terça-feira, 26 de maio de 2009

ÁLBUM DA SEMANA: HEART - HEART (1985)


Ali por volta de 2004 (um ano a mais, um ano a menos, não me lembro bem), descubri o som do Vanilla Ninja - um trio de garotas lindas da Estônia fazendo um pop rock com sonoridade bem oitentista. Uma das primeiras coisas que pensei, na época, foi "nossa, como elas imitam o Roxette". Percebam que pensei isso como um elogio, pois sou um fã de longa data da dupla sueca.

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Sim, sim, o Caveira é fã de Roxette! Qual é o problema, pô?!? VAI ENCARAR?!?

Ahnn, OK, desculpe-me!

Bom, há umas duas semanas descobri o som de uma outra banda famosa dos anos 80, liderada por duas irmãs americanas chamadas Ann e Nancy Wilson: o HEART. O choque, pra mim, foi constatar que eu estava errado. O Vanilla Ninja não imitou o Roxette: ambos imitaram o Heart!

Não me entenda mal, ainda acho o Roxette muito melhor do que qualquer concorrência no estilo. Mas as semelhanças são inegáveis, com o agravante do pioneirismo do Heart, que já fazia sucesso no final dos anos 70, enquanto que o Roxette só apareceu para o mundo em 1986.

Se você tiver alguma dúvida sobre a influência do Heart no Roxette, faça o seguinte teste: ouça a faixa "What About Love" do álbum "Heart" do Heart e depois ouça "Listen to Your Heart" do álbum "Look Sharp" do Roxette. É, eu sei: impressionante, não?

Esse álbum "Heart" foi lançado numa época em que o Heart estava numa espécie de "comeback", depois de uma primeira fase de sucesso entre 1975 e 1982. Ao contrário de trabalhos anteriores de pegada mais Rock, nesse álbum a banda se atira de cabeça num hard pop radiofônico, pegajoso e facílimo de ouvir. Tudo com linhas vocais caprichadas e melodiosas em meio a composições bem sacadas, com aquele acento pop característico da época e virtualmente impossível de reproduzir fielmente nos dias atuais.

O álbum abre com a faixa mais "porradinha", a frenética "If Looks Could Kill", e segue por várias músicas legais ao longo das 10 faixas, das quais destaco as ótimas "Shell Shock", a baladona proto-Roxette "What About Love", "The Wolf", "All Eyes", "Never" e "Nothing' at All".

"Heart" entrou no Billboard 200 em 1985 e chegou na 1ª posição. Um grande álbum de uma década no qual o pop era marcado por muitos sons de qualidade.

O Heart (a banda, não o disco) ficou na posição 57 na lista dos "100 Maiores Artistas do Hard Rock" do canal VH1 americano, mas o álbum "Heart" - por mais legal que seja - não é propriamente o mais representativo do lado hard rock do grupo.

Para quem curte o rock/pop radiofônico dos anos 80, esse álbum é simplesmente necessário.

O Caveira recomenda.


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Hey, chega, pare de rir!!!! Qual é o problema de gostar de Roxette?!? Me deixe em paz, ahhhhhhh!!!!

sábado, 16 de maio de 2009

ÁLBUM DA SEMANA: NIGHTWISH - DARK PASSION PLAY (2007)

O Nightwish é uma banda que se mostrou matadora desde os primeiros álbuns, no final dos anos 90, tendo gravado ótimos álbums como Angels Falls First (1997) e Oceanborn (1998). Mas quando conflitos internos eclodiram e a festejada vocalista Tarja Turunen deixou a banda, o futuro do Nightwish parecia seriamente comprometido. Substituir Tarja parecia uma tarefa virtualmente impossível, dado o talento e a voz invejável da cantora. Por isso, quando a banda anunciou sua nova vocalista Anette Olzon e um novo álbum, todo mundo - inclusive eu - estava com o pé atrás. Parecia certo que a banda não consegueria manter a qualidade dos lançamentos anteriores.

Por isso mesmo, Dark Passion Play, lançado em 2007, foi uma porrada na cara de todo mundo, tendo deixado crítica e público boquiabertos. O álbum não apenas mantém a tradicional qualidade do som do Nightwish como é muito melhor do que qualquer coisa do que a banda havia lançado nos últimos cinco anos. É um trabalho muito acima da média, com várias músicas excelentes, pesado e elaborado, e que realmente não deixa margem para críticas.

O primeiro single do álbum foi a faixa "Eva", mas o por quê eu não sei - há músicas muito melhores. "Amaranth" é simplesmente viciante, conseguindo ser pesada, melódica e "pegajosa" ao mesmo tempo. "Bye Bye Beautiful" é outra faixa marcante, uma das mais pesadas do disco.

"The Islander" é uma balada acústica que parece uma mistura de Emerson, Lake and Palmer com Blind Guardian, simplesmente excelente. E, é claro, não dá para falar dos destaques do álbum sem comentar "The Poet and the Pendulum", baseada no conto de Edgar Alan Poe, empolgante ao longo de todos os seus quase 14 minutos de duração. A faixa começa furiosa, com orquestrações épicas e muito peso, e segue até o fim sem perder o fôlego.

A instrumental "Last of the Wilds", por sua vez, parece algo que a Lorenna McKennit faria se virasse metaleira de repente. É ouvir a faixa e curtir de primeira, instintivamente. É o tipo de música que dura quase seis minutos e o ouvinte quase não se dá conta de que não há vocais, tamanha sua qualidade.

A produção e o peso do álbum são um show à parte, e a qualidade das composições deixa evidente que a banda estava precisando de uma renovação criativa. Dark Passion Play, nesse sentido, surgiu como uma verdadeira brisa de ar fresco na discografia do Nightwish.

Claro que a maior dúvida de todo mundo, quando do lançamento do álbum, era: Anette Olzon dá conta do recado? A resposta é: sim, e como! A moça canta pra caralho e sua voz é linda, com um timbre melódico porém mais "rocker" do que a voz de sua antecessora. Sua voz é também mais suave e bem menos "operística" do que a vocalista original.

Tarja, no fim das contas, é uma cantora mais impressionante e de maior técnica, dona de uma voz poderosa e "classuda". Olzon faz bonito, mas com um direcionamento diferente. Claro que ao vivo a coisa é diferente, só vendo um show da banda pra saber se Anette é capaz de executar bem as músicas antigas. Substituir Tarja é uma tarefa das mais difíceis. Mas Dark Passion Play prova que a nova vocalista se adequou perfeitamente ao estilo do grupo e, além disso, possibilitou uma renovação criativa no som do grupo. A meu ver, isso veio em boa hora, pois nada é mais comum do que uma banda que executa algum subgênero do heavy metal cair numa mesmice após alguns álbuns (o exemplo da excelente banda italiana Rhapsody of Fire é o primeiro que me vem à mente).

Dark Passion Play é foda. Pode ouvir sem medo, o Caveira recomenda.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

CRYSIS


13 de maio de 2009. Hoje, finalmente, cheguei ao fim do game CRYSIS, lançado para PC em 2007.

Acabar esse game era quase uma questão de honra pra mim. Afinal de contas, as especificações técnicas do Crysis serviram como base para as configurações que escolhi para o meu último computador.

Sou um fã dos games tipo first person shooter desde Wolfenstein 3D e Doom (ou seja, há mais de quinze anos). Mas desde 2005 eu vinha jogando menos no PC e dando prioridade para o meu Playstation 2. Nesse meio tempo, uma nova geração de consoles foi lançada, o Play2 foi ficando velho e o meu PC mais ainda. Mas foi quando eu vi as fotos e os reviews de Crysis é que decidi: "tá na hora de um computador novo e que seja capaz de rodar essa belezinha". Em fevereiro de 2008, assim, comprei meu novo PC, e o primeiro game que comprei para usufruir da nova máquina foi, é claro, Crysis.


Crysis fez todo mundo babar com seus gráficos inacreditáveis, e nos últimos dois anos não surgiu nada muito mais impressionante em termos de visual. Nem me lembro quanto tempo fazia que um game de PC não me impressionava tanto em relação aos gráficos. Pode ser que eu não me entusiasmava tanto diante do visual de um game de PC desde o primeiro Quake, em 1996.

Apesar das qualidades inegáveis, nem tudo são flores no Crysis. Agora que joguei ele do começo ao fim, posso dizer com certeza que as primeiras fases do jogo são não apenas as mais bonitas e caprichadas como também as mais divertidas. Quando você chega ali pelo último terço do game, rola uma sucessão de partes chatíssimas, e o número de bugs também aumenta exponencialmente. A pior idéia de todo o game é a fase na qual o protagonista entra dentro da nave alienígena, flutuando num ambiente sem gravidade, onde tudo se parece e não se sabe pra onde se deve ir. Se a idéia foi adicionar realismo e tensão, não funcionou. O resultado foi chatice e frustração.


A última fase do game, então, tem tantos bugs que chega a doer fisicamente no jogador. Chega um momento em que há uma profusão tão enorme de inimigos na tela que fez o jogo começar a rodar insuportavelmente lento, me obrigando a reduzir a resolução e colocar todas as configurações de vídeo em "medium", apesar de eu ter jogado do começo até ali sempre na resolução mais alta e com a maioria das configurações em "high". Mas isso foi o de menos. Teve uma hora em que, estando no porta-aviões, fui me abaixar e o protagonista simplesmente "caiu" atravessando o chão e indo parar num nível inferior do navio. Inacreditável!

