quarta-feira, 30 de junho de 2010

QUE SAUDADES DOS ANOS ... HMMMMM, ESPERAÍ UM POUCO!


Esses dias eu estava no segundo subsolo das catacumbas da minha cripta, trabalhando no meu projeto de máquina do tempo para voltar para os anos 80. Mas, de repente, assim do nada, a VERDADE me arrebatou. Descobri algo incrível que preciso compartilhar com vocês. Mas não contem nada pra quem não frequenta a Cripta do Caveira, pois precisamos punir essas pessoas por seus maus hábitos.

Estão preparados? Vou revelar a verdade pra vocês, lá vai: nós já vivemos nos anos 80!!!

Espera aí, não sai do blog, não pára de ler! Sossega esse dedão no mouse aí! Deixa eu explicar.

Dê uma olhada ao seu redor: nesse exato momento, O Esquadrão Classe-A está bombando nos cinemas, o artista que lidera as paradas de vendas de álbuns é Michael Jackson, os artistas pop mais badalados são os que mais imitam Jackson e está na moda copiar o cabelo e as roupas da Cindy Lauper. Convencidos?
 
 
Além disso, todo mundo por aí está jogando games de Atari, Nintendo 8-bits e Mega Drive. Só que agora todo mundo joga essas coisas em emuladores, e não nos aparelhos originais. Ou seja, a nossa era não é apenas os anos 80, é uma espécie de anos 80 turbinados, com alguns plus! As pessoas também continuam vendo Miami Vice e A Super-Máquina, só que agora assistem em DVD, com áudio em inglês, e não no SBT, dublado e com intervalos, como ocorria nos anos 80 originais.

Como sempre tem um chato pra discordar, já antecipo alguém dizendo "nhé, não estamos nos anos 80 porque o som que toca nas festas não é mais o mesmo". Tem certeza? Hoje em dia, existem mais festas "Anos 80" do que nos próprios anos 80! Se você somar todas as festas realizadas entre 1980 e 1989 - que eram naturalmente oitentistas por uma simples questão de lógica temporal - e depois comparar com todas as festas "Anos 80" realizadas entre 1995 e 2010, verá que estamos em larga vantagem. Toda festa boa que acontece hoje em dia é "Anos 80", "Boys Don't Cry" ou, no máximo, animada pelo som da Lady Gaga, que é a febre do momento e a maior chupadora/imitadora do pop oitentista que existe.
 
 
Pense bem, esses anos 80 turbinados em que vivemos dão de dez a zero nos anos 80 originais. A gente pode ouvir Michael Jackson, Depeche Mode, Phil Collins e Smiths em mp3, e não mais em LPs e fitas K7. Podemos jogar Atari, Odyssey, MSX, Spectrum, Master System, Mega Drive e Nintendo em emuladores, com facilidade, e não precisamos mais assoprar os velhos cartuchos e nem carregar os jogos em disquetes gigantescos. Podemos ver Caça-Fantasmas, De Volta Para o Futuro, A Hora do Espanto e Guerra nas Estrelas em DVD ao invés de precisarmos esperar pelas próximas reprises na Globo. 
 
 
 Ainda por cima, agora tem internet, o que permite acessar um monte de coisas oitentistas que não existiam nos anos 80, como A Cripta do Caveira, por exemplo. Sem falar que, agora, o Sarney não é mais presidente do Brasil e o Ronald Reagan não é mais presidente dos EUA. Ponto pra nós, caros contemporâneos!
 

Claro, claro, algumas coisas mudaram. Se você sair por aí de terno branco e com sapatos sem meias, você vai apanhar até na loja de conveniência do posto de gasolina. Mas, no geral, estamos em vantagem. Se não fosse pelas bandas emo e pela série Crepúsculo, eu até cogitaria de parar de trabalhar na minha máquina do tempo!

Quando você cair na night para pegar garotas, lembre-se: isso NÃO É um jeito aceitável de se vestir!

domingo, 27 de junho de 2010

Você sabe o que é uma porcaria? VUVUZELAS!



"Vuvuzela". Até três meses atrás, ninguém sabia que diabos era isso. Seria uma península no interior da Venezuela?

Gerações inteiras nasceram e morreram sem jamais terem pronunciado a palavra "vuvuzela". E agora, subitamente, do nada-nadinha, todo mundo fala em vuvuzelas uma dúzia de vezes por dia!

Pois eu me recuso a falar "vuvuzela". Vuvuzela é a vó, a palavra certa é CORNETA! Nós chamamos corneta de "corneta" a vida inteira, por quê mudar agora? O substantivo "corneta" está de tal forma ligado ao futubol que criamos até o verbo "cornetear" para designar aquela encheção de saco camarada que fazemos com os outros quando o time deles perde (ou, pior, que fazem com a gente quando o nosso time perde).

Existe alguma distinção de ordem técnica ou científica entre uma corneta e uma vuvuzela? Uma corneta de plástico feita para fazer barulho no estádio é uma corneta, ora bolas. "Veja bem, a vuvuzela é uma corneta com um som diferenciado, repare aqui nesse acabamento na ponta, que permite alcançar notas em sustenido e ..."



Ah, mas lá na África do Sul chamam corneta de vuvuzela! E daí? E se eles chamassem cachorro-quente de rakunuku, nós passaríamos a chamar assim o pão com salsicha nosso de cada dia? "Oi, vou querer um rakunuku de linguiça calabresa, sem ervilha e com bastante maionese, e uma Fanta Uva". Hmmmm, não, né?



