sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Contos Curtíssimos do Caveira


Os Contos Curtíssimos são pequenas gags com no máximo 140 caracteres que eu solto de vez em quando no Twitter. Por que eu faço isso? Sei lá. Mente divagante, eu acho. Sequela de uma infância regada a revista MAD. Não deixa de ser, evidentemente, uma provocação contra o limite esdrúxulo de 140 caracteres nas postagens do Twitter.

De qualquer forma, resolvi fazer uma coletânea dos Contos Curtíssimos aqui na Cripta. Divirtam-se com esses pequenos drops de literatura-relâmpago do Século XXI:


"- Eu te amo, disse a Condessa de Chardonay. - Eu também me amo, respondeu Lorde Twilight, sempre ligeiro".

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"Peter Vestpocket só bebe uísque com gelo redondo!", disse Peter Vestpocket, mandando o garçom embora.


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"Merda", disse a Madre Superiora. "Olhe essa porra dessa linguagem", repreendeu o Bispo.


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- Oh, possua-me agora!! - disse a jovem garota seminua. - Tsc, eu já a possuo faz tempo - respondeu o gerente do banco.

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- Ué, que catarro mais amarelo! - disse John, um dia antes de ter a hora de sua morte anotada num formulário.


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O barman responde para John John que o bar não tem gelo redondo. John John dá uma última tragada e vai embora.
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Batem na porta. - Céus, meu marido! - diz a Primeira-Ministra para seu amante, o travesti vestido de palhaço.


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"Senhor, pode dar uma informação?", perguntou uma idosa. "Não", respondeu John. "Ah, OK então", disse a velha.

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"Decifra-me ou te devoro", disse a Esfinge. "O que?", disse John. "NHAC!" .... "chomp, chomp" .... "BURP!"


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"Quem é?", pergunta John. "Carteiro ...", diz uma voz. John abre e leva um tiro. "... e matador de aluguel nas horas vagas".


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"Não temo a morte", disse John. "Nem eu", respondeu o sujeito ao seu lado, um segundo antes de comer o cérebro de John.


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- Que é aquilo saindo do túmulo? - perguntou Cindy - Será que tem algo a ver com a fábrica de químicos aqui ao lado?

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- Puta merda - disse o Papa, atirando a bituca para baixo da mesa e escondendo a revista no meio da Bíblia.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O CAVEIRA RECOMENDA: MEGADETH - ENDGAME (2009)

Eu me tornei um fã de Megadeth há doze anos atrás, por ocasião do lançamento do excelente álbum Cryptic Writings, que me virou a cabeça com suas músicas rápidas e poderosas. Depois disso, com o passar dos anos, fui aos poucos conhecendo mais e mais do fortíssimo legado de álbuns clássicos da banda, com destaque para o célebre Rust in Peace, de 1990, que considero hoje um dos melhores discos de heavy metal de todos os tempos.

Apesar disso, depois do arrebatamento com Cryptic Writings, nenhum dos álbuns seguintes da banda me pareceu tão forte. Risk, de 1999, sempre me pareceu um bom álbum, cheio de composições interessantes, mas padecia de um "pequeno probleminha": não soava como Megadeth nem aqui nem na China. O disco foi um fracasso comercial e conquistou o ódio dos fãs do grupo, que até hoje não podem nem ouvir falar dele sem vomitar.

Na sequência, em 2001, o Megadeth lançou The World Needs a Hero, um álbum que eu escutei muito na época e que eu achei (ainda acho) muito bom. Mas estava longe da força das composições presentes no Cryptic Writings.

The System Has Failed, de 2004, era uma espécie de retorno da banda ao thrash, depois da fase mais "hard rock/heavy tradicional" adotado a partir do disco Youthanasia (1994). Achei interessante, mas um pouco genérico, sem a força e identidade dos grandes álbuns da banda.

No entanto, em 2007 o Megadeth atacou com United Abominations, álbum que de certa forma colocou a banda de volta nos holofotes. O disco continuava a proposta do anterior, no sentido de resgatar as raízes thrash da banda. Mas as composições estavam bem mais elaboradas e poderosas, incluindo ainda uma nova versão para a clássica A Tout le Monde, regravada com participação da vocalista do Lacuna Coil, Cristina Scabbia. Eu ouvi bastante o álbum e achei muito legal, mas ainda não era um Cryptic Writings.

Bem, e esse recém-lançado Endgame? É um novo Rust in Peace? É um novo Cryptic Writings? Não, nem de perto. Não é um álbum que vai reescrever a história da contribuição do Megadeth para a música pesada, nem reinventar o thrash metal. Mas não pense que toda a aclamação da crítica vem do nada: o álbum é imperdível, e seguramente é o melhor da "nova fase thrash" do grupo. Para o meu gosto pessoal, é o álbum mais legal da banda desde The World Needs a Hero em 2001.

Endgame abre com a absurda "Dialectic Chaos", 2 minutos e vinte segundos de riffs empolgantes e solos absurdos da melhor qualidade. É uma senhora paulada no ouvido e uma abertura de respeito. Parece uma coisa saída do Rust in Peace mesmo. A banda parece fazer questão de esfregar na cara do ouvinte - já desde o primeiro segundo - o fato de que o trabalho de guitarras nesse álbum está matador.

"Head Crusher" é o primeiro single do álbum, a faixa rápida e pauleira que serve de cartão de visita para o ouvinte. "Endgame" é a faixa com a letra mais politizada, dentro da tradição de crítica ácida das composições de Mustaine. Outros destaques são "This Day We Fight", "44 Minutes", "How the Story Ends" e a diferente "The Hardest Part of Letting Go", a faixa menos convencional do álbum.

Endgame é uma dupla alegria: é, ao mesmo tempo, um dos melhores álbuns de heavy metal do ano e uma demonstração de que o Megadeth (uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos) vive hoje uma grande fase. Vida longa ao rei Dave Mustaine!

O Caveira recomenda.

BATMAN - ARKHAM ASYLUM

Nessa semana comecei a jogar o novo Batman - Arkham Ayslum no Xbox 360. Caraca, não é à toa que a mídia especializada está rasgando essa seda toda em cima do jogo. É realmente MUITO bom. A qualidade audiovisual é excelente e a jogabilidade é maravilhosa. A forma como Batman detona a pau meia dúzia de bandidos ao mesmo tempo, quase dançando enquanto golpeia, é de uma satisfação brutal.