O pior de todos os bugs, no entanto, foi com o canhão nuclear - indispensável para derrotar o último inimigo do jogo. A arma simplesmente não funcionava como deveria. Achei que estava ficando louco e entrei no Google para procurar alguma explicação. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que o mesmo acontecia para muitas pessoas. Trata-se simplesmente de um bug arbitrário do game. Resultado: tive que escolher um "save game" anterior e jogar novamente a última parte da última fase, para pegar novamente o canhão e encarar novamente o chefão final, dessa vez contornando o bug surgido anteriormente.

Mas não se enganem, estou sendo megacrítico mas o jogo é realmente MUITO bom. Os bugs do jogo, bem como a existência de algumas fases "pé no saco", não conseguem tirar o brilho dos lindos cenários tropicais, da vegetação e água tão reais que parecem que vão sair do monitor a qualquer momento, da trama interessante, do andamento cinematográfico do jogo, dos vários recursos da "nano suit" (roupa especial do personagem), dos tiroteios com jipes e lanchas, do design aterrorizantes dos aliens, etc.

Estou pronto para comprar, agora, a continuação CRYSIS WARHEAD, lançada em 2008. E que venham mais games da série para serem debulhados!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

ÁLBUM DA SEMANA: BRUCE DICKINSON - SKUNKWORKS (1996)

Nos anos em que Bruce Dickinson esteve afastado do Iron Maiden (1994-1999), o cara lançou dois álbuns de heavy metal sensacionais que todo mundo ouviu e que, sobre vários aspectos, serviram de ensaio para seu retorno ao Iron: Accident of Birth (1997) e Chemical Wedding (1998). Acompanhado do guitarrista Adrian Smith (que voltaria ao Maiden em 1999 junto com Bruce) e do competente guitarrista e produtor Roy Z, esses álbuns exibiam heavy metal de qualidade, bem próximos ao estilo do Iron mas com mais peso e agressividade. Ao contrário do primeiro lançamento solo de Bruce após sua saída do Maiden (o controverso Balls to Picasso, de 1994), esses dois álbuns se tornaram um sucesso de crítica e público.

Mas, no meio dessa trajetória de Dickinson fora do Maiden, existe um disco muito bom que pouca gente ouviu. Um álbum que lançava uma nova banda projeto do vocalista, e que sumiu sem fazer muito barulho: o Skunkworks.

Eu tomei conhecimento desse álbum na época em que foi lançado, quando eu tinha uns quinze anos. Cheguei a ouvir algumas faixas posteriormente, como "Space Race" e, principalmente, "Inertia", cujo videoclip passava eventualmente nos programas de heavy metal da MTV (é, um dia já existiu programa de heavy metal na MTV brasileira, dá pra acreditar?).

Uma rápida audição deste álbum deixa evidente a intenção de Bruce à época. Em meados dos anos 90, o heavy metal tradicional estava em acentuado declínio. Bandas como o Iron Maiden e Judas Priest enfrentavam uma baixa em popularidade e vendas, o Metallica abraçou um rock pesado "alternativo", bandas mais pesadas foram parar no underground e as rádios e a MTV estavam tomadas pela moda do "grunge", o pós-punk nascido em Seattle e que tinha Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains como grandes nomes. Dickinson resolve, então, tentar uma abordagem diferente: um hard rock com frases de guitarra mais simples, pesado mas afastado da sonoridade e da velocidade características do heavy metal, e deixando de lado os solos de guitarra. A idéia pode ser criticada como "comercial", mas o resultado é um dos álbuns mais diferentes da carreira de Bruce.

Longe de ser um disco de "grunge", Skunkworks apresenta um hard rock (não confundir com "hair metal", como muita gente faz) de qualidade, construído sobre instrumentais simples mas com muita pegada, boa produção e linhas vocais excelentes. A lírica típica do heavy metal - horror, morte, dragões, guerreiros, etc - fica de lado e Bruce se aventura em temas mais sentimentais e até políticos, como a crítica à corrida armamentista que se vê na letra de "Space Race".

A abertura do álbum é matadora: começa com a ótima "Space Race", uma espécie de balada heavy viajante, passa pela rápida e pegajosa "Back From the Edge" e chega na excelente "Inertia", o primeiro single/videoclip do álbum. Embora o resto do disco não mantenha esse nível tão alto, as faixas seguintes reservam várias boas surpresas, com destaque para "Solar Confinement", uma das melhores faixas do álbum.

Ao total, são 13 faixas nas quais é possível ouvir um Bruce Dickinson diferente do "Deus do Metal" que todos conhecem. É claro que a voz de Bruce, perfeita para o heavy metal, dá às músicas um acento que torna impossível confundí-las com algo muito distante do hard/heavy rock. Mesmo assim, o estilo lírico e instrumental das composições torna o trabalho diferente e interessante, um álbum muito mais regular e consistente do que Balls to Picasso, por exemplo.

O Caveira recomenda.

sábado, 2 de maio de 2009

High Scores

Meu high-score do dia: 2.985 pontos no PAC-MAN do Atari.

Não é muita coisa. Acho que consigo fazer melhor, vou tentar bater esse recorde num futuro próximo.

domingo, 22 de março de 2009

TROFÉU CRIPTA - Melhor declaração da semana


"Nós desconstruímos nossos ícones. Sabemos que políticos são mentirosos filhos da puta, que astros da TV são viciados em cocaína, que os atores bonitos são malucos travecos e que as lindas supermodelos são bulímicas, neuróticas e caóticas. Sabemos que nossos comediantes prediletos vão virar alcoólatras pervertidos ou deprimidos suicidas. Nossos reality shows colocaram um espelho escaldante diante das nossas caras de babuíno e das nossas obsessões óbvias e ridículas pela sujeira mais baixa e a fofoca mais inútil."

"Sabemos que acabamos com a atmosfera e matamos os doces ursos polares e nem temos mais energia para sentir culpa. Deixa os pedófilos levarem as crianças. Não há mais a quem recorrer ou culpar, fora, paradoxalmente, aqueles caras levemente medievais que começaram a revolução industrial. No que resta acreditar? O único homem de verdadeira moral, de verdadeiro coração que nos resta é um personagem fictício dos quadrinhos! Os únicos modelos seculares a serem seguidos em uma cultura progressista, responsável, racional-científica e iluminada são... Kal-El, de Krypton, mais conhecido como Superman, e seus descendentes multicoloridos.
"

Do renomado roteirista de HQs Grant Morrison. O Caveira assina embaixo!

Leia a notícia completa no link: http://www.omelete.com.br/quad/100018725/Grant_Morrison_da_dica_de_quem_sera_o_novo_Robin_e_fala_sobre_Superman.aspx




segunda-feira, 9 de março de 2009

WATCHMEN


Foram meses de espera ansiosa mas, neste fim de semana que passou, finalmente estreou Watchmen, filme que era aguardado por 9 entre 10 nerds do planeta (entre os quais, logicamente, o autor dessas linhas).

O filme é baseado em uma das graphic novels mais aclamadas de todos os tempos (uma série em 12 revistas lançada nos anos 80), de autoria de um dos maiores gênios dos quadrinhos contemporâneos, o endeusado Alan Moore. A simples existência desse culto todo em relação à obra original já tornava por demais temerário tentar adaptar o universo dessa história para os cinemas. Mas eis que o valente diretor Zack Snyder topou a parada.

Snyder é responsável pelo bom "300" e pelo remake de "Dawn of the Dead" de George Romero - na minha humilde opinião, tal remake é o melhor filme de zumbis dos últimos vinte ou trinta anos. Enfim, o sujeito era digno de um voto de confiança, que agora ele demonstra merecer mais do que se pensava.

A quase totalidade das pessoas que assistiram ou irão assistir Watchmen dividem-se em dois grupos: os que leram a graphic novel e estão loucos pra ver se o filme ficou fiel à obra de Moore, e os que não leram e estão curiosos para descobrir, afinal de contas, o que são esses tais de Watchmen, quem é aquele marombeiro azul que anda de sunga, aquele Batman-cover esquisito, aquele baixinho da máscara com borrões, etc.


Particularmente, quis o destino (ou a falta de tempo) que eu não me enquadrasse em nenhum dos grupos. Explico: antes de ver o filme, eu havia lido apenas seis das doze revistas que formam a história toda. Em outras palavras, li o suficiente para ficar familiarizado com o universo, os personagens, o estilo, a filosofia e a atmosfera, mas não o suficiente para saber para aonde a trama se encaminhava e como tudo acabaria. Dessa forma, tive a rara oportunidade de ver a primeira metade do filme como um fã, checando criticamente se tudo estava no lugar, e a segunda metade como um total ignorante no tema, tão ansioso e curioso para descobrir o desfecho como qualquer pessoa que nunca tivesse lido as HQs.

Bom, mas e aí, o que eu achei da história?