Eu tenho a tese de que, na verdade, o termo vuvuzela virou moda só porque é legal dizer vuvuzela. Primeiro, porque parece um palavrão. Segundo, porque permite que a nossa boca produza sequências silábicas incomuns (o mesmo prazer de dizer "Cthulhu"). Terceiro, porque deixa implícito que estamos inteirados do vocabulário da Copa e - por que não - que entendemos de futebol, afinal de contas.

Mas nada disso muda o fato de que uma corneta é uma corneta, aqui ou na China. Ou na África do Sul.


quarta-feira, 23 de junho de 2010

O Caveira Recomenda: LEADBELLY - TAKE THIS HAMMER (2003)


Take This Hammer é uma coletânea, lançada em 2003 como parte da série When the Sun Goes Down - The Secret History of Rock & Roll. A série, como o próprio nome já diz, é focada em desenterrar material jurássico das fontes primárias do rock, principalmente do blues. Alguns álbuns da série contém material de vários artistas, mas Take This Hammer é focado em um só: Huddie Ledbetter, popularmente conhecido como Leadbelly.

Leadbelly já estava na metade da casa dos quarenta anos quando seu talento foi descoberto, em 1933, pelos musicólogos John e Alan Lomax. Detalhe: essa descoberta se deu na Penitenciária do Estado da Louisiana ("Angola Prison Farm", como era chamada na época), onde o músico cumpria pena por tentativa de homicídio (ele havia passado a faca num sujeito durante uma briga). Os Lomax começaram a gravar material de Leadbelly lá mesmo, na prisão, usando um equipamento portátil (todo o material que os Lomax gravaram do músico entre 1934 e 1943 foi lançado em seis volumes, nos anos 90, pela Rounder Records).

Em 1935 Leadbelly foi solto, e teve várias idas e vinda com John Lomax, chegando até a ser motorista do cara. Em 1939, o músico se meteu numa briga em Manhattan e voltou pra cadeia. Alan Lomax então "adotou" Leadbelly, ajudando o músico com suas despesas legais. Com Leadbelly solto em 1940, Alan Lomax convenceu a RCA (antiga empresa de eletrônicos que também atuava no mercado fonográfico) a gravar algumas músicas de Leadbelly, dando origem ao álbum The Midnight Special and Southern Prison Songs. Depois disso, o cara despontou para o sucesso, gravando para a Capitol Records, tocando em shows de rádio pela CBS com transmissão nacional, destacando-se na cena nova-iorquina e fazendo sucesso até na Europa.



O músico morreu em 1949, aos 61 anos de idade, e suas músicas viraram patrimônio cultural de bluseiros e roqueiros, sendo que Leadbelly veio a ter músicas suas coverizadas por gente do calibre de Kinks, Beatles, Rolling Stones, Van Morrison e Nirvana, dentre vários outros. 

Take This Hammer reúne todas as músicas que Leadbelly gravou para a RCA em 1940. São nada menos do que 26 músicas, todas com duração na casa dos três minutos e gravadas apenas com violão e vozes. Em doze faixas, Leadbelly é acompanhado pelo The Golden Gate Jubilee Quartet, um então famoso grupo vocal de blues/jazz/gospel, formado por Willie Johnson, William Langford, Henry Owens e Orlandus Wilson.

Apesar dos bons momentos com o quarteto, o que mais surpreende no álbum é o vozeirão de Leadbelly. É só o gogó do cara com um violão de doze cordas (o instrumento era a "marca registrada" do músico), e o ouvinte custa pra se dar conta de que não há uma banda acompanhando o cara. Não tem baixo, nem bateria, nem guitarra, nem solos, e tudo foi gravado em 1940, há SETENTA ANOS ATRÁS! E o resultado é de fazer o queixo cair e sair rolando pelo chão.

Quem gosta de blues vai curtir o troço do começo ao fim, mas é claro que há algumas faixas especiais. "Midnight Special" é o destaque absoluto do álbum. Trata-se de uma música folk tradicional, de origem indeterminada. Leadbelly não foi o primeiro a gravá-la (já haviam gravações anteriores, por outros artistas, feitas em 1926 e 1929). Mas Leadbelly contribuiu muito para popularizá-la, ao ponto de por muito tempo a música ter sido erroneamente atribuída como de autoria dele.

Outro destaque é "Rock Island Line", um blues feito simplesmente sem nenhum instrumento, construído apenas com vozes, e o resultado é tão impressionante que um ouvinte desavisado pode ouvir a música duas ou três vezes antes de se dar conta de que não há sequer um violão ali. "Good Morning Blues", "Alberta", "Easy Rider" e "Worried Blues" são daqueles blues que não poderiam ser mais autênticos e "de raiz".  Já a faixa que fecha o álbum, a divertida "You Can't Lose-a-Me Chally", é acelerada e já parece quase um rockabilly, quase como se Leadbelly estivesse antevendo a sonoridade dos estilos futuros que sua música ajudaria a inspirar.