O jogo equilibra bons e fluídos momentos de luta, de ocultação (tipo "fique na moita, não seja visto e derrote os bandidos furtivamente e silenciosamente") e de puzzles. Mas todo o conjunto funciona como um relógio, mantendo o jogador "absorvido" sem trancá-lo em missões chatas e repetitivas. Para vocês terem uma idéia, na primeira vez em que sentei para jogá-lo só parei depois que já tinham passado quase três horas. Dá pra dizer que é viciante, não?

Destaque também para o excelente trabalho de dublagem do jogo, com Mark Hamill (o eterno Luke Skywalker) fazendo a voz do Coringa.


A trama é a seguinte: o Coringa ataca o escritório do prefeito de Gotham City, mas é rapidamente detido por Batman, que o leva para ser encarcerado no Asilo Arkham. "Coincidentemente", nessa mesma noite, um incêndio misterioso na prisão de Blackgate faz com que centenas de prisioneiros daquele estabelecimento sejam subitamente movidos para o Arkham. Pouco depois de o Coringa ser levado para o interior do asilo, a vilã Harley Quinn toma conta dos sistemas de segurança do Arkham e o Coringa é libertado, passando a ter o controle total do estabelecimento. Batman soma 2+2 e logo se dá conta de que todo esse caos foi friamente planejado pelo Coringa para destruí-lo.


A mídia especializada anda alardeando que o jogo seria "o melhor game de super-herói de todos os tempos". Esse tipo de observação pode ser um exagero. Lembro que o Batman do NES (de 1989) era um game excepcional para a época, por exemplo. Mais recentemente, tivemos em 2000 o sensacional Spiderman do PsOne.

De qualquer forma, dá pra dizer - sem medo de errar - que esse novo game do Batman não apenas é o melhor game de super-heróis da atual geração como, mais do que isso, é simplesmente um dos melhores jogos dessa geração de consoles, independentemente de estilos e subgêneros.

O Caveira MAIS DO QUE recomenda!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ANJOS E DEMÔNIOS (ou "COMO ESTRAGAR UM FILME NOS SEUS ÚLTIMOS TRINTA MINUTOS")

Acabo de assistir "Anjos e Demônios", do diretor Ron Howard. E confesso que o filme me deixou confuso, pois no final das contas fica difícil dizer se ele é bom ou ruim.

Vamos começar pelos pontos positivos: a cenografia do filme é belíssima, a ação é constante, o ritmo do filme é interessantíssimo (em contraste com a chatice burocrática e a monotonia da película de "O Código da Vinci") e a história funciona em capturar a atenção do espectador.

Bom, mas sendo assim, como estragar um filme com essas qualidades? Simples: prolongando-o meia hora além do necessário e finalizando-o com o final mais estúpido, bobo, carente de sentido imaginável.

Não li o livro original de Dan Brown, mas li o seu "O Código da Vinci" e sei que, apesar de suas qualidades aqui e ali, o sujeito é um escritor medíocre. Por isso me parece que ele, mais do que o diretor Howard, é o culpado pela reviravolta "trash" do fim da história, que não apenas soa forçada como ainda tem o mérito de retroativamente estragar o que até então funcionava na história - o mistério, a conspiração secreta, o desejo de vingança, etc.

Por volta da primeira hora e meia de filme, a história faz sentido, ainda que com seus naturais excessos e liberdades criativas. Mas nos últimos trinta ou quarenta minutos tudo isso é jogado pelo ralo em prol da obsessão de Brown por reviravoltas baratas, e em retrospecto o que sobra é uma história completamente sem pé nem cabeça, inverossímil e desprovida de qualquer mensagem palpável.


Se você não viu o filme, pule esses próximos cinco parágrafos de SPOILERS. Mas se já viu, reflita por um momento e me responda: o personagem de Ewan McGregor queria mesmo destruir o Vaticano e matar todo mundo? O filme parece sinalizar que não, que o objetivo dele era tão somente simular um ataque externo de inimigos da Igreja para fortalecê-la, demonizando a ciência sem se render aos apelos da modernidade. Mas, se é assim, por que ele colocou uma bomba de antimatéria no Vaticano e deixou ela lá até faltar cinco minutos para que explodisse, levando-a então embora de helicóptero às pressas e arriscando a sua vida de forma inacreditável e imprevisível?

Mais: na qualidade de pessoa mais próxima do Papa que havia, o personagem de Ewan McGregor não tinha ciência das câmeras de vigilância instaladas nos aposentos papais e que vieram a revelar toda a verdade sobre seus planos? Será que não existiria outro recurso narrativo menos estúpido do que fazer o vilão secreto da história se revelar através de uma confissão gravada por câmeras internas de segurança, meu saco?

Não é só isso, não! Continuo: raptando os quatros cardeais favoritos para a sucessão papal, qual era o plano do personagem de McGregor? Favorecer a eleição do cardeal mais conservador? Mas se assim fosse não era mais fácil apenas ter sequestrado os cardeais, ao invés de ter apelado para uma bomba de antimatéria no Vaticano? Caramba, o próprio personagem de McGregor suplica para que o conclave seja adiado e para que todos os cardeais fujam. Como isso poderia ajudar o plano de eleger um Papa mais conservador?

Claro, alguém poderia dizer que a idéia do vilão era justamente posar de herói para ser eleito Papa por aclamação! Só que para isso ele precisaria ser tão onisciente quanto Deus, para antever minuto a minuto o desenrolar da história e ter certeza absoluta de que conseguiria se livrar da bomba no último minuto, saltar de paraquedas durante uma explosão de antimatéria e sobreviver!

Bom, acho que são só esses os furos da história, mas ... não, não, espera aí mais um pouquinho! Quer dizer que toda essa ENORME conspiração envolvendo o sequestro de quatro cardeais de dentro do Vaticano, o assassinato de um Papa e o roubo de um cilindro de antimatéria em Geneva foram orquestrados e realizados por DUAS PESSOAS?!? Todo esse inferno que dura quase duas horas e meia na tela, parecendo uma conspiração de superpoderosos oniscientes e onipresentes, foi levada a cabo por DUAS pessoas?!?!