Críticos profissionais de arte muitas vezes se vêem constrangidos em admitir que gostaram de uma obra de contornos tão acentuadamente "pop", ainda mais se tratando de uma fantasia com super heróis. Por isso, naturalmente, já estou sabendo que uma parcela da crítica está falando mal do filme - a principal crítica é a de que ele pecaria por "cultuar excessivamente o material de origem"(!), o que certamente é uma inovação na arte de ser chato e, com o devido respeito, não passa de uma pirueta retórica utilizada no afã de achar defeitos onde esses não existem. Já eu, como um reles comentarista amador de blog, graças a Deus não preciso me preocupar com afetações de sofisticação e posso ser absolutamente sincero: o filme é PERFEITO!


Não é razoável, não é bom, nem muito bom, é PERFEITO mesmo. É impossível sequer IMAGINAR um filme de Watchmen melhor do que esse. A película só não é melhor do que as HQs originais, mas eu acho que ninguém - nem mesmo o diretor Snyder - seria pretensioso a tal ponto.


Por que o filme é perfeito? Uau, enumerar as razões chega a ser trabalhoso! Mas lá vai: primeiro, porque a trilha sonora do filme é uma das melhores dos últimos anos. Segundo, porque a escolha do elenco é uma obra por si só: cada personagem dos quadrinhos parece ter sido magicamente arrancado das ilustrações e trazido ao mundo real, tamanha a fidelidade a rostos, personalidades, roupas e expressões corporais ou linguísticas. Terceiro, a complicada e imersiva narrativa original - cheia de idas e vindas - não foi religiosamente mantida, mas sim reestruturada de forma perfeita para um filme de duas horas e meia, de modo que o ritmo da história na telona não perde o fôlego nem por um minuto.


Quarto: embora o filme naturalmente tenha precisado sacrificar alguns detalhes e subtramas da HQ, em nome da fluidez da trama, nada excessivamente importante foi suprimido. Nada seria pior do que pegar uma obra aclamada como perfeita e adaptá-la ao cinema cheia de inovações e "liberdades criativas" arrogantes ou oportunistas. Snyder, sabiamente, não caiu nessa esparrela. Quinto: passagens-chave da história original (o assassinato do Comedian e o funeral do mesmo, o acidente do Dr. Manhattan e sua intervenção na Guerra do Vietnã, a tentativa de estupro da primeira Silk Spectre, a construção do gigantesco mecanismo voador em Marte, as investigações de Rorschasch no melhor estilo "filme noir de detetive", etc) foram reproduzidas no filme com incrível qualidade e com fidelidade estética estarrecedora, capaz de levar os fãs às lágrimas.

Muitas outras coisas positivas podem ser ditas do filme - que ele felizmente não omite as cenas de violência e de sexo do original, que a abertura é tão inspirada e evocativa que ali mesmo o espectador já começa a ter vontade de rever o filme novamente da primeira cena, etc. Mas não quero me alongar nesse review. A conclusão é muito simples: se você não conhece o universo de Watchmen, vá correndo ver o filme. Se você já leu a graphic novel e é fã, vá correndo ver o filme com mais entusiasmo ainda!

O filme só pode - até deve - ser evitado por pessoas incapazes de deixar a imaginação viajar nos questionamentos de uma obra de fantasia de inequívoca qualidade.

Nada mais.

Em tempo: eu cheguei a referir que o filme é PERFEITO?


sábado, 21 de fevereiro de 2009

SEXTA-FEIRA 13

(Aviso: essa resenha contém alguns "spoilers". Se você ainda não viu o novo filme, a leitura do texto abaixo poderá estragar algumas surpresas!)

Há algumas horas atrás, vi no cinema o novo Sexta-Feira 13, filme que "reinicia" essa famosa série de horror.

Para ser sincero, inicialmente fiquei desanimado ao saber que estavam fazendo um novo Sexta-Feira 13. Depois do péssimo Jason Goes to Hell (1993) e do absolutamente ridículo Jason X (2002), acho que era natural temer mais um fiasco do psicopata mascarado mais famoso do mundo.

Pior foi quando soube que o filme iria "recomeçar a série". Pensei algo como "ai, meu saco, mas é muita pretensão". No entanto, olhando em retrospecto, concordo que foi a decisão mais acertada. Simplesmente não haveria como dar continuidade para uma série de DEZ filmes (onze, se você contar o ótimo "spin-off" Freddy Vs Jason de 2003), ainda mais considerando que quase a metade deles são desastrosamente ruins. Realmente, era o jeito: ou deixavam Jason morto e enterrado para sempre, ou recomeçavam em bases novas.

Quando o filme enfim saiu (na semana passada), eu já estava na maior expectativa. Primeiro, porque as bilheterias nos EUA foram excelentes. Segundo, porque o trailer do filme era ótimo e realmente prometia. Agora que vi o filme, devo dizer que gostei bastante. Está longe de ser perfeito, mas certamente irá agradar aos fãs do gênero e faz bonito em apresentar o personagem homicida para novas platéias.


Vou começar falando das coisas boas da película. Primeiro: o ponto de partida do filme. Os realizadores, sabiamente, decidiram "canonizar" o clássico primeiro filme da série, mantendo-o como premissa deste novo filme. De fato, ele parece uma espécie de novo "Sexta-Feira parte 2", ou seja, dá por ocorridos todos os fatos mostrados no filme que originou a série e continua dali por diante. Decisão louvável, a meu ver, já que o primeiro Sexta-Feira 13 de 1980 é um excelente filme de horror e um clássico da história do cinema.

Outra coisa legal é que, embora o filme "descarte" todas as continuações anteriores, ele presta uma explícita homenagem ao ciclo dos quatro primeiros filmes - época em que a série Sexta-Feira 13 era terror de verdade (a partir do quinto filme, a série virou uma sucessão de más idéias e autoparódias, apesar de ter gerado alguns episódios divertidos mesmo dentro dessa nova roupagem).

Assim, por exemplo, estão presentes o macabro altar onde Jason guarda a cabeça decapitada de sua mãe (idéia tirada diretamente de Sexta-Feira 13 Parte 2), o saco na cabeça que o assassino usava inicialmente (Sexta-Feira 13 Parte 2), o momento em que passa a usar a icônica máscara de hóquei (Sexta-Feira 13 Parte 3), o celeiro (Sexta-Feira 13 Parte 3), a relação de amor e ódio de Jason com a garota que lembra sua mãe (Sexta-Feira 13 Parte 2), só pra ficar nas referências mais explícitas. Tem até um micro-ônibus capotado no meio do mato que, a meu ver, é uma homenagem a Sexta-Feira 13 Parte 6.


Além desse bom ponto de partida, o filme merece elogios quanto a sua atmosfera. Ele é bem sucedido em criar um clima de suspense e tensão na maior parte do tempo, sem gracinhas exageradas ou humor deslocado em demasia. Dá pra dizer que é o primeiro Sexta-Feira 13 que se leva realmente a sério desde 1984. Derek Mears está ótimo como Jason, gigantesco e assustador. A nova concepção do personagem - mais esperto e muito mais rápido, algo como um caçador selvagem - também contribuiu para torná-lo mais assustador.





Apesar de tudo isso, nem tudo são flores no novo thriller do maníaco mascarado. Honestamente, senti falta de algumas coisas. Primeiro: mais história. Penso que o novo filme perdeu ótimas oportunidades de se aprofundar na mitologia do personagem principal, inclusive aproveitando melhor os laços com elementos dos quatro primeiros filmes da série. A impressão que dá é que essa boa idéia foi aproveitada "pela metade". Durante a produção do filme, foi dito repetidas vezes que a trama adicionaria mais "background" em Jason, mas essa promessa não foi realizada. A título de sugestões, eu indicaria: uma reimaginação do afogamento de Jason, cenas de sua infância embaixo das asas da mãe maluca, a explicação sobre o que aconteceu depois de seu afogamento (afinal, como ele saiu do fundo do rio? Foi no mesmo dia ou ele ficou desaparecido por um tempo? Quem sabia que ele na verdade não tinha morrido?), etc.


Outro ponto criticável no novo Sexta-Feira 13 é a falta de maior criatividade nas mortes. Já que todo o elenco vai ser esquartejado, nada mais natural do que aproveitar para produzir cenas memoráveis. Para ser sincero, constatei que só existe verdadeira inovação em UMA única morte, uma cena na qual Jason mata uma garota de forma particularmente torturante e cruel, de uma forma como nunca havia sido feito antes na série. Mas essa cena é exceção. De resto, rola flechada no olho (mais uma referência à Sexta Feira 13 Parte 2), facão enterrado na cabeça e semelhantes lugares comuns na série. Em termos de brutalidade visual e criatividade homicida, o filme não se sai tão bem quanto poderia. Para um slasher movie, isso é um problema relativamente grave.

Embora o clímax do filme seja "bola-murcha" e relativamente frustrante, tenho que admitir que gostei da cena final - uma homenagem explícita ao Sexta-Feira 13 original de 1980. Mas me preocupei com o "gancho" da cena, que abre terreno para as famigeradas sequências. Ver Jason novamente nas telonas nesse novo trabalho é um prazer para qualquer fã de cinema de horror, mas esse retorno não rende material para nada além desse filme. Nada seria pior do que o surgimento de uma nova cinessérie interminável de continuações de qualidade discutível. Essa novela todos nós já vimos. Infelizmente, os bons resultados do filme nas bilheterias sugerem que é isso o que vai acontecer.