O Caveira recomenda! E um obrigado especial à Suzan, do www.suzanathayde.wordpress.com, que desenterrou essa relíquia lá na Livraria Cultura de Porto Alegre, comprou e me mostrou.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Sessão Intolerância



AS 10 COISAS QUE EU NÃO ACEITO QUE OS OUTROS NÃO GOSTEM

1  - Filmes de terror em geral, e todos os Sexta-Feira 13 em particular
2  - Pelo menos algum subgênero do Rock
3  - Muppets
4  - Ramones e Misfits
5  - Videogames
6  - Metallica e Iron Maiden
7  - Star Wars
8  - Música pop dos anos 80
9  - Gatinhos persa fofinhos
10 - Superman e Batman



Não gostou? Clique aqui pra ler meu pedido de desculpas!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Clipes que fazem o Caveira choramingar: RAMONES - I Don't Wanna Grow Up



Uma música sensacional, numa versão incomparável pelas mãos de uma das bandas mais fodas de todos os tempos, num dos videoclipes mais legais já feitos até hoje.

Se você não concorda, clique aqui.

Inferno, Leite em pó e Chat da UOL - por PC Siqueira



Sério candidato a melhor vídeo do PC Siqueira.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Lugares Perigosos dos Anos 80: o bar Blue Oyster



"Tenha medo, tenha muito medo!", orienta Don Johnson, o consultor especial da Cripta do Caveira para Assuntos Oitentistas.

Quem lembra do WASSUP!?!?!?!

O original:





A versão Scary Movie:




A versão Liga da Justiça:

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Carlão F8 (sem tirar)



Cara, eu PRECISO desse carro ...

Alguém lembra da "Sessão das Dez"?




Isso fez eu me sentir com cem anos de idade!

Vou ali chorar um pouco no banheiro e já volto ...

Grandes Ídolos: Jaca Paladium, apresentador do "Acredite se Puder"



Eu sempre adorei quando ele chegava na casa das crianças com um MACHADO para provar a veracidade de suas histórias!

Significa!




A sabedolia oliental de Mestle Caveila-Sam diz: "Não faça pelguntas cuja lesposta você já conhece!"

terça-feira, 15 de junho de 2010

Calendário da Copa





Excelente pedida para acompanhar os jogos da Copa!

http://sedentario.org/copa/calendar.html

Cortesia do Sedentário & Hiperativohttp://www.sedentario.org/

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Seção "Vale à Pena Ver de Novo"!



Lembra, Baggiozinho?!?   : D

JUST CAUSE 2 (Xbox 360)



Sério, esse é um dos games mais incríveis que eu já joguei na vida. Chega a dar vertigem! Nem esse frenético trailer faz jus à experiência de jogá-lo.

LADY GAGAUCHA



Não reclamem, conterrâneos dos pampas! É melhor que FRESNO ...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

OSAKA POPSTAR - OSAKA POPSTAR AND THE AMERICAN LEGENDS OF PUNK (2006)



O Osaka Popstar é, provavelmente, a banda punk mais maluca a surgir nos últimos tempos. O supergrupo é formado por John Cafiero (músico e diretor do documentário Ramones Raw e dos dois melhores videoclipes do Misfits: American Psycho e Dig Up Her Bones) nos vocais, Jerry Only (membro fundador do Misfits e único membro original remanescente da formação atual) no baixo, Marky Ramone (o mais célebre de todos os bateristas do Ramones) na batera e, nas guitarras, Ivan Julian (ex-Voidois) e Dez Cadena (ex-Blag Flag e hoje no Misfits). Como não poderia deixar de ser, essa mistureba de músicos remanescentes de algumas das mais importantes e memoráveis bandas do punk americano rendeu um álbum divertidíssimo.

Pra quem conhece o Misfits dos anos 90, a primeira coisa que chama a atenção nesse álbum é a voz de Cafiero. O cara tem um timbre e entonação que lembram MUITO a voz de Michale Graves, vocalista do Misfits nos álbuns American Psycho (1997) e Famous Monsters (1999). O instrumental, por sua vez, lembra mais o som tradicional dos Ramones, principalmente em virtude da levada característica de Marky nas baquetas.


O disco, na verdade, apresenta mais covers do que músicas próprias da banda. Das treze músicas, apenas três foram escritas por Cafiero, e o destaque dessas é sem dúvida a ótima Shaolin Monkeys. De resto, o álbum traz a matadora Wicked World (escrita e gravada originalmente por Daniel Johnston) e dois excelentes covers do Voidois: Love Comes in Spurts e Blank Generation. Outras faixas legais são Insects (com sua letra divertidamente retardada) e I Live Off You. A estética de desenho animado japonês das ilustrações da banda também aparece em duas faixas que homenageiam heróis nipônicos, Astro Boy e Sailor Moon.

Como todos sabemos, o punk/hardcore-aborrescente-romântico-choroso-de-boutique está na moda há alguns anos, para tristeza geral de quem sabe a diferença entre "punk rock" e "bosta de vaca". Mas, para quem conhece e gosta de punk rock de verdade, aqui está uma chance de vê-lo executado, com sonoridade contemporânea, pelas mãos de alguns dos grandes nomes do punk de primeira geração. O Osaka Popstar é um projeto despretensioso, mas imperdível.


Ah, infelizmente - como já seria de se esperar - não é fácil encontrar esse álbum por aí. Ele foi lançado em quantidade limitada mesmo nos EUA, e evidentemente não foi lançado aqui no país. Mesmo na internet é difícil de encontrá-lo, e nos provedores de torrents as fontes são poucas e escassas. Por isso, o tio Caveira fez um favor para vocês e colocou o álbum, na íntegra, no servidor ShareX. É só clicar no link abaixo e fazer o download. De nada.