É, não tem jeito, não. Apesar de seus bons momentos, a história desse filme não tem pé nem cabeça.

A "moral" que Brown tenta passar é mais do que batida, ou seja, que não deve haver rivalidade entre a religião e a ciência - sugerindo, pela trama, que o maior obstáculo a esse entendimento vem dos setores mais conservadores da religião. Mas, francamente, é pouca mensagem para duas horas e meia de suspense arrasados pelo "susto vagabundo" do final.

De qualquer forma, não vou dizer que não recomendo o filme. Vale à pena dar uma olhadinha, nem que seja para conferir o visual exuberante e a excelente cenografia. E até mesmo para apreciar a história, que mantém o espectador atento, entretido e interessado antes de tudo ser arruinado pela necessidade de Brown de apostar em truques literários baratos em detrimento de uma narrativa coesa.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O CAVEIRA RECOMENDA: GAROTOS PODRES - COM A CORDA TODA (1997)

Só agora, uma semana depois, fui ouvir o outro CD que comprei na Jam junto com o do Inocentes (já resenhado em post anterior do blog).

A Garotos Podres é uma das bandas mais icônicas do punk rock brasileiro, surgida em 1982 e tendo lançado seu primeiro álbum em 1985. O som da banda é marcado pela irreverência, pela crítica ácida e pelas letras politizadas. Não deve ser à toa que a banda tem um som inteligente, já que o inconfundível vocalista Mao é Doutor em História pela USP.

Eu curto o som dos Garotos Podres há bastante tempo, mas não tinha nenhum álbum dos caras, só umas músicas esparsas em mp3. Então optei por esse "Com a Corda Toda", lançado em 1997, que me pareceu ser uma espécie de coletânea da banda.


Mas eu estava enganado. O álbum não é exatamente uma coletânea. Das treze faixas, sete são músicas novas. Dessas, a mais divulgada possivelmente foi "Mancha", que eu já tinha ouvido por aí. De resto, a banda apresenta quatro regravações de sons "crássicos" do grupo - "Garoto Podre", "Anarkia Oi!", "Papai Noel Velho Batuta" e "Subúrbio Operário", uma mais legal que a outra. Essas faixas clássicas aí dispensam comentários para qualquer pessoa que conheça um mínimo de punk nacional, pois são sons mais do que célebres dessa cena ("Papai Noel Velho Batuta" foi inclusive coverizada nos anos 90 pelo Ratos de Porão no antológico álbum "Feijoada Acidente").

O disco ainda apresenta duas versões do Garotos Podres para músicas de bandas estrangeiras: "Skinhead Girl" (da banda jamaicana Symarip) e "Expulsos do Bar" (da banda portuguesa Mata-Ratos). As duas são legais, mas a melhor é sem dúvida a primeira, que ficou excelente.

Destaque para o encarte, simples mas eficiente, que apresenta todas as letras não apenas em português como também "traduzidas" para o inglês, certamente visando facilitar a divulgação da banda fora do Brasil.

A produção do álbum ficou por conta de Clemente, do Inocentes, mais uma vez mostrando a união e o bom entrosamento dos ícones da cena punk nacional entre si.

"Com a Corda Toda" é uma excelente pedida para conhecer o som do Garotos Podres, já que o álbum apresenta, num pacote só, sons conhecidos e clássicos do grupo junto com uma série de sons novos legais. O Caveira recomenda!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

HALO 3

No último fim de semana, atravessei a madrugada jogando HALO 3 no Xbox 360 e virei o jogo. Mais um notável feito nerd para o meu orgulhoso currículo.

HALO 3 é muito bom! Além de ser um dos melhores e mais divertidos games multiplayer que já conheci na vida, a campanha single player é sensacional, com vários momentos que beiram o cinematográfico. O bom e velho Master Chief pilota os mais variados veículos durante o jogo, enfrenta de aliens baixinhos a gigantescos tanques de guerra em forma de caranguejo e a ação come solta de várias formas diferentes, com todo tipo de arma e com uma quantidade absurda de inimigos levando bala ao longo do jogo.


A história do jogo não é exatamente simples. Como faz anos que joguei o primeiro Halo (e como nunca joguei Halo 2), confesso que tive um pouco de dificuldade para acompanhar a história. Mas é mais ou menos o seguinte (cuidado com os spoilers, hein?):

No século XXVI, a humanidade desenvolveu a capacidade de viajar mais rápido que a luz, o que possibilitou a colonização de diversos planetas. No entanto, após algumas décadas, os humanos se defrontam com os Covenant, uma aliança de raças alienígenas hostis. Uma guerra interplanetária irrompe entre os humanos e os Covenant, que destroem diversas colônias humanas através do "glassing" (um poderoso disparo de plasma que transforma a superfície do planeta atacado em vidro). Felizmente, a Terra continuava desconhecida pelos Covenant, o que veio a mudar com os eventos narrados em Halo 2.


Halo 3 começa com o protagonista Master Chief voltando à Terra, que está sendo atacada com força total pelos Covenant, com a maioria da resistência humana tendo já sido esmagada. Os Covenant estão seguindo um líder religioso conhecido como o High Prophet of Truth, e o objetivo dos inimigos é ativar um artefato alienígena ancestral descoberto na África. Este artefato foi construído por uma antiga civilização alienígena já desaparecida - os Forerunners. Esta é a mesma civilização que construiu os Halos, que são imensos mundos artificiais em forma de anéis, espalhados pela galáxia.


Os Covenant pretendem ativar o artefato para poderem ter acessos aos Halos e impedir o avanço de uma praga alienígena conhecida como Flood, que é basicamente um raça de parasitas que se alimenta de todo tipo de vida senciente que encontra. O problema é que todos estes antigos artefatos dos Forerunners foram construídos precisamente como uma "solução final" contra os Flood, na medida em que, quando ativados, destroem toda a vida existente na galáxia.


Apesar de toda a luta de Chief e da resistência humana, os Covenant liderados pelo Prophet conseguem ativar o artefato alienígena, que abre um imenso portal pelo qual as forças Covenant adentram. Esse portal leva a um ponto distante do universo, fora da Via-Láctea, no qual os Forerunner construíram uma imensa estrutura conhecida como The Ark. Desse local, é possível ativar todos os Halos existentes, o que é exatamente o plano do Prophet.