No entanto, por ora o que cabe dizer é que o novo Sexta-Feira 13 é um slasher movie de qualidade, com ótimo clima, atmosfera sombria e que reintroduz de forma competente o icônico assassino serial Jason Voorhees para velhos e novos fãs. Definitivamente, merece uma conferida.

Como diria o Alice Cooper na letra da música que fez nos anos 80 para o sexto filme da série, "he's back, he's the man behind the mask, and he's out of control"!


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

UMA NOVA ERA?


Ufa, acabaram-se os Anos Bush! E sobrevivemos para contar a história. Foram oito anos do governo americano mais inacreditavelmente incompetente que a minha geração testemunhou. O texano - que já vai tarde - pegou um país que crescia 7% ao ano, com pleno emprego e com uma imagem diplomática respeitável ao redor do mundo e o atirou na pior crise financeira dos últimos oitenta anos, além de atolá-lo numa guerra estúpida, injustificada e injustificável no Oriente-Médio.

Os EUA, hoje, são uma nação bem menos respeitável do que eram quando Bush sentou sua bunda na Casa-Branca.

Bush, é claro, enfrentou um dos momentos de maior fragilidade da história americana - os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Mas, se isso foi um acontecimento horrendo e traumático para o povo americano, não o foi para Bush. Não custa lembrar que o ex-presidente havia assumido numa eleição para lá de questionável (Al Gore teve maior número de votos) e que gozava de uma popularidade baixíssima até o dia dos ataques, quando de uma semana para outra se tornou o presidente com maior índice de aprovação de todos os tempos. A destruição do World Trade Center foi a chance que Bush teve de reescrever sua biografia, de dar novo rumo ao seu governo e de garantir para si um papel de honra na História. Com a sua característica "diplomacia de fazenda", ele não fez nada disso: usou o episódio como desculpa esfarrapada para uma vendetta pessoal de família contra o regime de Saddam Hussein, "caminhou" por cima da ONU, arruinou a carreira política do então brilhante Tony Blair e jogou a imagem dos Estados Unidos na lama perante o mundo. Na saída, mostrou a que veio também na economia.

A missão do fenômeno Barack Obama é cruel. O que os americanos esperam dele? O que o mundo espera dele? A resolução dos conflitos na Palestina? A retirada das tropas do Iraque e a paz naquele país? O fim da crise nos EUA e no mundo? O reestabelecimento da importância e efetivadade da ONU? O fim do embargo à Cuba? O fim da prisão-masmorra de Guantánamo? Negociações de paz efetivas com o Irã? Estabilidade no Oriente Médio? A redução da pobreza no mundo? Maior avanço nas pesquisas com células-tronco para curar doenças? Uma relação mais aberta com países emergentes? Menos militarismo e beligerância? Ou tudo isso junto?

Um único homem pode abrir caminho para tudo isso em apenas quatro - ou oito - anos? Ou o fenômeno pop do menino negro e pobre que se torna o homem mais poderoso do mundo está fadado a causar decepção?

A História nos dirá, em capítulos que começam a ser escritos a partir de hoje.

Pelo menos uma coisa é certa: o simples fato de Obama se tornar presidente dos EUA já é um primeiro e importantíssimo passo para um mundo mais democrático, aberto ao diálogo, plural e no qual maus governantes são devidamente reprovados por seu eleitorado quando exercem mandatos desastrosos.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

BREVES ANOS

Já é 09 de janeiro de 2009 e, portanto, está mais do que na hora da já tradicional reflexão de ano-novo da Cripta.

Após ter passado o ano de 2007 praticamente todo dentro das salas de aula da Escola da Ajuris (e andando três horas por dia de van), achei que 2008 iria passar num ritmo mais lento. Ledo engano. Mais uma vez, me vejo fazendo a retrospectiva de um ano que passou voando.

Só que este ano eu me dei conta de uma verdade que sempre me passou despercebida. É o seguinte: quando a gente é criança ou adolescente, o período de um ano é uma epopéia, um capítulo inteiro de nossas vidas, uma pequena eternidade. Quase material para um romance, assim como cada ano de escola do Harry Potter é um livro inteiro da saga do personagem. Dizer para um adolescente "ah, deixa isso pro ano que vem" ou "ah, deixa isso para daqui cem anos" dá rigorosamente no mesmo.

Mas a verdade é, simplesmente, que um ano não é grande período de tempo. Não para comportar todas as expectativas, planos e metas que a gente se impõe a cada começo de ano. Não para dar conta de conciliar uma vida profissional com o lazer, a família, os amigos e os projetos pessoais. Um ano é pouquinha coisa mesmo. E essa é uma idéia dura de assimilar, porque afinal de contas a gente não vive em média quinhetos ou mil anos, e sim tão somente algumas décadas. E admitir que um ano passa naturalmente rápido implica em ter em mente que as nossas próprias vidas são muito mais breves do que nós gostaríamos de imaginar, ou que nos parece antes da entrada na vida adulta, quando um ano parece um século e consequentemente nós nos imaginamos como alguma coisa análoga a um Highlander ou vampiro Lestat, com milênios pela frente.

Bom, então se os anos são curtos e a vida é curta, até desnecessário dizer que a vida é especial. E que é importante trabalhar no sentido de ser feliz. E sob essa ótica eu só posso me despedir de 2008 com alegria, porque encerrei o ano sentindo-me feliz. Não fiz tudo o que gostaria e nem realizei todos os meus planos. Mas me senti muito mais presente e vivo do que em 2007, e acho que no geral sou obrigado a concluir que o ano de 2008 atingiu as expectativas que eu tinha para ele no final de 2007.

Enfim, foi um ano bom. Breve, mas bom.

Meus planos para 2009: primeiro, ler mais. Já faz uns dois anos que eu praticamente só leio livros jurídicos e termino o ano tendo lido uma fração do que eu lia nos tempos da faculdade. Preciso dar um jeito de me aprimorar nas ciências jurídicas sem emburrecer em literatura, história e filosofia.

Segundo, perder peso. Faltam três anos para eu virar um trintão e eu não posso me dar o luxo de manter esses dez quilos de sobrepeso que atualmente ostento. Como eu "adoooooro" exercícios físicos e alimentação saudável, tal tarefa para mim assume os contornos de um trabalho de Hércules. Mas azar o meu, tenho que colocar o "panceps" em dia.

Terceira meta: estudar mais. Embora pareça impossível pretender estudar mais do que eu já venho fazendo desde 2007, também isso é uma necessidade que se impõe. O negócio é correr porque se ficar o bicho come. Come e cospe os ossinhos num arroto.

Claro, eu teria outras metas: jogar mais games, sair mais com os amigos, passear mais com a Suzan e ter um ano mais produtivo com a minha banda. Mas só o tempo dirá quais dessas metas poderão ser compatibilizadas com as anteriores. Dezembro de 2009 logo estará aí, para me jogar na cara aquilo que não consegui realizar. E não vou nem me preocupar com isso porque, afinal de contas, pelo menos já me dei conta de que um ano é, simplesmente, pouco tempo.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Compras, presentes & nerdices em geral

Uau, já estamos em 29 de dezembro, contando as horas para o Reveillón! Tá mais do que na hora de eu dar uma atualizada nesse negócio.

Bom, estou tirando umas "mini-férias" desde o dia 22 e vou nesse ritmo até o próximo dia 06 de janeiro. Não deu pra ir pra praia, acabei não me programando pra isso, mas quem se importa? A cidade vazia do jeito que está fica uma maravilha - exceto, é claro, pelo problema de eventualmente pretender ir num restaurante e dar de cara com ele fechado. Claro, o mar e as moças de biquini têm seu valor. Mas estou tão contente por ter uns dias totalmente livres para ler, ouvir música, ver filmes, dormir e jogar uns games que acabo não ligando.

No mais, sabem como é: no fim do ano, além de dar presentes, a gente começa a ganhar presentes ou a se dar alguns presentinhos. No final de novembro, comprei um notebook novo, um Compaq Presario C770BR, com processador Intel Core 2 Duo, 120gb de HD, 2 gigas de RAM, uma bela tela de 15 polegadas e saída para S-Video (o que vem a calhar para ver na minha TV da sala filmes e séries baixados da Internet).
Ótima maquininha, mas não para games de última geração, apesar das boas configurações. É que, como na maioria dos notebooks, a placa de vídeo dele é onboard, e simplesmente não tem como competir com a Geforce do meu PC doméstico, que roda com perfeição CRYSIS, GEARS OF WAR, BIOSHOCK e similares. Fui rodar o AGE OF EMPIRES III (que ganhei da Suzan de Natal) no notebook e, embora o jogo rode bem, a qualidade visual nem se compara com o que se vê quando rodo o game no meu PC "de mesa". Não tem graça jogar um game com visual "simplificado" tendo uma máquina que roda ele 100%, portanto meu notebook vai acabar ficando mesmo com os games não tão novos - e com os emuladores, é claro! Com a saída S-Video, dá pra jogar na TV praticamente toda a história dos videogames da segunda à quinta geração (ou, dito de outro modo, de 1978 a 1999).


