segunda-feira, 3 de maio de 2010

A HORA DO ESPANTO

 
Nesse fim de semana, aproveitei para rever um dos meus filmes prediletos: A HORA DO ESPANTO (Fright Night), de 1985, bem como a continuação Fright Night - Part 2 de 1988. Já devo ter visto o filme uma dúzia de vezes, mas sempre é um prazer revê-lo. Acho que o que eu amo nesse filme é a mistura de atmosfera terror/oitentista aliada à genuína memória que tenho de o filme me deixar morto de medo quando eu era criança. Caramba, eu tinha medo até do cartaz do filme (aliás, um dos mais legais que já vi até hoje). E aquelas cenas do casal de mocinhos fugindo do vampiro pelas ruas e ele seguindo eles calmamente ... brrrrr, aquilo me gelava a espinha quando eu era pequeno! E não vou nem falar do irritante adolescente "Evil", que depois vira um vampirão horrendo. Era de cagar nas calças!


Não que Fright Night tenha sido um filme realmente assutador em época alguma, tenho plena consciência de que eu me borrava todo apenas porque era um fedelho. Mas o filme é atmosférico pra caramba, e Chris Sarandon ficou excepcional como o vampiro Jerry Dandridge. E, nesses tempos de Crepúsculo em que vivemos, é bom deixar claro: os vampiros de Fright Night eram vampiros de verdade, que seduzem e matam garotas bonitas e ainda aproveitam pra transar com elas nesse meio tempo. Não tinha essa baitolice emo de "vampirinho sem presas que se alimenta do sangue de bichinhos da floresta"!


Pra quem não lembra, faço um breve resumo da história: Charley Brewster é um adolescente fã de filmes de horror. Seu programa favorito na televisão é o Fright Night, apresentado por um velho ator do gênero, que toda noite exibe um filme de terror diferente. Numa noite qualquer, Charley vê pela janela de seu quarto algumas pessoas trazendo um caixão para a casa ao lado da sua. Logo fica claro para ele que o seu novo vizinho é um vampiro, e ele parte para tentar convencer sua namorada Amy e seu amigo "Evil" Ed Thompson dessa improvável tese. Mais adiante, ele percebe que precisará da ajuda do apresentador do Fright Night para dar cabo do seu sinistro vizinho, que aliás já anda de olho em Amy. Ou seja, como diria Dandrige, "Bem vindos à Hora do Espanto ... de verdade!".


Tem tanta coisa legal no filme que nem sei por onde começar. O já falecido Roddy McDowall está impagável como o amedrontado e fajuto "caçador de vampiros" Peter Vincent (homenagem aos ícones do cinema de horror Peter Cushing e Vincent Price), que apresenta o programa de horror Fright Night (em homenagem a um programa semelhante de mesmo nome que realmente existiu na televisão americana). Destaque ainda para a sinistríssima casa para onde se muda o vampirão Dandridge, para o servo de natureza sobrenatural do vampiro, para a climática cena onde o vilão "traça" a namorada do mocinho Charley, para o hábito do vampiro de comer maçãs o tempo todo, para o sensacional cenário do programa Fright Night (que lembra o saudoso Cine Trash com Zé do Caixão, lembram?) e por aí vai. Quando eu vejo esse filme, fico pensando se a minha verdadeira vocação não teria sido ser apresentador de um programa de terror na TV. Yeah, Peter Vincent é o cara!

O segundo filme não é tão legal e não fez tanto sucesso. Ele tem seus momentos, principalmente no tocante aos efeitos especiais e figurino do grupo de monstros que rodeia a vampira Regine (Julie Carmen, numa performance que vale o filme por si só). Mas é derivativo demais da fórmula do original, e não tem o mesmo charme, embora no final das contas tenha sido uma continuação competente (embora desnecessária).

Bem, só sei que o filme sempre me diverte e me traz de volta aquela sensação de mistério/medo que eu sentia na infância. E a trilha sonora também é demais, finalmente baixei ela ontem na internet (nunca vi esse troço pra vender em lugar nenhum). Estou saciado de Fright Night por enquanto, mas quanto tempo aguentarei ficar sem rever o filme? Seis meses, um ano? Provavelmente, não muito mais do que isso.


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