Após controlar a ameaça de uma nave Flood que caiu na Terra, uma aliança entre os humanos e uma facção dos Covenant contrária aos planos do Prophet decide que a única alternativa é entrar pelo portal e derrotar o Prophet antes que os Halos sejam ativados.

Quando Chief está perto de impedir Prophet, o líder dos Flood - uma monstruosa entidade denominada Gravemind - propõe uma trégua com os heróis para que Prophet seja detido. Mas assim que Prophet é derrotado, Gravemind trai Chief e o Árbitro (o aliado Covenant do protagonista) e atira novamente suas hordas de floods contra eles.


Sabendo que The Ark está construindo um novo Halo para substituir aquele que foi destruído no final do primeiro jogo, Master Chief decide acionar apenas este artefato isoladamente, o que destruirá todos os flood nas proximidades sem colocar em risco a vida de todos na galáxia. Para isso, ele precisa resgatar sua aliada, a inteligência artificial Cortana, que possui o código de ativação do Halo.


Após ativar o anel, Chief, Cortana e o Árbitro fogem do raio de destruição do artefato numa fragata chamada Forward Unto Dawn, mas apenas a metade frontal da nave (onde está o Árbitro) consegue atravessar o portal de volta à Terra. Com isso, Cortana e Master Chief são dados como mortos, e um memorial é erguido a todos os que lutarem e pereceram lutando contra os Covenant e o Flood.

No entanto, após os créditos finais, a parte traseira da Forward Unto Dawn é mostrada à deriva no espaço. Cortana emite uma mensagem de socorro, mas alerta que podem se passar anos antes que algum resgate apareça. Master Chief então se coloca em sono criogênico, pedindo para ser acordado quando Cortana precisar dela.


Enfim, uma verdadeira space-opera nerd. Quer coisa melhor do que isso?

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Caveira Recomenda: INOCENTES - O Barulho dos Inocentes.

Hoje dei uma passada na JAM Sons Raros aqui em Nóia City e comprei dois CDs de bandas que são verdadeiras lendas do punk rock nacional. Um é do Inocentes, outro dos Garotos Podres.

Nem ouvi o segundo ainda, portanto vou comentar só sobre o do Inocentes, uma banda que eu tinha curiosidade de ouvir há tempos mas da qual não tinha nenhum material.

Os caras são verdadeiros pioneiros do punk no Brasil, com a banda tendo sido formada em 1981. O álbum que comprei é "O Barulho dos Inocentes", lançado em 2000. É um disco com a banda tocando só sons de outras bandas, quase todas aqui do país.

Claro que o principal motivo que me levou a comprar o CD foi a presença de um cover de "Nos Braços da Vampira", uma das minhas músicas favoritas dos Zumbis do Espaço. Mas tem vários outros sons legais nesse álbum, como o excelente cover de "Sandina", dos Replicantes. "Franzino Costela" é outra faixa legal, mas não sei de que banda é.

Outro som antológico é "O Verme", dos Garotos Podres, que já foi coverizada também pelos Zumbis do Espaço. Aliás, a letra dessa música é Zumbis puro, até parece uma música escrita por eles. Essa versão do Inocentes ficou show de bola também.

Mas não dá pra dizer que a banda acertou em tudo. O cover "aportuguesado" de "I Wanna Be Your Boyfriend", dos Ramones, ficou constrangedor. Ficou com cara de Bidê ou Balde. Taí uma faixa que seria completamente dispensável no álbum.

Outro som que vale a pena ser conferido por qualquer fã do estilo é "Restos de Nada". Essa aí não é exatamente um cover, pois foi escrita pelo próprio Clemente do Inocentes, na época em que ele era da banda Restos de Nada - que, até onde eu sei, é hoje considerada a primeiríssima banda punk do Brasil.

Pelo que pesquisei em rápidas googladas aqui e ali, a faixa "Desequilíbrio" é cover de uma banda de mesmo nome, que uns ex-companheiros de Clemente na Restos de Nada formaram nos anos 80 depois do fim da banda.

"Quanto Vale a Liberdade" é talvez a faixa mais esquisita do álbum. Parece até um som do Ira, inclusive com uns violinos comendo solto. Aparentemente, a música é um cover do Cólera, outro grande nome da cena punk de São Paulo dos anos 80.

"Periferia" é uma composição de ninguém menos que Jão, guitarrista e membro fundador do Ratos de Porão, a mais clássica banda punk nacional.

Uma coisa que achei uma merda é que o encarte só contém as letras e o nome dos autores das faixas coverizadas, mas sem referência ao nome das bandas que originalmente escreveram e gravaram esses sons. Tem algumas músicas muito legais no CD que eu simplesmente não faço idéia de quais bandas são, como "Sujos e Bêbados" e "Inimizade".

O Barulho dos Inocentes, além do nome bem sacado, é uma ótima pedida não apenas para conhecer a sonoridade do Inocentes como, também, uma boa forma de conhecer um pouco mais do punk rock nacional dos anos 80, uma cena que produziu muito material de qualidade e de grande autenticidade e honestidade artística.

O Caveira recomenda!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

RELEMBRANDO AS VELHAS FITAS DE VIDEOCLIPES

A segunda metade dos anos 90 era uma terra estranha. Naqueles antigos tempos pré-You Tube, eu costumava acompanhar a programação da MTV e, quando passava um clipe legal, gravava ele em VHS no videocassete para poder assistir depois quando quisesse. Entre 1997 e 2000, enchi seis fitas VHS com material do tipo, o que equivale a mais de trinta horas de clipes, documentários sobre bandas, shows, etc.
Para lembrar desses tempos distantes e longínquos, separei abaixo links de alguns dos vídeos que faziam a minha alegria naquela época.


MISFITS - AMERICAN PSYCHO: divertidíssimo vídeo de uma das minhas bandas prediletas de todos os tempos.




THE WALLFLOWERS - HEROES: videoclip "cool" e superproduzido, com música da trilha do blockbuster Godzilla.





SUPERTRAMP - THE LOGICAL SONG: uma das melhores letras de todos os tempos?




SLAYER - SEASONS IN THE ABYSS: a primeira vez que ví esse vídeo foi num episódio de Beavis and Butt Head. Os personagens adoravam esse clipe, que é legal pra caramba mesmo.