Além do AGE III, ganhei da Suzan também o novo RED ALERT 3. Ainda nem instalei, porque AGE III e o COMMAND & CONQUER 3 estão roubando meu tempo no momento. Mas não vai demorar para eu me "grudar" nele, pois sou fã da série Red Alert há quase dez anos.

Falando em "nerdices", embora meu Game Boy Advance esteja basicamente aposentado desde que comprei o PSP no meio deste ano, comprei no Mercado Livre um cartucho EZ Flash IV pro GBA. Funciona de forma semelhante ao Flash Card que eu já utilizava no portátil desde 2004, mas a diferença é a capacidade de armazenamento. Enquanto que meu cartucho Flash antigo suportava 16 megabytes (o que equivale a dois ou três games médios de GBA), esse novo tem memória de 2 GIGAbytes, o que equivale a uns trezentos games médios de GBA. No momento, estou com mais de 200 jogos gravados no cartucho, o que seria uma coisa inacreditável há alguns anos atrás, praticamente andar com um console portátil acompanhado de virtualmente tudo de mais legal que foi lançado para ele durante seus anos de vida. O Flash IV só não é perfeito porque sua compatibilidade não é tão boa quanto a do meu Flash card antigo. Até o momento, já detectei mais de dez games incompatíveis com o novo cartucho. Mas, com centenas de outros funcionando legal, não dá nem pra reclamar.

Outro negócio bacana que comprei foi o livro ESCAPE FROM NEW YORK. É um troço raro pra caramba, que só consegui graças ao iniguilável site Estante Virtual, que rastreia buscas em centenas de sebos e lojas credenciadas. O livro é uma novelização - que só saiu nos EUA - de um dos meus filmes prediletos de todos os tempos, conhecido por aqui como FUGA DE NOVA YORK. Pelo pouco que li sobre o livro na Wikipedia, parece que ele até aprofunda um pouco a história em relação ao filme, com partes do roteiro que acabaram "cortadas". Fazia algum tempo que eu sabia da existência desse livrinho, mas jamais achei que iria conseguir botar minhas mãos nele. Palmas pro Estante Virtual! Ah, a capa do livro que aparece aí na foto pelo jeito é de outra edição do livro, porque a capa da edição que consegui é diferente e mais legal, mostrando Snake de costas olhando para uma rua sombria da cidade-prisão.

Ainda sobre livros, estou lendo os ótimos UMA BREVE HISTÓRIA DO MUNDO, de Geoffrey Blainey, e o TRILOGIA SUJA DE HAVANA, do Pedro Juan Gutiérrez. Esse último eu já tinha curiosidade de ler desde 2001, quando li uma interessante entrevista que o autor deu para a revista Playboy. Mas, pelo que pude ver, foi só esse ano que o livro veio a ser finalmente publicado aqui no Brasil.

No mais, o Natal foi ótimo - minha mãe fez uma ceia maravilhosa, e pra variar comi como um estivador - e esses últimos dias do ano estão sendo um ótimo descando, apesar do calorão que já começa a colocar as garras de fora. Até aproveitei para mandar a Mógui pra pet shop para ser tosada, para a coitadinha passar menos calor. Ela ficou um sarro, parece agora mais uma exotic short hair do que uma persa himalaia hehehe. Mas, aparentemente, ela gostou de ter seu "casaquinho" tirado para o verão.

Após a virada do ano, é claro, postarei a Tradicional Mensagem de Ano-Novo da Cripta do Caveira hehehe.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Cyndi Lauper em Porto Alegre!

SURREAL. Essa talvez seja a melhor palavra para definir o que foi ver Cyndi Lauper ao vivo no Teatro do Bourbon Country de Porto Alegre no último dia 19/11. Mais do que mera nostalgia ou moda retrô, ver a musa pop dos anos 80 com a mesmíssima voz de vinte e cinco anos atrás (e com um visual inacreditável para seus 55 anos de idade) foi mais do que um "revival": foi como se subitamente todos tivessem sido transportados para 1987 e estivessem assistindo a um show da cantora no auge de sua popularidade.

O show já começou bem com o antigo hit Change Of Heart. Depois vieram duas faixas do mais recente álbum de Cyndi ("Bring Ya to the Brink"), Set Your Heart e Grab a Hold.

A alegria de conferir Lauper de pertinho e o assombro de conferir como a cantora parece ser dez ou quinze anos mais jovem do que é deu lugar a euforia nos primeiros acordes da clássica When You Were Mine tocada em versão bem rock n'roll, inclusive com Cyndi tocando guitarra base. Neste mesmo esquema, a banda emenda outro hit famoso, She Bop. A essa altura, se o show tivesse terminado aí, já teria valido o ingresso.

A sonoridade bem rock que deu o tom na maior parte do show cedeu espaço por alguns instantes para a execução de mais dois sons novos de Lauper, Echo e Into The Nightlife, que flertam com dance music e contaram com um som mais "sintetizado" por parte da banda. Por mais que esse tipo de som não faça o meu estilo, impossível não deixar de tirar o chapéu para a voz sempre perfeita da cantora.

Essa parte mais "pista de dança" do show foi bastante breve, dando lugar a uma sequência quase infartante de hits incríveis, começando com All Through The Night e culminando na espetacular I Drove All Night, na qual Cyndi mostrou porque foi e continua sendo a melhor vocalista pop das últimas três décadas. Sua performance foi de levantar os mortos.

O resto do show foi basicamente uma euforia continuada - simplesmente um clássico absoluto do pop oitentista atrás do outro: Money Changes Everything, Time After Time, o hino Girls Just Wanna Have Fun e a climática True Colors (que chegou a ser coverizada por Phil Collins, com um resultado incomparavelmente inferior ao original).


Cabe destacar que, mesmo estando há uma década e meia sem estourar grandes hits no topo das paradas como fazia no passado, o público de Cyndi se reciclou bastante, até em virtude dos hits antigos, que estão permanentemente sendo descobertos por novos fãs. Quem achou que a platéia estaria cheia de gente de 30 a 50 anos quebrou a cara, pois era grande a quantidade de jovens que sequer eram nascidos na época do auge de Lauper.

Uma coisa impressionante no show da capital gaúcha é que o público das primeiras fileiras levou cartazes e berrou pedidos desde o começo do show, e como resultado a banda tocou um número impressionante de músicas que não estavam no setlist original. Entre elas, Shine e Rain on Me (loucamente solicitadas o tempo todo pela galera da frente), a bacana e pouco conhecida Sisters of Avalon, Fearless, I'm Gonna Be Strong (que é praticamente um solo de vocal de Cyndi e deixou novamente todo mundo com o queixo no chão diante da performance inacreditável da cantora) e, finalmente, a clássica The Goonies 'R' Good Enough, música tema do filme "Goonies", um dos mais queridos filmes dos anos 80. Muitos dos presentes, na faixa dos trinta anos ou mais, voltaram a ser crianças e cantaram a música a plenos pulmões.

Ver Cyndi Lauper ao vivo, com a eterna voz de adolescente, é o reencontro definitivo da "geração 80s" com o seu rosto mais marcante. E constatar que a cantora continua no auge de seus dons vocais, bela e cheia de vitalidade é uma satisfação sem igual para essa já mencionada turma, na qual evidentemente se inclui o autor dessas linhas.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

REM em Porto Alegre! Grande banda, grande show!

Ainda me recordo como me tornei fã do REM. Em algum período entre 1996 e 1997, eu estava revendo, em VHS, o filme INDEPENDENCE DAY, que na época era um recente blockbuster hollywoodiano. O filme tinha uma historinha ridícula até dizer chega, mais furada que cueca de mendigo, mas era divertido e se destacava pelos efeitos visuais impressionantes para a época.

Bom, acontece que logo no começo do filme, quando uns cientistas estão matando tempo jogando mini-golfe num telescópio, pouco antes de detectarem os primeiros sinais das naves alienígenas, eis que a música de fundo que os personagens estão ouvindo me pareceu bastante interessante, além de irônica, pois dizia claramente "it's the end of the world as we know it", o que em síntese é um resumo do roteiro do filme.

Sanei minha curiosidade dando uma olhada nos créditos finais do filme, e vi que a música se chamava precisamente "It's the End of the World as We Know It (And I Feel Fine)", tocada por uma banda que nunca tinha chamado minha atenção: REM.

Fui em algumas lojas de discos, mas nunca conseguia descobrir de qual disco essa música era (lembrem-se que o ano era 1996 ou 1997, eu ainda nem tinha Internet em casa!). Até que um dia eu achei o álbum, numa locadora de discos (céus, isso ainda existe?) de Porto Alegre chamada CD Express. O álbum era "Document", lançado em 1987. Aluguei o CD e gravei ele inteiro numa fita K7 em casa (pensando nisso hoje em dia, parece que faz cem anos, e não apenas dez). E até hoje "Document" é o meu álbum favorito do REM.

Curti muito o álbum, tanto que "The One I Love", clássico da banda presente nesse álbum, foi a primeira música que aprendi a tocar no violão quando eu estava aprendendo meus primeiros acordes, mais ou menos nessa mesma época. E, como é natural, em seguida acabei caindo no álbum mais comercialmente bem sucedido do grupo, "Out of Time".

