualquer coisa que Jackson fazia era a vanguarda encarnada, a moda do momento, a onda a seguir. Não surgiu uma figura minimamente comparável no cenário musical nas últimas duas décadas, e talvez nunca mais surja. MJ, caso você não saiba, você era esquisitão pra caramba. Mas nós amamos você e o seu trabalho. E pode ter certeza de que para sempre a história irá reconhecer o seu gênio e lembrar os seus feitos. Aonde quer que você esteja, que esteja em paz!

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