Link para download direto do álbum completo:

http://sharex.xpg.com.br/files/7285628490/Osaka_Popstar___The_American_Legends_Of_Punk.zip.html


Videoclipe da música "Wicked World":

(MAIS) DELÍRIOS LITERÁRIOS DO CAVEIRA


Já que fazia algum tempo que eu não atualizava meus textos lá no Recanto das Letras, agora resolvi atacar com um pequeno poeminha. Pra quem tiver estômago pra essas coisas, segue o link abaixo:


PS - é só um devaneio criativo, ok? Não estou pensando em me enforcar num pé de couve, nem nada do tipo.

MAIDEN LIBERA FAIXA DO NOVO ÁLBUM!



Uma das minhas bandas favoritas - o únicoeternoincomparável IRON MAIDEN - acaba de liberar uma nova música na internet. A faixa "El Dorado" estará no 15º álbum de estúdio da banda, THE FINAL FRONTIER, que será lançado no próximo dia 16 de agosto na Europa (e um dia depois nos EUA).

Tudo muito bonito, tudo muito legal, a expectativa é grande, blablabla. Mas já vou avisando: não vá com muita sede ao pote, porque a música "El Dorado" não é nada além de mediana. Não espere nenhum novo clássico imediato da banda, e nem uma arrasa-quarteirão como "Different World", que abria o álbum A Matter of Life and Death de 2006. Escutei essa nova faixa algumas vezes e gostei da sonoridade do instrumental, parece  que a banda dessa vez tentou resgatar um pouco os timbres dos álbuns mais antigos. Mas a música em si está longe de ser uma composição brilhante do Maiden. De qualquer forma, é um bom aperitivo para aguardar o novo álbum.

KE PORKARIA SERÁ ESSA?



"Apareceu" na internet essa coisa de louco aí, e até agora não se sabe se isso é marketing de um novo game  da série MORTAL KOMBAT ou se é um teaser de um novo filme baseado na série de games. Basicamente, vemos Jax e Sonya interrogando Scorpion sobre um torneio underground de lutas mortais, patrocinado por um sujeito chamado Shang Tsung. Recomendo, o troço ficou interessante. Espero que a novidade que esteja por vir não acabe se mostrando menos interessante do que essa pequena peça de propaganda ...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Você sabe o que é uma porcaria? PARTES CHATAS!


Hoje eu vou abordar uma das coisas mais horrendas e assustadoras da vida moderna, uma das coisas que mais contribuem para o decréscimo universal na qualidade de vida: as PARTES CHATAS.

O quê, você não sabe o que são partes chatas?!? Bom, eu vou explicar.

PARTE CHATA é aquele momento de um jogo de videogame (ou de uma música, ou de um filme) que te faz querer parar de fazer o que você está fazendo e desistir de continuar jogando o game, ouvindo a música ou vendo o filme. Todo mundo já encarou uma tristeza desse tipo. Um exemplo: você está jogando o maravilhoso GEARS OF WAR no seu Xbox 360, todo feliz com aquela violência interminável e tiroteio desmiolado. De repente, aparece um monstrengão superforte que corre atrás de você, e daí a mecânica do jogo muda completamente. Você não pode mais continuar só atirando e se escondendo, o que é a coisa mais legal do mundo, pois agora precisa enganar o monstro e fugir dele. E, até você pegar a manha, morre um monte de vezes. É o perfeito exemplo de uma PARTE CHATA no meio de um game ótimo.


Outro exemplo: lembra do Resident Evil 3 do Playstation? Você estava lá, matando zumbis e se divertindo, e de repente ouvia uma voz sinistra dizer "STARSSSSSSS" e daí você sabia que estava fodido, porque estava aparecendo o NEMESIS, aquele bichão desgraçado que não morria nunca e que te dava uns golpes que tiravam horrores de energia! Os momentos em que ele aparece são as mais inesquecíveis partes chatas do jogo!

Meu, eu odeio parte chata em videogames!!! Já cansei de largar games legais pela metade porque tranquei numa parte chata e não consegui mais ter ânimo de continuar jogando. Eu imagino que as empresas que fazem jogos devem perder muito dinheiro por causa das partes chatas. Se bem que, depois que você já gastou seu dinheiro comprando o game, se aparecer alguma parte chata o azar é seu. Aliás, podem notar: geralmente a parte chata demora um pouco para aparecer, geralmente é depois da primeira fase. Eles fazem isso para que a gente não dê de cara com a parte chata testando o game numa loja, no primeiro contato, antes de comprá-lo.


A parte chata é uma coisa super comum. Você começa a ouvir aquela música do caralho, que começa com uma frase de guitarra perfeita, emenda uma bateria fodaça e o vocal entra matando. Tudo perfeito, até que de uma hora pra outra a música desanda numa "ponte" sem graça antes do refrão, ou cai num refrão chato e sem inspiração, ou começa uma parte instrumental sem graça. Pra mim, o exemplo proverbial de parte chata numa música é em "The Legacy", do The Gone Jackals. Tudo na música é perfeito, da primeira nota até o refrão perfeito, até que precisamente aos 2:12 a música desanda e começa uma parte que parece outra música, e depois entra um solo que simplesmente não tem mais nada a ver com o começo da música. Tipo, POR QUE a banda precisava fazer uma parte chata numa música que estava perfeita? Será que existe algum tipo de cotas para partes chatas?!?