Depois, no último ano do segundo grau na escola, lembro de ter curtido a música "Daysleeper", então um lançamento do disco mais recente dos caras até então, "Up" de 1998. E curti muito também o "Reveal" de 2001, sendo que posteriormente vim a conhecer melhor outros álbuns mais antigos, especialmente o excelente "Automatic for the People", de 1992.

Bom, mas disco vai e disco vem, a verdade é que sou fã do REM há mais de dez anos. Diante disso, não pude perder o show dos caras, que surpreendentemente resolveram dar as caras em Porto Alegre, e o fizeram num show sensacional.

O setlist foi muito bom e muito generoso, com nada menos do que 25 (sim, VINTE E CINCO) músicas em duas horas de show. Numa época em que muito artistinha "teen" por aí faz shows de uma hora ou um pouco mais, é sempre bacana ver uma banda de veteranos tocando ao vivo por duas horas a fio. Todas as "confirmadas" deram as caras, incluindo as clássicas "Drive", "The One I Love", "Everybody Hurts" e "Losing My Religion", passando por músicas mais recentes mas que já se tornaram clássicos também, como "Imitation of Life" (de 2001) e incluindo as músicas que abrem o excelente último álbum dos caras, "Accelerate". Desse álbum, os caras abriram com a ótima "Living Well is the Best Revenge" e depois tocaram ainda "Man Sized Wreath", "Hollow Man" e "Supernatural Superserious".

Para minha alegria, o álbum "Document" foi bem lembrado, inclusive com a presença inesperada de "Disturbance at the Heron House" (jamais esperaria ouvir essa faixa ao vivo), além da minha preferência pessoal "It's the End of the World as We Know It" e da já referida "The One I Love".

"Man on the Moon" foi a música que fechou o show. É uma das minhas músicas favoritas da banda e confesso que, naquela altura, eu já estava com medo de que não iriam tocá-la.

Algumas pessoas reclamaram do som. Confesso que, quando entrei no estádio, ainda estava tocando a banda de abertura Nenhum de Nós, e o som dos caras estava excelente. Quando o REM entrou, o som estava nitidamente pior do que o da banda de abertura, inquestionavelmente mal regulado mesmo. Mas entre a segunda e terceira música tive a impressão de que os problemas estavam resolvidos, e o som estava muito bom de onde eu estava, sentadão lá na arquibancada no fundo.

Ainda sobre a banda, não dá pra deixar de observar que Michael Stipe é um assombro ao vivo. O careca magrelo tem uma voz fenomenal e se vê que ele não recorre a nenhum recurso especial em estúdio, pois sua performance não fica devendo nada para o que se ouve nos discos.

E cabe registrar a alegria da banda - formada por Democratas de longa data - com a eleição de Barack Obama para a presidência dos EUA. Stipe falou várias vezes de seu contentamento, e de que aquele era o primeiro show que estavam fazendo após a confirmação da notícia. Imagens de Obama apareceram nos telões também. Um fã levou para o show um cartaz com os dizeres "We Are Obama Too", e Stipe pediu, no meio do show, pro cara alcançar o cartaz para ele, que o exibiu de cima do palco para todo mundo. Memorável.

O show foi bastante calmo, ainda mais para um sujeito como eu, acostumado com o público de shows de heavy metal. Achei até que o pessoal conhecia pouco do som da banda, reservando uma resposta mais visceral apenas nos hits tremendamente conhecidos, como "Imitation of Life" e outros som mais antigos. De qualquer forma, a alegria era geral e a escolha do estádio do São José se provou boa, pois o local é realmente bom para shows, com acesso fácil e tranquilo, sendo provável que venha a receber mais bandas no futuro próximo.

O REM é uma das melhores bandas de rock da atualidade. Eu descobri isso há mais de dez anos, era verdade naquela época e continua sendo agora, em 2008, fato que este histórico show de Porto Alegre só veio a confirmar.

domingo, 2 de novembro de 2008

RECAPITULANDO 2008

Tá certo que acabamos de entrar em novembro e que, portanto, é cedo para retrospectivas e coisas do tipo. Mas com a mudança do fotolog antigo pro atual blog, metade do meu ano de 2008 ficou no site antigo, e resolvi trazer todos os posts de 2008 de lá pra cá, pra deixar a coisa um pouco mais organizada e até pra já ir rememorando as coisas mais legais do semestre passado ...

MEMÓRIAS ESPARSAS DE UM ANO QUE NÃO EXISTIU ...

(publicado originalmente em 08/01/2008)

É só agora, em 08 de janeiro de 2008, que tardiamente apresento a minha tradicional mensagem de fim de ano do blog (já é quase tão consagrada quanto a Missa do Galo e o Especial de Fim de Ano do Roberto Carlos).

Desde fins de fevereiro de 2007, estive vinculado ao curso de dois semestres da Escola Superior da Magistratura da AJURIS, em Porto Alegre. Foram 5 horas/aula todas as noites, de segunda à sexta, e mais 5 horas/aula em sábado de manhã. O curso todo representa 1000 horas/aula. Estive nesse ritmo, quase que ininterruptamente, ao longo de onze meses.

Somado ao meu trabalho, esse curso fez o ano de 2007 ser virtualmente inexistente para mim.

Mal tenho memórias do ano que passou. Asseguro que foi um choque olhar no calendário e ver que estávamos em dezembro. Lembro de algumas coisas, aqui e ali, ocorridas em janeiro, outras em abril, algumas em julho e setembro. Acho que vivi em condição análoga a de um zumbi na maior parte deste ano.

Comprei alguns videogames antigos para a minha coleção de velharias. Todos estes aparelhos, velhos ou novos, basicamente não fizeram outra coisa senão pegar pó no meu apartamento. Praticamente não saí com meus amigos, não tive tempo livre com a Suzan também. Baixei muita música, mas ouvi pouco. Pelo menos mantive viva minha querida banda de rock, a Doutor Phibes.

Mas o aninho fumeta finalmente acabou. E 2008 vai ser muito melhor, isso é um compromisso que eu imponho para mim mesmo.

Não me arrependo de ter optado por este 2007 alienante-estafante-estressante-esgotante. Sou partidário da filosofia "no pain, no gain". Mas confesso que não teria aguentado nem mais um mês naquele ritmo.

Ano que vem pretendo continuar estudando diariamente de três a quatro horas por dia. Mas em casa, sem ficar duas horas e meia por dia na estrada. Não me entendam mal, meu problema não é com o "estudar", mas sim com o "estar ausente da própria vida em caráter permanente".

Meus planos para o novo ano que está começando: muito estudo e muito trabalho. Mas com a Suzan, com amigos, com videogames, com filmes, com livros que não sejam necessariamente de Direito, com cerveja, jantando num horário normal, podendo assistir o Jornal Nacional quando der vontade, com alguns passeios aqui e ali, com um pouco de praia. Nenhuma pretensão muito bizarra, como podem ver. Acho que, em termos de necessidades básicas, estou dentro da normalidade dos símios superiores.

Eu preciso começar a fazer algum exercício, também, e perder uns quilos. Mas isso já é outra história.

Para quem porventura venha a ler essas linhas: espero que você, como eu, já tenha se dado conta de que nós só somos imortais por um tempo limitado, como diria o Rush.

Um 2008 de muita felicidade para todos - como sempre, de preferência, comigo aí incluso.

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THE OFFICE

(publicado em 30/01/2008)

Na semana passada a Suzan apareceu em casa com um DVD de The Office, série da qual já tinha ouvido falar bem mas ainda não conhecia.

Resultado: virei fã de uma série de TV pela primeira vez desde LOST em 2006 e pela segunda vez desde SMALLVILLE (da qual mais tarde eu enchi o saco) no já longínquo ano 2000.

Eu geralmente não tenho saco pra séries de TV, e não gosto daquelas sitcoms de situações forçadas na quais os personagens são grotescamente malucos e às voltas com situações exageradamente bizarras no estilo "oh, ha ha, como eu sou pinel!". Mas THE OFFICE tem um raro equilíbrio entre humor eficiente, situações constrangedoras porém verossímeis, criatividade e sensibilidade. Os ótimos roteiros e gags aparecem protagonizados por personagens que lidam com as mais típicas agruras e conflitos humanos, sendo radicalmente diferentes entre si mas perfeitamente dentro da média das pessoas que caminham por nossas cidades. Para completar, há um perfeito equilíbrio entre humor e um pouco de drama, o que só serve para deixar os personagens ainda mais tridimensionais e palpáveis.

Além de todas estas qualidades, é preciso acrescentar ainda o talento inquestionável de todos os atores, especialmente do protagonista Steve Carell - na pele do diretor regional da empresa em que todos trabalham - além de John Krasinski (ótimo como o "tirador de sarro" Jim), Jenna Fischer como Pam e Rainn Wilson como Dwight, o cara mais chato do escritório, um nerd puxa-saco, autoritário e ultracompetitivo - porém indiscutivelmente bem intencionado.

Enfim, não é por nada que eu assisti todos os dezoito episódios da segunda temporada de The Office em DVD no espaço de apenas uma semana.

