segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Review: IRON MAIDEN - THE FINAL FRONTIER


Bem, é hoje! 16 de agosto de 2010, dia do lançamento mundial do novo álbum do IRON MAIDEN, The Final Frontier. Nessa semana irei correndo comprar a minha edição especial do álbum! Mas como o trabalho da banda vazou na internet há mais ou menos uma semana, já pude fazer algumas audições do material e vou apresentar para vocês um pequeno review em primeira mão de The Final Frontier.

A primeira coisa que acho importante, ao resenhar um novo álbum do Maiden, é conter a euforia de fã. Os poucos reviews já disponíveis na internet, a meu ver, pecam por um emocionalismo exacerbado, o que é corriqueiro em se tratando de uma banda tão antiga, tradicional e repleta de fãs fiéis. Quando o álbum Brave New World (2000) foi lançado, todo mundo quase morreu do coração. Quando saiu Dance of Death (2003), alardearam que se tratava do melhor disco da banda desde Seventh Son of a Seventh Son (1988). Quando A Matter of Life and Death (2006) saiu, mais uma vez saíram dizendo que era o melhor álbum da banda em vinte anos. E agora, com The Final Frontier, novamente já tem gente dizendo que o álbum é "infinitamente superior" ao anterior.


É claro que gosto e gosto, por isso eu não vou ficar tentando moldar as preferências de ninguém. Vou apenas me ater a alguns fatos: primeiro, o Iron Maiden abriu mão completamente das músicas rápidas e diretas. Historicamente, o repertório da banda sempre variou entre músicas longas e complexas (cheias de diferentes partes e atmosferas) e músicas relativamente curtas (com quatro ou cinco minutos de duração) e objetivas. Vários clássicos do Maiden se enquadram nesta segunda categoria, como The Trooper, Two Minutes to Midnight, Be Quick or Be Dead, Man on the Edge, Lord of the Flies, Prowler, Holy Smoke, Can I Play With Madness, The Evil That Man Do, Wasted Years e outras tantas. 

Se nos últimos dois álbuns o Maiden já mostrava a tendência de abrir mão dessas composições mais diretas, dessa vez a banda aboliu de vez as músicas rápidas e curtas. Apenas quatro das dez músicas do álbum têm menos de sete minutos e meio de duração, e mesmo essas músicas mais curtas são elaboradas e complexas. Talvez a única música "simples" do disco seja a balada Coming Home, que aliás é uma música excelente, que lembra muito Out of the Shadows, do álbum anterior (sendo que ambas lembram bastante as baladas heavy da carreira solo de Bruce Dickinson). Ou seja, se você é daqueles que só gostam das músicas curtas da banda, então é melhor ouvir de novo o clássico Fear of the Dark (1992) e nem chegar perto desse novo álbum. 


O segundo fato é que, musicalmente, The Final Frontier surpreende menos do que o álbum anterior, A Matter of Life and Death, de 2006 (por favor, não me entenda mal - isso não significa que um seja melhor do que o outro, e nem pretendo entrar nesse mérito). Enquanto que o disco anterior surpreendia pelas músicas complexas e pelo direcionamento quase prog metal que a banda tomava, The Final Frontier soa como uma continuação absolutamente natural de A Matter of Life and Death, inclusive com várias músicas, arranjos e timbres que remontam às composições daquele álbum. Mas isso não impede que esse novo álbum apresente algumas surpresas, sendo que a principal delas é a fantástica faixa de abertura, Satellite 15 ... The Final Frontier. A faixa mescla um peso de guitarras e batidas de uma forma como o Maiden jamais havia feito antes, e a segunda metade da música surpreende pela sonoridade totalmente hard rock. Difícil não gostar.

Não vou fazer um review faixa por faixa, até porque seria temerário. Assim como A Matter of Life and Death, The Final Frontier é um álbum de músicas longas e complexas, que requer diversas audições para ser devidamente aproveitado. O que fica evidente, desde já, é que o Iron Maiden não apenas prossegue no mesmo caminho assinalado pelo elogiado e bem sucedido trabalho anterior, como ainda obteve sucesso em manter aquele mesmo nível elevado de qualidade

Parece inevitável que o lançamento de The Final Frontier dê início a um intenso debate entre os fãs a respeito de qual álbum é melhor, se este novo ou se o anterior. Como sou fã da banda há dezesseis anos e já ouvi milhares de vezes a discografia inteira dos caras, não me interessa tanto entrar nesse mérito. O que realmente importa é que, trinta anos após o primeiro álbum, o Iron Maiden continua esbanjando criatividade, vigor e integridade, conseguindo com sucesso manter sua identidade musical sem deixar de inovar. O que mais um fã da banda poderia querer?


2 comentários:

sheldonmera disse...

Quando eu ouvi Eldorado já percebi que nao se tratava do MAIDEN de outroras.O album é muito bom mas na MINHA opiniao nao me surpreendeu muito, Powerslave e Brave new World continuam no topo do topo da minha lista.
AI CAVEIRA review massa esse.
VAlewsss

Henrique Abel disse...

Concordo contigo, Sheldon. É bom ver o velho Maiden em forma, mas o álbum novo não surpreende e as inovações são tímidas. No geral, a banda está mais ou menos mantendo a mesma fórmula há uma década.