segunda-feira, 4 de julho de 2011

Review: TRANSFORMERS - DARK OF THE MOON

 
No meio desta inegável crise criativa na qual Hollywood está mergulhada já há vários anos, alguns críticos (tanto entre a chamada "mídia especializada" quanto entre a massa dos fãs amadores na internet) simplesmente desistiram de analisar cada caso em separado e já se habituaram a torpedear todos os blockbusters que são lançados desde o primeiro segundo em que surgem, partindo do pressuposto de que não é possível errar o alvo porque todo o cinemão americano atual seria uma porcaria homogênea.

Essa mania fica ainda mais saliente quando envolve no meio o nome de Michael Bay. A crítica "especializada" gosta de crucificar o diretor por causa dos péssimos Armageddon (1998) e Pearl Harbor (2001), aparentemente esquecendo-se de que ele também é o diretor do ótimo The Rock (1996, que é um dos melhores filmes de ação da década de 90), do ótimo The Island (2005), dos bem sucedidos Bad Boys (1995) e Bad Boys II (2003) e do excelente primeiro filme dos Transformers (2007).  


Transformers - Dark of the Moon, o recém-lançado terceiro filme dos heróis robóticos que estouraram nos anos 80, é a mais nova vítima desse vício. Quem vê o filme sendo espinafrado pela crítica é levado a crer que se trata de mais uma continuação dispensável e aborrecida, a exemplo de Transformers - Revenge of the Fallen, de 2009. Ledo engano! Dark of the Moon é imensamente superior ao filme anterior e - tirando o aspecto da originalidade - pode ser considerado o melhor dos três filmes dos Transformers dirigidos por Michael Bay.


As críticas negativas feitas ao filme estão errando - e muito - o alvo. Falam em "roteiro fraco", como se alguém fosse ter qualquer expectativa de uma história belíssima e profunda protagonizada por soldados robôs alienígenas que se transformam em veículos! Falam em "personagens superficiais", como se os dispensáveis personagens humanos não estivessem no filme apenas para servirem como referenciais para o espectador em meio à batalha travada pelos Transformers, os verdadeiros protagonistas do filme. Falam em "diálogos ruins", como se alguém fosse fazer um filme de guerreiros robôs gigantes para mostrá-los em meio a divagações poéticas e filosóficas, e não explodindo coisas e se arrebentando em meio a lutas homéricas!


Dark of the Moon é inegavelmente fraco em todos aqueles aspectos dos quais nenhuma pessoa em sã consciência exigiria nada de uma película do gênero, e extremamente bem executado e eficiente em tudo aquilo que se espera desse tipo de filme - o que não se pode dizer do anterior. Mais: é o episódio mais corajoso da trilogia, deixando de lado o apelo ao público infanto-juvenil para mostrar diversas cenas de violência muito bem feitas. Enquanto que o começo do filme tem aquele mesmo tom dos dois anteriores, a parte final de Dark of the Moon mais parece uma mistura de Guerra dos Mundos com Exterminador do Futuro. O filme é claramente mais ambicioso do que os anteriores, e é impossível não se divertir em meio à amplitude do caos exibido na tela.

Para completar, o filme acerta nos seus diversos momentos de humor, e ainda presta uma série de homenagens aos fãs de Jornada nas Estrelas (e, além disso, Leonard Nimoy - o eterno Spock - faz a voz do personagem Sentinel Prime). A pouca narrativa desenvolvida pelo filme também acerta em cheio ao mesclar a ficção com elementos reais da história da exploração espacial do século XX - e a rápida participação especial do célebre astronauta Buzz Aldrin é memorável.

Enfim, se o assunto é Dark of the Moon, convém não dar créditos para a mídia "especializada". Se você ainda espera por um filme dos Transformers regado a diálogos ricos, personagens complexos e narrativa densa e inteligente, sugiro esperar sentado pelo improvável dia em que tal coisa irá aparecer. Mas para quem gosta de Optimus Prime, Megatron & Cia e quer curtir duas horas de diversão no melhor estilo videogame, esse novo filme não poderia ser mais recomendável. Não deixe de ver - e em 3D!

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