Ah, e a música-tema, além disso, logo não sai mais da cabeça ...
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O QUE EU FIZ NO FERIADÃO DE CARNAVAL

(Publicado em 06/02/2008)

- Assisti a primeira temporada de THE OFFICE em DVD (e mais metade da terceira);

- Vi dois filmes novos (em DVD, ídem). Um muito bom ("O Último Rei da Escócia") e um muito chato ("Maria Antonieta");

- Comprei cinco cartuchos de Mega Drive de uma locadora aqui de Novo Hamburgo: Clayfighters, The Simpsons - Bart's Nightmare, Star Trek the New Generation, Sonic Spinball e Shadow of the Beast. Nenhum megaclássico, é verdade, mas sendo todos originais com caixinha a R$ 5,00 (sim, cinco reais) cada um, não posso negar que foi uma vantajosa adição de velharias para a minha coleção de consoles antigos;

- Dormi na rede, na sacada, durante uma baita chuva (só de lembrar fico com sono ...);

- Comi bolinhos de chuva deliciosos feitos pela Suzan;

- Dei uma passeada no Iguatemi e no Bourbon Country em POA e comprei a nova edição (com nada menos do que 3 DVDs!) do Blade Runner, meu filme favorito de todos os tempos (evidente que, tão logo cheguei em casa, me atirei no sofá pra ver a nova Final Cut do diretor Ridley Scott);

- Tracei um churrasquinho em Dois Irmãos;

- Comi uma quantidade não recomendada de congelados de preparo instantâneo ao longo de todo o feriado;

- Dormi em todas as oportunidades que tive de fazê-lo;

- Fiquei deliciosamente atirado em casa como se fosse um pano de cobrir sofá;

- Obtive sucesso em não ter um ataque epiléptico aguentando as batucadas e gritarias de desfiles de escolas de samba há uma quadra do meu apartamento, durante toda a noite e madrugada adentro!
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E COMEÇOU A 4ª TEMPORADA DE LOST

(Publicado em 11/02/2008)

Em fevereiro de 2006 eu estava passando um fim de semana em Torres com a Suzan. Na nossa última noite de praia, vendo televisão no hotel, colocamos na Globo e estava passando uma coisa que parecia um filme ruim de sobreviventes numa ilha.

Começamos a olhar um pouco aquele negócio, na falta de coisa melhor, e com o passar dos minutos fomos vendo que a historinha era interessante. E as atuações eram bacanas. E que rolava um mistério do caramba. E aí caiu a ficha: "ah, isso aí deve ser o tal do LOST! Andam falando bem desse troço, ganhou até um Emmy ou coisa parecida!".

Sim, era LOST. A Globo estava exibindo toda a primeira temporada, "corrida", todas as noites de segunda à sexta, com um episódio por dia. E estávamos assistindo ao episódio piloto.

Assistimos avidamente a primeira temporada na Globo, dublada e com comerciais, ao longo de três semanas. Pouco depois, a segunda temporada começou a ser exibida por aqui no canal AXN. E daí nós já éramos Lostmaníacos de carteirinha.

Desde o começo da segunda temporada, desistimos de esperar uma semana pelos episódios no AXN e passamos a baixar os episódios na Internet, tão logo passavam nos EUA. Nesse ritmo vimos a segunda temporada e, em 2007, a terceira - que foi meio decepcionante no começo mas logo "entrou nos eixos".

Agora no final de janeiro começou a 4ª temporada nos EUA. Já vi os dois primeiros episódios, e o mistério está cada vez maior. Aparentemente, o mundo foi levado a crer que o avião Oceanic 815 caiu no mar e que todos os passageiros morreram. Um aparente grupo de resgate chega à ilha mas logo fica claro que eles não estão ali exatamente para resgatar ninguém. E loucuras fantasmagóricas continuam rolando solta na sinistra cabana de Jacob, o personagem mais enigmático da série ao meu ver.

LOST estava agendando para ter mais 3 temporadas (4ª, 5ª e 6ª) com 16 episódios cada. Mas a atual greve dos roteiristas em Hollywood "trancou" a produção de episódios, e é possível que esta temporada termine tão somente com os 8 episódios já gravados (talvez mais dois ou quatro, se a greve terminar logo). Ainda assim, os produtores da série garantem que até 2010 nós finalmente saberemos o que diabos acontece naquela ilha do capeta.

Eu acho bom explicarem todas estas tretas direitinho, tintim por tintim. Senão eu vou pros EUA e mato o J.J Abrams!!
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SOMEWHERE BACK IN TIME TOUR: um sonho realizado.

(Publicado em 04/03/2008)

Amanhã à noite verei o IRON MAIDEN em Porto Alegre, no Gigantinho.

Evidentemente, estou contando as horas! Afinal, sou um fã inveterado da banda há nada menos do que quatorze anos, desde o já longínquo ano de 1994. Outra hora eu conto aqui no blog como virei fã dessa verdadeira instituição do rock pesado.

Já tive a oportunidade de ver o Maiden anteriormente há quase dez anos atrás, em dezembro de 1998, em Curitiba, quando os caras estavam na tour do álbum Virtual XI.
Foi um baita show e um dos Grandes Momentos da Minha Adolescência, mas não dá pra comparar aquele momento da banda com o atual. O vocalista da banda naqueles tempos era o Blaze Bayley, que simplesmente não tinha os predicados necessários para segurar os clássicos da banda ao vivo com a necessária qualidade, embora naquela noite tenha feito um show irrepreensível, que inclusive foi transmitido ao vivo, na íntegra, pela MTV na época.

Apesar destas limitações, Blaze jamais mereceu toda a achincalhação e críticas que recebeu enquanto esteve na banda, na medida em que estas não se deram por ele ser um vocalista "ruim", mas sim porque estava sendo comparado com Bruce Dickinson, uma das melhores vozes da história do heavy metal.

Bom, mas além de Bruce de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído, a formação do show de amanhã difere daquela que vi há dez anos também devido à presença de Adrian Smith, guitarrista da formação clássica da banda nos anos 80 e que, assim como Bruce, esteve ausente da banda na maior parte da década de 90. Adoro o estilo de cantar, compor e tocar de Smith, e pra mim certamente será incrível ver o cara ao vivo desossando com o "Maidão".

Pra finalizar, mais um detalhe: a tour que vi em 1998 era calcada nas músicas do álbum mais recente da banda até então, Virtual XI. A tour atual, SOMEWHERE BACK IN TIME TOUR, não está aqui para promover nenhum álbum de estúdio, mas sim para homenagear a fase oitentista da banda. Em outras palavras, o setlist é calcado no clássico LIVE AFTER DEATH, o mais célebre registro ao vivo da banda (e também o álbum que me transformou num fã de Iron Maiden). Enfim, o show será um verdadeiro best of da mais grandiosa fase da banda.

De fato, a vida tem seus momentos especiais.

UP THE IRONS!
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MARÇO E ABRIL EM REVISTA

(Publicado em 11/04/2008)

Bom, desde a véspera do show do Iron Maiden eu não escrevo mais no blog. Estive bastante ocupado com uma série de coisas, então vou fazer uma versão resumida do que rolou no último mês:

* o show do IRON estava mesmo espetacular, como já era de se esperar. Bruce Dickinson canta que é um assombro, a banda mostra no palco um vigor impressionante (principalmente se levarmos em conta que os músicos são um bando de cinquentões) e o setlist era simplesmente um sonho realizado, tendo como "espinha dorsal" as músicas do clássico álbum LIVE AFTER DEATH. Só não foi um show perfeito porque a Opinião Produtora, num gesto escandoloso de desrespeito aos presentes, superlotou o Gigantinho com pelo menos 3000 pessoas a mais do que o lugar comportaria. Resultado: um número incrível de pessoas passando mal, muito empurra empurra, multidões tendo que sair sem ver o show e muita dificuldade pra conseguir ver a apresentação numa boa. E isso pra não falar dos inúmeros furtos de celulares. Uma vergonha. Até o próprio MAIDEN, logo depois da primeira música, percebeu que o lugar esteva indecentemente lotado (e que era um forno fechado), sendo que Bruce "solicitou" ao público que cuidassem com as pessoas ao lado caso estas passassem mal. É foda. Muita gente andou se organizando até no sentido de processar a produtora pela forma absurda como produziu esse show. Fora estes incovenientes, foi naturalmente um show antológico!

* Troquei meu PC. Resolvi investir numa máquina apta a rodar os últimos lançamentos em games e, para tanto, montei as configurações do computador com base na configuração recomendada para rodar o game CRYSIS, que atualmente representa a vanguarda tecnológica em termos de gráficos e consumo de recursos do computador. No momento estou jogando CRYSIS e GEARS OF WAR (não resisti e comprei os dois) em 1280x1024 com visual de botar um XBOX 360 no chinelo e não quero mais nada da vida.

* Por fim, temos um novo membro na nossa família: minha gatinha MORGANA, que entrou nas nossas vidas no último dia 13 de março. Quatro semaninhas se passaram e eu já sou completamente bobo por esse bichinho.

* De resto, a vida continua mais ou menos na mesma ... trabalhando, estudando. É nóis na fita.