JUDAS PRIEST - LOCKED IN: a música é muito legal e o vídeo é bobo como só os anos 80 souberam ser.




MOTORHEAD - BORN TO RAISE HELL: da trilha do filme "Airheads". Imperdível.




METALLICA - TURN THE PAGE: um dos melhores videoclipes que já vi na vida, sem dúvida.




SAXON - PRINCESS OF THE NIGHT: Grande som de uma das minhas bandas favoritas da New Wave of British Heavy Metal.





E aqui vão mais alguns links para outros videoclipes memoráveis que desfilaram pelas minhas antigas fitas VHS:


MARILYN MANSON - SWEET DREAMS: http://www.youtube.com/watch?v=Pdf1Q5__uvg

METALLICA - WHISKEY IN THE JAR: http://www.youtube.com/watch?v=7oKLq1JD3vU

COAL CHAMBER - LOCO: http://www.youtube.com/watch?v=YLOYw_y0B9k

ROB ZOMBIE - DRAGULA: http://www.youtube.com/watch?v=N1MQW5e6KcE&feature=fvst

RAMONES - POISON HEART: http://www.youtube.com/watch?v=SCFMBk8rGy0&feature=fvst

PAGE & PLANT - MOST HIGH: http://www.youtube.com/watch?v=yvGZzAUtILc

MISFITS - DIG UP HER BONES: http://www.youtube.com/watch?v=Wp0OUnQiMW8&feature=fvst

IRON MAIDEN - FROM HERE TO ETERNITY: http://www.youtube.com/watch?v=BwGuR711cwM

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

1981 - NASCE EU E O IBM-PC

Hoje li na Wikipedia que em agosto de 1981, um mês antes de eu nascer, foi lançado o IBM PC, o pai do "padrão PC compatível" que hoje domina o mundo.

Ou seja, nasci no mesmo ano em que surgiu o microcomputador como o conhecemos hoje.

Quando olho pra essa fotinho do "pioneiro", me sinto com cem anos...


Só quem viveu nos anos 80 pode lembrar o misto de fascínio, mistério e excitação que um MICROCOMPUTADOR despertava. Comprar um era como entrar para uma gangue, uma irmandade, uma ordem secreta nerd.

Quem poderia imaginar que, duas décadas depois, qualquer pessoa da classe C pra cima, de qualquer perfil, viveria cercada por computadores em casa e no trabalho ...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Chat no site da Zero Hora sobre a crise no Piratini


Participei de um chat, agora à tarde, com a Rosane de Oliveira da Zero Hora. O tema era a atual crise política do RS e ela fez algumas considerações bem interessantes, que reproduzo abaixo.

Um resumo do chat pode ser lido em
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Pol%EDtica&newsID=a2608221.xml

Aliás, observo que a pergunta que formulei ("A RBS já teve acesso ao conteúdo da ação?") foi um dos trechos selecionados para essa matéria.

"A fraude do Detran, segundo operou a Operação Rodin, começou no governo de Germano Rigotto, mas veio á tona com a troca de fundações, no início do governo Teda, e a briga entre as pessoas que se beneficiavam do esquema". "O pedido de impeachment que tramita na Assembleia foi arquivado pelo ex-presidente Alceu Moreira, mas o PSOL recorreu. O sucesso dele vai depender do conteúdo do material que o MPF levantou e que está sob sigilo". "Não creio que tenha sido violado o princípio da presunção da inocência. Ninguém está dizendo que as nove pessoas citadas são culpadas: isso, a Justiça dirá depois de analisar as provas. A sociedade tem o direito de saber quando uma pessoa pública é acusada de alguma coisa. De nossa parte, na imprensa, queremos dar amplo espaço á defesa, mas para isso precisamos saber quais são as acusações. Reafirmo: não me parece correto dizer que alguém foi denunciado e não dizer o que há contra essa pessoa. Por isso, espero que a juíza Simone derrube o sigilo e todos possamos avaliar a qualidade das provas para concluir se a ação é procedente ou não".

" (...) acho que a CPI agora está atrasada. Vai chover no molhado. De qualquer forma, é bom que tudo seja esclarecido. Como o PMDB aderiu, já são 31 assinaturas a favor da CPI". "A base aliada assinou a CPI porque agora essas assinaturas são irrelevantes. As que importavam eram as 19. Quem assina agora está querendo pegar carona. Claro que se quase todos assinarem, a CPI ganha mais legitimidade".


"Estamos diante da mais grave crise política do Estado, mas eu sinto falta de saber quais são as acusações que pesam contra cada um dos citados na ação de improbidade. Estamos navegando no escuro. Minha impressão é de que os procuradores não tomariam atitude tão drástica se não tivessem encontrado elementos suficientes para embasar a ação. Espero que não demore a cair esse sigilo".


"Concordo que agora a CPI perde importância, porque o MPF já fez a denúncia. A oposição, porém, entende que é preciso investigar outros fatos e outras pessoas".


"Hoje no Gaúcha Atualidade eu tentei obter da governadora o compromisso de tornar as denúncias públicas assim que ela for notificada, já que reclamou da forma como o MPF anunciou a ação de improbidade sem dizer o que pesa contra cada um dos nove. Ela disse que vai agir no limite da lei, mas não estou segura de que vai liberar as informações. Minha expectativa é de que a juíza libere".



"Eu continuo sentindo falta de informações sobre o conteúdo da ação e as provas. Não me incomodei com a linguagem do procurador Adriano Raldi por dizer que os réus não terão moleza. Ora, o homem não disse um palavrão: falou em português. Por que um procurador só pode falar juridiquês?"



"Ainda estamos ouvindo as fontes para saber o uqe vai acontecer, mas acho muito sintomático o PMDB assinar a CPI. Parece uma forma de forçar a saída do governo. A base aliada nunca foi muito sólida e, antes deste episódio, já havia descontentamento. Acho a situação preocupante em matéria de governabilidade".



"Não acho que tenha sifo estardalhaço do MPF. Nós vínhamos cobrando deles uma manifestação oficial que não diexasse dúvidas sobre a procedência das denúncias feitas pela deputada Luciana Genro e eles mantiveram meses de silêncio. O que anunciaram ontem é muito concreto, mas acho que não se justifica o silêncio em relação ao conteúdo da ação. A entrevista foi frustrante, porque tudo o que a gente perguntava eles não respondiam, invocando o sigilo legal".


