sábado, 13 de junho de 2009

Post hiper-atrasado: review do show do DEEP PURPLE

Só agora, mais de três meses depois, é que finalmente estou colocando no blog um post sobre o show do DEEP PURPLE no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre, que ocorreu em 02 de março deste ano.

Essa foi a terceira vez que tive a oportunidade de ver a banda na capital gaúcha desde 2003, e novamente foi incrível ver de perto a vitalidade dessas lendas da história do Rock - Ian Gillan, Roger Glover e Ian Paice - acompanhados do tecladista Don Airey (na banda desde 2002) e do excepcional guitarrista Steve Morse, que já conta com mais de quinze anos no Purple.

O setlist foi um arraso, como já seria de se esperar, contando com as clássicas "Pictures of Home", "Into the Fire", "Strange Kind of Woman", "Space Truckin", "Highway Star", "Perfect Strangers", "Hush", "Smoke on the Water" e "Black Night", só pra citar as mais confirmadas e tradicionais. Dos últimos dois álbuns da banda (os excelentes "Bananas" e "Rapture of the Deep"), rolou "Wrong Man" (música que eu particularmente adoro), a bela instrumental "Contact Lost" e, incompreensivelmente, "Things I Never Said". Digo "incompreensivelmente" porque essa faixa é virtualmente desconhecida, na medida em que só foi lançada como bonus track do "Rapture of the Deep" no Japão. Seria mais legal terem escolhido alguma outra das várias músicas boas desses discos. No entanto, a escolha talvez se justifique pelo fato de que "Things I Never Said" é, de fato, uma música excelente.

Falando em obscuridades, a banda tirou uma do fundo do baú: a música "Wring That Neck". Essa faixa é do álbum "The Book of Taliesyn", de 1968 (!), e é tão velha, mas tão velha, que naquela época o vocalista do Deep Purple ainda nem era Ian Gillan, mas sim Rod Evans.

Falando em Gillan, o vocalista foi seguramente o ponto mais controverso dos shows realizados aqui no país este ano. Ao contrário das performances de 2003 e 2006, dessa vez a performance de Gillan foi irregular e bastante falha. O fato é de fácil compreensão, pois o vocalista estava visivelmente doente, tossindo com frequência e indo para o fundo do palco sempre que podia para descansar um pouco.

Pelo que foi divulgado, Gillan estava com uma infecção pulmonar. Considerando tais fatores, a perfomance dele foi surpreendentemente competente. Mas é claro que não faltaram críticas de detratores acusando o vocalista de "estar acabado", "estar muito velho", etc. Com o devido respeito, não consigo entender o argumento desse pessoal. É verdade que Gillan está com 63 anos, mas se a voz dele estava perfeita em 2003 e em 2006, não é exagero achar que "a idade levou embora a voz do cara" nos últimos três anos? Se é pra falar de idade, não custa lembrar que Gillan já era "velhinho" quando matou a pau nos shows em Porto Alegre em 2003 e em 2006. Portanto, ficou mais do que óbvio de que o problema do vocalista nos shows deste ano foi a saúde mesmo. De qualquer forma, é mil vezes melhor ver o Deep Purple com Gillan não estando nos seus 100% do que se os shows eventualmente fossem cancelados.

Para completar, o show proporcionou uma alegria extra para o Caveira que vos fala: levei o meu LP original do "In Rock" (um dos meus álbuns favoritos da banda) no show, e o exibi para os músicos ao longo da apresentação tanto quanto pude. Depois, através de uma simpática moça da equipe do grupo, consegui os autógrafos de Gillan, Glover e Paice no LP - que agora está devidamente enquadrado e emoldurado numa parede do meu apartamento, como uma verdadeira relíquia do Rock.

Em poucas palavras: Deep Purple é muito, muito, mas MUITO bom. É parte da Santíssima Trindade que, integrada também pelo Led Zeppelin e pelo Black Sabbath, criaram o hard rock e o heavy metal e abriram o caminho para tudo o que se fez depois nesses estilos e seus subgêneros. E, além do mais, não é qualquer banda que pode se gabar de ter QUARENTA anos de CARREIRA!

Da minha parte, espero que esses caras continuem na ativa até os oitenta anos ...

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