quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

BLAZE BAYLEY - THE MAN WHO WOULD NOT DIE (2008)


Desde que saiu do Iron Maiden no final de 1998, o vocalista Blaze Bayley construiu uma sólida carreira solo, que até o momento já conta com quatro álbuns de estúdio, sendo que o mais recente é este The Man That Would Not Die, lançado em 2008. Até hoje, nenhum álbum do cara foi tão forte e impressionante quanto o seu "debut" Silicon Messiah, lançado em 2000. Porém, os discos posteriores - se não apresentaram maiores surpresas - primaram pela fidelidade a um estilo de heavy metal tradicional (com alguma influência de thrash metal), sempre acompanhado de boa produção e de um trabalho caprichado de guitarras.

The Man That Would Not Die abre com a frenética faixa título, que já começa com o instrumental comendo solto. Os vocais de Blaze entram rasgando e a cadência da música começa, até o refrão meio operístico. Boa música, mas a faixa seguinte - Blackmailer - é bem melhor. Rápida, pesada e com Blaze matando a pau nos vocais. No refrão, o cara quase parece um Pavarotti em versão metaleira! As guitarras matam a pau, numa profusão de riffs e solos ao longo de várias partes da música.

A longa Smile Back at Death e a emocionada While You Are Gone (que traz Blaze mais uma vez arrebentando nos vocais) lidam com a morte - que aliás é um tema recorrente no disco, mais do que em qualquer álbum anterior de Blaze. Por uma destas tristes coincidências da vida, a esposa do vocalista veio a falecer apenas três meses depois do lançamento desse álbum. Foi mais um fardo pesado nas vida do cara, que já lidou com outras pedreiras fodidas na vida, como divórcio, alcoolismo e, é claro, a conturbada passagem pelo Iron Maiden. Mesmo assim, o sujeito se mantém firme como uma rocha e sua carreira não dá sinais de cansaço: o próximo álbum de estúdio, Promise and Terror, já tem data de lançamento prevista para 01 de fevereiro de 2010.

Samurai começa com um riff de baixo, e até lembra a sonoridade do Iron Maiden em várias partes. Aliás, sobre isso, cabe observar que, como nos álbuns anteriores, se nota no trabalho de Blaze a notável qualidade de ele não fazer nenhum esforço para soar como Iron Maiden. O estilo de sua carreira solo está mais para heavy metal tradicional do que para aquela sonoridade New Wave of British Heavy Metal/metal melódico típica do Maiden. Embora exista um certo consenso de que Blaze não foi uma boa escolha para o Iron Maiden, o seu estilo de cantar foi bem melhor aproveitado na sua carreira solo, em meio a guitarras mais pesadas e com um instrumental mais pauleira.

A Crack in the System é uma boa faixa, mas fica meio esquecida na comparação com a seguinte, Robot, que é furiosa e excelente. A música é rápida, com a bateria comendo solta num andamento hardcore que descamba para uma pauleira thrash/death no refrão, coisa sem precedentes nos trabalhos solo de Blaze. Sem dúvida, é a faixa mais rápida, curta e irada do disco.

At the End of the Day dá uma acalmada no ritmo do álbum, sendo mais arrastada e melódica. A temática e o clima da música me lembram muito 2 A.M, faixa do álbum The X-Factor do Iron Maiden, lançado em 1995 com Blaze nos vocais.

Waiting For my Life to Begin tem uma pitada de prog metal, com um instrumental bem caprichado. A faixa seguinte, Voices From the Past, é bem legal, e também tem algumas partes que remetem à sonoridade tradicional do Maiden.

The Truth is One não traz maiores surpresas, ao contrário de Serpent Hearted Man, que fecha o álbum. A faixa tem mais identidade e conta com várias mudanças de ritmo e feeling, tornando-se progressivamente mais arrastada e melancólica.

Para quem gosta do bom material que Blaze produziu junto ao Iron Maiden nos álbuns The X-Factor e Virtual XI (principalmente no primeiro, que é sensacional), acompanhar a carreira solo de Blaze é simplesmente indispensável. O Caveira recomenda!

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