"Infelizmente, a RBS não teve, ainda, atendido seu pedido de acesso ao conteúdo da ação. Esperamos que a juíza Simone derrube o sigilo ainda hoje para que possamos ter uma avaliação mais clara. Enquanto não conhecermos o conteúdo da ação e as provas que a embasam, fica difícil fazer uma avaliação definitiva".



"A reeleição da governadora é muito difícil, porque ela teria pouco tempo _ pouco mais de um ano _ para recuperar a credibilidade e todas as pesquisas mostram uma avaliação muito negativa. Claro que as pesquisas de hoje podem mudar até outubro do ano que vem, mas no caso dela o terreno a ser recuperado é muito extenso. Além disso, ela terá de enfrentar no mínimo dois partidos muito bem aparelhados, o PT e o PMDB".


"Não concordo com a expressão "circo político". Acredito na seriedade do Ministério Público Federal, mas insisto, mesmo correndo o risco de vocês me acharem cansativa: é preciso saber o que encontraram contra cada uma das pessoas citadas na ação".


"O Ministério Público federal é uma instituição com autonomia. Os procuradores não estão subordinados ao ministro Tarso Genro. Não vamos começar a ver chifre em cabeça de cavalo".


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Até onde vai a burrice humana?



O vídeo acima vem fazendo sucesso no Youtube, mostrando um suposto expert que denuncia que a nova gripe H1N1 teria sido inventada em laboratório para gerar lucros monstruosos para as empresas e laboratórios envolvidos.

É uma pena que o pessoal que divulgue esse tipo de asneira não se dê o trabalho de pesquisar um pouco sobre a identidade do "expert" em questão, o Dr. Leonard Horowitz.

Em resumo, desde 1994 Horowitz vive de escrever livros sobre teorias conspiratórias ligadas à saúde pública. Em 1996, ele escreveu um livro acusando o governo dos EUA de ter inventado a AIDS e o vírus Ebola em laboratório. Contrário a vacinações, Horowitz tem também como temas recorrentes a adoção de terapias new age, numerologia e profecias apocalípticas. Aparentemente, o próprio Horowitz já assumiu seu papel de popstar do conspiracionismo, já que foi palestrante da convenção americana Conspiracy Con por três vezes.

Entre os fãs de Horowitz, está o governo do Irã, que já manifestou desconfiança quanto a campanhas de vacinação com base nas teorias conspiratórias do sujeito.

Enfim, é uma pena que um assunto tão sério seja explorado por um babaca desses. E é igualmente lamentável que tanta gente impressionável saia por aí dando publicidade para esse tipo de lixo.

Mais sobre a vida do Dr. Horowitz pode ser encontrado em:

http://en.wikipedia.org/wiki/Leonard_Horowitz

O Caveira Recomenda ...




Green Jelly, com a música Three Little Pigs.

Hilário, vale à pena conferir!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

NINTENDO DS + XBOX 360 = :)

Em momento notavelmente NERD da minha vida, na semana passada adquiri dois novos videogames no impressionante espaço de 48 horas. O primeiro foi um Nintendo DS, o segundo foi um Xbox 360 novinho com HD de 60 Gigas.

O que dizer sobre isso? EBAAAAAAAAAAAAA!!! :P

Por enquanto, estou com três games no Xbox 360: Grid, Gears of War 2 e Ghostbusters.

GRID é um game de corrida muito animal da Codemasters, lançado em 2007. Só que é difícil pra CARAMBA, certamente um dos games mais ralados do estilo que já conheci. O jogo não perdoa, se cometer uma cagadinha de nada numa corrida você estará ralado. E o carro vai se demolindo à cada batida e ficando cada vez mais imprestável. E os adversários são uns bandidos que te fazem de gato e sapato, prensando seu carro contra os muros, dando fechadas, entre outros comportamentos que beiram a marginalidade.


GHOSTBUSTERS é talvez o game que eu aguardava com mais ansiedade este ano. O roteiro foi escrito por Harold Ramis e Dan Akroyd (que interpretavam respectivamente Egon e Ray nos filmes) e TODO o elenco original dubla as vozes dos personagens. O jogo se passa em 1991 e é uma espécie de "terceiro filme" dos Caça-Fantasmas. Enfim, pra quem é fã dos caras como eu, o game é uma festa, cheio de referências aos filmes e interações divertidas entre os personagens. Como jogo, Ghostbusters não é nada do outro mundo. É divertido e bem executado, mas sem nada de muito especial. Mas para pessoas como eu, fãs de longa data dos filmes, é simplesmente IMPERDÍVEL. É a melhor coisa feita dentro da franquia "Ghostbusters" desde o desenho animado do final dos anos 80 e começo dos 90.



Por fim, o que dizer de GEARS OF WAR 2? O primeiro game já era animalesco, e esse é ainda melhor, cheio de situações intensas, inimigos gigantescos que surgem do nada e ação frenética que faz o jogador ter vontade de sair berrando. Gráficos do além, hordas de inimigos, bala comendo solta, cenários espetaculares, andamento cinematográfico ... nem tem como descrever, só jogando para conferir.



Já no DS, uma das coisas que mais joguei é um game recente chamado OVERLORD MINIONS, bem divertido. O lance é o seguinte: o jogador é uma espécie de lorde das trevas, num mundo medieval, e comanda uma horda de goblins cômicos e meio pirados, usando-os para completar missões contra inimigos que ameaçam as terras dominadas pelo maléfico lorde interpretado pelo jogador. O jogo é uma espécie de mistura de puzzle com aventura, sendo que cada goblin tem poderes, habilidades e fraquezas específicas, e precisam ser comandados para trabalhar em conjunto para superar os desafios e inimigos de cada fase. Todos os comandos, incluindo movimentação e ataque, são feitos com a caneta stylus, na tela inferior do DS, o que torna a jogabilidade bastante ágil e dinâmica. Um joguinho relativamente simples, mas muito legal.