Filmes também têm partes chatas. Hoje eu vi a versão Redux do clássico Apocalypse Now do Coppola, por exemplo, e essa versão tem uma parte chatíssima mostrando o encontro do protagonista com uma família de fazendeiros franceses. Olha só, levou mais de vinte anos, mas conseguiram enfiar uma parte chata até no Apocalypse Now, um dos filmes mais perfeitos da história!

Mas é assim mesmo, a parte chata parece uma lei da natureza, uma constante universal, um dado do mundo físico. Você já parou pra pensar que até COMIDA às vezes tem partes chatas? Tipo, quando você tá matando aquele X-Salada gordurento e delicioso e então encontra ervilhas nele. Não sei de você, mas eu ODEIO ervilha! Ou quando você tá comendo um belo peixe e sente aquele espinho desgraçado na boca, vindo do nada, e começa aquela aflição para tirá-lo da boca sem parecer um porco na frente dos outros, e o que fala mais alto no fim das contas é o medo de engolir o troço e agonizar uma morte horrível em público!


Pensando bem, até a vida tem as suas partes chatas. Mas eu já estou me alongando. Se você conseguiu acompanhar o "raciocínio" (?) até aqui, eu agradeço!

sábado, 5 de junho de 2010

Álbum recomendado: THE RAMAINZ - LIVE IN N.Y.C (2002)

O The Ramainz foi um projeto muito legal, levado a cabo entre 1996 e 2002 por Dee Dee Ramone e Marky Ramone, ambos ex-membros da primeira e mais fodástica banda punk que já existiu no planeta. Contando com Barbara Zampini (esposa de Dee Dee) no baixo, o trio tocava basicamente covers de Ramones. Infelizmente, o The Ramainz acabou deixando apenas um único registro, esse álbum ao vivo Live In N.Y.C, lançado em 2002, alguns meses após a morte de Dee Dee.

São 21 músicas tocadas no melhor estilo Ramones, e o troço transborda daquela autenticidade do punk de primeira geração, coisa que simplesmente não se encontra mais nas ditas bandas "punks" atuais.

O diferencial do The Ramainz para o Ramones reside principalmente no fato de Dee Dee, originalmente o baixista do Ramones, assumir aqui o papel de vocalista e guitarrista. Embora o saudoso ícone do punk segure bem as pontas na guitarra, nem o mais apaixonado fã dos Ramones consegue negar o fato de que Dee Dee cantava mal pra caralho. Não por acaso, algumas das melhores faixas desse álbum são justamente aquelas em que Barbara Zampini assume os vocais, como Teenage Lobotomy, Sheena is a Punk Rocker, Gimme Gimme Shock Treatment, I Just Wanna Have Something to Do, Judy is a Punk e Blitzkrieg Bop. A moça não era nenhum assombro, mas tinha uma voz afinadinha de "teenage girl" do mal e faz um bom serviço em todas as faixas nas quais canta (o que representa mais de 1/3 do álbum). 
A performance vocal de Dee Dee, por sua vez, oscila entre o aceitável, o desafinado e o sem fôlego, mas seria injusto dizer que o cara, no final das contas, não conseguiu dar conta do recado com um saldo positivo. É claro que, apesar disso, Dee Dee e Barbara não são substitutos à altura para o icônico Joey Ramone, mas isso já seria querer demais. Afinal de contas, o grande barato de uma releitura como essa é justamente respeitar a integridade do material original sem que as músicas soem absolutamente iguais ao que os Ramones fariam.

O álbum ainda apresenta uma boa surpresa: duas músicas inéditas, Rock n'Roll Vacation in L.A e Hop Around, ambas no melhor estilo Ramones e cantadas por Barbara Zampini. Só essas duas faixas novas compostas e tocadas por Marky e Dee já seriam suficientes para tornar esse álbum um ítem indispensável na coleção de qualquer fã de Ramones.

Apesar das limitações vocais de Dee Dee, essa pérola única do The Ramainz é um dos melhores tributos (talvez O melhor) ao Ramones que você pode encontrar, executado por duas autoridades supremas no assunto. Morro de inveja de quem teve a sorte de conseguir ver o show desses caras ao vivo. Para o resto dos pobres mortais, curtir esse álbum ajuda a aplacar a saudade de Joey, Johnny e Dee Dee e da insuperável e inimitável banda com a qual eles presentearam o mundo.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A Série Resident Evil, segundo PC Siqueira



Eu sei que o Dia do Orgulho Nerd já passou, mas eu não poderia deixar esse vídeo de fora do acervo cultural da Cripta. O PC Siqueira dá uma pincelada sobre a série Resident Evil e eu rolei de rir porque os comentários dele expressam exatamente o que eu penso sobre os mais recentes jogos da série. E eu endosso o comentário sobre zumbis no cinema atual também. Enfim, belo vídeo, o Caveira recomenda!

PS - tem vários minutos de merdas insanas e inúteis antes do assunto "zumbis", mas lembre-se: a paciência é uma virtude!

domingo, 16 de maio de 2010

THE TOXIC AVENGER (1984)

Nesse fim de semana, vi uma coisa inacreditável: The Toxic Avenger, de 1985, um filme de terror trash que realmente faz jus à alcunha de TRASH. Aliás, é difícil pensar numa coisa que mereça o rótulo mais do que esse filme.

