sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ampliando a minha coleção de MADs


Hoje recebi pelo correio mais duas MADs para a minha coleção. Uma é o número 12, de julho de 1985, cuja capa faz uma sátira com o clássico Space Invaders, um game que "bombava" ainda naquela época. A outra é o número 59, de dezembro de 1989, que tirava um sarro com a Xuxa e com a Angélica.


Eu me tornei fã da MAD aos sete anos de idade, em junho de 1989, quando meu pai me comprou o nº 54 da revista (que tinha o Faustão na capa). Imediatamente eu me apaixonei pelo humor insano, pelas tirinhas mudas do Aragonés, pela estripulias homicidas do Spy vs Spy, pela Dobradinha MAD, pelas Respostas Cretinas Para Perguntas Imbecis, pela gags malucas do Don Martin e, enfim, por todo aquele humor bizarro e único que só a MAD tinha. 


Pelos próximos três anos, eu passei a acompanhar a revista religiosamente, aguardando todos os meses com impaciência e ansiedade até que a edição seguinte da revista aparecesse nas bancas. Entre 1992 e 1993, no entanto, comecei a achar que a revista já não tinha mais a mesma qualidade, e aos poucos fui deixando-a de lado. É por isso que essas edições dos anos 80 até 1991/1992 representam a minha fase favorita da revista.


A história da MAD aqui no Brasil é longa, mas um tanto turbulenta. A revista foi originalmente lançada no país em julho de 1974, pela finada Editora Vecchi. Essa clássica época, a "primeira edição" da MAD brasileira, durou até janeiro de 1983. Em julho de 1984, a MAD nacional "renasceu" na Editora Record. Essa "segunda edição" da revista foi a mais duradoura de todas, e se manteve firme no mercado até agosto de 2000. A primeira década dessa "fase Record" da MAD brasileira representa a fase que conheci quando criança e, por tabela, a minha favorita até hoje. Minha coleção pessoal já conta com a maior parte das revistas dessa época, mas ainda faltam umas e outras.

A terceira edição da MAD, dessa vez pela Editora Mythos, foi de dezembro de 2000 até dezembro de 2006. Atualmente (desde março de 2008), a revista está em sua quarta edição, pela Editora Panini. Mas, sinceramente, essas séries da Mythos e Panini já não me despertam mais qualquer interesse. Eu já achava que a MAD estava decadente na metade dos anos 90, e a coisa certamente não melhorou. 

Não me entendam mal, não é culpa do pessoal responsável pela revista aqui no Brasil. O problema é que, embora sempre tenham existido vários talentos nacionais na MAD brasileira (Ota, Flávio, Vilmar, só pra citar alguns dos meus prediletos que lembro de cabeça), o "filé" do material vinha de fora - eram as pérolas criadas por Al Jaffee, Aragonés, Antonio Prohías, Don Martin, Duck Edwig, Dave Berg, etc. Essa turma era chamada pela MAD americana de "The Usual Gang of Idiots" (Os Mesmos Idiotas de Sempre), e era um grupo incrível de talentos inimitáveis. 


Simplesmente não há como reproduzir a genialidade daquela época. O genial e insubstituível Don Martin, conhecido como "O Mais Louco do Mad", morreu em 2000. Al Jaffee está com 89 anos. Prohías (criador da célebre tira Spy vs Spy) morreu em 1998 - e eu sempre achei que a tirinha, depois que passou a ser desenhada por Peter Kuper, perdeu completamente sua atmosfera e graça. Dave Berg (célebre pela sessão "O Lado Irônico" da revista) morreu em 2002. Duck Edwig está com 76 anos. Da velha guarda "clássica" da MAD americana, só quem está firme e forte na ativa ainda é Aragonés, hoje com 73 anos. 

 

Enfim, é uma perda de tempo tentar resgatar a sensibilidade humorística única que a MAD tinha nos idos dos anos 70 e 80. O negócio é correr atrás do material antigo, que é vasto e simplesmente imperdível. Eu ainda tenho poucos números da Editora Vecchi, mas pretendo "correr atrás do prejuízo" nos próximos anos e assegurar a integridade da minha coleção.

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