Outro título que me chamou a atenção no DS é BROKEN SWORD - THE DIRECTOR'S CUT. O jogo é um remake do clássico adventure de mesmo nome lançado para PC no já distante ano de 1996. O detalhe dessa "versão do Diretor" é que ela inclui algumas partes da história que não existiam no original, principalmente no começo do jogo, com a história abrindo de uma forma completamente diferente da versão original. Esses acréscimos dão maior profundidade para alguns fatos que eram abordados apenas como "pano de fundo" na primeira versão, dando mais background para a coadjuvante Nico, que nesta versão do jogo começa como protagonista. Os gráficos desse Broken Sword do DS são muito legais, com desenhos feitos pelo ilustrador da célebre HQ Watchmen, e os cenários são bem caprichados. A interação, toda feita com a caneta stylus, também ficou bem interessante. O estilo do jogo é aquela coisa antiga dos "adventures", tipo "apontar e clicar", e pode parecer estranho e burocrático para jogadores mais novos. Mas é uma boa pedida para o pessoal que, como eu, cresceu jogando adventures como The Secret of Monkey Island, Sam & Max, Indiana Jones and the Fate of Atlantis, Maniac Mansion, Day of the Tentacle e semelhantes.



Enfim ... haja tempo para dar conta de tantos games legais!

domingo, 19 de julho de 2009

ÁLBUM DA SEMANA: LADY GAGA - THE FAME (2009)


Que o Todo Poderoso Deus do Rock e do Metal me perdoe, mas o álbum da semana aqui da Cripta é uma coisa pop até dizer chega: o "debut" da comentadíssima Lady Gaga.

A falação em cima dessa garota é uma coisa de doido. Mal apareceu pro mundo e já foi capa da Rolling Stone nos EUA e aqui, já foi chamada de "nova Madonna", a toda semana é fotografada vestindo alguma coisa bizarra e por aí vai. Mas afora todo esse barulho, há algum mérito no som da guria? Buenas, a resposta é: SIM, porra, e como!

Embora a lenda diga que a cantora ganhou seu apelido por causa da clássica música do Queen "Radio Gaga", não existe quase nada de rock no som de Lady Gaga. Esse álbum de estréia dela, "The Fame", é puro pop contemporâneo, recheado de batidas eletrônicas e ritmos feitos sob medida para pistas de dança.

Mas há algo de diferente aqui, que dá a esse trabalho uma cara bem diferente do que se vê por aí sendo feito por artistas como Britney Spears, Christina Aguilera, Jennifer Lopez e semelhantes. Lady Gaga parece ter a intenção de misturar o pop/dance contemporâneo e dos anos 90 com o pop radiofônico dos anos 80, com aquela atitude "festiva" e "pra cima", o que resulta num som bem mais irreverente e divertido do que a média do pop contemporâneo, que geralmente se resume a choradeiras e gemedeiras arrastadas gravadas por cima de uma base drum n'bass paupérrima.

"The Fame" abre com Just Dance, o dance mais legal e arrasa-quarteirão que eu já ouvi na vida. Até eu - que sou uma mistura de Múmia com Monstro de Frankenstein, - poderia vir a me arriscar numa pista de dança se esse troço tocasse (se tivesse ingerido umas duas ou três cervejas antes, certamente ajudaria).

Na sequência vem Lovegame, mais previsível e menos interessante. A terceira faixa é Paparazzi, uma das melhores música do álbum, mais pop e menos dançante, provando que Gaga realmente tem seus méritos como vocalista. A música é grudentíssima, melodiosa e realmente interessante.

Beautiful Dirty Reach é outro momento dance do álbum sem maiores atrativos. Eh Eh (Nothing Else I Can Say) novamente deixa o dance de lado, sendo uma faixa bem pop radiofônico, e é mais uma demonstração de como a Lady Gaga faz um pop grudento sem cair na chatice arrastada que caracteriza a maior parte do que atualmente se ouve nesse estilo.

Poker Face é outra faixa totalmente dance do álbum, e provavelmente é a melhor música com esse perfil depois da faixa de abertura. Embora o clipe da música seja bastante chato (caracterizado pela mesmice e pelos clichês típicos desse lamentável lixo que é o pop dos dias atuais) é preciso reconhecer que a música em si é bem legal, grudenta até dizer chega. É mais uma música com a qual Lady Gaga coloca a concorrência no bolso.

A faixa seguinte é The Fame, que dá nome do álbum. Aqui, novamente, há uma alternância de estilo, saindo novamente o dance de cena pra dar lugar a um pop radiofônico bem embalado, acentuado por uns acordes incidentais de guitarra aqui e ali.

Money Honey é outro hit de pista de dança, divertida e contagiante, primando pela melodia.

Again Again é uma das surpresas do álbum, sendo basicamente uma baladona pop, bem voltada para os vocais, nada parecido com as várias faixas dançantes e eletrônicas do disco. Um dos destaques do álbum, sem dúvida, e provavelmente mais um som de Lady Gaga destinado a ganhar as rádios num futuro muito próximo.

Boys Boys Boys tem uns teclados oitentistas e um refrão bobo que remete ao pop daquela época, mas o resultado final é legal. Brown Eyes, por sua vez, é uma faixa meio chatinha e parada, um pouco murrinha, sem o bom andamento de "Again Again".

O álbum fecha com a surpreendente Summerboy, o único flerte de Lady Gaga com o Rock em todo álbum, e feito de forma extremamente competente. Aqui mais uma vez Gaga mostra um pouco de versatilidade e a faixa contribui para a diversidade do álbum, mostrando que a cantora também convence quando acompanhada por umas boas frases de guitarra. Sem dúvida, uma das melhores músicas do álbum, um pop-rock de primeira. Se essa faixa não ganhar as rádios, será um tremendo desperdício.

"The Fame" é, basicamente, um apanhado de 12 faixas de dance/pop. O que um fã incondicional de Rock como eu pode ter gostado no som da Lady Gaga, confesso, é um mistério até pra mim. Pode ter sido uma decorrência da morte do Michael Jackson, já que nas últimas três semanas eu venho ouvindo o pop do Mestre de forma recorrente e meus ouvidos podem ter ficado suscetíveis a outros sons do estilo. Pode ser por causa que Lady Gaga é uma tremenda gostosa, dona de uns pernões e de um conjunto coxas/bunda digno de uma latina. Mas o mais provável é que seja simplesmente agradável conferir um grande sucesso do pop internacional que contenha um pouco de diversão, irreverência e identidade, o que ao meu ver é muito mais do que se pode dizer das Britneys, Timberlakes, Aguileras, Lopez e assemelhados. Aliás, já é um mérito digno de nota o simples fato de a cantora dispensar completamente aqueles insuportáveis flertes "forçados" com o Rap, que infelizmente viraram uma espécie de item obrigatório no pop atual.

