
Que o Todo Poderoso Deus do Rock e do Metal me perdoe, mas o álbum da semana aqui da Cripta é uma coisa pop até dizer chega: o "debut" da comentadíssima Lady Gaga.
A falação em cima dessa garota é uma coisa de doido. Mal apareceu pro mundo e já foi capa da Rolling Stone nos EUA e aqui, já foi chamada de "nova Madonna", a toda semana é fotografada vestindo alguma coisa bizarra e por aí vai. Mas afora todo esse barulho, há algum mérito no som da guria? Buenas, a resposta é: SIM, porra, e como!
Embora a lenda diga que a cantora ganhou seu apelido por causa da clássica música do Queen "Radio Gaga", não existe quase nada de rock no som de Lady Gaga. Esse álbum de estréia dela, "The Fame", é puro pop contemporâneo, recheado de batidas eletrônicas e ritmos feitos sob medida para pistas de dança.
Mas há algo de diferente aqui, que dá a esse trabalho uma cara bem diferente do que se vê por aí sendo feito por artistas como Britney Spears, Christina Aguilera, Jennifer Lopez e semelhantes. Lady Gaga parece ter a intenção de misturar o pop/dance contemporâneo e dos anos 90 com o pop radiofônico dos anos 80, com aquela atitude "festiva" e "pra cima", o que resulta num som bem mais irreverente e divertido do que a média do pop contemporâneo, que geralmente se resume a choradeiras e gemedeiras arrastadas gravadas por cima de uma base drum n'bass paupérrima.

Na sequência vem Lovegame, mais previsível e menos interessante. A terceira faixa é Paparazzi, uma das melhores música do álbum, mais pop e menos dançante, provando que Gaga realmente tem seus méritos como vocalista. A música é grudentíssima, melodiosa e realmente interessante.
Beautiful Dirty Reach é outro momento dance do álbum sem maiores atrativos. Eh Eh (Nothing Else I Can Say) novamente deixa o dance de lado, sendo uma faixa bem pop radiofônico, e é mais uma demonstração de como a Lady Gaga faz um pop grudento sem cair na chatice arrastada que caracteriza a maior parte do que atualmente se ouve nesse estilo.
Poker Face é outra faixa totalmente dance do álbum, e provavelmente é a melhor música com esse perfil depois da faixa de abertura. Embora o clipe da música seja bastante chato (caracterizado pela mesmice e pelos clichês típicos desse lamentável lixo que é o pop dos dias atuais) é preciso reconhecer que a música em si é bem legal, grudenta até dizer chega. É mais uma música com a qual Lady Gaga coloca a concorrência no bolso.

Money Honey é outro hit de pista de dança, divertida e contagiante, primando pela melodia.
Again Again é uma das surpresas do álbum, sendo basicamente uma baladona pop, bem voltada para os vocais, nada parecido com as várias faixas dançantes e eletrônicas do disco. Um dos destaques do álbum, sem dúvida, e provavelmente mais um som de Lady Gaga destinado a ganhar as rádios num futuro muito próximo.
Boys Boys Boys tem uns teclados oitentistas e um refrão bobo que remete ao pop daquela época, mas o resultado final é legal. Brown Eyes, por sua vez, é uma faixa meio chatinha e parada, um pouco murrinha, sem o bom andamento de "Again Again".
O álbum fecha com a surpreendente Summerboy, o único flerte de Lady Gaga com o Rock em todo álbum, e feito de forma extremamente competente. Aqui mais uma vez Gaga mostra um pouco de versatilidade e a faixa contribui para a diversidade do álbum, mostrando que a cantora também convence quando acompanhada por umas boas frases de guitarra. Sem dúvida, uma das melhores músicas do álbum, um pop-rock de primeira. Se essa faixa não ganhar as rádios, será um tremendo desperdício.


Nenhum comentário:
Postar um comentário