Voltarei a atualizar este meu pequeno e solitário diário eletrônico com mais frequência (assim espero, pelo menos).


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MISFITS EM PORTO ALEGRE (18/05/2008)

(Publicado em 20/05/2008)

E eis que o Misfits volta a Porto Alegre como trio, pela terceira vez (a outra foi em 2003). E o que se viu é que Only & Cia arregaçaram as mangas para calar a boca dos críticos de plantão de uma vez por todas.

Primeira diferença: a consistência do setlist e da formação. No lugar daquele circo festivo que envolvia Marky e pérolas dos Ramones, o Misfits voltou a prezar pela sua identidade e conta com Robo, um dos antigos bateristas da banda, novamente no comando das baquetas. Dez Cadena continua não sendo um Doyle no aspecto visual, e investe menos numa sonoridade característica de guitarra do que Doyle fazia. Ainda assim, seu visual morto-vivo e precisão na maior parte das músicas mostram que ele se integrou decentemente no Misfits do século XXI.

Mas a grande surpresa do Misfits atual é mesmo o bom e velho Jerry Only. Meus amigos, vocês não têm idéia de como esse sujeito melhorou nos vocais! Sua performance esgoelada, desafinada e sem fôlego de 2001 foi substituída por uma atuação irretocável, precisa e que manteve o nível do histórico da banda ao vivo. Digo para vocês, com absoluta certeza, que Only está cantando muito melhor do que Myke Hideous, o vocalista temporário que veio para o Brasil com banda na tour do álbum American Psycho em 1998. Only executou duas dezenas de clássicos do Misfits com a mais absoluta perfeição, não deixando nada a desejar a qualquer registro ao vivo da banda em qualquer época. Foi de tirar o chapéu. O baixista já tinha exibido um bom potencial como cantor no bom álbum Project 1950, mas todo mundo sabe que em estúdio é muito fácil fazer bonito. O desafio real para um vocalista é encarar uma performance ao vivo, e jerry Only - do alto de seus 47 anos de idade - cumpriu a tarefa com louvor.

O setlist do show foi uma diversão à parte. O célebre tema do clássico de horror Halloween começa a tocar anunciando a banda, e um minuto depois o trio entra em cena desossando sua música de mesmo nome, uma de suas músicas mais antigas. Na sequência, diversas pérolas do Misfits "fase Danzig", executadas furiosamente na maior velocidade possível, com destaque para hinos do horror punk como "20 Eyes", "Hybrid Moments", "Horror Hotel", "Hollywood Babylon", "Attitude", "Earth A.D", "Angelfuck" e a maravilhosa "Some Kinda Hate", que fez todo mundo pular e cantar ensandecidamente.

A parte do setlist dedicadas às velharias clássicas dá lugar ao som dos primeiros acordes de "The Abominable Dr.Phibes", seguida de "American Psycho", "Walk Among Us" , "From Hell They Came" e da sensacional "Dig Up Her Bones", que é indiscutivelmente a mais clássica música do Misfits dos anos 90. A euforia com a qual esses sons do álbum American Psycho de 1997 foram recebidas pelo público presente mostra que a banda tem o mérito inegável de ter reciclado o seu público. Que o diga o público presente, constituído majoritariamente pela garotada de 15 a 18 anos. A maioria dos presentes neste show do último dia 18/05 certamente era recém saída do jardim de infância quando eu vi o Misfits pela primeira vez ao vivo em 1998 - e a banda já era velha naquela época!

Depois dos sons do American Psycho, a banda emendou algumas músicas do álbum seguinte, Famous Monsters: "Kong at the Gates", "Forbidden Zone", "Crawling Eye" e "Helena". Muita gente contava com a presença da popular baladinha-terror "Saturday Night", mas essa infelizmente ficou de fora do setlist. Por fim, a banda ainda apresentou mais alguns clássicos da fase Danzig, incluindo a célebre e famosa "Last Caress" (amplamente coverizada ao vivo e em estúdio pelo Metallica, dentre outras bandas) e "Die Die my Darling" (outro tema que ganhou notoriedade por causa do cover feito pelo Metallica).

Ao longo do show, foram tocadas ainda duas ou três músicas da Black Flag (antiga banda punk da qual participaram Dez Cadena e Robo), com destaque absoluto para a divertidíssima "Rise Above".

O show de Porto Alegre lavou a alma dos fãs do Misfits. Foi uma oportunidade admirável, quase sem paralelos, de testemunhar ao vivo a performance de alguns dos últimos representantes do legítimo punk rock de primeira geração. São poucos os autÊnticos pioneiros do gênero que continuam vivos e na ativa. Esta foi a quarta vez que eu vi Only & Cia ao vivo em dez anos, e estou aguardando ansiosamente não só por um novo álbum de inéditas da banda, mas também pela oportunidade de ouvir esses clássicos do horror ao vivo pela quinta vez. Afinal de contas, WE ARE THE FIEND CLUB!
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PAULEIRAS DO CAVEIRA

(Publicado em 16/06/2008)



Baixei uma cacetada de coisas legais nas últimas semanas:

* LUCIFUGE (1990) e HOW THE GODS KILL (1992), ambos do DANZIG.

* THE ULTRA VIOLENCE (1987), ACT II (1990) e KILLING SEASON (2008), do DEATH ANGEL.

* THE FORMATION OF DAMNATION, o novo álbum do TESTAMENT!

* CHRIST ILLUSION (2006) do SLAYER.

* EDUCATED HORSES (2006) e ZOMBIE LIVE (2007) do ROB ZOMBIE.

* BAT OUT OF HELL III (2006) do MEATLOAF.

* GORGEOUS FRANKENSTEIN (2007), da banda de mesmo nome.

Ainda tenho muito o que ouvir do novo disco do Testament, mas já deu pra ver que está demolidor. Cada vez gosto mais desses caras, uma das melhores bandas Thrash da história sem sombra de dúvida!

Apesar de eu amar profundamente o trabalho do MISFITS da era-Danzig, nunca fui muito fã da carreira solo do cara. Mas esses álbuns mais antigos são bem legais, com vários sons que merecem uma boa conferida.

O DEATH ANGEL foi uma descoberta nova pra mim. Estava lendo a última ROADIE CREW, de bobeira, e vi os caras do Testament citando a banda numa entrevista. Fui baixar material dos caras e descobri que, apesar de um ser um fã de Thrash Metal, não conhecia nada desse belo exemplar do estilo. Vou ouvir muito essa merda aí, com certeza! O material mais novo dos caras parece bem foda, e o antigo é bem na linha Metallica dos tempos do Kill'em All. Prato cheio pro tio aqui!

Ouvi pouco do resto, de modo que por hora vou me abster de maiores opiniões.

Ah, baixei também um catadão recente, lançado em 2007, chamado THE LOST TRACKS OF DANZIG. Mas não ouvi nada desse troço ainda.

Tudo muito bom, tudo muito bonito, mas é claro que a grande notícia dos últimos dias foi a divulgação do nome do novo álbum do METALLICA, que se chamará DEATH MAGNETIC! Mas AH título foda, hein? Esse disco tá com jeito de que vai matar a pau! Ouvi uns 20 segundos de uma música num videozinho oficial liberado pela banda e já deu pra sentir que o material novo promete! O difícil vai ser aguentar no osso até setembro para ouví-lo ...

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MAIS PODREIRAS DO CAVEIRA

(Publicado em 09/07/2008)

Não dei conta de ouvir 25% dos últimos álbuns que eu tinha baixado recentemente e, nas últimas duas semanas, baixei mais uma porrada de coisas porradas:

* DEATH - Scream Bloody Gore

* CANDLEMASS - Epicus Doomicus Metallicus (já fazia mais de dez anos que eu tinha curiosidade de ouvir esse troço, muito bom!)

* DEICIDE - Legion

* EMPEROR - Anthems to the Welkin at Dusk (contém a minha música black metal favorita, a "modesta" e "despretensiosa" The Loss and Curse of Reverence.

* MORBID ANGEL - Altars of Madness (Chapel of Ghouls é muito foda!)

* CANNIBAL CORPSE - Tomb of the Mutilated; Butchered at Birth e Kill. Não sou um grande fã de death metal (meu negócio é mais thrash), mas como todo mundo paga um pau federal pro Tomb of the Mutilated, resolvi dar uma conferida. Se bem que, para quem é fã de arte de horror, o Cannibal vale só pelas letras e pelas capas obscenamente cruéis.
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A CRIPTA DO CAVEIRA MUDOU DE ENDEREÇO!!!

(Publicado em 29/07/2008)


Atenção para o novo endereço da CRIPTA, pessoal:

http://caveirascrypt.blogspot.com/

Salvem em seus bookmarks.

Não haverá mais atualizações neste endereço do Fotolog.

O novo blog está bem mais legal, portanto, confiram!
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Buenas, e disso aí emenda com o primeiro post aqui já no novo endereço. Agora os posts de 2008 pelo menos estão todos aqui no mesmo blog, diminuindo a confusão das minhas memórias de uma passado recente e salvando a cronologia da coisa toda, o que é muito importante para virginianos loucos, obssessivo-compulsivos, metódicos e insones como o autor destas linhas ...