Enfim, Lady Gaga não é rock. Mas o Caveira recomenda - e que o Deus do Rock e do Metal possa me perdoar por esse deslize. :)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O DIA EM QUE A MÚSICA MORREU

A notícia da morte do Michael Jackson foi um choque pra mim. Na noite em que a notícia correu o mundo, parei para ouvir uma duas horas das melhores músicas dele, para ver se isso me ajudava a fazer "cair a ficha". Claro, todo mundo sabe que a carreira do cara estava virtualmente terminada, que ele vivia como um eremita e que os seus "anos de ouro" já tinham acabado há uns bons quinze ou dezesseis anos. Mas quando um sujeito desses deixa o mundo, não dá pra deixar de ficar perplexo. A morte de Jackson incomoda e entristece por tantas razões que eu não saberia definir uma mais importante. Em parte, é porque sabemos agora com certeza que jamais veremos outro show grandioso, outro videoclip inovador e mágico e nem ouviremos outro álbum arrasa-quarteirão. Em parte, é porque nos atordoa ver que a fama e fortuna sem precedentes do artista não só não lhe garantiu uma vida longa como, aparentemente, nem sequer uma vida feliz. E, em parte, é porque sentimos que a morte dele leva junto uma parte de nós e de nosso passado, aquele tempo em que todos babavam vendo os revolucionários vídeos de Jackson na TV, imitando o Moonwalk e cantarolando Billie Jean. Michael Jackson é o primeira músico do qual lembro de ter gostado na vida, ainda na primeira infância. Billie Jean foi provavelmente o primeiro hit na minha cabeça. E eu jamais tive qualquer interesse em dança, exceto pelas iniguiláveis coreografias de Jackson, uma mais contagiante do que a outra. Cresci numa época em que um novo clipe de Michael Jackson era um evento, exibido pelo Fantástico no fim do programa para um público curioso e ansioso. Uma época em que um jogo de videogame sem outros atrativos dignos de nota virava sensação pelo simples fato de trazer Jackson como protagonista. A figura de Jackson compartilhava daquela mesma aura de mistério e magia que o mágico David Copperfield tinha, qualquer coisa nova que se anunciava a respeito deles era motivo de fascínio. Qualquer coisa que Jackson fazia era a vanguarda encarnada, a moda do momento, a onda a seguir. Não surgiu uma figura minimamente comparável no cenário musical nas últimas duas décadas, e talvez nunca mais surja. MJ, caso você não saiba, você era esquisitão pra caramba. Mas nós amamos você e o seu trabalho. E pode ter certeza de que para sempre a história irá reconhecer o seu gênio e lembrar os seus feitos. Aonde quer que você esteja, que esteja em paz!

terça-feira, 23 de junho de 2009

QUEM DIRIA: TELEVISÃO COM UM POUCO DE VISÃO!

Nunca fui um grande fã de TV em geral, mas confesso que nunca gostei de tantas séries televisivas quanto hoje em dia. Estou realmente convencido que atualmente a média de qualidade desse tipo de programa é muito superior ao que se via em outros tempos.

Da minha infância, lembro basicamente apenas da SUPER MÁQUINA e do ESQUADRÃO CLASSE A. O resto do que eu assistia eram desenhos animados ou enlatados nipônicos de super-heróis lutando contra godzillas de borracha.



Confesso que eu achava MIAMI VICE interessante também, mas eu era muito pequeno pra ver esse tipo de coisa. É, eu sei, é difícil de acreditar, mas um dia Miami Vice foi considerado um programa violento. Hoje em dia, qualquer criança vê coisas muito mais fortes jogando GTA no videogame ...

Na minha adolescência, três séries da TV aberta me fisgaram:

* os CONTOS DA CRIPTA (Tales From the Crypt), que eram exibidos semanalmente pela Band ali pela metade dos anos 90 e chegaram aqui no Brasil também nas locadoras, em VHS;

* ANOS INCRÍVEIS, que também era exibida pela Band (se bem me lembro);


* MARRIED WITH CHILDREN (que eu realmente não lembro como era chamada por aqui).

Embora eu curtisse ver as últimas duas sempre que possível, a única que eu era FÃ de verdade era, naturalmente, dos saudosos CONTOS DA CRIPTA.

Já pelo final dos anos 90, ali por volta de 1997, eu fui fisgado pelos ARQUIVOS-X (The X-Files), indiscutivelmente a melhor série de TV dos anos 90. Essa série se destacava na medida em que criou o seu próprio universo, gerando uma complexa mitologia própria que ia além de episódios semanais independentes um do outro. Era mais ou menos aquilo que Star Trek havia feito muitos anos antes.

Com o fim dos ARQUIVOS-X, no começo dessa década, por algum tempo não encontrei nada que valesse à pena ver. SMALLVILLE estava começando, e era interessante, mas logo se tornou exagerado e aborrecido para o meu gosto (embora eu saiba que sou voto vencido nessa questão, dado o sucesso do programa, no ar até hoje).

Então, em 2006 foi apresentado ao LOST. U-A-U! A melhor série dessa primeira década do século XX, é óbvio.

Em 2008 passei a acompanhar três séries de humor imperdíveis, todas "bombando" atualmente na televisão americana. A primeira foi TWO AND A HALF MEN, que hoje é uma das séries de maior audiência nos EUA. Depois foi THE OFFICE, para a qual já dediquei um post na Cripta há algum tempo. E, mais recentemente, virei fã de carteirinha da divertidíssima THE BIG BANG THEORY.

Com isso, pela primeira vez na vida, estou curtindo QUATRO séries de TV ao mesmo tempo. Até eu estou surpreso. Nada mal para um cara que não é chegado em televisão. E isso que tenho consciência de que não dou atenção para algumas séries que estão fazendo muito sucesso nos últimos anos, como 24 HORAS, PRISON BREAK, FRINGE e HEROES.

Realmente, parece que a televisão americana hoje concentra mentes melhores e mais criativas do que o cinema hollywoodiano, que nos últimos tempos anda vivendo de continuações, super heróis e de remakes desnecessários.