O filme é um clássico cult e eu ouço falar dele há mais de uma década, mas só agora superei essa "grave" deficiência cultural. A produtora do filme, a infame Troma, praticamente nasceu com esse filme e até hoje é uma verdadeira instituição do horror trash. Mas Toxic Avenger continua sendo o ícone absoluta da produtora. Pra vocês terem uma ideia, o filme teve nada menos do que TRÊS continuações e inspirou um desenho animado e uma série em quadrinhos. 


Na "trama" de The Toxic Avenger, Melvin é um nerd abobado para além de qualquer esperança de salvação, e ganha a vida faxinando uma academia numa pequena cidade chamada Tromaville. Odiado pelos playboys e patricinhas do lugar (que se divertem atropelando crianças nas horas vagas), ele é vítima de uma "pegadinha" e acaba caindo ... num latão de lixo tóxico radioativo!!! Sim, é sério (ou melhor, não é sério não). Melvin então sofre uma horrenda mutação e se transforma numa aberração musculosa e com voz de locutor de rádio. Ele então constrói um esconderijo no lixão da cidade e se torna o super-herói local, o que o colocará na mira do corrupto prefeito local.


The Toxic Avenger é, basicamente, uma sequência interminável de coisas ofensivas e/ou politicamente incorretas: a turma de mauricinhos mais malévola da história do cinema, que se diverte assassinando pedestres; as patricinhas gatíssimas que colecionam fotos dos cadáveres (uma delas até usa as fotos para se masturbar!); a moça cega que é despida e quase estuprada em público dentro de uma lanchonete; o cafetão que tenta prostituir uma menina de doze anos; a relação amorosa do deformado herói com a garota cega; peitos de fora e moças de biquini em profusão e por aí vai.

The Toxic Avenger é inacreditavelmente bobo, mas muito divertido. Pra quem curte um trash, um clássico absoluto.


Filme recomendado: LET SLEEPING CORPSES LIE (1974)


Se você achava que os únicos filmes decentes de zumbis ingleses eram 28 Days Later (2002) e Shaun of the Dead (2004), então precisa conhecer LET SLEEPING CORPSES LIE, uma pérola setentista do estilo e, na minha humilde opinião, um dos melhores filmes de zumbi de todos os tempos.

Verdade seja dita: dizer que o filme é "inglês" não é exatamente correto. A história é ambientada no interior da Inglaterra e os personagens são ingleses, mas na verdade o filme é uma produção conjunta de Itália e Espanha. O diretor Jorge Grau e a atriz Cristina Galbó, por exemplo, são espanhóis, enquanto que o "mocinho" Ray Lovelock - apesar do que sugere o nome - é italiano.


Na trama, George é um cara viajando de motocicleta de Manchester para o interior, onde encontrará alguns amigos. Ao parar num posto de gasolina, sua moto é abalroada pela manetona Edna, que aparentemente não sabe dar a ré e olhar pelo retrovisor ao mesmo tempo. Ela acaba dando uma carona para ele e, enfurnados no interior rural da Inglaterra, eles irão dar de cara com uma máquina experimental que extermina insetos com radiação ultrasônica e terão a infelicidade de descobrir que essa novidade agrícola é responsável pelo súbito e contínuo surgimento de mortos-vivos na região. É "claro" que a polícia local acredita piamente nessa história de zumbis contada pelos protagonistas, certo? Errado: em pouco tempo, as inacreditavelmente obtusas autoridades do lugar se tornam um problema quase tão sério quanto os próprios zumbis.


LET SLEEPING CORPSES LIE tem tantos nomes "alternativos" que localizá-lo já é um desafio por si só. Na época do VHS, o filme foi lançado aqui no Brasil com o nome Zumbi 3, seguindo a tendência dos filmes europeus da época de "pegar carona" no sucesso do clássico Dawn of the Dead de George Romero, que era conhecido na Europa como Zombi (por exemplo, o melhor filme de zumbi europeu da época, o Zombie de Lucio Fulci, foi "rebatizado" de Zombi 2 por lá, como se fosse uma continuação do filme de Romero). Outros nomes alternativos do filme são: The Living Dead at Manchester Morgue, No si deve profanare il sonno dei morti, Don't Open the Window (hã?!?), Breakfast With the Dead (da onde tiraram isso, meu Deus?!?), Massacre des Morts-Vivants e por aí vai.


O maior barato do filme são as belíssimas locações e a ambientação bucólica, que é extremamente eficiente em criar um clima de tensão em meio a lugares nos quais pode surgir um zumbi babando de qualquer lado e a qualquer momento. O filme é simples, porém o roteiro é bem amarrado e funcional. O resultado é tanto um ótimo filme de terror quanto um excelente exemplar de filme de zumbis. Para os fãs do gênero, é simplesmente obrigatório.



quinta-feira, 6 de maio de 2010

Você sabe o que é uma porcaria? REMAKES!


Imersa em uma falta de criatividade abissal, o cinema norte-americano, há quase uma década, vem se mostrando virtualmente incapaz de produzir alguma coisa decente que não seja oriunda de adaptações de outras mídias (quadrinhos, videogames, livros, etc). Aparentemente, todas as mentes visionárias foram para a televisão, cujas séries de maior qualidade hoje colocam Hollywood no chinelo em termos de argumento, criatividade e inovação. Quando muito, um filme consegue inovar por méritos tecnológicos, o que já é saudado como um sopro de ar fresco no marasmo vigente.


O que faz o pessoal do cinemão americano, então? Volta-se para o passado, com parasitária disposição de recriar, "rebootar" (o termo idiota da moda) e refazer tudo o que de inovador e criativo se fez nos anos 80. E aí começa o festival de remakes de filmes que sequer são velhos o suficiente para merecerem uma chupação oportunista revisão estética.

