quinta-feira, 24 de julho de 2008

WALL-E

Não vejo a hora de Wall-E sair em DVD! Vou comprá-lo na edição mais cara e com mais extras que estiver disponível. Esse é o melhor longa de animação que eu já vi na minha vida. E os dois protagonistas - os robozinhos Wall-e e Eve - são simplesmente as criaturas da ficção científica mais carismáticas que a minha geração viu surgir desde o R2-D2 e o ET, no final dos anos 70 e começo dos 80.

A história do filme é legalzinha, contendo inclusive uma mensagem moral "light" diluída no pano de fundo da trama. A parte técnica também é um assombro, mostrando o quão poderosa é a computação gráfica de hoje em dia. Mas tudo isso é nada comparado com a interação maravilhosa entre os dois personagens centrais, que a meu ver merecem desde já constar em qualquer futura lista de melhores casais da história do cinema.


As cenas de Wall-e com Eve são românticas, meigas e envolventes de uma maneira até então inédita na história de animações. Se toda uma geração achou choramingante a interação da pequena Drew Barrymore - uma criança de verdade - com o boneco do ET, o que dizer então de uma "química" entre duas criaturas que não existem, trazidas à vida unicamente pela computação gráfica? Uma coisa é fazer as pessoas gargalharem com desenhos, basta dar voz a um animal e fazê-lo tropeçar escada abaixo e pronto, você tem risadas generalizadas. Mas esperar que as pessoas se comovam com a expressão facial de um pequeno robô compactador de lixo criado em computação gráfica é realmente algo audacioso, que os magos da Pixar, no entanto, conseguiram com louvor.
Numa época em que atores de carne e osso dificilmente conseguem tocar o público e fazer com que as pessoas se identifiquem com os personagens, é um verdadeiro espanto testemunhar tal feito ser executado por um robozinho de faz-de-conta.

Wall-e merece concorrer ao Oscar, mas não de "melhor animação", e sim de "melhor filme". O fato de Wall-e ser uma animação é só um detalhe acidental que a gente até esquece quando está assistindo ao filme. É, o filme é assim bom mesmo.

Quando uma obra qualquer é unanimemente aplaudida e elogiada - como é o caso deste filme - o motivo é muito simples: é porque a obra em questão transcendeu nichos, públicos-alvos e estilos e atingiu as pessoas com uma mensagem universalista, que intercede junto ao denominador comum de todos os seres humanos independente de nacionalidade, crença, cultura, etc. Falar nesse nível seria uma distinção para qualquer filme, principalmente para um protagonizado por um ROBÔ.

Para ver e rever inúmeras vezes.

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