Nem todo remake é necessariamente um desastre. Existem dois bons motivos pra se fazer um remake: primeiro; quando o filme original, embora bom para sua época, tenha perdido muito em termos de argumento e efeitos visuais por causa da passagem das décadas. Segundo; quando o próprio filme original não foi lá tão bem executado, comportando uma reimaginação mais eficiente. Compare o excelente The Fly de 1986 com o clássico (porém ingênuo e cafona para os padrões atuais) filme original de 1958, e você verá um excelente exemplo de remake justificável. 


O problema é quando os produtores "intiligênti" de Hollywood começam a pensar em remakes de: a) filmes relativamente novos, de menos de três décadas atrás; b) filmes absolutamente perfeitos no original, que não podem ser melhorados em absolutamente nada.

Claro, algumas mentes do cinema americano são mais espertas do que outras, e conseguem ganhar dinheiro sem vilipendiar o patrimônio cultural do passado. O diretor Bryan Singer, de Superman Returns (2006), "canonizou" os excelentes e antológicos filmes Superman (1978) e Superman II (1980), fazendo de seu novo filme uma espécie de "nova continuação" desses dois clássicos. Com isso, ele enterrou somente os péssimos Superman III (1983) e Superman IV - The Quest for Peace (1987), com os quais ninguém se importa porque são umas merdas e que sempre foram considerados péssimos de qualquer jeito. Foi um belo jeito de reiniciar a franquia conciliando a mitologia do personagem com o natural desejo dos produtores de encher o rabo de dinheiro.


Outro filme que enveredou pelo mesmo caminho foi o novo Sexta-Feira 13, de 2009. Anunciando como um "reboot" da série, o filme na verdade toma como ponto de partida a película homônima de 1980, que é um filme de terror perfeito e irretocável, servindo na verdade como se fosse um novo "Sexta-Feira 13 Parte 2". Assim como em Superman Returns, respeita-se o material original que presta e se passa com uma patrola por cima das continuações ruins. O novo Star Trek de 2009 optou por um procedimento semelhante, embora de forma mais sofisticada, através de uma história que envolve viagens no tempo e realidades paralelas. Mas o mesmo cuidado foi observado.


Mas essas saídas inteligentes são exceções. Via de regra, o que domina em Hollywood é a burrice generalizada e o desejo cego de lucrar com qualquer bosta filminho fajuto. Por causa do sucesso da detestável e debilóide franquia Crepúsculo, já estão falando em um remake de A Hora do Espanto (1985), um filme elogiadíssimo e perfeito que mal tem vinte e cinco anos de existência. Vamos ser sinceros: será que há uma maneira de fazer esse filme MELHOR do que ele já é? Claro que essa intenção nem passa pela cabeça maníaca dos produtores, que só estão preocupados em vender uma franquia cujo nome já está presente no imaginário do público. Já falam até em mudar o tom do filme, para torná-lo mais palatável para os emoaborrescentes adolescentes fãs de Crepúsculo. Não dá vontade de vomitar?


Felizmente, Hollywood aparentemente enterrou o projeto de um remake para Fuga de Nova York (1981). Além de o filme ter um protagonista eternizado pela atuação de Kurt Russel, sendo impensável ver outro ator na pele do personagem, há ainda os problemas com as nuances da trama. Um eventual remake não poderia mostrar um avião sendo derrubado por terroristas na ilha de Manhattan, certo? Porra, mas essa é a PREMISSA do filme! Se a sensibilidade atual do povo americano não comporta mais coisas desse tipo, então NÃO FAÇA UM REMAKE! Como iriam mostrar a entrada do herói Snake Plissken na ilha-prisão de Manhattan, voando em um planador e aterrisando no topo do World Trade Center? Não dá, né? Então, deixe-se o filme em paz! Até porque ele tem uma mistura de ação, aventura, violência, humor e distopia social cujo equilibrio não é facilmente reproduzível. Com muita facilidade, um remake não passaria de uma paródia do original (problema, aliás, que ocorreu com a continuação Fuga de Los Angeles, de 1996).


Aparentemente, o mais recente fracasso nessa linha é o novo A Hora do Pesadelo. Em vez desses imbecis preservarem o magnífico filme original e "apagarem" as péssimas continuações da cronologia, eles optaram por começar tudo do zero, ignorando o primeiro filme. É realmente muita pretensão achar que Robert Englund poderia ser facilmente substituível como Freddy Krugger! É realmente muita pretensão achar que se poderia contar a história do assassino que ataca nos sonhos de modo mais eficiente, aterrorizante e climático do que o feito no filme original de 1984. Deu no que deu: segundo a crítica, o novo filme é abissalmente ruim. 


E a demência dessa gente não tem limites. Eles não perdoam nem os filmes recentes, como o aclamado terror sueco Let the Right One In, de 2008. O filme mal fez dois anos e Hollywood já está produzindo um remake! Aparentemente, os americanos não conseguem ver um filme com legendas e com pessoas falando uma língua diferente. Fico imaginando a qualidade desse pretenso remake. Quem viu o filme sabe que ele tem cenas de nudez infanto-juvenil frontal. Pergunto: vocês ACHAM que esse tipo de coisa seria admissível num filme americano? Alguém tem alguma dúvida que o filme será mutilado, censurado, picotado, estereotipado e imbecilizado para que o resultado seja palatável para aqueles acéfalos que acham que vampiro de verdade é o Edward Cullen? Hein, hein?


Conclusão: Hollywood, poupe nosso tempo! Não precisamos de remakes de Psicose, Blade Runner, A Hora do Pesadelo, A Hora do Espanto, De Volta Para o Futuro, Alien e nem de qualquer outra obra-prima dos últimos trinta anos. Também não precisamos de remakes de filmes excelentes de dois ou três anos atrás, apenas em virtude do "crime" de eles serem filmes espanhóis, franceses ou suecos. Se o filme não foi feito nos EUA, coloquem legendas em inglês! Não façam o filme de novo, apenas para  simplificá-lo, censurá-lo e deixá-lo desprovido de todas as suas qualidades originais. E vão cagar no mato antes que eu me esqueça!


Beavis & Butt-Head comentando videoclipes

Uma das minhas melhores memórias dos anos 90 era ver na MTV o Beavis e  o Butt-Head comentando clipes, sentados num sofá podrão na casa imunda em que moravam. Cara, aquilo era hilário! Separei dois dos momentos que considero mais memoráveis desse desenho que era divertido pra caramba.







segunda-feira, 3 de maio de 2010

A HORA DO ESPANTO

 
Nesse fim de semana, aproveitei para rever um dos meus filmes prediletos: A HORA DO ESPANTO (Fright Night), de 1985, bem como a continuação Fright Night - Part 2 de 1988. Já devo ter visto o filme uma dúzia de vezes, mas sempre é um prazer revê-lo. Acho que o que eu amo nesse filme é a mistura de atmosfera terror/oitentista aliada à genuína memória que tenho de o filme me deixar morto de medo quando eu era criança. Caramba, eu tinha medo até do cartaz do filme (aliás, um dos mais legais que já vi até hoje). E aquelas cenas do casal de mocinhos fugindo do vampiro pelas ruas e ele seguindo eles calmamente ... brrrrr, aquilo me gelava a espinha quando eu era pequeno! E não vou nem falar do irritante adolescente "Evil", que depois vira um vampirão horrendo. Era de cagar nas calças!


Não que Fright Night tenha sido um filme realmente assutador em época alguma, tenho plena consciência de que eu me borrava todo apenas porque era um fedelho. Mas o filme é atmosférico pra caramba, e Chris Sarandon ficou excepcional como o vampiro Jerry Dandridge. E, nesses tempos de Crepúsculo em que vivemos, é bom deixar claro: os vampiros de Fright Night eram vampiros de verdade, que seduzem e matam garotas bonitas e ainda aproveitam pra transar com elas nesse meio tempo. Não tinha essa baitolice emo de "vampirinho sem presas que se alimenta do sangue de bichinhos da floresta"!


Pra quem não lembra, faço um breve resumo da história: Charley Brewster é um adolescente fã de filmes de horror. Seu programa favorito na televisão é o Fright Night, apresentado por um velho ator do gênero, que toda noite exibe um filme de terror diferente. Numa noite qualquer, Charley vê pela janela de seu quarto algumas pessoas trazendo um caixão para a casa ao lado da sua. Logo fica claro para ele que o seu novo vizinho é um vampiro, e ele parte para tentar convencer sua namorada Amy e seu amigo "Evil" Ed Thompson dessa improvável tese. Mais adiante, ele percebe que precisará da ajuda do apresentador do Fright Night para dar cabo do seu sinistro vizinho, que aliás já anda de olho em Amy. Ou seja, como diria Dandrige, "Bem vindos à Hora do Espanto ... de verdade!".


Tem tanta coisa legal no filme que nem sei por onde começar. O já falecido Roddy McDowall está impagável como o amedrontado e fajuto "caçador de vampiros" Peter Vincent (homenagem aos ícones do cinema de horror Peter Cushing e Vincent Price), que apresenta o programa de horror Fright Night (em homenagem a um programa semelhante de mesmo nome que realmente existiu na televisão americana). Destaque ainda para a sinistríssima casa para onde se muda o vampirão Dandridge, para o servo de natureza sobrenatural do vampiro, para a climática cena onde o vilão "traça" a namorada do mocinho Charley, para o hábito do vampiro de comer maçãs o tempo todo, para o sensacional cenário do programa Fright Night (que lembra o saudoso Cine Trash com Zé do Caixão, lembram?) e por aí vai. Quando eu vejo esse filme, fico pensando se a minha verdadeira vocação não teria sido ser apresentador de um programa de terror na TV. Yeah, Peter Vincent é o cara!

O segundo filme não é tão legal e não fez tanto sucesso. Ele tem seus momentos, principalmente no tocante aos efeitos especiais e figurino do grupo de monstros que rodeia a vampira Regine (Julie Carmen, numa performance que vale o filme por si só). Mas é derivativo demais da fórmula do original, e não tem o mesmo charme, embora no final das contas tenha sido uma continuação competente (embora desnecessária).

Bem, só sei que o filme sempre me diverte e me traz de volta aquela sensação de mistério/medo que eu sentia na infância. E a trilha sonora também é demais, finalmente baixei ela ontem na internet (nunca vi esse troço pra vender em lugar nenhum). Estou saciado de Fright Night por enquanto, mas quanto tempo aguentarei ficar sem rever o filme? Seis meses, um ano? Provavelmente, não muito mais do que isso.